É costume dizer-se (repetidamente!) que a Igreja tem de sair da sacristia.
Eu penso que é tempo de revalorizar a importância simbólica da sacristia como lugar de passagem e também de preparação.
De facto, o nosso lugar não pode ser na sacristia.
É importante que, na sacristia, nos saibamos preparar para a celebração no templo e para a vivência no tempo.
É igualmente hora de reabilitar o valor simbólico do adro, essa instância que faz a transição entre o santuário e o quotidiano, entre a oração e a acção, entre a contemplação e a missão.
É necessário que a Igreja aposte em formas de envolver todas as pessoas em todas as decisões. Habituámo-nos a olhar para as figuras da Igreja como as pessoas a que levamos, em privado, os problemas pessoas.
É preciso que também as encaremos como aqueles com quem partilhamos, em público, o que nos é comum. As pessoas têm necessidade de ser escutadas.
Há temas que merecem ser debatidos. Era bom que houvesse um dia por semana (ou por mês) em que todos se encontrassem para orar, para acolher, para debater, para decidir, para participar.
Era bom que todos pudessem ter uma palavra acerca de tudo!
É bom que a Igreja continue a fazer uso do púlpito. Mas é importante que também se habitue a usar o adro.
Do púlpito um fala para todos. No adro todos falam com todos, todos escutam todos!
E a escuta, hoje, é decisiva!