Um juízo não revela só quem é julgado. Revela também, e bastante, quem julga.
Às vezes, a distância entre quem julga e quem é julgado mostra-se quase intransponível.
Aliás, dificilmente haverá um ajustamento completo. Alçada Baptista chamou a atenção para uma componente de subjectivismo inevitável: «Se fosse objecto seria objectivo; como sou sujeito, serei sempre subjectivo».
Temos, pois, de ter cuidado na aferição dos critérios. Há sempre uma desfocagem em cada relato.
Arthur Schopenhauer bem dizia: «Todos os espíritos são invisíveis para os que não o possuem. E toda a avaliação é um produto do que é avaliado pela esfera cognitiva de quem avalia»!