O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 31 de Dezembro de 2012
1. Eis um momento em que nos sentimos habitados pela incerteza e, ao mesmo tempo, tatuados pela esperança.

Receamos que o futuro seja sombrio, mas, lá no fundo, acalentamos o sonho de que o amanhã possa ser mais sorridente.

 

2. Paul Valéry achava que «o problema com o tempo é que o futuro já não é o que costumava ser». Mas também se fosse o que costumava ser, seria futuro?

Nós é que, afinal, estávamos mais seguros com o passado, apesar das suas agruras, do que com o futuro, não obstante as suas promessas.

 

3. A esta hora, palpita-nos que o próximo ano será difícil. Mas nem assim deixamos de desejar que ele possa ser melhor.

Uma coisa é certa: será diferente. Nenhum momento é igual a outro. Cada instante é único, irrepetível.

 

4. O tempo dá. O tempo tira. O tempo retira o que antes tinha dado. O tempo volta a dar o que antes tinha tirado.

A coisa mais estável é a instabilidade. O mais imutável parece ser a mudança. O que não muda é a sensação de que tudo muda, de que tudo está a mudar.

 

5. A esta hora, o verbo que mais vem à superfície da lembrança é «passar».

Passar de ano tem aquele sortilégio a que quase ninguém escapa. Mas não basta «passar». É necessário também «mudar». E, acima de tudo, é urgente «melhorar».

Passar não chega. Mudar não basta. Só mudando para melhor é que vale a pena estar na vida.

 

6. O mundo é feito de mudança. A vida, portanto, é tecida de «mundança».

Não é gralha. De facto, é de «mundança» que precisamos. De mudança no mundo. E esta tem de começar por dentro, por nós!

 

7. Gandhi dizia: «O que importa é o fim para o qual é o chamado». Neste fim de ano, parece haver uma dificuldade em perceber qual é a finalidade dos nossos passos.

Nem o fim é totalmente fim. O fim abre as portas a um novo começo. O fim de um ano desagua sempre num novo ano. E nem sequer o fim da vida impede o desabrochamento do início da plenitude da vida. Afinal, «a vida não acaba, apenas se transforma»!

 

8. Os finais e os inícios de ano são convenções que nos deveriam despertar para algo importante: o mistério do tempo e a importância de cada momento.

O dia mais importante é hoje. O momento mais decisivo é este. Quando chegar a meia-noite de 1 de Janeiro, esse será o instante mais importante. Mas, um minuto depois, já será passado. E esse minuto passará a ser o mais importante.

 

9. 2013 até poderá ser o melhor ano das nossas vidas. Nunca terá havido tantas dificuldades. Nunca haverá, por isso, tão grandes possibilidades. Eberhard Jungel asseverou: «Quanto maiores são as dificuldades, tanto maiores são as possibilidades».

A felicidade não vem da facilidade. O que vale custa. O que custa vale. Os problemas serão grandes. A vontade de os vencer será maior.

 

10. Este não é o momento para ser original. Mas, não sendo original, gostaria de desejar com a máxima sinceridade: um ano novo repleto de paz, inundado de esperança.

Que a vida seja renovada no ano novo. Que Deus habite todos os corações. Que o Seu amor nos guie nesta peregrinação da esperança pelo tempo!

 

11. O novo ano pode não ser o melhor, mas nós podemos ser melhores no ano novo.

Por isso, que não seja só novo o ano. Que seja nova a vida. Sobretudo a vida.
publicado por Theosfera às 00:24

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