O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 31 de Julho de 2015

1. Nunca redarguir mesmo quando somos injustiçados;
 2. Nunca elevar o tom de voz;
 3. Nunca querer mal, mesmo a quem provoca o mal;
 4. Nunca simular os pensamentos ou dissimular os sentimentos;
 5. Sofrer em silêncio em vez de vociferar em público;
 6. Manter sempre a urbanidade mesmo (ou sobretudo) em situações difíceis;
 7. Ser sempre cordial mesmo (ou sobretudo) para com quem é indelicado;
 8. Ser sempre autêntico e sincero;
 9. Persistir na defesa das convicções;
10. Acreditar que, embora não pareça, a esperança tem sentido e que o bem acabará por vencer.
 Obrigado, Mãe!

publicado por Theosfera às 09:32

Deus ama a humildade, mas não tolera a humilhação.

Mas, neste mundo, há mestres na arte de humilhar o semelhante, o que é inqualificável aos olhos do Pai.

A humildade é a melhor via para vencer a humilhação.

Humildade, sempre! Humilhação, nunca!

publicado por Theosfera às 09:25

 

A «comichão dos ouvidos» é uma doença detectada por S. Paulo e que Jacques Maritain recorda no célebre «O camponês do Garona».

É uma doença muito contagiosa e que ameaça tornar-se geral de tal modo que aqueles que a sofrem «não serão capazes de ouvir a verdade».

De resto, são capazes de ouvir tudo. Só não ouvem (ou não querem ouvir) a verdade!

 

publicado por Theosfera às 09:22

Hoje, 31 de Julho, é dia de Sto. Inácio de Loiola (fundador da Companhia de Jesus) e S. Germano.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:24

Quinta-feira, 30 de Julho de 2015

A vida é, toda ela, uma promessa: uma promessa de diferente, uma promessa de mais, uma promessa de melhor.

A própria realidade é promessa de outra realidade.

É por isso que há sempre um travo miasmático de amargura. Porque a realidade fica sempre aquém do prometido.

Shakespeare causticava de modo intenso: «Contrabalançai promessas com promessas e estareis a pesar o nada».

De facto, há quem, pela madrugada fora, acalente sonhos de mudança. Só que, chegada a manhã, os dias mostram que muitos sonhos não passam disso mesmo: de sonhos.

Não se limite a sonhar com a mudança. Procure mudar. A sua vida merece o melhor!

publicado por Theosfera às 10:17

Hoje, 30 de Julho, é dia de S. Pedro Crisólogo, Sta. Julita, S. Justino de Jacobis, S. Cláudio Correa e S. Frederico Rubio.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 29 de Julho de 2015

Conviver também implica ceder. Mas é preciso ver em que se pode (e deve) ceder.

Nazim Hikmet defendia: «Às vezes, fazem-se concessões sobre coisas secundárias. A vida é de tal ordem que não devemos fazer concessões nas coisas essenciais».

E é assim que conviver também é aceitar aquilo que os outros não podem (nem devem) ceder!

publicado por Theosfera às 09:50

Hoje, 29 de Julho, é dia de Sta. Marta, S. Lázaro e Sto. Olavo.

Refira-se que Sta. Marta é invocada como padroeira dos estalajadeiros, hoteleiros, lavadeiras e cozinheiras.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:10

Terça-feira, 28 de Julho de 2015

Confessava Luigi Giussani que acreditava naquilo que dizia.

E é fundamental que só digamos aquilo em que acreditamos.

Deste modo, a comunicação torna-se mais respirável!

publicado por Theosfera às 10:22

Hoje em dia, o mundo está cheio de analistas e gestores.

Qual o objecto principal da sua actividade? O declínio.

De facto, são muitos os analistas da crise e os gestores da decadência.

Os analistas procuram explicar a situação. Os gestores tentam evitar que ela se agrave.

Já não é pouco. Mas é preciso (muito) mais.

É fundamental transformar o presente. É urgente semear, nele, um futuro gerado pelo sonho e extasiado pela esperança!

publicado por Theosfera às 09:44

Há quem pense que já é um grande bem não participar na escalada do mal.

Trata-se, porém, de uma percepção equívoca.

Não fazer mal contribui para que o mal não cresça, mas não concorre para que o mal recue nem para que o bem avance.

Nada fazer e nada dizer não engrossa o mal, mas também não ajuda a fazer frente ao mal.

Que diríamos de um polícia que, perante um carro em excesso de velocidade, não tentasse detê-lo? Alguma responsabilidade teria num eventual acidente.

Dante achava que «os lugares mais quentes do inferno estão reservados àqueles que escolheram a neutralidade em tempos de crise».

A neutralidade, embora não pareça, está coligada com a maldade. Pelo menos, não lhe ergue qualquer obstáculo!

publicado por Theosfera às 09:32

Hoje, 28 de Julho, é dia de S. Celso, S. Nazário, S. Vítor I, S. Pedro Poveda Castroverde e Sta. Maria Teresa Kolawska.

Refira-se que S. Vítor I foi o responsável por colocar a Páscoa no Domingo após a Lua Cheia da Primavera, contra a opinião das chamadas «Igrejas catorzimais», que defendiam o dia estrito correspondente ao 14 de Nisan. Também terá sido o primeiro escritor cristão a usar o Latim. Antes, o Grego era a língua oficial da Igreja.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 27 de Julho de 2015

Fácil é prometer. Importante é cumprir.

Mariano da Fonseca apercebeu-se: «É tão fácil prometer e tão difícil cumprir que há bem poucas pessoas que cumpram as suas promessas».

A seriedade devia impor que só se prometesse o que fosse possível cumprir. Ou então que nada se prometesse.

Antes cumprir sem prometer do que prometer e não cumprir!

publicado por Theosfera às 09:25

Hoje, 27 de Julho, é dia de S. Pantaleão. Sta. Maria Madalena Martinengo e S. Tito Bradsma.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 26 de Julho de 2015

Há um certo optimismo que funciona como um convite à indolência. Por vezes, achamos que os males que afectam os outros não nos atingem.

Resultado? Não nos incomodamos.

Também pensamos que os males de uma época não passam para outra época.

