O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quinta-feira, 31 de Dezembro de 2015

Quem só quer ser popular nem popular consegue ser.

Porquê? Porque, embora não tenha muito para ser contestado, também não terá o suficiente para ser aplaudido.

Pelo contrário, quem é exigente acaba por atrair mais gente.

As pessoas até podem discordar. Mas não deixarão de respeitar!

publicado por Theosfera às 10:43

Uma vez mais a terminar. Uma vez mais a começar.

É assim a vida e não apenas este último dia do ano ou o primeiro dia do próximo ano.

Cada instante é um intercâmbio de fim e princípio.

Em cada momento, há algo que vai e algo que vem.

Estejamos atentos. E não desperdicemos o eterno que sempre nos visita!

publicado por Theosfera às 10:28

«Não morre quem se ausenta. Só morre quem é esquecido».

Mia Couto tem razão.

Não esqueçamos quem morreu. E honremos sempre a memória de quem por nós viveu!

publicado por Theosfera às 10:19

Muitas vezes, o sucesso começa com o insucesso.

É de baixo que se sobre. É de trás que se avança.

Não se deprima quando cair. E nunca desista de se levantar.

Os que fazem cair também não costumam aguentar-se muito tempo de pé.

Muita esperança e muita paz para todos os injustiçados desta vida!

publicado por Theosfera às 09:51

Hoje, 31 de Dezembro (sétimo dia da Oitava do Natal), é dia de Sta. Comba de Sens, Sta. Melânia, a Nova, S. Piniano, S. Silvestre I e Sto. Alão de Solominihac.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2015

Conheci uma pessoa (infelizmente, já falecida), para quem a obra de misericórdia preferida era «corrigir os que erram».

Admito que, às vezes, o fazia com uma certa contundência. Mas resultava quase sempre.

Hoje, vivemos nos antípodas. Em nome de uma pretensa misericórdia, acabamos por não pôr em prática um excruciante preceito da misericórdia.

Muitos de nós (eu também me incluo no número) descansam dizendo que não é por mal que se faz o mal. E, deste modo, vamos deixando que a corrente encha e extravase.

A ter valimento este princípio, um aluno teria sempre a nota máxima pois os seus erros não são cometidos por mal. Não são cometidos por mal, mas são mal.

Um professor sério tem de valorizar o certo e de ajudar a corrigir o errado.

Não tenhamos medo de intervir. Corrigir também é ajudar. Sempre com respeito, como é óbvio.

publicado por Theosfera às 20:02

Não diga que 2015 foi mau.

Afinal, é ele que nos vai levar até 2016.

Se não houvesse ano velho, haveria ano novo?

publicado por Theosfera às 15:23

Achava Teixeira de Pascoaes que «o futuro é a aurora do passado».

Por conseguinte, para clarificar é preciso saber esperar!

publicado por Theosfera às 15:19

Há quem pense que o álcool alegra.

Era bom que se pensasse que o álcool também pode matar.

Nesta época do ano, a «indústria da frivolidade» factura bastante.

Há muita euforia no ar. Haverá muita alegria nos corações?

publicado por Theosfera às 10:33

O cidadão ouve, vê, lê e pasma.

Tanto dinheiro escorre no futebol. E que falta faz esse dinheiro na saúde, na habitação, na educação.

Será que, em matéria de dinheiros, os rios têm de correr sempre para o mesmo mar?

publicado por Theosfera às 10:27

Há quem envelheça na juventude. E há quem rejuvenesça na velhice.

Há quem aparenta ter nascido velho. E há quem pareça ser sempre novo.

A alma nunca envelhece quando se enxerga um horizonte e quando se constrói um futuro.

É por isso que Deus é sempre novo. É por isso que, em Deus, somos sempre renovados!

publicado por Theosfera às 10:22

Hoje, 30 de Dezembro, é dia de Sto. Anísio, Sta. Margarida Colona e S. Sabino.

Um santo e abençoado sexto dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 29 de Dezembro de 2015

Hoje, 29 de Dezembro, é dia de S. Tomás Becket e S. Gerardo de Waindvrille.

Um santo e abençoado quinto dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 28 de Dezembro de 2015

Hoje, 28 de Dezembro, é dia dos Santos Inocentes, padroeiros dos meninos de coro e das crianças abandonadas.

Um santo e abençoado quarto dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 27 de Dezembro de 2015

Natal é a noite, mas é também o dia.

 

Natal é o frio, mas é também o calor.

 

Natal é Jesus, Natal é a família,

Natal é a humanidade e Natal também és tu.

 

Não fiques à espera do Natal,

sê tu mesmo o melhor Natal para os outros.

 

O Natal não terminou no dia 25.

Constrói, por isso, um Natal para todo o ano,

para toda a vida.

 

Tu és o Natal

que Deus desenhou e soube construir.

 

É por ti que Deus hoje continua a vir ao mundo.

É em ti que Ele também renasce.

 

Sê, pois, um Natal de esperança,

de sorriso e de abraços,

de aconchego e doação.

 

Também podes ser um Natal com algumas lágrimas.

São elas que, tantas vezes, selam o reencontro e sinalizam a amizade.

 

Eu vejo o Natal no teu olhar, no teu rosto, no teu coração,

na tua alma, em toda a tua vida.

 

Há tanta coisa de bom e de belo em ti.

Tanta coisa que Deus semeou no teu ser.

 

Descobre essa riqueza, celebra tanta surpresa,

partilha com os outros o bem que está no fundo de ti.

 

Diz aos teus familiares que os amas,

aos teus amigos que gostas deles,

aos que te ajudam como lhes estás agradecido.

 

Não recuses ser Natal junto de ninguém. Procura fazer alguém feliz.

 

Não apagues a luz que Deus acendeu em ti.

Deixa brilhar em ti a estrela da bondade e deixa atrás de ti um rasto de paz.

 

Que continues a ter um bom Natal.

A partir de agora. Desde já. E para sempre!

publicado por Theosfera às 11:29

A. Deus vem ao mundo através de uma família

  1. Dizem — e não é mentira — que o Natal é a Festa da Família. De facto, sendo a festa do nascimento de Jesus, o Natal é, por inerência, a festa da família de Jesus. E é, por extensão, a festa da nossa família com Jesus.

Curiosamente, houve uma altura em que se pretendeu sobrepor a Festa da Família à Festa do Nascimento de Jesus. Apenas uma semana após a revolução de 5 de Outubro de 1910, foi promulgado um decreto que estabelecia que o 25 de Dezembro deixasse de ser a comemoração do nascimento de Jesus para passar a ser somente o dia da Festa da Família. Só que o bom povo, na sua sábia coragem e na sua corajosa sabedoria, nunca deixou de celebrar — em família! — o nascimento de Jesus.

 

  1. A família não esvazia o Natal e o Natal não esvazia a família. A família oferece o ambiente natural para o Natal e o Natal oferece o sentido sobrenatural para a família. A família fica mais cheia na quadra do Natal e fica mais preenchida com o mistério do Natal. Afinal, que nos mostra o Natal? Essencialmente, mostra-nos Jesus, mostra-nos Maria e mostra-nos José. Ou seja, mostra-nos uma família.

Deus quis entrar no mundo através de uma família, através de uma família formada por um homem e por uma mulher. É esta a família que Deus quer, a família que Deus criou. Nos relatos da criação, diz-se expressamente que, quando Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança, criou o homem e a mulher (cf. Gén 1, 26). É por tal motivo que o homem deixa pai e mãe para se unir à sua esposa passando os dois a ser uma só carne (cf. Gén 2, 24). Jesus retoma e confirma este desígnio primordial recomendando: «Não separe o homem o que Deus uniu»(Mc 10, 9). Estão aqui consignadas as propriedades essenciais do matrimónio: unidade e indissolubilidade com a consequente abertura à geração de vida.

 

B. A família é uma criação divina

 

3. A família não é, portanto, uma invenção humana, mas uma criação divina. Aliás, o próprio Deus é uma família composta pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo.

Tal como sucede na família divina, também na família humana não há — ou não devia haver — superiores nem inferiores. Tal como o Pai não é mais que o Filho e o Espírito Santo, também o marido não é mais que a esposa. Tal como os membros da família divina têm igual divindade, também os membros da família humana possuem igual humanidade.

 

  1. Jesus elevou a união entre o homem e a mulher à dignidade de Sacramento. Ou seja, deu a esta união um valor sagrado. Também no matrimónio, a iniciativa é de Deus. É Deus, que a todos chama à vida e à fé, que também chama alguns ao matrimónio.

Nós acreditamos que, sem obviamente contender com a liberdade de cada um, é Deus quem coloca este homem no caminho daquela mulher e esta mulher no caminho daquele homem. Na celebração do Matrimónio, os dois formalizam a sua resposta à proposta de Deus.

