E eis que o cinzento deste dia veio inocular uma persistente sensação de sombra.
Quero continuar a crer na luz de cada manhã. Quero continuar a ouvir o despertar da esperança.
Mas olho e reparo. Parece que este é o tempo da desistência, da resignação ou da renúncia, como alertava Sophia.
Vamos gastando e desgastando-nos como se já não houvesse futuro. Gastamo-nos no trabalho. Desgastamo-nos na procura de trabalho. E, sem saber como, estoiramos na folia.
Andamos depressivos e eufóricos, mas não alegres.
Não sabemos rir e até nem conseguimos chorar.
Gritamos. Vociferamos.
Vamos (re)ganhar coragem, sair dos escombros e enxergar a luz.
Ei-la que vai passando. Mas quem a vê? Não conjuguemos jamais o verbo «desistir»!