Pecador me confesso. E, pelos actuais padrões de moralidade, pecador impenitente e irremissível tenho de me assumir.
É que, como afirma Gonçalo M. Tavares, «a moral europeia é, em parte, a moral da máquina. É bom aquilo que funciona. A noção de pecado socializou-se e entrou na esfera da tecnologia. Alguém que não saiba calcular ou que não domine a última versão do Windows comete um pecado. O pecado maior é a ineficácia».
O diagnóstico é pertinente. A máquina deixou de ser instrumento para passar a ser dominadora, avassaladora.
É pela máquina que pensamos que tudo se consegue.
E o problema é que mesmo quem não domina a máquina acaba por ser dominado por ela!