Há pessoas que estão a ocultar as habilitações que possuem para conseguirem trabalho. Isto parece um absurdo enorme, mas é um drama imenso.
Já há muitos anos, aliás, houve um caso que muito me fez pensar. O Prof. Freitas do Amaral, como nos diz a sua Autobiografia, foi solicitar colocação à Fundação Calouste Gulbenkian.
O então director, Azeredo Perdigão, respondeu: «Pelo currículo que o senhor tem, só há um lugar para si: o meu. Como não lhe posso dispensar o meu lugar, não consigo disponibilizar lugar algum».
O que se me afigura, hoje, é que há um desencontro entre a escola e o mercado de trabalho.
O problema não estará só no excesso de procura e no défice de oferta. O problema estará também (e bastante) na percepção de que o diploma não traduz uma preparação.
Pensemos nisto: temos a geração mais diplomada de sempre. Teremos as pessoas mais qualificadas?
O diploma é uma indicação. Será uma garantia?