 

C. Os problemas existem para serem vencidos, não para (nos) vencerem

 

5. Não faltam, hoje em dia, atentados contra a família: atentados no exterior e atentados no interior. O Estado e a sociedade não apoiam devidamente a família, mas será que a família se apoia adequadamente a si mesma? O Estado e a sociedade não são amigos da família, mas será que a família é amiga da própria família?

Além do flagelo do desemprego, há ainda o drama por causa de muitos empregos. Há esposos que são obrigados a estar longe um do outro. Há pais que são obrigados a passar a maior parte do tempo fora dos filhos. Resultado: há famílias onde não há praticamente nenhuma vida familiar. E sem vida familiar poderá dizer-se que há família?

 

  1. Actualmente, por cada 100 famílias que se constituem, há cerca de 70 famílias que se desfazem. E antes de se desfazer, há muitas famílias que se vão destruindo. A violência doméstica não pára de crescer. Em vez de ser uma alternativa de paz aos conflitos que há no mundo, a família parece ser o rastilho que incendeia muitos desses conflitos.

Em relação à família, também parece haver partidários da «solução final». Há quem pense que a única maneira de acabar com os problemas na família é acabar com a própria família. Seria bom que percebêssemos que, às vezes, recuar é a maneira mais inteligente de avançar. Quando a situação é complicada, um irreflectido passo em frente pode ser um passo para o abismo. É preciso aprender a esperar para discernir. Às vezes, é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente (re)começa. Afinal, os problemas existem não para nos vencerem, mas para serem vencidos por nós…com a ajuda de Deus.

 

D. O dia mais importante para a família

 

7. Vou confiar-vos um segredo. O segredo para que uma família se fortaleça consiste em valorizar cada pessoa e cada momento da convivência entre as pessoas. O dia mais importante para a família não é só o dia do casamento. Esse foi o dia do início da família. Mas a família não tem importância só quando começa. Uma família é sempre importante. Por isso, o dia mais importante para a família é «hoje», o «hoje» de cada dia. Eu atrever-me-ia a dizer que nem a morte põe fim à família, nem a morte termina com os laços gerados em família. Um filho que vê morrer o seu pai considera-se sempre filho desse pai. E uma mãe que vê morrer a sua filha não se considera sempre mãe daquela filha?

Queridas famílias, valorizai o dom de cada dia. Ao acordar pela manhã, dizei uns aos outros: «Hoje é o dia mais importante da nossa vida». E, no dia seguinte, voltai a dizer: «Hoje é o dia mais importante para a nossa família».

 

  1. Em cada hoje, há coisas pequenas que podem ter um resultado muito grande. Procurai dar valor aos pequenos gestos, às pequenas palavras e até aos pequenos silêncios. Sim, a família é o espaço por excelência do diálogo, mas também deve ser um lugar privilegiado para o silêncio. Como reconheceu Paulo VI, a Sagrada Família de Nazaré oferece-nos uma interpelante lição de silêncio. Às vezes, ficar calado pode ajudar muito. Pelo menos, pode ajudar a não agravar certos problemas. Há palavras que não só não resolvem como ainda complicam. Há palavras que magoam e que chegam a agredir mais do que certas agressões. Perante alguém que diz muito e muito alto, não dizer nada pode ser o melhor contributo para restaurar a paz e repor a serenidade.

Todos gostam de ter razão, mas eu diria com S. Paulo que mais importante do que ter razão é ter «bondade, humildade, mansidão e paciência»(Col 3, 12). Quando tivermos de falar, não nos limitemos a repreender e a exigir. Procuremos saber também agradecer e elogiar. Como tem dito o Papa Francisco, expressões simples como «obrigado», «com licença», «faça o favor» ou «desculpe» podem ter um efeito extraordinário para o presente e para o futuro da família. Pedir perdão não é um acto de fraqueza. É uma demonstração de força que acaba por fortalecer a família.

 

E. A maior riqueza da família

 

9. É sabido que as famílias, hoje, não têm tempo. Gastam tempo para ter uma casa e depois acabam por não ter tempo para estar em casa. Mas, se não existe o tempo ideal, que a família, ao menos, aproveite o tempo real, o tempo possível, o tempo disponível: o tempo disponível para estar, para conviver, para rezar. Como bem disse S. João Paulo II, «família que reza unida permanece unida».

A oração é o grande alimento — e o maior cimento — da união. É desejável que a família comece e termine o dia com uma oração conjunta. A oração permite perceber que a maior riqueza não é o só o que existe em cada membro da família, mas o que existe entre todos os membros da família. Entre todos os membros da família encontra-se Deus, que sabe conjugar as diferenças numa comunhão indestrutível e fecunda.

 

  1. Que a família nunca deixe de ser família. Que a família não se destrua. E que a família seja um espaço para todos: para os que estão a começar e para os que já começaram há muito. Infelizmente, a tumultuosa agitação do dia-a-dia não deixa que as gerações convivam muito entre si. Primeiro, são os pais que não têm tempo para os filhos; depois, são os filhos que não têm tempo para os pais. E é assim que nascemos, crescemos e acabamos por morrer deslaçados, sem tempo para estar uns com os outros, sem tempo para dizermos quanto gostamos uns dos outros. Apesar de tudo, sinto que a família tem um belo futuro à sua frente, como tem um lindo passado atrás de si.

Queridas famílias, olhai para a Sagrada Família de Nazaré que a Oração Colecta desta Missa aponta como «um modelo de vida». Sobretudo vós, que vos sentis em maior dificuldade, olhai bem para Jesus, para Maria e para José. É bem verdade que, como cantava o Padre Zezinho, «tudo seria bem melhor se o Natal não fosse um dia, se as mães fossem Maria e se os pais fossem José; e se toda a gente se parecesse com Jesus de Nazaré». Tudo seria bem melhor, sem dúvida. Tudo há-de ser melhor apesar de todas as dúvidas. Tenho a certeza de que, como dizia o Concílio Vaticano II, «a família há-de continuar a ser «o berço da vida e do amor». No fundo, cada família é um pequeno mundo. Que o nosso mundo possa vir a ser uma grande família!

publicado por Theosfera às 08:56

A Bíblia foi sempre a inspiração do crente.

Para Hegel, o jornal era a oração do homem moderno.

O homem pós-moderno não dispensa o «ipad», o «smartphone» ou «a rede social».

No fundo, foi sempre aspiração do homem estar ligado. O problema é que, além de ligados, estamos cada vez mais controlados.

É o tempo. É a vida!

publicado por Theosfera às 08:28

Hoje, 27 de Dezembro (Festa da Sagrada Família), é dia de S. João Evangelista (padroeiro dos teólogos e invocado contra as queimaduras e venenos e ainda para obter a graça de uma boa amizade), Sta. Fabíola, S. Teodoro e S. Teófanes.

Um santo e abençoado terceiro dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 26 de Dezembro de 2015

 

  1. A imagem de Santo Estêvão é a mais antiga do

    Estevão.jpg

     

    Santuário de Nossa Senhora dos Remédios.

O inventário dos objectos pertencentes à Irmandade menciona a referida imagem, anotando que «foi mandada fazer pelo bispo D. Durando, no ano de 1361».


  1. Foi a 15 de Agosto de 1361 que se assinou o contrato de doação da Capela de Santo Estêvão à Catedral de Lamego.

O Cónego Fernão Martins ficava autorizado a colher esmolas em toda a Diocese para a conservação da Capela e respectivo culto.


  1. Aos cónegos é pedido que ali passem a ir em procissão duas vezes por ano: uma no dia de Santo Estêvão, 26 de Dezembro, e outra no dia da «invenção» do corpo do Protomártir, a 3 de Agosto.

Mais tarde, porém, a primeira procissão do Cabido passou de 26 de Dezembro para «o dia oitavo da festividade» do Santo dado que o dia 26 de Dezembro começou a ser preenchido com «um grande mercado» (cf. «Memórias Paroquiais» de 1758).


  1. A festa da «invenção» celebra a descoberta das relíquias do corpo de Santo Estêvão.

De facto, antes da Reforma Litúrgica, Santo Estêvão era celebrado em dois dias. Além da festa de 26 de Dezembro, havia outra festa litúrgica, a 3 de Agosto, que assinalava a descoberta das suas relíquias.


  1. Nessas procissões também deviam tomar parte os coreiros da Sé, os raçoeiros de Almacave e os frades de S. Francisco.

Era a estes que incumbia a pregação. A Missa devia ser oferecida por alma de D. Durando, seus pais e demais obrigações. Para os encargos, o Bispo legava 12 libras anuais ao Cabido, quatro aos coreiros e 20 soldos a cada raçoeiro e frade.


  1. Cresci a ouvir o meu querido (e já falecido) Pai a falar da feira que se fazia neste dia. Eu próprio testemunhei a profunda sinergia, neste lugar, entre a actividade comercial e a actividade espiritual.

Espero que, em breve, esta feira possa ser retomada.