Resultado? Não nos preocupamos.

O problema é que, como ninguém faz nada, o contágio alastra.

Os males dos outros também nos atingem e os males de uma época agravam-se na época seguinte.

As responsabilidades de todos raramente são assumidas por cada um.

É preciso que cada um comece a fazer alguma coisa de positivo.

Se possível, a partir de agora!

publicado por Theosfera às 08:52

Falar é dizer? Devia ser.

O problema é que, hoje em dia, tanto se fala e tão pouco se diz.

O défice de produtividade também chegou à comunicação. Fala-se muito e comunica-se pouco.

E, como se não bastasse, fala-se mal e fala-se do mal.

Grande é o mal que nem repara no bem. O bem existe. Mas os nossos olhos passam ao largo. E os nossos lábios parecem ficar bem longe.

Limpar os lábios também devia fazer parte da nossa higiene!

publicado por Theosfera às 08:29

Há quem pense que educar é (apenas) inserir.

Há quem esqueça que educar é (sobretudo) ajudar a transformar.

Manter as pessoas como são, navegando segundo os ditames das emoções, é saudável? É sobretudo bastante perigoso.

No processo educativo, o mimo nem sempre é o melhor arrimo.

Educar é mais que mimar. Educar, muitas vezes, tem de ser contrariar.

O autodomínio tem de ser proposto.

Não é fácil dizer «não». Um «não» traz muitos problemas no presente. Mas acaba por evitar muitas dores de cabeça no futuro!

publicado por Theosfera às 08:13

Alegremo-nos com o rejuvenescimento de tantos idosos. Mas preocupemo-nos (e muito) com o prematuro envelhecimento de tantos jovens.

Tal envelhecimento é tanto mais preocupante quanto mais ele resulta de uma ilusória percepção de juventude.

Ser jovem é sobretudo construir, abrir janelas e rasgar caminhos. Uma juventude que se afoga em álcool e se desgasta em noites sem fim é verdadeiramente jovem?

O problema é os que os adultos não estão a conseguir ajudar os jovens a crescer.

O problema é que muitos adultos mantém comportamentos pouco maduros. E, como já dizia Camilo, «enquanto houver "rapazes" de 40 anos, temos de desculpar as leviandades dos "velhos" de 17».

Não serão os «rapazes» de 40 que, muitas vezes, ajudam a «envelhecer» prematuramente os jovens de 17?

Meditemos!

publicado por Theosfera às 08:05

A. Um só corpo no mesmo Corpo

  1. Não falta quem, como Hipócrates, reconheça que «o homem é aquilo que come». A esta luz, se na Eucaristia todos nós comemos Cristo, então podemos dizer que todos nós somos Cristo. E, de facto, ser cristão não é só seguir Cristo, ser cristão é ser Cristo. Ser cristão é acolher Cristo. Ser cristão é perceber que Cristo Se transforma em nós para que nós nos transformemos em Cristo.

Neste e nos próximos domingos, o Evangelho apresenta-nos Cristo como pão e apresenta-nos o pão como figura de Cristo. É Cristo que nos alimenta, é Cristo que sacia a nossa fome. E uma vez que é o mesmo pão que comemos, então, como exorta S. Paulo, formamos todos um só corpo (cf. Ef 4, 4).

 

  1. Toda a liturgia deste 17º Domingo do Tempo Comum se faz eco da preocupação de Deus em saciar a fome da humanidade. Não se trata apenas da fome corporal, mas de todas as fomes, incluindo também a fome espiritual, a fome de sentido, a fome de esperança, a fome de felicidade.

Mas Deus vai mais longe. Ele quer saciar a fome do homem através do homem. É através de nós que o pão tem de chegar a todos os famintos desta vida. No fundo, Deus está em quem tem fome e em quem faz tudo para saciar a fome.

 

B. Mais divisão que multiplicação

 

3. Na verdade, Deus quer contar connosco para que o Seu pão chegue a todos aqueles que têm fome de amor, de liberdade, de justiça e de paz. Na Primeira Leitura, o profeta Eliseu, ao partilhar o pão que lhe foi oferecido com as pessoas que o rodeiam, testemunha a vontade de Deus em saciar a fome do mundo. Ao mesmo tempo, insinua que Deus vem ao encontro dos necessitados mediante os gestos de partilha e de generosidade para com os irmãos. No Evangelho, Jesus apercebe-Se da fome da multidão que O segue. É aos discípulos que Ele confia a tarefa de distribuir o pão.

Na Segunda Leitura, encontramos como que os requisitos que os cristãos devem ter nesta missão de distribuir o pão. Não devemos repartir com arrogância ou qualquer complexo de superioridade. Os cristãos devem comportar-se sempre com «humildade, mansidão e paciência»(Ef 4, 2). Afinal, Deus está em todos (cf. Ef 4, 6): está em nós, que distribuímos o pão, e está também em quem tem fome de toda a espécie de pão.

 

  1. No nosso tempo, é a Igreja de Cristo que é chamada a distribuir o pão na Eucaristia e na caridade como sequência — e consequência — da Eucaristia. Ou seja, quem encontra o pão é convidado a distribuir o pão. Foi o que aconteceu aos discípulos. André encontrou alguém com cinco pães e dois peixes (cf. Jo 6, 9). E foram esses pães e dois peixes que foram distribuídos pela multidão (cf. Jo 6, 11).

A bem dizer, mais do que uma multiplicação, o que encontramos neste texto é uma divisão. É aquele pouco — cinco pães e dois peixes — que se divide por muitos e que sacia muitos. Como é possível? Na sua sabedoria simples e na sua simplicidade sábia, o povo costuma dizer que «o pouco com Deus é muito». É isto, com efeito, que se passa aqui. Jesus pega no pouco recebido do homem (cinco pães e dois peixes), «dá graças» e distribui (cf. Jo 6, 11). O nosso pouco é muito quando Deus intervém.

