As palavras podem ser polissémicas, mas os conceitos devem ser claros.
Hoje propende-se a chamar cultura a qualquer actividade lúdica.
Um arraial com Quim Barreiros está, assim, no mesmo patamar que um concerto de Bach. É arrepiante, mas é real.
Também não espantará que a secretaria de estado da cultura tanto seja gerida por um escritor como por um gestor.
Interessante será, por isso, evocar no paradigma avançado por Miguel de Unamuno. Para ele, a cultura radicava na vida interior.
É a partir do fundo que tudo vem. Que vem a inquietação, a ânsia, a beleza.
Haverá interioridade no simples ruído ou no mero ritmo?
Estamos descompensados por dentro. E é por isso que andamos (um pouco) perdidos por fora.
Só reencontrando-nos a nós encontraremos tudo o resto!