  1. A Santa Missa mantém-se. Às 10h, muitos acorrerão ao Santuário para louvar o Senhor Deus pelas maravilhas na vida de Santo Estêvão. E, para uma vez mais, beijar a imagem do Menino Jesus.

Afinal, hoje também é dia de Natal!

publicado por Theosfera às 07:57

Hoje, 26 de Dezembro (segundo dia da Oitava de Natal), é dia de Sto. Arquelau, Sto. Estevão (protomártir) e Sta. Vivência Lopes.

Um santo e abençoado dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 25 de Dezembro de 2015

A. Dentro de uma «Igreja-presépio»

  1. Bem-vindos a este dia lindo e a este lugar belo. Diria que a beleza deste lugar é a mais adequada para vivenciar a lindeza deste dia. Este é num lugar onde tudo sabe a Natal. Este é, sem dúvida, um lugar a que podemos chamar Natal. O Santuário de Nossa Senhora dos Remédios é, todo ele, uma «Igreja-presépio», uma «Igreja-Natal».

Aqui, há Natal e não apenas no Natal. Este Santuário está sempre vestido de Natal. Neste Santuário, é Natal todos os dias, é Natal todo o ano. Para que possa ser Natal toda a vida.

 

  1. Aliás, aqui o Natal começa ainda antes de entrar. O Escadório, onda sopra tanto vento, é uma espécie de advento. Cada escada é uma escala que nos aproxima de Jesus Criança e que nos atrai para Deus Menino. São muitas as escadas, como que a avisar-nos de que são muitas as etapas que é preciso transpor. E de que são muitos os obstáculos que é imperioso vencer.

Só que este Escadório também sinaliza que não estamos sós no caminho. Este Escadório está cheio de marcas divinas, de sinais de Jesus e d’Aquela que nos traz Jesus. Podemos, por isso, dizer que este Escadório é um «Escadório-Emanuel» já que nele sentimos Deus connosco, Deus para nós, Deus em nós.

 

B. Cada escada é uma escala

 

3. Se começarmos a subida na cidade, encontramos, ainda antes de chegar à estrada nacional, a imagem do Imaculado Coração de Maria. Aí está Nossa Senhora a dar-nos as boas-vindas no início da escalada. Ela é a grande figura do Advento, Ela nunca deixa de nos acompanhar em cada momento.

Não surpreende, por isso, que no oitavo patamar do Escadório, Maria nos volte a surgir no painel da Imaculada Conceição, que também está figurada num destes magníficos vitrais e num dos quadros de estuque que podeis contemplar aqui em cima, no tecto.

 

  1. No sétimo patamar, podemos ver um novo painel com a anunciação do Anjo Gabriel a Nossa Senhora. Afinal, enquanto vamos subindo, Deus também vai descendo. É por isso que, no quinto patamar do Escadório, já podemos contemplar a Mãe com o Filho, Maria com o Menino. Maria é sempre a primeira a oferecer Jesus.

Aliás, esta capacidade de doação está patente no quadro da visitação que nos aparece no sexto patamar do Escadório. Maria não vai apenas ajudar Isabel. Maria vai sobretudo levar Jesus a Isabel e, em Isabel, a toda a humanidade.

 

C. Aclimatados à temperatura do Natal

 

5. No segundo patamar, o ambiente de Natal é já mais intenso. Dir-se-ia que já estamos aclimatados à temperatura do Natal. Ali encontramos a Capela da Sagrada Família, como que a recordar que Deus vem ao mundo através de uma família.

Naquela família santa, sentimos o apelo para que todas as famílias queiram ser santas. É certo que são muitos os problemas de hoje. Mas é imperioso perceber que também não foram poucos os problemas outrora. O quadro daquela Capela mostra-nos a Sagrada Família a caminho do Egipto, a caminho do desterro no Egipto. Ela é, pois, um retrato que serve a cada família. Como seria bom que ela fosse acolhida como um exemplo para fortalecer todas as famílias!

 

  1. Mas se o Escadório já cria em nós um ambiente de Natal, ao entrar no Santuário somos surpreendidos com um autêntico — e sempre tonificante — vendaval de Natal. Olhando para o lado, para cima ou para a frente, em tudo, aqui, encontramos motivos de Natal. Não estou a pensar só neste grande Presépio, que foi feito há dias. Nem estou a pensar apenas naquele belo Presépio que, à entrada do Santuário, está connosco todos os dias.

Não sei se já reparastes, mas neste momento temos nada menos que sete presépios no nosso Santuário. Além destes dois presépios, existem aqui cinco presépios permanentes. Dois deles estão na capela-mor.

 

D. Como Maria em Belém, adoremos nós também

 

7. Logo atrás deste Presépio grande, há um painel de azulejos que representam o nascimento de Jesus, com Nossa Senhora, São José e mais pessoas a adorar o Menino. À esquerda, vemos o anúncio aos pastores e, à direita, acompanhamos pessoas a vir de longe para visitar Jesus Menino.

Por detrás do nosso Grupo Coral, temos um novo presépio que sinaliza Jesus a receber a adoração dos Magos. À esquerda, surgem soldados e camelos com ofertas e, à direita, aparecem mais adoradores para o Salvador nascido.

 

  1. Mas há mais. Se olhardes para o vitral que está a seguir ao altar de São Joaquim (à minha esquerda), podeis ver mais um presépio. Desta vez, é um luminoso presépio em forma de vidro. Ali está Maria sempre cheia de enlevo na companhia de Jesus. Um pouco mais abaixo, podemos contemplar um painel de azulejo que mostra Nossa Senhora num claustro ajardinado, com o Menino na manjedoura. Provavelmente, o artista imagina Nossa Senhora expondo o Menino à luz natural após a estadia no estábulo anexo à «sala de hóspedes» da casa onde ocorreu o parto (cf. Lc 2, 7). Na mente do autor do painel, Nossa Senhora quis trazer o Menino para uma dependência onde o ar fosse mais desanuviado. Em qualquer caso, este é um quadro presepial muito ternurento e bastante expressivo. Os anjos que do céu tinham festejado o nascimento de Jesus (cf. Lc 2, 10-14), descem à terra e pousam, embevecidos, em torno da manjedoura. Três anjos estão dentro e um quarto irrompe da parte de fora do claustro.E eis que chegamos ao mais importante presépio de todos: o presépio do Altar, o presépio do Sacrário. Aqui, não há uma mera figuração de Jesus, Aqui, temos a suprema representação de Jesus. No Altar e no Sacrário, Jesus torna-Se realmente presente para nós. No Altar e no Sacrário, não temos mais uma figura de Jesus. No Altar e no Sacrário, temos o próprio Jesus.

É por isso que o Altar e o Sacrário são o lugar mais importante do Santuário. É aqui que Jesus volta a nascer para nós e é aqui que nós devemos voltar a nascer para Jesus. Quando entrarmos neste lugar é aqui que, primeiro, devemos parar. Aliás, além da imagem do trono, há uma imagem de Nossa Senhora dos Remédios à porta do Sacrário. É Ela, a Mãe, que nos convida — a nós, Seus filhos — para entrarmos na intimidade com Seu Filho. O Sacrário é o maior presépio que, como sempre, é cuidadosamente custodiado pela Mãe. Ali está a verdadeira Belém, isto é, a Casa do Pão. O Sacrário não é um armário. É a grande manjedoura que guarda, para nós, o maior tesouro. É lá que está o alimento, que nos dá alento. Por conseguinte e como Maria em Belém, adoremos nós também!

 

E. Nossa Senhora do Natal sem fim

 

9. De volta ao corpo do Santuário, encontramos mais episódios da vida de Maria — muitos deles com Jesus — nestes azulejos e nestes vitrais. E é bom não esquecer que até na Sacristia há dois painéis (igualmente de azulejo) com sabor a Natal. Um deles, apresenta-nos a Visitação e o outro retrata a Fuga para o Egipto.

O Menino Jesus enche todo este lugar com generosas doses de luz. Além do Menino que está ao colo de Nossa Senhora, temos o Menino deitado por cima do presépio do fundo, temos o Menino que está no altar de Santa Ana (em cuja mão muitos gostam de colocar uma moeda) e temos o Menino já crescido, aqui atrás, na Sala dos Retratos. É o Menino já com doze anos, no Templo de Jerusalém. Se olharmos para a posição das mãos, veremos que, com uma, avisa e, com a outra, indica. É quando Ele diz a José e Maria, aflitos por Ele Se ter perdido: «Não sabíeis que devo ocupar-Me das coisas de Meu Pai?»(Lc 2, 49).

 

  1. Eis, de facto, a grande — a perene — lição do Natal. Jesus nasce para nos trazer Deus. Jesus nasce para nos levar para Deus. Jesus nasce para revelar que somos filhos de um único Pai. Jesus nasce para mostrar que somos irmãos uns dos outros. Esta é a lição sempre ensinada, mas é também a lição nem sempre aprendida. É por isso que celebramos Natal neste dia, para que vivamos em Natal todos os dias.