 

C. Os pães que são figura do Pão

 

5. Deus não quer que demos muito. Deus quer que demos tudo, ainda que o nosso tudo seja pouco. Quando damos tudo — e sobretudo quando nos damos totalmente —, deixamos de nos pertencer a nós. Passando a pertencer a Deus, aceitamos que Deus faça tudo à Sua maneira. E quando as coisas correm à maneira de Deus, ninguém passa fome, ninguém passa mal.

Não espanta que o capítulo 6 seja o capítulo eucarístico do Evangelho segundo S. João. Não tendo um relato sobre a instituição da Eucaristia, oferece-nos, aqui, uma preciosa — e deliciosa — catequese sobre o significado da Eucaristia. Jesus começa por experimentar os discípulos de ontem, como nos experimenta a nós, Seus discípulos de hoje. E o estado inicial dos discípulos é um retrato do nosso estado habitual. Vejamos, então, como tudo aconteceu e acontece.

 

  1. Na Sua passagem para o outro lado do Mar da Galileia, Jesus é acompanhado por uma numerosa multidão (cf. Jo 6, 2). Jesus sobe ao monte, senta-Se aí com os discípulos (cf. Jo 6, 3). Menciona-se também a proximidade da festa da Páscoa, enquanto festa dos judeus (cf. Jo 6, 4).

Isso, por um lado, explica que muita gente estivesse em movimento. E, por outro lado, ajuda a fortalecer a ligação entre a Páscoa e a Eucaristia. Aquela Páscoa ainda era a festa dos judeus, mas a futura Páscoa não iria ser a festa só dos judeus. Naquela Páscoa, o alimento ainda é o cordeiro ao passo que, na futura Páscoa, o alimento é o pão da vida. É esse pão que está figurado nos pães. E esse pão da vida é o próprio Jesus.

 

D. O pouco com Jesus é muito

 

7. Acontece que os discípulos ainda estavam longe de entender o que estava em causa. Jesus pergunta-lhes «onde haviam de comprar pão»(Jo 6, 5). E os discípulos têm noção de que, acima do local da compra, havia o problema do montante da compra: «Duzentos denários não bastariam para dar um pedaço a cada um»(Jo 6, 7). Sucede que um denário equivalia ao salário de um dia de trabalho, pelo que nem o dinheiro de mais de meio ano de trabalho daria para resolver o problema. Isto significa que a solução não estava no dinheiro. Era necessário procurar alternativas.

A solução para o problema não passa por comprar, mas por oferecer e repartir. É o que acontece quando André disponibiliza os cinco pães e os dois peixes que estavam nas mãos de um rapaz (cf. Jo 6, 9). Ou seja, ele sabe que a solução não passa por comprar, mas por dar. Só que também acha que se trata de uma solução insuficiente. Pouco dará para poucos. Pouca coisa dará para pouca gente (cf. Jo 6, 9).

 

  1. No fundo, André não estava longe da verdade. A solução para matar a fome não passava por comprar o que falta, mas por repartir o que se possuía. Só lhe faltava compreender que, para chegar aos outros, aquilo que possuímos tem de passar por Jesus. Antes de dar, temos de nos dar a Jesus: temos de dar tudo, temos de nos dar totalmente. Quem se dá inteiramente a Jesus, dá-se inteiramente aos outros.

Neste sentido, será bom notar que os números «cinco» (pães) e «dois» (peixes) não estão aqui por acaso. A soma de cinco mais dois dá «sete», o número que significa totalidade. Isto significa que é na partilha da totalidade do que temos — e do que somos — que ajudamos a combater as carências das pessoas. Salta à vista que Jesus não censura a posse das coisas. O que Jesus quer é que estejamos dispostos a repartir por quem não possui. Nada faltará se todos soubemos dar, se todos (nos) soubermos dar.

 

E. Deus não faz «cortes», só quer que cortemos com o egoísmo

 

9. Esta partilha do que se possui sinaliza que, em rigor, o verdadeiro proprietário de tudo é Deus. Ao «dar graças» sobre os pães e os peixes (cf. Jo 6, 11), Jesus mostra que os bens são dons que vêm de Deus. Ele é o único Senhor. O que Ele nos entrega não entrega só a nós. O que Ele nos entrega é para chegar a todos. «Dar graças» é reconhecer que os bens recebidos pertencem a todos e que quem os possui é uma espécie de administrador encarregado de os pôr à disposição de todos. Se tudo recebemos de graça, também é de graça que tudo devemos distribuir. Daí que a solução não seja comprar nem vender, mas oferecer e repartir.

Jesus manda recolher o que sobra (cf. Jo 6, 12), o que torna claro que os dons de Deus são abundantes: chegam para todos e não faltam a ninguém. Deus não é «austeritário», mas verdadeiramente generoso. Deus não faz «cortes». Deus só quer que cortemos com o egoísmo e com o calculismo.

 

  1. Jesus não quer que nada se perca (cf. Jo 6, 12). Que não se perca nenhum pão, que não se perca nenhum peixe e que não se perca sobretudo a disponibilidade para distribuir o pão e o peixe. O que não se pode jamais perder é o amor, a generosidade e a partilha. A referência aos doze cestos recolhidos (cf. Jo 6, 13) pode ser vista como uma alusão a Israel, o povo das doze tribos, e à Igreja, o povo firmado nos doze apóstolos. Se soubermos repartir o que recebemos de Deus, não haverá fome na humanidade.

É isso o que falta. É isso o que urge. É preciso aprender com Jesus. Ele não aceita que O façam rei (cf. Jo 6, 15) porque não veio para ser servido, mas para servir (cf. Mt 20, 28). O importante não é o poder, mas o serviço. É este mundo novo que não pode ser adiado. Jesus conta connosco para que esse mundo novo possa começar quanto antes. Se possível, agora!

publicado por Theosfera às 07:54

Hoje, 26 de Julho (17º Domingo do Tempo Comum), é dia de S. Joaquim e Sta. Ana e Sta. Bartolomea Capitânea.

Dado que S. Joaquim e Sta. Ana, Pais de Nossa Senhora, foram os Avós de Jesus, convencionou-se ser hoje o Dia dos Avós.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:14

Sábado, 25 de Julho de 2015

Por vezes, o óbvio pode bloquear o verdadeiramente importante.

