O «centro geodésico» da humanidade está a deslocar-se, avassaladoramente, para o eu.
Porventura nunca deixou de estar centrado no eu.
Mas, mesmo no eu, tem havido um afunilamento. O bem-estar é (ou parece ser) a única lei. Mas, dentro dessa única lei, o bem-estar que mais se procura é o bem-estar físico, económico. O bem-estar moral parece adormecido.
José Luís Peixoto encontrou as palavras certas para descrever a situação: «Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta. Existe uma desvalorização do conforto afectivo e moral. Existe a ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos ou, pior ainda, contra os outros».
Mas tudo isto é um equívoco e configura um perigo.
A felicidade não é solteira. Só somos felizes em conjugação.
Até Deus veio repartir a Sua vida connosco. Jesus é a história de um Deus que não «cabe» em Si.
Por aqui passa também (e bastante) a lição perene do Natal!