Não faltam palavras neste mundo. Muito menos, neste tempo.
Além das palavras obrigatórias, das palavras de circunstância e das palavras gritadas aos berros, esta é uma altura em que trocamos palavras de saudação.
Nem sempre sentidas. Nem sempre sinceras. Nem sempre ponderadas na mente ou amassadas no coração.
Mesmo assim, sobram palavras nesta quadra.
Ele são os tradicionais postais de Boas Festas. Ele são os telefonemas. E ele são agora — cada vez mais — as mensagens de telemóvel. Algumas, reconheça-se, bem imaginativas e engraçadas.
O que escasseia é alma no que dizemos. É dizer a cada um o que só a ele diz respeito. O que temos para lhe transmitir a ele e a mais ninguém.
Já reparamos em como a pressa é tanta que até os postais e as mensagens têm sempre o mesmo conteúdo? Só mudamos o endereço ou então o número. O resto é igual. Seja familiar ou colega, não interessa. Seja vizinho ou autoridade, não importa.
São palavras que recebemos com agrado, mas que deixam um travo de amargura na alma.
A Palavra fez-Se carne em Jesus. É preciso que ela volte a fazer-Se vida na nossa vida!