O belo consegue primar pela discrição.
Não se impõe aos gritos nem se faze notar pela força. Pelo contrário, quase se ausenta ou, melhor, quase nos ausentamos dela, dado o nosso talante dispersivo.
Habitualmente, só reconhecemos a sua importância quando deixa de se notar.
Cesária Évora anunciou o seu adeus à música e aos palcos. Discretamente, como sempre soube estar. Como sempre saberá estar.
Porque a arte sobrevive sempre ao artista. É uma dádiva que o tempo não extingue.