Passeava, um dia, Jorge Luiz Borges pelas ruas de Buenos Aires.
Aproxima-se um circunstante que lhe pergunta: «O senhor é o grande escritor Jorge Luiz Borges?». Resposta pronta e sábia: «Às vezes!»
De facto, nem sempre estamos ao mesmo níve. Nem sempre somos nós. Nem sempre somos igualmente nós.
Também dentro de nós há oscilações. Ninguém foge a esta flutuação. Nem os maiores.
Nem sempre Ronaldo pode ser Ronaldo.
Pode ser que amanhã volte a sê-lo. Para gáudio de um povo que, a esta hora, mais parece um estádio de dez milhões de espectadores!