É sabido que um governo, para governar, precisa de apoios para ver as suas medidas aprovadas. Para isso são necessárias maiorias no parlamento.

Mas será que um governo minoritário está impedido de conseguir maiorias? Porventura, até poderá conseguir maiorias...maiores. O que tem é de negociar permanentemente com a oposição.

O confronto democrático é saudável. Se certas medidas não forem imediatamente aprovadas, o caminho é melhorá-las e voltar a negociar.

Por outro lado, todo o parlamento fica com responsabilidades na governação.

Trata-se de um caminho complexo. Mas será de todo inviável?

publicado por Theosfera às 09:10

A realidade já é dura. A conjuntura já é difícil. E como se não bastasse, dizem-nos que não há alternativa.

O problema da TINA («there is no alternative») é ser encarado como uma fatalidade.

Mas a TINA não pode ser o nosso destino.

Não deixemos de caminhar pelas estradas do sonho. O melhor (ainda) espera por nós!

publicado por Theosfera às 08:46

A liberdade não consiste apenas em quebrar as correntes.

Consiste, antes e mais e acima de tudo, em compreender a liberdade, em crescer na liberdade.

Nélson Mandela advertiu: «Ser pela liberdade não é apenas tirar as correntes de alguém; é viver de uma forma que respeite e melhore a liberdade dos outros»!

publicado por Theosfera às 08:31

Hoje, 25 de Julho (faltam apenas cinco meses para o Natal), é dia de S. Tiago e S. Cristóvão.

O nome Tiago resulta de uma evolução do hebraico Jacob, que tem como equivalentes Jacques, James, Jácome, Jaume e Jaime. No ocidente da Península Ibérica, começou a ser conhecido como Iago. Daí Sant'Iago, Santiago e S. Tiago. Foi o primeiro dos Doze a receber o martírio.

Cristóvão (ou Cristófero) significa «aquele que transporta Cristo». Este santo é padroeiro dos archeiros, dos que fazem fretes, dos carregadores dos mercados, dos pisoeiros, dos negociantes de frutas, dos automobilistas; é invocado contra a morte súbita, as tempestades, o granizo, as dores de dentes e a impenitência final.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:16

Sexta-feira, 24 de Julho de 2015

Os direitos humanos estão longe da consolidação. Em alguns países, estarão mesmo em recuo.

A pena de morte ainda existe.

Estamos habituados a falar das execuções nos Estados Unidos. No ano passado, foram executadas 35 pessoas naquele país.

Mas no Irão, 743 condenados foram executados. A China não divulga dados, mas o número deve ser ainda maior do que no Irão.

A Amnistia Internacional está preocupada. Algum de nós poderá permanecer sossegado?

publicado por Theosfera às 10:34

Nem sempre nos sentimos próximos de quem está perto. Por vezes, sentimo-nos mais próximos de quem está distante.

O que se passa com as pessoas passa-se também com os corpos celestes.

O planeta mais parecido com a Terra não é nenhum planeta do sistema solar. É um planeta que fica (imagine-se!) a 1400 anos-luz da Terra.

Ou seja, a luz emitida por aquele planeta só chega à Terra 1400 anos depois.

Isto significa que, vista da Terra, só poderíamos ver como ele era há...1400 anos atrás.

Mas, apesar da lonjura, existem algumas semelhanças.

A distância que separa «Kepler-425b» (assim se chama o planeta) da sua estrela é semelhante à que separa a Terra do Sol.

Leva 385 dias a completar a órbita à volta da sua estrela. Assim, sendo um ano em «Kepler-425b» tem mais 20 dias que na Terra.

Esta distância permite a existência de água líquida na superfície e, consequentemente, a possibilidade de vida.

Enquanto a Terra está a 150 milhões de quilómetros do Sol, «Kepler-425b» está a 157 milhões de quilómetros da sua estrela.

Esta é um pouco(!) mais idosa que o Sol.

A nossa estrela anda pelos 5 mil milhões de anos, ao passo que a estrela de «Kepler-425b» já vai nos 6 mil milhões!

publicado por Theosfera às 10:24

Não é fácil perder. Custa perder.

Mas, a ter que perder, antes perder as coisas do que a dignidade.

Walter Scott não tinha dúvidas: «Ainda que percamos todos os bens, conservemos imaculada a honra».

Ninguém a conseguirá sujar se nós a mantivermos limpa.

Honremos sempre a nossa honra. E nunca desonremos a honra dos outros!

publicado por Theosfera às 10:03

Hoje, 24 de Julho, é dia de Sta. Cristina Admirável, Sta. Luísa de Sabóia, S. João Soreth, S. Sarbélio Makhluf, Sta. Maria Mercês, Sta. Teresa, Sta. Maria Pilar e Sta. Maria Ângeles.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 23 de Julho de 2015

A comunicação redundante torna-se um bocejo e arrisca-se a ser inútil.

Limitar-se a dizer o que acontece é pouco. Dizer o que toda a gente vê serve para quê? Toda a gente vê.

Comunicar tem de ser, por isso, questionar o que acontece.

É claro que se trata de um risco. Mas fora desse risco, valerá a pena comunicar?

Kingsley Amis recomendava: «Se não irritas alguém com o que escreves, não te dês ao trabalho de escrever».

O problema é que não é propriamente fácil suportar o efeito de certas irritações. Mas Jesus deixou o critério decisivo: «Ai de vós quando todos disserem bem de vós»(Lc 6, 26).

É preciso ter coragem para se expor à irritação. Embora custe. Muito!

publicado por Theosfera às 10:42

Até o jornalista se espanta com o cenário.

«Cá fora, filas de turistas em trânsito e um engarrafamento com táxis e "tuk tuks". Lá dentro, guias com bandeiras conduzem dezenas de visitantes apontando para pinturas e castiçais, capelas e túmulos. Ouve-se falar em várias línguas e o ambiente assemelha-se ao de uma estação de comboios. Recolhimento é coisa que ali parece inteiramente impossível».

O repórter não está a falar de um espaço qualquer. Está a falar de um espaço sagrado, no caso a Sé de Lisboa.

