Rev.mo Senhor Doutor:
Parece fácil, mas às vezes não é. Contudo, é um desafio. O desafio que Jesus transformou em programa de vida: amar; perdoar setenta vezes sete...
E não podemos apenas ficar nas palavras: temos mesmo de as viver, temos de interagir com os outros da maneira mais amável, pensando sempre mais no próximo do que em nós... Um desafio... A subida aos cumes...
Mas no fim, creio, encontramos Deus - Deus e os Irmãos.
É a tarefa de limarmos as arestas do nosso orgulho, do nosso preconceito, do nosso egoísmo... A tarefa do auto-controlo para cultivarmos a Virtude que dá glória a Deus e enriquece os Céus e a Terra (se acreditamos na comunhão dos Santos)... É a tarefa de sairmos de nós mesmos para irmos ao encontro do Outro, dos Outros, perdoando, esquecendo ofensas, e amando...
E, às vezes é, apesar de terem sido os outros que não foram amáveis, a doçura de não deixarmos de os amarmos e de o demonstrar, repetidas vezes, com acções que autentiquem o que dizemos. Para sermos verdadeiros, para sermos coerentes com o que apregoamos.
V. Rev.ª é uma das pessoas que Deus pôs no meu caminho e de quem eu espero ajuda para «viver amavelmente». Para não sucumbir, a recitação do Pai-Nosso, feita com o coração e a com cabeça e também a meditação, em ordem à vivência, da célebre "Oração de São Francisco": «Fazei de mim Senhor/Um instrumento da vossa Paz...»
Conto com V. Rev.ª para me ajudar neste caminho, por vezes tão cheio de espinhos...

Peço a V. Rev.ª o favor de corrigir o que, porventura, eu tenha dito de menos correcto, ou até de errado.
Afectuosamente,
Maria da Paz