Que adianta falar se não se escuta?
A comunicação precisa tanto do silêncio como das palavras.
É que o diálogo não se faz só com os lábios; também se faz (e bastante) com os ouvidos.
Acontece que nós transformamos a comunicação em ruído. Como todos falam, quase ninguém ouve.
Importa, por isso, que passemos das palavras sobrepostas à palavra interposta.
É preciso calibrar a palavra com o silêncio.
Temos, pois, de activar o silêncio: não só para ouvir o que se diz, mas também para escutar o que não é dito.
Pertinente é, sem dúvida, o conselho de Paul Valéry: «Escuta o que se ouve quando nada se faz ouvir».
Definitivamente, chegou a hora de escutar o que (ainda) não foi ouvido!