O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 11 de Julho de 2017
  1. Por hábito, não investimos muito na espiritualidade.

Em relação às acções de natureza espiritual, ou não participamos ou, quando participamos, exibimos uma sensibilidade pouco espiritual.

  1. Dificilmente fazemos silêncio por fora e quase nenhum silêncio fazemos por dentro.

Enfim, a nossa saúde intelectual, económica e até desportiva pode não estar mal. Mas será que a nossa saúde espiritual está muito bem?

 

  1. Não me refiro tanto ao que se passa no chamado «espaço público». Pensemos no que ocorre nos espaços sagrados.

Onde está a diferença? Nas próprias igrejas, não é o ruído que prevalece?

 

  1. É espantoso notar como a agitação predomina onde devia imperar o recolhimento.

Até durante a oração, o silêncio está praticamente ausente. Quando o silêncio é pedido, apenas se baixa o som. Mas o burburinho mantém-se.

 

  1. Muitas vezes, só há silêncio numa igreja quando a igreja está vazia. Quando as igrejas se enchem, parecem encher-se sobretudo de alvoroço e desordem.

Que condições criamos para a escuta, para a meditação?

 

  1. A situação não é nova. Ela foi prevista, entre outros, por Karl Rahner.

O teólogo alemão, falecido em 1984, vaticinou a chegada de uma era de «mediocridade espiritual».

 

  1. Sucede que nem sequer nos apercebemos da anemia de que padecemos.

Sofremos, de facto, de uma atonia generalizada na nossa vida. A causa principal está na debilidade da nossa experiência espiritual.

 

  1. Vivemos muito voltados para o exterior, subestimando, quase por completo, a interioridade.

Esta ausência de vida interior reflecte-se na tremenda dificuldade que temos em despojar-nos de quanto nos é «aditado» desde fora.

 

  1. Mesmo nos locais de maior espiritualidade, raramente nos desprendemos dos artefactos tecnológicos.

Até nas igrejas continuamos aprisionados por telemóveis, tablets e todo o género de dispositivos digitais. Ou seja, continuamos ligados ao exterior e completamente desligados do interior.

 

  1. Esquecemos que a nossa vida, para ser inteira, também precisa de interioridade. Aliás, a interioridade não nos enquista em nós. O melhor que temos para dar está no nosso interior. Pelo que não damos tudo quando só nos damos por fora.

Sem interioridade, sobrevivemos amputados. É bom que os lábios permaneçam abertos. Mas o decisivo é que o coração nunca esteja fechado. Não olhemos para Deus apenas por fora. Afinal, Ele (também) habita dentro de nós!

publicado por Theosfera às 12:34

Há quem estabeleça uma cisão entre a sabedoria e a felicidade.

Era o caso, por exemplo, de Erasmo de Roterdão: «Quanto maior é a sabedoria, tanto mais os homens se afastam da felicidade».

Talvez porque a sabedoria localiza os obstáculos que se interpõem à felicidade.

Mas não consistirá a verdadeira sabedoria na arte de ser feliz? E a felicidade não será a essência da sabedoria?

Nada está adquirido à partida. Que tudo possa ser acolhido no caminho até à chegada.

Quando a sabedoria nos visitar, que a felicidade não esteja longe de chegar!

publicado por Theosfera às 10:06

Se, para agir, estamos à espera de que nos dêem razão, poderemos estar a adiar (para sempre) toda e qualquer acção.

Muitas vezes, as pessoas sabem quem tem razão. O problema é que não o reconhecem.

Parafraseando uma afirmação célebre de Castellani, diria que toda a gente sabe quem tem razão.

Mas toda a gente também sabe que a razão nunca é dada a quem a tem!

publicado por Theosfera às 09:57

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