O Acordo será legítimo, mas não deixa de ser perigoso.
Há quem diga que já é tarde para o discutir. Como se uma decisão equivalesse a um cerceamento da discussão.
Se a grafia dos nossos maiores é permanentemente questionada, porque é que as sucessivas alterações não poderão ser debatidas?
Só sugeria, já agora, que, em vez de Acordo Ortográfico, a designação passasse a ser Acordo Heterográfico.
É que a nova grafia consagra não a norma, mas a sua epidérmica violação.
E quando a heteronomia passa a critério, está aberto o caminho para a instabilidade constante.
A grafia nunca poderá ser a tradução plena da oralidade. Há outras fontes para o seu enquadramento como a etimologia.
Nesta altura, parece-me que temos um regulamento que quase oficializa a desregulação!