- É vontade expressa de Jesus que os Seus seguidores estejam no mundo (cf. Mc 16, 15), mas sem pertencer ao mundo (cf. Jo 15, 19).
Neste sentido, o melhor serviço que prestam ao mundo não é repetir o que se ouve, mas propor o que (ainda) não se vê.
- Não se trata de ser distante do mundo.
Do que se trata é de não querer ser distante do Evangelho que urge levar ao mundo.
- Percebe-se que Chesterton sonhasse com uma Igreja «que não mudasse com o mundo, mas que mudasse o mundo».
Se não for para ser fermento de mudança, será necessário haver Igreja?
- É claro que a própria Igreja também tem de ir mudando. Mas o que jamais se pode esquecer é que ela está no mundo para ser agente de mudança.
Os que chegaram mais longe nesse propósito, os santos, foram sempre uns inconformados.
- Quem mais nos ajuda é quem nos acompanha, não quem mais connosco concorda.
É por isso que «o santo é um medicamento por ser um antídoto». Será que, hoje em dia, temos medo de ser antídotos?
- O Evangelho não é uma evasão do mundo, mas uma enorme invasão da vida.
O Evangelho é presença quando tudo corre bem. E não é ausência quando tudo parece correr mal.
- Para estarmos bem, não é indispensável que tudo esteja bem.
Nem sempre é possível encontrar as soluções para os problemas. Mas não é impossível encontrar Deus no meio das dificuldades.
- A vida real não é um contínuo mar de rosas. Muitas vezes, assemelha-se também a um copioso vale de lágrimas.
Para quê teimar em ignorar o «caminho da Cruz»?
- Esquecemos que, em Jesus Cristo, Deus não nos oferece uma vida isenta de obstáculos nem imune a dúvidas.
Como notou Tomás Halik, o que Deus nos assegura é que, «nas noites mais profundas, Ele está connosco, de tal modo que teremos força não só para suportar os nossos fardos, mas também para ajudar outros a suportá-los».
- A expressão da fé e a vivência do Evangelho têm, sem dúvida, muitas formas.
E não é a sobriedade atenta ao sofrimento dos outros que nos rouba a alegria de sermos visitados por Deus.