Olhando para o que se passa numa tarde de Verão, «é difícil imaginá-la como uma igreja aberta ao culto, onde ainda se celebram baptizados e casamentos e há festa no Natal e na Páscoa». No Natal e na Páscoa, e não só.

Eis uma situação que importa reflectir e urge inflectir.

A recuperação patrimonial dos espaços sagrados tem de ser acompanhada por uma séria recuperação da sua identidade espiritual.

Ou será que vai ser preciso colocar um cartaz à porta das igrejas lembrando: «Aqui "também" se reza»? Também?

Porque, pelos vistos, os templos parecem servir para tudo menos para aquilo para que foram construídos!

publicado por Theosfera às 10:21

A mentira nega a realidade. O sofisma distorce a realidade.

A diferença não é muita.

Só que há mentiras de que nos apercebemos com rapidez. Já de certos sofismas só damos conta muito tarde.

Demasiado tarde?

publicado por Theosfera às 10:08

A liberdade é indissociável dos direitos, mas também é inseparável dos deveres.

George Orwell pensou nos direitos quando afirmou: «Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer aos outros o que eles não querem ouvir».

Mas esse direito inclui o dever de acolher o que, muitas vezes, não se quer escutar.

Na sua sabedoria simples e na sua simplicidade sábia, o povo avisa: «Quem diz o que quer arrisca-se a ouvir o que não quer»!

publicado por Theosfera às 10:02

  1. O conhecimento não pode estacionar. Ele emerge em alguém, mas destina-se a todos. Já dizia Winston Churchill: «Se você possui conhecimento, deixe os outros acenderem as suas velas com ele».

O conhecimento tem uma nascente. Nunca saberemos onde se encontra a foz.

 

  1. Os outros raramente nos conhecem. Nós dificilmente conhecemos os outros. E é nessa altura que somos mais prejudicados. Aliás, já Confúcio o notara: «O mestre disse: Não é grave se os homens não te conhecem, grave é se tu não os conheces».

Não é em vão que a palavra «pessoa» remonta ao grego «prosopón», que significa máscara. E, às vezes, leva tempo até que as máscaras caiam. Mas acabam por cair.

 

  1. O mal do nosso tempo é haver tanta gente que sabe. Ou, melhor, que pensa que sabe. É por isso que, nos debates, se fala muito e se ouve nada. É por isso que se erra tanto.

Quem perde somos todos. Os que erram não largam o erro não largam os lugares donde erram. Nem sequer equacionam a possibilidade de o seu muito saber integrar algum (pouco que seja) não saber.

 

  1. Está visto e revisto. Se quisermos (re)encontrar o afecto em estado puro olhemos para a nossa Mãe.

Edmondo Amicis notou: «Se fosse possível descobrir o primeiro e verdadeiro germe de todos os afectos elevados e de todas as acções honestas e generosas de que nos orgulhamos, encontrá-lo-íamos quase sempre no coração da nossa Mãe». Pela nossa Mãe, podemos entrever um vislumbre do grande, do imenso, amor de Deus, do amor que é Deus. Se a nossa Mãe nos ama assim, como não nos há-de amar Deus?

 

  1. Muito se fala hoje do poder e muito se tende a esquecer o dever. O poder é importante. Mas o dever é decisivo. É pelo poder que mostramos o que queremos. Mas é pelo dever que revelamos o que somos.

A sentença de Confúcio mantém-se, pois, actual: «Aprende a viver como deves e morrerás bem».

 

  1. É preciso acreditar o que se deve para saber o que se pode. Acreditar ajuda a saber. Saber ajuda a acreditar. Nunca se consegue saber tudo. E jamais se deverá acreditar em tudo.

Jan Neruda entendia que «quem não sabe nada tem de acreditar em tudo». Mas quem não acredita em nada chegará a saber alguma coisa?

 

  1. Luís XIV achava que «o trabalho só assusta as almas fracas». Mas hoje o que assusta é a falta de trabalho.

A falta de trabalho assusta os fracos e não deixa de assustar os fortes.

 

  1. A vida mostra, a experiência ensina: o que custa vale, o que vale custa. Adam Smith assinalou que «o verdadeiro valor das coisas é o esforço e o problema de as adquirir».

Quanto mais alguma coisa custa, tanto mais a valorizamos.

 

  1. Muito se exalta o pluralismo. Mas muito se estigmatiza a diferença. Quem se afasta do cânon dominante é fustigado ou, então, ignorado. Isto é, acaba por ser condenado à não-existência. E, no entanto, é impossível derrear a identidade e anular o pensamento.

Por muito que pisem a semente, o fruto acabará por surgir. Já Adriano Correia de Oliveira confessava: «Meu pensamento fugiu do vento; podem prendê-lo, mas matá-lo, não».

 

  1. A dor dói. É redundante, mas é a verdade. Porém, quando se supera a dor, a lembrança da dor infunde serenidade. Sobretudo quando a dor foi encarada com dignidade. Aí notaremos que até valeu a pena ter doído, ter sofrido.

Já Cícero se apercebera: «A lembrança serena de uma dor passada traz um prazer». Quando se faz o que deve, tudo se nos pode escapar. Mas a paz não fugirá!

 

 

publicado por Theosfera às 09:57

Hoje, 23 de Julho, é dia de Sta. Brígida (Padroeira da Europa), Sto. Apolinário, Sta. Cunegundes e S. Nicéforo e seus Companheiros mártires.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:26

Quarta-feira, 22 de Julho de 2015

Nem tudo merece fé. Nem tudo justifica dúvida.

Não se pode, por isso, crer em tudo nem duvidar de tudo.

Henri Poincaré achava que «duvidar de tudo ou acreditar em tudo são duas soluções igualmente cómodas, que nos dispensam — uma e outra — de pensar».

O pensamento inclui a dúvida e não dispensa a fé.

Há muita coisa que o pensamento deve questionar. E há muita outra coisa que o pensamento tem de aceitar.

A própria dúvida pode ser um (precioso) trânsito para a fé!

publicado por Theosfera às 10:31

Há muitos que gostam de julgar. Mas será que tomam as devidas precauções?

Sócrates, o sábio da antiga Grécia, enunciava três condições para quem julga: «ouvir atentamente, considerar sobriamente e decidir imparcialmente».