Sempre que entrardes neste Santuário, saboreai o Natal que aqui se respira. E, ao sairdes deste Santuário, levai convosco o Natal que aqui vos é oferecido. Que Nossa Senhora dos Remédios seja, para cada um de vós, Nossa Senhora do Natal. Que Nossa Senhora dos Remédios seja, para cada um de vós, Nossa Senhora de um Natal feliz, Nossa Senhora de um Natal sem fim!

publicado por Theosfera às 11:36

Deus da paz,
Vem conter a fúria das armas destruidoras.

Deus da justiça,
Vem libertar as vítimas da opressão.

Deus da fraternidade,
Vem fazer que todos os homens se sintam irmãos.

Deus da esperança,
Vem dar alento aos que se encontram abatidos.

Deus da santidade,
Vem transformar as nossas vidas.

Deus do amor,
Vem socorrer o nosso mundo inquieto.

Deus dos pobres,
Vem enriquecer-nos com a tua humildade.

Deus de todos os homens,
Vem nascer no nosso coração.

Vem, Senhor Jesus!
publicado por Theosfera às 11:26

Hoje, 25 de Dezembro (solenidade do Natal do Senhor), é dia de S. Manuel, S, Natal, Sto. Alberto Chiewolski, Sta, Maria dos Apóstolos, Sta. Inês Fila e Sta. Lúcia.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:52

Quinta-feira, 24 de Dezembro de 2015

A. Quando a Palavra veio ao mundo, o Silêncio também desceu à terra

  1. No princípio, era a Palavra. No princípio, era o Silêncio. Antes de o tempo começar a ser tempo, a Palavra em silêncio e o Silêncio estava na Palavra. Na «plenitude dos tempos»(Gál 4, 4), quando a Palavra veio ao mundo, o Silêncio também desceu à terra. Motivo? Só em silêncio é possível contemplar a Palavra. Só em silêncio é possível acolher a Palavra da vida, a palavra de tantas vidas. Só em silêncio é possível mergulhar na vida da Palavra, na vida de tantas palavras.

Foi o eterno silêncio de Deus que fecundou o eloquente silêncio de Maria. É este silêncio que, hoje, respiramos. É neste silêncio que, em cada dia, devíamos morar. Tudo mudou quando o Silêncio falou. As trevas sobressaltaram-se. A noite acordou. Toda a natureza — e não apenas o galo — cantou. A manhã despontou. E o Salvador chegou.

 

2. Eis, como dizia Sto. Agostinho, «o dia feliz, em que o grande e eterno Dia, procedente do grande e eterno Dia, veio inserir-se neste nosso dia temporal e tão breve». Neste feliz dia, nasceu Jesus e nascemos nós com Jesus. O Natal é a festa do nascimento de Jesus e do nosso próprio nascimento. Nós nascemos quando Ele nasceu. O nascimento de Jesus é o nascimento de todo o corpo de Jesus, do qual nós fazemos parte (cf. 1Cor 12). Assim sendo e como notou S. Leão Magno, «o aniversário da cabeça é o aniversário do corpo». O Natal também é nosso. Enfim, o Natal é a festa universal porque é o acontecimento total.

  1. O Evangelho evoca a geração do Filho de Deus desde toda a eternidade. E, como refere o Prefácio II da Missa de Natal, «o que foi gerado desde toda a eternidade começou a existir no tempo». O que foi gerado no seio do Pai veio até nós pelo seio de Maria. E foi assim que, como já notavam os escritores cristãos mais antigos, «Um da Trindade Se fez Um de nós». O amor de Deus, o amor que é Deus, não cabe em Deus e explode na criação. O «big bang» terá sido realidade e é seguramente sinal: sinal de um amor que explode permanentemente no mundo.

 

B. Deus, que está no alto, visita-nos cá em baixo

 

3. É por tudo isto que este é o dia tão esperado. Este é o dia por nós tão esperado porque, nele, celebramos a vinda ao mundo do Inesperado. Deus não só vem ao encontro do homem, como Ele próprio Se faz homem. E não somente Se faz homem como Se faz homem pobre, homem simples, homem frágil. O sinal de Deus não é a opulência nem a ostentação. O sinal de Deus — dizem os enviados do Céu — é um Menino, «envolto em panos e deitado numa manjedoura»(Lc 2, 12).

Guilherme de Saint-Thierry dá uma explicação muito luminosa para tal opção: «Deus viu que a Sua grandeza suscitava no homem resistência. Então, Deus escolheu um caminho novo. Tornou-Se um Menino. Tornou-Se dependente e frágil, necessitado do nosso amor. Agora — diz-nos aquele Deus que Se fez Menino — já não podeis ter medo de Mim, agora podeis apenas amar-Me».

 

  1. Deus, que habita no alto, visita-nos cá em baixo. Aparece não como rei poderoso, mas como criança indefesa. Deste modo, se quisermos encontrar Deus, é para baixo que devemos olhar. Deus está no alto (cf. Lc 2, 13), mas quer ser encontrado em baixo. É a partir de baixo que Deus nos olha. Deus não olha para nós, sobranceiramente, de cima para baixo. Deus olha para nós — divinamente — de baixo para cima. E é lá em baixo que continua à nossa espera: lá, nas profundidades da existência, onde a pobreza abunda, onde a injustiça avança, onde a solidão e o abandono não param de crescer.

Por isso, é urgente fazer o bem, também hoje. Por isso, é fundamental ser bom, sobretudo hoje. De resto e como apelava António Gedeão, «hoje é dia de ser bom». Acontece que este hoje é um dia sem ocaso, pelo que fazer o bem e ser bom hão-de constituir uma prioridade para sempre.

 

C. Uma explosão de divindade, uma lição de humanidade

 

5. Este é o dia que não tem fim. É o dia que jamais anoitece e em que até o frio nos aquece. É o dia em que os céus se abriram, em que os anjos saíram e melodias se ouviram. Não é o simples dia que sucede à noite. É o dia que rebenta com as correntes que a escuridão armou durante a noite. Este é o dia que começou ainda de noite. Compreende-se, pois, que este seja o dia que começamos a celebrar ainda de noite. Este é o dia que sentimos despontar quando ainda era noite. Este é o dia destinado a iluminar todas as nossas noites. Este é — numa palavra — o dia.

Eis a lição do presépio. O silêncio de Deus, que falou em Belém, continua a clamar nos pobres deste mundo, nos injustiçados desta vida. Quem não os ouve a eles, como pode dizer que O escuta a Ele? Aquele Menino é tão divino que até quis ser humano. Aquele Menino é tão humano que só pode ser divino. O Deus que está naquele Menino humaniza-Se e diviniza-nos. Ele não nos retira humanidade. Pelo contrário, a Sua divindade acrescenta-nos humanidade.

 

  1. É por isso que o Natal é uma explosão de divindade e, ao mesmo tempo, uma persistente lição de humanidade. É com Deus Menino que o mundo aprenderá a ser mundo e a humanidade reaprenderá a ser humana, fraterna. É com Deus Menino que o mundo se transformará numa luminosa Filadélfia, isto é, um povo de amigos, um povo de irmãos.

A tragédia do nosso tempo é a desumanidade entre os homens. E para esse pecado concorrem não somente os não crentes. Os crentes também não lhe são imunes. Muitas são as vezes em que não têm sido capazes de encontrar Deus no homem. Deus é muito mais humano que os homens.

 

D. Em Belém e na nossa vida também

 

7. Não nos cansemos de fixar o olhar no presépio. Aquele Menino é tão santo que só consegue provocar encanto. É tão cheio de mansidão que os nossos joelhos caem logo em adoração. O Seu rosto destila tanta pureza que até os antípodas aspiram o perfume da Sua beleza. Enfim, a Sua imagem desperta tal ternura que nem há palavras para descrever tamanha formosura.

O Menino está ali. Mas eu sinto-O sobretudo aqui. Vejo Jesus agora e não deixo de O rever lá fora. Ele está na rua, na minha história e também na sua. Está no sofredor, naquele que estende a mão e mendiga amor. Está no pobre, no que não tem pão. Está em quantos vão penando na solidão. O Seu tempo nunca é distante pois a Sua presença é constante. O Seu lugar não é só em Belém, é na nossa vida também. Ouçamos sempre a Sua voz. E nunca deixemos de O acolher em cada um de nós.

 

  1. Este é o autêntico «dia inicial inteiro e limpo, onde emergimos da noite e do silêncio e, livres, habitamos a substância do tempo». Neste dia, o tempo surpreende a eternidade dentro de si. Sophia tem mesmo razão: «A casa de Deus está assente no chão». É reconfortante beijar a imagem do Menino nestes dias, mas não é menos encantador abrigar o mesmo Menino, que nos visita em cada dia. Ele está em todos. Ele veio para todos. Rejeitar alguém é rejeitar o próprio Deus, presente nesse alguém. É que os outros também são Seus, também são d’Ele, também Lhe pertencem. E, no entanto, até nestes dias de Natal há tanto Jesus rejeitado, há tanto Jesus esquecido.

