Muito dificilmente a democracia atingirá a perfeição. Mas não é essa dificuldade que a pode fazer capitular.
O mundo vive numa espécie de impasse global.
Estamos no século dos cidadãos. Mas a esmagadora maioria dos cidadãos limita-se a ver e, quando muito, a opinar. Raramente pode intervir e, quase sempre, está impedida de decidir.
Há ditaduras que se presumem democracias (e até se autoproclamam «democracias populares») porque se julgam proprietárias da vontade do povo.
A alternativa, porém, queda-se por uma espécie de «democracia minimal», em que o povo se limita a escolher os seus representantes.
No fundo, apenas escolhe os deputados. Depois, são os deputados que escolhem o primeiro-ministro. E é o primeiro-ministro que escolhe os ministros.
Alguém conhecia, quando votou, o nome do ministro das finanças?
Estas são as regras, dir-se-á. Mas terá de ser este o nosso único destino?
Acredito na transfiguração da democracia.
A democracia pode ser mais. Pode ser diferente. Pode ser melhor!