Num mundo em que falta atenção e escasseia sobriedade, como poderá haver imparcialidade na decisão?

Sobra a afinidade por uns e a hostilidade por outros.

Parece tudo decidido à partida e resolvido a montante.

Por vezes, dá a impressão de que a justiça foge de quem mais a procura. Mas, um dia, o encontro acontecerá!

publicado por Theosfera às 10:22

São muitos os que andam em contramão na estrada. São muitos mais os que andam em contramão na vida.

Num caso e noutro, só quando há acidente é que despertamos. Mas não será tarde?

publicado por Theosfera às 10:16

A uns, nenhum deslize se permite. A outros, até a maior atrocidade se tolera.

Nuns casos, a mais leve suspeição transforma-se logo na mais impiedosa condenação. Noutros casos,nem a maior transgressão atrai a mais leve anotação.

É caso para ficar na dúvida. Será que aquilo que nos mostram é a realidade ou a animosidade?

O que, por vezes, sobressai não é o que acontece, mas o que apetece.

A uns dedica-se toda a protecção. Sobre outros despeja-se todo o ódio.

O nosso mundo não é para entender. Muitas vezes, é um peso para suportar.

Valha-nos o divino Cireneu. Aquele que vê tudo fará com que a verdade se veja. E a justiça se faça!

publicado por Theosfera às 10:11

Hoje, 22 de Julho, é dia de Sta. Maria Madalena e Sto. Agostinho Fangi.

Refira-se que Sta. Maria Madalena é invocada como padroeira dos vendedores de perfumes, dos surradores de peles finas, dos luveiros e dos arrependidos.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 21 de Julho de 2015

 

  1. A fé não existe para anestesiar, mas para despertar. Ela não é ornamento na vida, mas força para a transformação da vida.

Vazia seria uma fé soporífera ou levemente sedosa. O seu horizonte não pode ser, pois, a mera satisfação, mas a nossa permanente conversão.

 

  1. Não temos fé para fechar os olhos à vida, mas para olhar de frente para a vida.

O discurso crente não é aquele que passa por cima dos problemas, mas aquele que «aterra» totalmente nos problemas.

 

  1. Nenhum ideal de fé é compatível com uma fé que não seja real.

É bom não esquecer que a fé acontece sempre na realidade, não fora da realidade.

 

  1. Se a vida é difícil, como é que poderíamos esperar que a fé fosse fácil?

Não falta, porém, quem faça constante publicidade a uma «fé fácil».

 

  1. É o que sucede quando se apresenta a fé longe do sofrimento e distante do mistério.

No fundo, é uma fé que não encara a vida como ela se mostra nem acolhe Deus como Ele é.

 

  1. Uma fé com respostas imediatas não espelharia a vida enquanto vida. E ousaria até impedir que Deus fosse Deus.

A fé inclui, obviamente, a confiança em que tudo pode ser melhor. Mas não exclui a predisposição para aceitar as adversidades.

 

  1. Jesus ensina-nos que a Cruz não se procura, mas também não se recusa. Aos que Lhe solicitavam poder, Ele respondeu com o cálice (cf. Mt 20, 22-23).

Ou seja, quem seguir os Seus ensinamentos tem de se dispor a seguir a totalidade dos Seus passos. E aqui é preciso contar com a perseguição, a condenação e até a morte.

 

  1. São muitos os eventos que, hoje em dia, integram actos religiosos. É bom, mas não basta.

Um «Cristianismo de eventos» é claramente insuficiente. Reduz-se a momentos que se esgotam quando terminam. Não parece haver «antes» nem «depois».

 

  1. Muitas vezes, são promovidas celebrações desconectadas de qualquer preparação e desligadas de qualquer vivência.

Como há-de fermentar o compromisso?

 

  1. Urge perceber que o Evangelho não é um adorno para certas ocasiões, mas um projecto para a vida.

Os eventos ganham alma quando pré-existe — coexiste e pós-existe — uma vivência. Afinal, não será a vivência quotidiana da fé o mais belo evento de fé?

 

publicado por Theosfera às 11:12

Neste mundo, nunca somos completos. Nesta vida, nunca estamos concluídos.

O homem é um ser estruturalmente incompleto, interminado.

Imre Kertész achava que «o homem está sempre um pouco em falta, e é tudo».

Só Deus completa a nossa incorrigível incompletude!

publicado por Theosfera às 09:44

É natural que cada um tenha uma ideia do que é a Igreja.

É admissível que cada possua um catálogo de desejos que gostaria de ver realizados pela Igreja.

Tudo isto é respeitável. Mas será que tudo isto é possível?

O cardeal Carlo Maria Martini, sempre acutilante na sua magna sapiência, notou que «a Igreja não satisfaz expectativas, celebra mistérios».

Os mistérios não devem variar conforme as nossas expectativas, as nossas expectativas é que se devem conformar ao mistério.

É por isso que Chesterton sonhava com uma Igreja que não mudasse com o mundo, mas que contribuísse para mudar o mundo.

A Igreja não existe para que façamos a nossa vontade.

A Igreja existe para que a nossa vontade coincida com a vontade de Deus!

publicado por Theosfera às 09:22

Hoje, 21 de Julho, é dia de S. Lourenço de Brindes, Sta. Praxedas, Stos. Mártires Escilitanos e S. Daniel.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:02

Segunda-feira, 20 de Julho de 2015

1. No «domingo sangrento» de 20 de Julho de 1915, doze viticultores foram mortos quando defendiam a denominação de origem Douro.

Eis os seus nomes: Maria da Silva Loureiro, Bernardo Pinto, Francisco Guedes, Francisco dos Santos Araújo, José Gomes Rabito e Pedro da Silva, de Cambres; José Cardoso, de Parada do Bispo; José da Rede, de Souto Covo; Ana Faininha e Maximiano Ferreira, de Valdigem; António Ribeiro, de Figueira; e Manuel Correia, de Britiande.

 

2. Naquele dia, o povo oriundo sobretudo de Cambres, Valdigem, Sande, Parada do Bispo e Figueira dirigiu-se à cidade de Lamego.