Razão tem João Coelho dos Santos ao colocar nos lábios de Jesus este lamento: «Senta-se a família/ À volta da mesa./ Não há sinal da cruz,/ Nem oração ou reza./ Tilintam copos e talheres./ Crianças, homens e mulheres/ Em eufórico ambiente./ “Lá fora tão frio, Cá dentro tão quente!”/ Algures esquecido,/ Ouve-se Jesus dorido:/ Então e Eu,/ Toda a gente Me esqueceu?”».

 

E. Hoje em dia, o grande Natal é a Eucaristia

 

9. De facto, às vezes — muitas vezes —, parece que esquecemos Jesus até na época em que assinalamos o nascimento de Jesus. Esquecemos Jesus quando esquecemos aqueles para quem Jesus nasceu. Esquecemos Jesus quando nos fechamos aos outros. Esquecemos Jesus quando nos encerramos nas torres (pretensamente) fortificadas do egoísmo e da indiferença. É triste ver que há muitos Natais longe do Natal. É penoso sentir que há muitos Natais aquecidos à lareira, mas arrefecidos no coração.

São muitos, sem dúvida, os encantos do Natal. Há presépios lindos. Há presépios deslumbrantes. Há presépios originais. Há presépios surpreendentes. E até há presépios ao vivo. Faltam, contudo, presépios vivos, que, a bem dizer, são os únicos presépios necessários. São esses que são construídos não nas ruas ou nas casas, mas no coração humano: no meu, no seu, no nosso, enfim, no coração de todos os homens.

 

  1. O Natal é saboroso quando temos a casa cheia e a mesa farta. O Natal é belo quando é sonhado. O Natal é lindo quando é cantado. O Natal é encantador quando é tingido de frio e regado de neve. Mas o Natal é melhor quando é vivido, partilhado, abraçado, chorado, humanizado, fraternizado, assumido e projectado no mundo inteiro. Em cada dia, há sempre motivos para respirar o perfume do Natal. Afinal, no Natal, o futuro nasceu e até justiça choveu. Só o impossível desapareceu no preciso instante em que aconteceu. Deus veio ao mundo. Acampou na terra para eliminar o ódio e acabar com a guerra. Trouxe, como única veste, a paz e é imensa a alegria que a todos nos traz. Veio em forma de criança. Haverá quem fique indiferente a tanta esperança? Naquele dia, colocaram-No numa manjedoura, perto do chão. Mas, desde então, a Sua morada passou a ser o nosso coração!

Não desliguemos a luz que Deus acende em nós neste dia. Deixemos brilhar a luz do Natal em cada dia. E nunca esqueçamos que, hoje em dia, o grande Natal é a Eucaristia. Um feliz Natal hoje. Um feliz Natal sempre. Para todos, um santo, luminoso e muito abençoado Natal!

publicado por Theosfera às 17:40

Hoje, 24 de Dezembro, é dia de S. Charbel Makhlouf e S. Delfim.

Um santo, abençoado e já natalino dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 23 de Dezembro de 2015

É certo que esta é uma época em que todas as alegrias saltam à tona.

Mas também é verdade que este é um tempo em que todas as tristezas vêm à mente.

Os contrastes invadem sempre a nossa vida.

A felicidade não vem pela facilidade. E a injustiça é uma dor que não cicatriza nunca.

Mas não exaspere. Deixe que o Deus da Paz tome conta de si.

A Sua Paz afoga todas as injustiças que o possam magoar!

 

publicado por Theosfera às 13:17

 

 

  1. Nesta altura, há um vento que corre, um vento que sopra.

O vento do Advento corre rápido e sopra forte.

 

  1. Com uma força suave e uma suavidade forte, o vento do Advento está a depositar-nos nas proximidades do Natal.

Está a chegar o grande — e tão esperado — dia: o dia em que nunca anoitece; o dia em que os extremos se tocam e os opostos se abraçam.

 

  1. Está quase a chegar o dia em que «o lobo habitará com o cordeiro» (Is 11, 6). E em que até «a criança de peito brincará na toca da víbora» (Is 11, 8).

Nesse dia, não serão os poderosos a mandar; será um «menino a conduzir-nos» (Is 11, 6).

 

  1. A sentinela, que nos foi acompanhando na noite, ouve o clamor da nossa alma, como outrora ouvira o grito de Seir: «Sentinela, sentinela, a que horas vai a noite?».

E a sentinela responde: «Está a chegar a manhã» (Is 21, 11-12).

 

  1. De facto, «a noite vai adiantada e já se aproxima o dia» (Rom 13, 12).

Deus é o dia, mas não deixa de agir na noite.

 

  1. Aliás, a sabedoria rabínica afirma que Deus intervém na história do mundo ao longo de quatro «grandes noites».

Interveio na «noite» da criação, quando pôs ordem no caos. Interveio na «noite» em que fez aliança com Abraão. Interveio na «noite» da libertação do Egipto. E há-de intervir na «noite» em que Ele voltará para romper todas as correntes, toda a escravidão, todo o pecado, criando um mundo novo.

 

  1. Como reconheceu João Paulo I, «Deus tem os Seus olhos abertos, mesmo quando nos parece que é de noite».

Sobretudo — acrescentaria — quando nos parece que é de noite.

 

  1. Advento é o tempo de Deus, o tempo de Jesus, e, nessa medida, o tempo de Maria que — fiel a Deus — nos traz Jesus.

Maria é a «casa» que Deus escolheu. O enviado de Deus vai a esta casa fazer ressoar uma mensagem de alegria: «Alegra-Te, Maria» (Lc 1, 28).

 

  1. Mas, antes de se sentir gozosa, Maria ficou receosa.

Só que nem o receio A impediu de dar uma resposta à (divina) proposta (cf. Lc 1, 38).

 

  1. Maria é senhora porque aceitou ser serva.

O seu «sim» oferece ao mundo um Natal sem fim!

publicado por Theosfera às 10:02

Hoje, 23 de Dezembro, é dia de S. João de Kenty, Sta Vitória, Sta. Anatólia, S. Sérvulo e Sta. Maria Margarida Dufrost de Lajemmerais.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 22 de Dezembro de 2015

É tão bom sair ainda de noite e ver nascer o dia.

Mesmo que o sol não venha, vem sempre alguma luz.

Na escuridade penumbrosa deste tempo, não desfaleça.

Há sempre uma luz que consegue rasgar as nuvens para se alojar no seu coração. E para ir iluminando a sua vida!

publicado por Theosfera às 09:16

O mundo está a tornar-se um lugar estranho.

Nada é como era. Tudo é diferente e não necessariamente melhor.

O cidadão comum estava habituado a olhar para o banco como um lugar onde se arruma o dinheiro.

De há uns tempos para cá, sabia-se que a banca não trazia grandes lucros, mas sempre se pensava que, pelo menos, oferecia segurança.

Agora, ao que dizem, nem lucro nem segurança.

Dizem-nos que os portugueses já deram 13 mil milhões para salvar bancos.

Mas não eram os bancos que costumavam apoiar as pessoas?

As pessoas interrogam-se. Ter o dinheiro em casa é perigoso. Colocar o dinheiro no banco também não será muito seguro.

O pior é que muitos já têm pouco. E, em épocas como esta, vão gastando esse pouco.

É tudo tão estranho neste mundo!

publicado por Theosfera às 09:11

Hoje, 22 de Dezembro, é dia de Sta. Francisca Xavier Cabríni e S. Graciano.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2015

Os grandes génios são sempre humildes.

Não reclamam louros. Remetem o bem que escorre neles à fonte, a Deus.

Com luminosa simplicidade, o compositor Joseph Haydn confessava: «Quando estou a compor uma obra e sinto que me foge a inspiração, peço no Terço e rezo-o. Logo me vêm à mente as melodias em caudais e, por vezes, com tanta abundância que nem tenho possibilidade de as notar»!

publicado por Theosfera às 22:16

Tenho notado que o Natal está cada vez mais genitivo.

Existe o Natal de tudo e de todos. Desde o óbvio Natal da Família até ao Natal de cada instituição, não há praticamente ninguém que passe ao lado do Natal.

Sucede que, no meio de tanta diversidade, avultam dois factores comuns: a comida e o espectáculo.

De facto, todos estes Natais são passados em restaurantes ou, então, em actividades recreativas.

Nada tenho contra esta pluriformidade festiva. Só me espanta que, entre tantos Natais, se fale pouco (ou quase nada) do Natal «de» Jesus.

Não é preciso ser cristão para reconhecer que o Natal assinala o nascimento de Jesus.

Não acabemos com os Natais. Mas procuremos não esquecer o Natal!

publicado por Theosfera às 09:40

Hoje, 21 de Dezembro (início do Inverno), é dia de S. Pedro Friedhofen e S. Pedro Canísio.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:02

Domingo, 20 de Dezembro de 2015

Maria,

Tu és a serva do Senhor,

a Mãe da disponibilidade,

o farol da nossa esperança.


