O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Domingo, 16 de Julho de 2017

Na vida, há chegadas e há partidas,

há começos e recomeços.

 

Neste tempo de férias, Senhor,

nós não Te vamos deixar,

até porque Tu também nunca nos deixas.

 

Queremos que estas sejam férias com Deus e não férias de Deus.

Queremos escutar, ainda mais, a Tua voz

e sentir sempre a Tua presença.

 

Na Palavra, na Oração e sobretudo na Santa Missa,

nós queremos continuar sempre conTigo,

pois sabemos e sentimos que Tu estás sempre connosco.

 

Vem, Senhor, connosco.

Acompanha os nossos passos.

Liberta-nos da pior doença: o egoísmo.

Cura-nos com a mais preciosa vitamina:

a vitamina C, a vitamina Cristo!

 

Nossa Senhora dos Remédios,

o Teu santuário não é só neste monte.

O Teu santuário será também o nosso coração.

 

Onde Tu estiveres, nós estaremos.

Onde nós estivermos, também Tu estarás.

 

Toma conta da nossa vida.

E dá-nos sempre o Teu querido Filho:

Jesus!

publicado por Theosfera às 10:43

Há frases feitas que estão certas, mas que escondem verdades dolorosamente ainda mais certas.

Toda a gente diz que «errar é humano».

Afinal e paradoxalmente, o erro é uma grande verdade. Todos erramos.

O que não se diz, mas é igualmente verdade é o que Millôr Fernandes acrescentou: «Atribuir a culpa aos outros também é humano».

O problema é que, enquanto o erro se torna inevitável, atribuir as culpas pelos erros é deliberado.

Com os erros devíamos aprender. Mas há ensinamentos que teimamos em desaproveitar!

publicado por Theosfera às 08:51

Eis uma das frases feitas, que quase ninguém discute e praticamente toda a gente repete: «Não me arrependo de nada».

Com alguma acidez, mas ainda maior pertinência, Joel Neto qualifica essa frase como «tonta».

Não digo o mesmo, mas confesso que me sinto arrepiado.

Quem não se arrepende que entende?

Afinal, quem não se arrepende só se defende.

No fundo, quem não arrepende não quer mudar e dificilmente tem vontade de melhorar!

publicado por Theosfera às 08:43

Hoje, 16 de Julho (15º Domingo do Tempo Comum), é dia de Nossa Senhora do Carmo, S. Sisenando, Sta. Madalena Alberici, S. Cláudio e S. Lázaro.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:39

A. A semente é lançada em toda a terra

  1. Afinal, que tipo de terra somos nós? Seremos a «terra boa» que dá fruto (cf. Mt 13, 8)? Ou não seremos a terra à «beira do caminho» (Mt 13, 4), a «terra pedregosa» (cf. Mt 13, 5) e a terra «entre espinhos» (Mt 13, 7)? Porventura, ao longo da vida, já teremos sido um pouco de todos estes tipos de terreno.

Jesus propõe esta parábola — a parábola do semeador — para nos certificar, desde logo, de que Deus distribui os Seus dons por todos. Não deixa ninguém de fora. O problema é que nem todos recebem esses dons do mesmo modo nem produzem frutos da mesma maneira. Jesus quer frutos. Jesus quer-nos frutificados, não fortificados. Ou seja, o importante não são as nossas forças, mas os frutos que deixamos que Deus produza em nós.

 

  1. Há três respostas insuficientes, correspondentes a três tipos de terreno improdutivos. A terra «à beira do caminho» é a imagem de uma vida sem consistência, sem profundidade. Vêm as aves e comem as sementes, isto é, às primeiras adversidades, a tentação é para fenecer, estiolar e desistir.

No seu célebre «Sermão da Sexagésima», o Padre António Vieira afirma que aqui estão «os corações inquietos e perturbados com a passagem […] das coisas do mundo: umas que vão, outras que vêm, outras que atravessam, e todas passam; e nestes é pisada a Palavra de Deus, porque a desatendem ou a desprezam».

 

B. Adequar o mundo a Deus e não Deus ao mundo

 

3. A «terra pedregosa» é a imagem de uma vida feita de entusiasmos, mas sem perseverança. Não há raízes e, por isso, às primeiras investidas do sol, tudo seca. De facto, há quem não aguente as tribulações e as perseguições. Há quem se mostre inconstante adequando Deus ao mundo em vez de adequar o mundo a Deus.

Para o Padre António Vieira, cabem aqui «os corações duros e obstinados; nestes seca a Palavra de Deus e, se nasce, não cria raízes».

 

  1. A terra «entre espinhos» é a imagem de uma vida agitada, sem noção das prioridades. Daí que os espinhos sufoquem as sementes. Já o Padre António Vieira se apercebeu «dos corações embaraçados com cuidados, com riquezas, com delícias; nestes, afoga-se a Palavra de Deus».

Na verdade, tantas vezes, a nossa agenda está tão preenchida com o urgente que não arranjamos tempo — nem disponibilidade — para o verdadeiramente importante. Jesus alude, concretamente, aos «cuidados deste mundo» e à «sedução da riqueza». É isto que nos agita e é isto que também nos paralisa. Dizemos que Deus é primeiro, mas será que Deus é mesmo prioritário?