Cerca de cinco mil pessoas manifestavam-se frente à Câmara quando foram atacadas por bombas e tiros.

 

3. Doze mortos e vinte feridos foi o balanço daquele que ficou conhecido como o «Motim de Lamego».

A Câmara de Lamego e a Guarda apressaram-se a descartar culpas, acusando o povo de ter provocado as forças militares.

 

4. Esta seria a versão oficial dos acontecimentos, mas a percepção popular seria muito diferente.

A manifestação foi vista como um gesto heróico e os mortos tidos como mártires na defesa dos durienses em luta contra a miséria e contra a concorrência desleal.

 

5. O episódio é relatado, entre outros, pelo escritor lamecense João Pina de Morais no conto «No Douro,» que abre o livro «Sangue plebeu», publicado em 1942 e reeditado em 2003 pelo Museu do Douro e pela Câmara Municipal de Lamego.
Nesta obra, Pina de Morais toma partido pelos desfavorecidos e explorados que caíram mortos «por uma causa justa e grande, a causa da sua terra, do seu pão e do prestígio do vinho do Porto, de uma maneira trágica e covarde».

 

6. Uma década depois, o escritor neo-realista Alves Redol utilizou o «motim de Lamego» como desfecho épico do seu livro «Vindima de Sangue», o último volume da trilogia «Port Wine», em que abordou os primeiros 15 anos do século XX.
O motim de Lamego é o culminar de um movimento que se iniciou ainda no século XIX com uma série de motins e movimentações fortes em defesa da região vinhateira como denominação de origem da marca Porto e que uniu de uma forma quase única todo o sector do vinho do Porto.

 

7. Estas movimentações sociais defendiam a clarificação do artigo sexto do tratado comercial com a Inglaterra, que assumia que qualquer vinho português podia ser vendido com a marca vinho do Porto.
Logo que o tratado foi assinado, em 12 de Agosto de 1914, os protestos no Douro dispararam.

 

8. Após as doze mortes, o Governo acabaria por aceitar a vontade dos durienses.

Estipulou, então, no tratado com a Inglaterra, que o vinho do Porto exportado para aquele país devia ser oriundo da região do Douro e não de qualquer parte de Portugal.

 

9. Ontem como hoje, a justiça sempre teve um preço muito elevado.

É preciso que alguns percam a vida para muitos possam melhorar a (sua) vida!

publicado por Theosfera às 11:04

20 de Julho é o dia estimado da morte de S. José.

É claro que a fonte não é credível. Mas, a título de curiosidade, aqui deixamos a referência, já que o Evangelho nada diz sobre a morte de S. José.

Trata-se da narrativa apócrifa «História de José, o Carpinteiro», que descreve detalhadamente o falecimento do santo.

Segundo o escrito, composto em língua copta, S. José morreu no dia 26 do mês egípcio de Epip (20 de Julho no nosso calendário), aos 111 anos, gozando sempre de óptima saúde, «com todos os dentes intactos» e trabalhando até ao seu último dia!

publicado por Theosfera às 00:41

Hoje, 20 de Julho, é dia de Sto. Apolinário, Sto. Elias, Sta. Margarida, Sto. Aurélio e Sta. Vilgeforte ou Liberata ou Comba.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 19 de Julho de 2015

Na vida, há chegadas e há partidas,

há começos e recomeços.

 

Neste tempo de férias, Senhor,

nós não Te vamos deixar,

até porque Tu também nunca nos deixas.

 

Queremos que estas sejam férias com Deus e não férias de Deus.

Queremos escutar, ainda mais, a Tua voz

e sentir sempre a Tua presença.

 

Na Palavra, na Oração e sobretudo na Santa Missa,

nós queremos continuar sempre conTigo,

pois sabemos e sentimos que Tu estás sempre connosco.

 

Vem, Senhor, connosco.

Acompanha os nossos passos.

Liberta-nos da pior doença: o egoísmo.

Cura-nos com a mais preciosa vitamina:

a vitamina C, a vitamina Cristo!

 

Nossa Senhora dos Remédios,

o Teu santuário não é só neste monte.

O Teu santuário será também o nosso coração.

 

Onde Tu estiveres, nós estaremos.

Onde nós estivermos, também Tu estarás.

 

Toma conta da nossa vida.

E dá-nos sempre o Teu querido Filho:

Jesus!

publicado por Theosfera às 11:26

Talvez não seja despropositado de todo. Talvez tenha chegado a hora de a Europa olhar melhor para a América.

Alexis de Tocqueville até pode servir de guião.

Os Estados Unidos da América estão longe da perfeição. Mas aquela união pode ajudar a aperfeiçoar os Estados (ainda pouco) unidos da Europa.

Pelo menos, do outro lado do Atlântico não há noticias de que estados se sobreponham a outros estados.

Não consta que líderes de um estado sugiram a saída (temporária ou definitiva) de outro estado.

A união política tem de ser reforçada. E a soberania de cada estado?

Há muito que a perdemos. Já que fomos perdendo soberania, que se avance na solidariedade.

Uma união em que uns impõem e outros (resignadamente) obedecem terá futuro?

publicado por Theosfera às 08:41

O mal só é combatido pela coragem da ruptura. Mas o bem só cresce pela paciência do consenso.

A vida é, pois, tecida de rupturas e consensos.

Importante é ter o discernimento para provocar rupturas e para estabelecer consensos.

Não é fácil. Invoquemos o Espírito da sabedoria (e da prudência) para que não se torne impossível!

publicado por Theosfera às 08:27

A. Pouco produzimos no trabalho, pouco produzimos no descanso

  1. Para muitos, já é tempo de férias, o que não quer dizer que seja tempo de descanso. De facto, muito estranha parece ser a nossa época. Não repousamos quando trabalhamos e não repousamos quando descansamos. As ocupações podem ser suspensas, mas há preocupações que nunca são interrompidas. E, como sabemos, as preocupações (des)gastam muito mais que as ocupações.

