Nestes tempos, os nossos, em que quase tudo é decidido por impulso, a prudência desponta como um acto de lucidez.
Ser criterioso é, pois, uma necessidade, um imperativo.
Criteriosos devemos ser não apenas diante do antigo, mas também diante do novo.
Às vezes, o novo pode ser mais reaccionário que o antigo. Inversamente, o antigo pode ser mais transformador que o novo.
É curioso notar como pensadores tidos como progressistas nos põem de sobreaviso quanto a certas pulsões vanguardistas.
Edgar Morin sentia que cada progresso é acompanhado de um retrocesso.
E, mais recentemente, Luís Racionero, chamava a atenção para o progresso decadente.
Nesta transumância entre o antigo e o novo, devemos optar sobretudo pela necessidade.
Devemos acautelar-nos diante da conservação injustificada. E, como nos avisava, Winston Churchill, devemos precaver-nos diante da inovação desnecessária.
Aliás, o povo inglês tipifica esta conjugação harmoniosa entre o antigo e o novo.
Também ele está na vanguarda da revolução industrial e tecnológica. E, ao mesmo tempo, mantém a monarquia e a libra.
A Inglaterra também tem problemas. Mas tem sabido evitar problemas desnecessários!