O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sábado, 15 de Dezembro de 2012

Um dos mais belos gestos foi-se tornando uma das palavras mais desgastadas.

Afinal, que fizemos nós da caridade? Porque é que a deixamos degradar? Porque é que a tornamos no oposto do que ela é?

Hoje em dia, a caridade é repelida e quase repelente...mesmo quando é praticada!

Mas ainda bem que, acerca da caridade, somos melhores a fazê-la do que a dizê-la!

Eduardo Galeano foi contundente: «Eu não acredito em caridade. Eu acredito em solidariedade. Caridade é tão vertical: vai de cima para baixo. Solidariedade é horizontal».

Mas isto não é a caridade. Isto é o que, muitas vezes, parece a caridade. Só que a caridade é diferente disto, é o oposto disto.

A caridade não é só o conteúdo; é também a forma. Não é só a ajuda; é também (e sobretudo) a proximidade.

Caridade é o amor elevado à sua expressão máxima.

Basta ler o capítulo 13 da primeira carta de S. Paulo aos coríntios.

Sim, há uma certa verticalidade na caridade. A caridade leva-nos a olhar para cima e para baixo. Mas também para os lados.

A caridade é omnímoda. Tem de estar em tudo. Para chegar a todos. Aos poderosos também.

Os poderosos também precisam de ser atraídos ao amor e à partilha.

Afinal e como avisa Armando Fuentes Aguirre, «há pessoas pobres, mas tão pobres, que é a única coisa que possuem é dinheiro»!

A caridade não isenta da luta pela justiça. Mas, na caridade, a causa da justiça ganha uma nova feição.

O seu escopo não é empobrecer os ricos; é enriquecer os pobres.

A sua via não é a violência; é o amor: o amor exigente, o amor que parte e que nunca cessa de repartir!

publicado por Theosfera às 13:36

De Alano de La Roche a 15 de Dezembro de 2012 às 14:05
Não concordo com Galeano. "Solidariedade" soa-me a qualquer coisa de programado, frio, assente só na matéria, na resolução de questões económicas... porventura outras, mas o conceito parece-me muito redutor...

Já o conceito cristão de "caritas", tal como expresso por São Paulo, é mais fundo e penetrante, atinge o homem em toda a sua dimensão, nasce do coração e vai para o coração.

Santo fim de semana.


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