As palavras gastam pelo ruído que provocam. E desgastam pelo vazio que veiculam.
Manuel António Pina tem razão quando sustenta que «as palavras esmagam-se entre o silêncio que as cerca e o silêncio que transportam».
Vivemos num tempo de indefinição. Que será melhor?
Falar é difícil. Mas calar também é arriscado.
O poeta confessa: «Já não é possível dizer mais nada, mas também não é possível ficar calado».
Eis o paradoxo em toda a sua crueza: «Faltam-nos as palavras», nestes tempos em que «se fala de mais»!