Na Tua humildade,

encontramos a verdade.



Na Tua fidelidade,

reencontramos o sentido.



Com o Teu sim,

tudo mudou,

tudo continua a mudar.



Que o Teu sim nos mude.



Que o Teu sim mude a nossa vida.



Faz do nosso ser

um novo presépio,

igual ao Teu.



Que o Teu Filho nasça em nós.



Que a paz brilhe.

Que a justiça apareça.

E que os sonhos das crianças não deixem de se realizar.



Obrigado, Senhor,

por vires até nós

e por ficares sempre connosco!





Maria, Mãe,

semeia em nós

o Teu Natal,

o Natal do Teu (e do nosso) Jesus!
publicado por Theosfera às 11:08

Enquanto se planeia a destituição do presidente sírio ou a neutralização dos seus opositores, passa-se ao lado do essencial: como parar a espiral de morte.

Em apenas quatro anos, já foram mortas 250 mil pessoas.

Tanta morte em tão pouco tempo. Até quando?

publicado por Theosfera às 08:26

«Feliz Natal».

É tão bela, porque encantadoramente simples, essa expressão!

Às vezes, circulam mensagens de Natal que pretendem ser originais.

Mas nenhuma dessas mensagens pretensamente originais transporta o encanto desta mensagem verdadeiramente original.

Diga sempre «Feliz Natal».

E procure contribuir para um «Feliz Natal» na sua vida. E na vida de toda a gente!

publicado por Theosfera às 08:01

Dizem que já nada é como era.

Já nem o frio é tão frio. Até o frio de Natal é menos frio.

Parece que o frio se deslocou do exterior para o interior.

Os corações estão cada vez menos aquecidos, mesmo que o estômago esteja cada vez mais cheio.

Por esta altura, parece que a palavra que vem mais acoplada a Natal é palavra «ceia».

Não há entidade, desde a mais religiosa até à mais laica, que não promova a «sua» ceia de Natal.

Nada tenho contra as ceias de Natal. São importantes para conviver, mas são insuficientes para vivenciar.

Há muitos estômagos cheios por cima de almas vazias.

Aliás, fica a impressão de que este afã pelas ceias de Natal é uma resposta para o vazio de muitas vidas.

Deixemo-nos visitar por Aquele que vem sempre ao nosso encontro para preencher os nossos vazios.

E não apenas pelo Natal!

publicado por Theosfera às 07:53

A. Maria está com pressa

  1. Já houve um tempo em que os dias de Natal eram dias sossegados. Agora, até no Natal andamos todos apressados. Curiosamente, neste Domingo perto do Natal, notamos que Maria também está apressada. Maria está com pressa (cf. Lc 1, 30) porque quer ajudar Isabel. E, acima de tudo, porque sabe que a melhor ajuda é levar Jesus a Isabel.

No fundo, é isto o que falta perceber hoje. Ainda somos capazes de perceber que é preciso ajudar os outros. Falta-nos, porém, compreender que a melhor ajuda é levar Cristo aos outros. Os caminhos de Maria até à casa de Isabel são os caminhos de Maria até à vida de cada um de nós. Também hoje Maria está com pressa. Também hoje, Maria tem pressa de chegar até nós para nos oferecer Cristo, para nos dar o Seu Cristo.

 

  1. Podemos dizer que, naqueles caminhos até à casa de Isabel, ocorreu a primeira procissão do Corpo de Deus. É que, nessa altura, o Corpo de Deus já habitava no Corpo de Maria. Ela já era o verdadeiro «Cálice do Verbo» (Hans Urs von Balthasar) e o primeiro Sacrário da História. É por isso que estes quilómetros não são uma viagem qualquer. A Virgem da Anunciação sai em procissão e já transporta Jesus em peregrinação.

Há dois mil anos, «Maria pôs-Se a caminho»(Lc 1, 30). Hoje, Maria não cessa de Se pôr a caminho. Maria vem ao nosso encontro em cada caminho. Os nossos caminhos continuam a ser percorridos por Maria e pelo Filho de Maria.

 

B. A Visitação é modelo de Missão

 

3. É Maria quem nos leva pela mão até à mesa da comunhão. É Maria quem nos abeira desta refeição inteira. É Maria quem, verdadeiramente, nos conduz até ao Corpo de Jesus. E é Maria quem primeiro diz «ámen» (cf. Lc 1, 38), esperando que o nosso «ámen» seja — como o d’Ela — um «sim» também.

É por isso que a Nossa Senhora deste dia está sempre na nossa companhia. A Nossa Senhora desta viagem está sempre a depositar em nós alento e coragem. Junto de Isabel, Maria é exaltada como crente fiel. Nossa Senhora da Visitação é, por conseguinte, o nosso modelo de missão. Desde o princípio da nossa jornada, podemos contar com Maria em cada estrada.

 

  1. Grande — enorme — é a sabedoria que nos vem de Maria. É cada vez mais urgente perceber que a missão é, essencialmente, um acto de visitação. Como Maria, o pastor tem de ser, antes de mais, um visitador. Não hesitemos, pois, em pormo-nos a caminho ao encontro de quem está sozinho.

Neste mundo global, há quem viva em abandono total. Neste tempo de encontros, ainda há muitos desencontros. E nesta época de encantos, continua a haver quem se sinta mergulhado em prantos. Há muita gente a viver só, de quem ninguém parece ter dó. Há muita gente abandonada, mesmo que pareça estar acompanhada. Há gente atolada em dor imensa, à espera do dom de uma presença.

 

C. Evangelizar é fazer como Maria: mostrar Jesus em cada dia

 

5. É preciso fazer como Maria. É preciso sair e sair com pressa. Há muita gente à espera. Há muita gente que quase desespera. Há muita gente sem esperança e que já nem em si tem confiança.

É urgente ser irmão de quem se vai afogando na solidão. Mas quando sairmos pelos caminhos, não partamos sozinhos. Façamos sempre como Maria e levemos Jesus na nossa companhia. Afinal, foi Jesus, levado por Maria, que fez a diferença naquele dia. Não foi só Maria que visitou Isabel. Foi Jesus que inundou aquela vida com a Sua luz. E até João saltou quando Jesus naquela casa entrou (cf. Lc 1, 44). Só a Sua presença desencadeou uma alegria imensa.

 

  1. Não nos cansemos de dizer: Nossa Senhora da Visitação é o nosso modelo na missão. Evangelizar é, acima de tudo, visitar. E é levar Jesus a quem, na vida, necessita de uma luz. O importante não é que as nossas palavras ecoem; o importante é que a Palavra de Deus entoe.

Na Sua visita, Maria é proclamada bendita (cf. Lc 1, 45). E é proclamada bendita porque acredita. Na verdade, antes de visitar Isabel, Maria visitou o Deus de Israel. E foi o Deus de Israel que Lhe falou de Isabel (cf. Lc 1, 36).

 

D. Maria é bendita porque acredita

 

7. No fundo, Maria visita porque Se deixou visitar. Quem se encontra com Deus nunca se desencontra com os filhos de Deus. Maria ama com o amor de Deus, com o amor que recebeu de Deus.

As falhas de caridade e de solidariedade começam sempre por ser falhas de espiritualidade. Habituemo-nos, por isso, a visitar Deus, deixando-nos visitar por Deus. Procuremos escutar a Sua voz, acolher a Sua presença e pôr em prática os Seus apelos.

 

  1. A fé é, essencialmente, um mistério de visitação, um mistério de encontro. E, afinal, o que é o Natal senão um mistério de visitação e de encontro? É o encontro que lhe dá o encanto.

Não ponhamos Deus de lado nos nossos roteiros de Natal. Deixemo-nos visitar por Deus e procuremos levar aos outros a permanente visita de Deus. Não digamos que Deus não ouve, que Deus não vê ou que Deus não fala. Nós é que podemos não dar conta da Sua presença. Ao contrário do que se diz, Deus não está em silêncio; pode é estar a ser, por nós, silenciado. Mas nunca nos esqueçamos: é quando parece que está mais ausente que Deus está mais presente.

 

E. Não façamos explodir as armas; façamos «explodir» o amor

 

9. Nesta altura do ano, costumamos ver Deus presente no presépio. Mas não ignoremos que, em cada dia do ano, Deus está presente na nossa vida. Não ignoremos que, em cada dia do ano, Deus está presente na Palavra e no Pão. Como não prestar atenção a esta (Sua) constante visitação? Deus está sempre a chegar. Deus está sempre a vir. Quando chega, inunda-nos de esperança. Quando vem, cobre-nos com a paz, com a Sua infinita paz (cf. Miq 5, 5). Como assinalou São Leão Magno, «o nascimento de Cristo é o nascimento da paz». A visitação de Deus é, pois, a visitação da paz.

