Alfred Tennyson parece provocador: «Não tem amigos o homem que nunca teve inimigos».
Mas, pensando bem, talvez tenha razão.
Habitualmente só damos valor a algo (e sobretudo a alguém) quando estamos em risco de o perder. Talvez só valorize a amizade quem tenha sentido a tortura da inimizade.
Creio que, nos relacionamentos humanos, não pode haver generalizações.
Acredito que se pode ser amigo sem ter inimigos. Os inimigos é que podem ter...«inimigos».
Aliás, a raiz do problema estribará aqui: no deslocamento do «ser» para o «ter».
Os amigos são. Os inimigos têm. Ou pretenderão ter!