Hoje não é só dia de abstinência. É também dia de jejum.
Não se trata só de não comer carne. Trata-se também de comer menos.
É claro que o foco não está no significante. Está no significado.
O importante não é a abstinência da carne e a privação de comida. O importante é, com esse, gesto, unirmo-nos a Jesus na Cruz e a Jesus nos pobres de hoje.
Nós, graças a Deus, ainda podemos optar por fazer abstinência e jejum. Muitos, porém, não podem fazê-lo. São obrigados a fazê-lo.
A nossa solidariedade também se faz com gestos.
Façamos sobretudo jejum das falsidades, das palavras agressivas, dos juízos apressados, da ostentação, da violência e da injustiça.
Eis, pois, uma boa oportunidade de exercitar o autodomínio, valor actualmente muito em baixa. E com resultados devastadores.
Quem se priva do que gosta de comer habituar-se-á a privar de gestos mais intempestivos e violentos.