A terra vive mergulhada em guerra e não consegue uma solução para sair de tanta aflição. À guerra respondemos com guerra e à violência costumamos devolver mais violência. Resultado: a guerra não decresce e a violência cresce. Só há um caminho: em vez de fazer explodir armas, façamos «explodir» Cristo.

 

  1. Na hora que passa, que parece ser de desgraça, é preciso voltar a introduzir a graça. A Encarnação é um mistério de visitação, de visitação da graça de Deus. O mundo precisa de uma «explosão» de graça. Não hesitemos em fazer «explodir» a fé num mundo que quase já não acredita. Não hesitemos em fazer «explodir» a esperança num mundo que quase nada espera. E não hesitemos em fazer «explodir» o amor num mundo que praticamente deixou de amar, mesmo que muito fale de amor. Só há amor quando o egoísmo se fecha e a doação se abre. Sá há doação quando acontece visitação.

Não só neste Natal, mas também neste Natal, visitemos e deixemo-nos visitar. Visitemos Jesus no presépio e visitemos Jesus na Eucaristia. É bom compreender que o Filho de Maria nos visita sempre na Eucaristia. Visitemos, pois, Jesus na Missa e não deixemos de O visitar na Missão após a Missa. A Missão é urgente. A Missão é para toda a gente. A resposta pode não chegar, mas, mesmo assim, a proposta não deve demorar. Uma vez mais, olhemos para Maria. Que a Sua pressa nos apresse. Que a pressa de Maria na missão apresse a nossa decisão: a decisão de levar Cristo a cada irmão!

publicado por Theosfera às 06:23

Hoje, 20 de Dezembro (4º Domingo do Advento), é dia de S. Teófilo de Alexandria, S. Zeferino e S. Domingos de Silos.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:31

Sábado, 19 de Dezembro de 2015

Em que pensamos quando pensamos no Natal? Em tanta coisa certamente.

Desde a mera parafernália de presentes até aos presentes sem fim, tudo é convocado nesta quadra.

Em que deveríamos pensar quando pensamos no Natal?

Para Karl Rahner, «quando dizemos "é Natal", estamos a dizer: "Deus disse ao mundo a Sua palavra última, a Sua mais profunda e bela palavra numa Palavra feita carne". E esta Palavra significa: "amo-vos a ti, mundo, e a vós, seres humanos"».

Levemos o Natal até ao Natal. Deixemos que o Natal seja Natal!

publicado por Theosfera às 08:56

Para Natália Correia, os heróis eram «aqueles que desafiavam a lei em nome de um ideal».

A lei deve ser respeitada. Mas, às vezes, tem de ser alterada.

Só que, para alterar a lei, é fundamental haver um ideal mais alto que a lei.

É pena que, nestes tempos cinzentos, nem se respeitem as leis nem despertem ideais.

Deixemos que os ideais nos despertem!

publicado por Theosfera às 08:04

Este dia apresenta-nos as figuras de Sansão e de João.

Os dois foram filhos muito queridos, muito desejados, muito pedidos.

Nunca foram vistos como filhos meramente naturais. Sempre foram acolhidos como filhos providenciais.

Foi o Pai quem os deu a seus pais. É o Pai quem dá os filhos a todos os pais.

Assim os pais os saibam receber e agradecer.

Para quem tem fé, os filhos não são o resultado de um acidente biológico. Os filhos são um dom e têm um único doador e dono: Deus.

Por isso, devem ser encaminhados para Deus desde o começo.

Que todos os pais façam como os pais de Sansão e de João.

Que recebam de Deus o que Deus lhes confia: a vida de seus filhos.

E que percebam que, antes de serem seus filhos, os seus filhos são filhos de Deus!

publicado por Theosfera às 07:53

porta santa.jpg

 

1. Os Anos Santos costumam ser inaugurados em Roma e nas Dioceses de todo o mundo.

2. Mas até agora só em Roma é que a abertura do Ano Santo incluía a abertura da Porta Santa.

3. A Porta Santa é uma porta aberta pelo Papa para marcar simbolicamente o início de um Ano Santo.

4. O Papa abria a Porta Santa na Basílica de São Pedro e delegava num cardeal a abertura da Porta Santa nas outras basílicas romanas: São João de Latrão, Santa Maria Maior e São Paulo Extramuros.

5. No Ano Santo do ano 2000, o Papa João Paulo II fez questão de abrir, ele mesmo, as quatro Portas Santas de Roma.

6. O Papa Francisco, ao convocar este Ano Santo da Misericórdia, determinou que se abrissem Portas Santas em todas as Dioceses. E deu até a possibilidade de abrir mais de uma Porta Santa em cada Diocese.

7. Em Lamego, por exemplo, além da Porta Santa da Sé, também foi aberta uma Porta Santa no Santuário da Lapa.

8. Qual o significado da Porta Santa?
A Porta Santa simboliza Cristo que usou, para Ele mesmo, a imagem da porta: «Eu sou a porta. Quem entrar por Mim será salvo» (Jo 10, 9).

9. As indulgências concedidas aos peregrinos que passem a Porta Santa estão em linha com as palavras do Salmista: «Esta é a porta do Senhor; os justos entrarão por ela» (Sal 118, 20).

10. Já agora, a doutrina católica afirma que as indulgências perdoam as penas temporais às quais estão ligados os pecados, já perdoados pelo sacramento da reconciliação.

11. Portanto, atravessar a Porta Santa, após a devida preparação pela confissão, transforma o pecador em justo.

12. Tudo isto ocorre na fé, pela qual Deus Se nos manifesta com a Sua infindável misericórdia!

publicado por Theosfera às 05:57

Hoje, 19 de Dezembro, é dia de Sta. Sametana, Sto. Urbano V e S. Ciríaco.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 18 de Dezembro de 2015

Há quem se exaspere com homilias de 15 minutos. Imaginem se tivessem de ouvir um discurso de três horas.

Mas foi o que aconteceu a 1400 jornalistas que, ontem, tiveram de ouvir Putin durante 180 longos minutos.

Mas o espanto não se ficou pela duração, estendendo-se também ao conteúdo.

Para o líder russo, Donald Trump é «talentoso» e Joseph Blatter merece o Prémio Nobel da Paz.

A opinião é sempre livre. Já o espanto, por vezes, torna-se obrigatório!

publicado por Theosfera às 09:22

Não são apenas os treinadores que dependem dos resultados. Quem não depende dos resultados?

O esforço raramente é reconhecido. A dignidade dificilmente é valorizada.

O futebol não difere muito da vida. E vice-versa!

publicado por Theosfera às 09:12

Há quem diga que não O vê, que não O ouve, que não O sente.

O problema não é d'Ele. O problema é nosso.

Como diz a Carta a Diogneto, Deus manifesta-Se na fé. Deus mostra-Se a quem crê.

Deus não está esgotado. Mas nem sempre é escutado.

Fechemos os olhos para que (melhor) possamos abrir os olhos da fé, os olhos da alma, os olhos da vida!

publicado por Theosfera às 07:10

Hoje, 18 de Dezembro, é dia da Expectação de Nossa Senhora ou Nossa Senhora do Ó, S. Gaciano e S. Flávio.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2015

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1. Mais um livro para nos ajudar a abrir outro livro.
O novo livro de D. António Couto é uma preciosa iniciação à leitura do evangelista deste Ano C: São Lucas.

 

2. Aliás, o título desta obra (que completa uma trilogia iniciada nos Anos A e B) é retirada do próprio Evangelho lucano: «Quando Ele nos abre as Escrituras»(Lc 24, 32).

 

3. E é assim que, Domingo após Domingo, temos um guião para entrar na refeição.
A Palavra que se faz Pão encontra neste subsídio uma estimulante ambientação.

 

4. Não se trata só da magistral exercitação da hermenêutica textual.
Trata-se também de uma iluminadora convocação para uma sempre necessária hermenêutica existencial.

 

5. D. António Couto ajuda-nos, pois, a abrir as Escrituras e a guardá-las não na estante, mas no instante: no instante de cada momento da vida.
É que a Palavra está escrita no texto para que seja (permanentemente) inscrita na vida.

 

6. Este livro não é só para ler. É sobretudo para entrar no Livro que nos faz viver.
Com este livro na mão, o Evangelho de Lucas fica mais perto do coração!

 

publicado por Theosfera às 22:29

Sou do tempo em que o chapéu era mais usado como protecção do que como ornamento.

Quando se entrava em alguma casa, tirava-se o chapéu. Até havia um lugar para o colocar.

Quando se passava diante de uma igreja, tirava-se o chapéu. Quando se passava por alguém, a primeira coisa que se fazia era tirar o chapéu.

Ainda recordo (e com que saudade!) o padre que fez de mim padre.

Caminhava pela berma da estrada com o chapéu na cabeça. Mas o chapéu mal tempo tinha de assentar na cabeça.

Por cada carro que vinha ou por cada pessoa que chegava, o chapéu era tirado em sinal de saudação, de respeito, de estima.

