Sem querer ser tremendista, vejo com enorme preocupação o programa que alguns nos nossos credores nos querem impor.
E encaro com acrescida perplexidade o servilismo com que alguns se dispõem a aceitá-lo.
Em democracia dialoga-se, não se monologa. Em democracia, uma decisão é fruto de negociação, não de imposição.
Nesta hora, precisamos de políticos e de humanistas. Só bons contabilistas não chega.
Da antiguidade vem um aviso. Era bom que se percebesse o que foi dito por Tibério: «Em matéria de impostos, é função de um bom pastor tosquiar as suas ovelhas, mas não tirar-lhes o couro».
Pelo (des)caminho que as coisas estão a levar, a dúvida já não é apenas saber se o povo aguenta.
A pergunta é também outra: será que o poder aguenta?
A paciência dos povos tem limites!