 

C. Que se passa com a «terra» que somos nós?

 

5. Hoje em dia, não faltam acções nem escasseiam multidões. Estas acções — que arrastam multidões — costumam ter muito impacto. Mas será que têm muito efeito? Há bastante alegria e enorme entusiasmo. Mas que fica quando as acções terminam e as multidões se desfazem?

Não basta acolher a semente. É fundamental cuidar da semente. Há-de ser prioridade estar disponível para fazer crescer a semente. Que se passa, afinal, com a nossa terra, com a terra que somos nós? Onde está a falha?

 

  1. A semente, como sabemos, é a Palavra de Deus. O caminho, as pedras e os espinhos são os corações dos homens. É nestes que «ardem» as maiores resistências. Mas se a Palavra de Deus é eficaz — como reconhece a Carta aos Hebreus (cf. Heb 4, 12 —, como explicar a persistência de tantas resistências? Voltando ao Padre António Vieira, é caso para perguntar: «Se a Palavra de Deus é tão eficaz […], como vemos tão pouco fruto da Palavra de Deus?»

O referido Padre António Vieira considerava três possíveis causas para este pouco fruto: o pregador, o ouvinte ou Deus. É claro que Deus só figura aqui hipoteticamente pois «Deus não falta nem pode faltar». Deus está sempre pronto: «com o sol para aquentar e com a chuva para regar; com o sol para alumiar e com a chuva para amolecer, se os nossos corações quiserem». 

 

D. Porque é que a «semente» não produz?

 

7. É curioso que o Padre António Vieira, meritíssimo pregador, responsabiliza mais os pregadores que os ouvintes. É que, como ele nota, em todos foi colocada por Deus a semente da Palavra.

«Se a Palavra de Deus até dos espinhos e das pedras triunfa; se a Palavra de Deus até nas pedras, até nos espinhos nasce; não triunfar dos alvedrios hoje a Palavra de Deus, nem nascer nos corações, não é por culpa, nem por indisposição dos ouvintes. Supostas estas duas demonstrações; suposto que o fruto e efeitos da Palavra de Deus, não fica, nem por parte de Deus, nem por parte dos ouvintes, segue-se, por consequência clara, que fica por parte do pregador. E assim é. Sabeis, cristãos, porque não faz fruto a Palavra de Deus? Por culpa dos pregadores. Sabeis, pregadores, porque não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa nossa».

 

  1. Em causa não está a ciência nem a eloquência, mas o testemunho de vida. É por isso que o Papa Paulo VI observou que «as pessoas seguem mais as testemunhas do que os mestres». Não espanta, assim, que, embora perito no uso da palavra, Santo António tenha proposto que cessassem as palavras e falassem as obras. É que, segundo ele, de «palavras estamos cheios e de obras vazios». As palavras vencem quando a vida convence.

Daí que o Padre António Vieira tenha verificado que «as acções são o que dão o ser ao pregador. Ter o nome de pregador, ou ser pregador de nome, não importa nada; as acções, a vida, o exemplo, as obras, são o que converte o mundo […]. Palavras sem obra são tiros sem bala; atroam, mas não ferem». 

 

E. Importante não é que as pessoas nos aplaudam, mas que se convertam

 

9. Como ajudar, então, a ser «boa terra» (Mt 13, 8) para a Palavra de Deus? Como conseguir que a Palavra frutifique trinta, sessenta ou cem (cf. Mt 13, 23)? Não se trata, como reparou o Padre António Vieira, de que de uma palavra nasçam cem palavras. Trata-se de que de poucas palavras nasçam muitas obras. «As palavras ouvem-se, as obras vêem-se; as palavras entram pelos ouvidos, as obras entram pelos olhos, e a nossa alma rende-se muito mais pelos olhos que pelos ouvidos».

Os santos convencem porque, enquanto a sua palavra chega aos nossos ouvidos, o seu exemplo entra pelos nossos olhos. Se a nossa vida contraria a nossa mensagem, «se as minhas palavras vão já refutadas nas minhas obras, […] como se há-de fazer fruto?» 

 

  1. Pensando bem, todos nós, de uma forma ou de outra, somos pregadores. A todos nós está confiada a difusão da Palavra de Deus. Há que não ter medo das adversidades que se levantam e dos obstáculos que se colocam. Não tenhamos medo «dos sofrimentos do tempo presente» (Rom 8, 18). É espantoso ver que o Padre António Vieira achava que a infâmia pode até ser mais fecunda que a fama. Pregar «para ser afamado, isso é mundo: mas infamado, e pregar o que convém, ainda que seja com descrédito da fama, isso é ser pregador de Jesus Cristo».

O importante não é que as pessoas nos aplaudam, mas que as pessoas se convertam. Deixemos, então, que a Palavra de Deus passe através de nós. Mobilizemos os nossos lábios, mas disponibilizemos toda a nossa vida. Por nós Deus quer passar para a todos poder chegar!

publicado por Theosfera às 05:04

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