Esta alternância contínua entre «tira-chapéu» e «põe-chapéu» era tão digna, tão decente e tão bela.

Dirão que eram outros tempos e outros modos. Direi que eram modos que não deviam nunca passar de moda!

publicado por Theosfera às 21:54

Não se limite a esperar que o Natal se aproxime.

Procure, acima de tudo, aproximar-se do Natal.

Natalize-se. Não cristalize, cristianize-se.

E pense: há Natal porque há Cristo.

Há Cristo no tempo. Há Cristo na vida. Há Cristo em todos.

Em si também!

publicado por Theosfera às 10:21

  1. Há muito Natal antes do Natal. Não o Natal da oração e do recolhimento, mas o Natal das festas, das ceias e das prendas.

Não acho mal. Até gosto de sentir esta alegria. O que me espanta é que, para muitos, o Natal se esgote antes do Natal. Parece que tudo se esvai no dia 25 ou até na noite do dia 24. O Natal é só antes do Natal? Não há lugar para o Natal no Natal? Não há lugar para o Natal depois do Natal?

 

  1. Por esta altura e como todos acharemos normal, fala-se muito do «meu» Natal, do Natal de cada um. Não há ninguém que não goste de partilhar recordações e vivências.

Cada um gosta de dizer que como é o seu Natal em casa ou no trabalho, se tem de trabalhar. E, de facto, o Natal acaba por ser de todos.

 

  1. Já S. Leão Magno notava que o Natal é o aniversário da cabeça e dos membros do corpo de Cristo. É fundamental perceber que só há Natal hoje porque houve o Natal em que Jesus nasceu.

Alguma deriva egocêntrica (tipificada na constante evocação do «meu» Natal) pode ofuscar o brilho do Natal.

 

  1. Ninguém é obrigado a ser crente pelo facto de reconhecer que o Natal é a celebração do nascimento de Jesus.

E Ele veio — e continua a vir — para nos arrancar precisamente às investidas contagiosas do egoísmo.

 

  1. O Natal também é nosso e não só porque o celebramos. O Natal também é nosso porque, nele, assinalamos igualmente o nosso nascimento. Afinal, o nascimento de Jesus é o nascimento do Seu corpo do qual, como ensina S. Paulo, nós fazemos parte (cf. 1Cor 12).

No século V, S. Leão Magno reconheceu que, ao celebrarmos «o nascimento do nosso Salvador, celebramos a nossa própria origem». Por conseguinte, «o aniversário da cabeça é o aniversário do corpo».

 

  1. Foi por nós que Jesus veio. Sempre estivemos presentes no Seu pensamento. Por isso, já estávamos presentes no Seu nascimento.

O Natal é a festa total porque é o acontecimento universal.

 

  1. A mudança que Jesus veio trazer passa também pela sobriedade, pela humildade, pelo reencontro com a beleza das coisas simples. Na verdade, não há nada mais longe de Cristo do que celebrar o Seu nascimento com a ostentação e o exibicionismo.

Não deixemos, pois, que o Natal se reduza a um «vendaval de consumo» sem freio. Deixemo-nos reencantar pelo Natal. Deixemo-nos envolver pelo seu espírito e cativar pela sua candura.

 

  1. Eis o que diz Deus: «Ouvi-me, ó duros de coração, os que estais longe da justiça. Eu faço chegar a Minha justiça, ela não estará longe, e a Minha salvação não tardará» (Is 46,12-13).

Neste mundo, há pessoas que são «presépios». Pela sua generosidade. Pela sua autenticidade. Pela sua lhaneza. Pela sua transparência. Pelo seu talante bondoso. Pela franqueza com que abrem as portas da sua casa. E pela disponibilidade com que (re)abrem, constantemente, as janelas da sua vida.

 

  1. Sim, preparar o Natal é preparar a nossa casa para receber os nossos familiares. Mas não será, muito mais, preparar a nossa vida para acolher Jesus inclusivamente na pessoa dos nossos familiares?

Sim, preparar o Natal é fazer um presépio. Mas não será, muito mais, preparar a nossa vida para ser, toda ela, um presépio vivo?

 

  1. Mesmo na noite, é imperioso ser luz. Mesmo na noite, é fundamental ser luminoso. Não devemos ser «homens da noite», mas «homens do dia».

O grande dia (Jesus) já brilha. Até de noite!

 

publicado por Theosfera às 10:15

Hoje, 17 de Dezembro, é dia de S. João da Mata, Sta. Olímpia, S. José de Manyanet e Mártires de Gaza.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 16 de Dezembro de 2015

Provavelmente Lao-Tsé tem razão: «Para ganhar conhecimento, adicione coisas todos os dias. Para ganhar sabedoria, elimine coisas todos os dias».

Há coisas que só entram quando outra saem.

Saber eliminar pode ser tão importante como saber acumular!

publicado por Theosfera às 20:54

Hoje, 16 de Dezembro, é dia de Sta. Adelaide, S. Guilherme de Fenol, Sto. Honorato de Biala, S. Clemente Marchisio e Sta. Maria dos Anjos.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 15 de Dezembro de 2015

Afinal, para sair é preciso partir, mas não é obrigatório andar.

Às vezes, é possível ir ao encontro do mundo inteiro sem fazer qualquer quilómetro. Há viagens que não se fazem por fora, mas por dentro.

Santa Teresa de Lisieux viajou pelo mundo na intimidade da sua cela. E, mais recentemente, Ann Morgan percorreu o mundo todo sem deixar a Inglaterra.

Em 2012, tomou  a resolução de ler um livro de cada país. Conseguiu, portanto, ler 197 livros num ano. A média era de 150 páginas por dia.

Já agora, o autor português que escolheu foi Eça de Queirós e a obra em que «viajou» até ao nosso país foi «O Mandarim e Outras Histórias».

Eis uma boa forma de viajar!

publicado por Theosfera às 10:13

Dizem que a melhor ficção é a que nos vem da imaginação.

Mas Hans Christian Anderson achava que «é da realidade que nascem os contos mais espantosos».

E aqueles que ele escreveu são mesmo espantosos!

publicado por Theosfera às 09:56

Hoje, 15 de Dezembro, é dia de Sta. Maria Crucificada da Rosa, S. Mesmin, Sta. Cristina, S. João Henrique Carlos e Sta. Virgínia Bracelli.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:31

Segunda-feira, 14 de Dezembro de 2015

 

  1. Sensivelmente a meio do Advento, tivemos o chamado «Domingo mediano», mais conhecido como «Domingo da Alegria».

Trata-se do Domingo «Gaudete», fórmula verbal latina que significa «alegrai-vos».

 

  1. É a ressonância de um convite feito por São Paulo na Carta aos Filipenses: «Alegrai-vos sempre no Senhor»(Fil 4, 4).

Ou seja, o que nos dá alegria não há-de ser procurado em circunstâncias exteriores. A fonte da alegria não está fora, mas dentro de nós.

 

  1. A fonte da nossa alegria é Deus e Deus está dentro de nós.

Haja o que houver, nada pode roubar esta alegria que nos foi dada. É claro que não somos — nem devemos ser — insensíveis.

 

  1. A alegria oferecida por Deus não é alienante, mas é resistente.

A alegria com que Deus nos presenteia acompanha-nos sempre, até na adversidade. Diria: sobretudo na adversidade.

 

  1. Maria alegra-se porque, como bem observou São João da Cruz, está apaixonada por Deus e «todos os apaixonados cantam».

Não espanta que Sophia de Mello Breyner tenha classificado o «Magnificat» como «o mais belo poema que existe», basicamente porque «anuncia» um mundo novo.

 

  1. A alegria pode não vir necessariamente pelo riso. A alegria até pode vir profusamente regada com lágrimas.

Jesus considerou felizes os que choram (cf. Mt 5, 4). E não guardamos nós memória de tantas lágrimas de alegria?

 

  1. A maior alegria está na seriedade. Paul Claudel afirmou que «onde há mais alegria, há mais verdade». E Almada Negreiros sublinhou que «a alegria é a coisa mais séria desta vida».

O sustento da alegria encontra-se num coração puro, numa alma transparente e numa vida limpa.

 

  1. Não estamos longe da alegria quando estamos perto da seriedade.

A alegria é mesmo uma coisa muito séria. E não será a seriedade a coisa mais alegre?

 

 

  1. João Baptista é profundamente alegre porque é intrinsecamente sério. A sua seriedade é o sustento da sua alegria.

A alegria não é a euforia de uma vida desafogada. A alegria brota da seriedade de uma vida limpa, ainda que sofrida.

 

  1. Alegremo-nos, então, à maneira de João. E, com João, preparemo-nos para trilhar os caminhos para Jesus.

A alegria da seriedade e a seriedade da alegria são os mais belos ornamentos para o nosso contínuo Advento e para o nosso eterno Natal!

publicado por Theosfera às 20:27

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