Há frases elementares que, no entanto, contêm lições profundas.
Não é preciso apelar para a autoridade de Zubiri para perceber que «viver é optar».
Na transumância das nossas opções, vamos ganhando e vamos perdendo, vamos adquirindo e vamos deixando, vamos dizendo «sim» e ouvindo «não».
Por isso é que Bergson sublinhava que «escolher é excluir». As exclusões inerentes às opções são, muitas vezes, dolorosas. E, quase sempre, inevitáveis.
Há atitudes com as quais a decência não permite pactuar.
Subsiste o respeito por todas as pessoas. Mas a proximidade com quem reincide em certos comportamentos pode tornar-se impraticável.
O problema não são as desilusões de última hora. O problema é chegar-se à certificação de que se andou iludido muitas horas, longos dias e sucessivos anos.
Uns falarão de ingenuidade. Outros acharão que é a confiança. Q
uando se confia expõe-se à falsidade, à ausência de reciprocidade. Mas mais vale continuar a apostar na confiança do que ser desconfiado!