Quando falamos da educação, tendemos a fazer figura de Calimero.
É só lamentos, queixas.
Mas, por muito optimismo que queiramos ter neste campo, temos de reconhecer que a educação, como observa Augusto Cury, «está em processo de falência em todo o mundo. Educar tem sido uma tarefa desgastante e pouco eficiente».
Não se trata de culpar os educadores ou os jovens. Trata-se de um problema mais fundo e mais grave.
Trata-se do SPA. Não é o SPA em que está a pensar. É o SPA enquanto Síndrome do Pensamento Acelerado.
Sem nos apercebermos muito bem, todos nós andamos à procura de estímulos para excitar as emoções.
Quando não as encontramos, ficamos agitados e inquietos. Nesta altura, «as salas de aula tornam-se um canteiro de tédio e stresse em que os alunos não se concentram».
Os professores parecem «cozinheiros que elaboram alimentos para uma plateia sem apetite». Precisamos de um pensamento mais pausado e mais amadurecido. Que possa ser mais bem digerido!
A educação, dizia Jungmann, consiste em introduzir na realidade total. Ela é feita de conhecimentos e comportamentos.
Os conhecimentos são fundamentais. Mas os comportanentos não são menos decisivos. No primeiro caso, temos a educação que informa e, no segundo caso, encontramos a educação que forma. Como adverte Augusto Cury, «a educação que informa ensina-nos a conhecer o mundo em que estamos.
A educação que forma vai além: ela ensina-nos a conhecer o mundo que somos. A educação que informa ensina-nos a resolver problemas de matemática; a educação que forma vai além: ensina também a resolver os problemas da vida. A que informa ensina línguas, a que forma ensina a dialogar. A que informa dá diplomas, a que forma faz de nós eternos aprendizes»!