As religiões encontram-se no início e no fim. As religiões desencontram-se no(s) meio(s).
Todas têm o mesmo começo e a mesma finalidade: as religiões existem por causa de Deus e para servir o Homem.
Se há um encontro tão forte no mais importante, porque é que persiste um desencontro tão prolongado?
O problema da paz entre as religiões é que fixamos os objectivos demasiado perto e demasiado longe.
Demasiado perto porque olhamos excessivamente para dentro, excessivamente para nós. Demasiado longe porque colocamos desafios difíceis de alcançar.
Regra geral, os outros é que têm de ser como nós. Resultado? Os outros acabam por pensar o mesmo em relação a nós.
O encontro entre as religiões não pode ser nem tão perto que cada uma não tenha de sair de si. Nem tão longe que cada uma tenha de se dissolver, de se renegar a si.
Cada religião inclui uma capacidade para se abrir, para integrar, para acolher.
Caminho? A paz entre as religiões começa, desde logo, quando as religiões vivem a paz: não apenas a paz entre si, mas a paz no mundo, a paz entre os homens, a paz com a natureza.
As religiões encontram-se, pois e antes de mais, na paz, na reconciliação, na justiça, na bondade, no amor, na oração, em Deus.
Ou seja, as religiões encontram-se no humano e no divino. E no humano e no divino encontrar-se-ão a si e entre si!
Para terminar, as religiões começam por se encontrar fora de si. Nenhuma religião é o centro. Todas apontam para o centro: a realidade absolutamente absoluta (Deus) e a realidade relativamente absoluta (Homem)!