Parece que vivemos em permanente défice de produtividade. Dizem que não produzimos muito no trabalho e — vá lá saber-se porquê — parece que não produzimos muito no descanso. Cansados estamos antes das férias. Cansados continuamos a estar depois das férias. Tudo isto mostra que carecemos de alternativa e não de mera alternância. No fundo, somos os mesmos em locais e em actividades diferentes. Nas praias ou nas viagens de veraneio, andamos apressados e ansiosos como sempre. Como repousar em ambientes destes? Não são, pois, os locais ou as actividades que nos fazem descansar. O que nos faz descansar é um modo de vida diferente.

 

  1. É curioso notar como Jesus aparece, neste Domingo, preocupado com o descanso dos Seus discípulos. Jesus, que os mandara em missão, convida-os, agora, a descansar (cf. Mc 6, 31). E eles bem precisavam de descanso já que nem tempo tinham para comer (cf. Mc 6, 31). É interessante verificar o tipo de lugar que Jesus escolhe para o descanso. Não convida os discípulos para um local muito frequentado, mas para um sítio isolado (cf. Mc 6, 32). Para descansar, nada como o recolhimento propício à meditação e ao reencontro. E como faz falta que nos reencontremos neste tempo sem tempo e nesta vida que nos vai levando — velozmente — para fora da vida!

Tudo tende a tumultuar nestes tempos sem paragem, sem paz, sem norte e, aparentemente, sem destino. Que falta faz a serenidade, o aconchego de uma presença, a oferta de um sorriso, a paz de um gesto feito com cortesia e compostura. Tentemos ser diferentes neste tempo diferente.

 

B. Como devem descansar os discípulos?

 

3. Também para descansar, Jesus tem uma proposta diferente. Jesus convida os discípulos para um sítio isolado, mas não com o objectivo de fugir. Aliás, eles não chegaram a ficar isolados nesse sítio isolado pois muitos foram para o mesmo local (cf. Mc 6, 33). E foi nesse local que todos encontraram a melhor forma de descanso: a presença de Deus, a presença de Deus em Jesus Cristo.

Na verdade, Jesus ficou com os discípulos e com toda a multidão que se gerou. Começou então a instruí-los, a instruí-los demoradamente (cf. Mc 6, 34). Não há melhor descanso do que escutar Jesus, do que escutar este Jesus cheio de compaixão (cf. Mc 6, 34). É que, como confessou Sto. Agostinho, todos nós andamos inquietos enquanto não descansamos em Deus. Cada um de nós pode repetir o desabafo do salmista: «Só em Deus descansa a minha alma»(Sal 62, 2). Com efeito e como poetou Antero de Quental, é «na mão de Deus, na Sua mão direita, [que] repousa afinal o meu coração».

 

  1. A solicitude de Deus vai ao ponto de Se preocupar com o nosso descanso. Deus quer o nosso descanso, Deus é o nosso descanso. Nós, que tantas vezes nos portamos como «ovelhas sem pastor»(Mc 6, 34), só encontramos descanso quando encontramos o sentido. Só descansamos quando encontramos quem nos aponta o sentido. Jesus é aquele que nos aponta o sentido da vida. Jesus é, na Sua mensagem e na Sua conduta, o sentido para a nossa vida.

Ser pastor é, por conseguinte, indicar o sentido para tanta gente que parece andar sem qualquer sentido, rumo ou direcção.

 

C. É preciso estar com Jesus para aproximar de Jesus

 

5. É por isso que, logo na Primeira Leitura, pela voz do profeta Jeremias, Deus condena os pastores indignos, que usam o rebanho para satisfazer os seus interesses pessoais. Daí que o mesmo Deus anuncie que vai, Ele próprio, tomar conta do Seu rebanho, assegurando-lhe a fecundidade, a paz, a tranquilidade e a salvação.

O Evangelho torna claro que a solicitude de Deus pelos homens, corporizada em Jesus, é agora continuada pelos discípulos. Os discípulos devem ser, na linha de Jesus, as testemunhas do amor, da bondade e da compaixão de Deus por tanta gente que caminha, perdida, pelo mundo «como ovelhas sem pastor». Acontece que a solicitude dos discípulos tem de estar centrada em Jesus. Os discípulos devem amar as pessoas com o amor do próprio Jesus. Por tal motivo, precisam de vir frequentemente ao Seu encontro, para serem instruídos. Aliás, como poderemos mostrar Jesus se não convivemos com Jesus?

 

  1. A oração não é, portanto, um entrave à missão, mas o permanente alimento da missão. Só quem está próximo de Jesus consegue aproximar Jesus das pessoas e aproximar as pessoas de Jesus. É na oração que escutamos as Suas propostas e crescemos na intimidade com a Sua pessoa.

A Segunda Leitura apresenta-nos S. Paulo a dar testemunho da solicitude de Deus pelo Seu Povo. Foi na oração que S. Paulo pôde experimentar essa mesma solicitude divina, manifestada na entrega de Jesus Cristo. A todos, sem excepção, Ele dá a possibilidade de integrarem a família de Deus. Reunidos na família de Deus, os discípulos de Jesus são agora irmãos, unidos pelo amor. Tudo o que é barreira, divisão, inimizade, fica definitivamente superado.

 

D. As ovelhas não pertencem aos pastores, mas ao Pastor

 

7. São muitas, por conseguinte, as responsabilidades dos pastores. Eles não actuam em nome próprio, mas em nome de Deus. Daí o alerta que nos chega pela boca do profeta: «Ai dos pastores que arruínam e dispersam as ovelhas»(Jer 23, 1).

É preciso perceber que as ovelhas não são propriedade dos pastores, mas de Deus. Deus chama os pastores para cuidar das ovelhas, não para oprimir ou afugentar as ovelhas. O mau testemunho dos pastores prejudica as ovelhas, pelo que Deus lhe pede contas (cf. Jer 23, 2). Deus não está disposto a tolerar abusos de confiança nem aceita pactuar com aqueles que exploram o rebanho em seu proveito próprio.

 

  1. As ovelhas são maltratadas pelos pastores quando não lhes é oferecida e verdade e quando lhes é negada a justiça. As ovelhas são maltratadas quando os pastores se calam na hora de as instruir e se escondem no momento de as defender. As ovelhas são maltratadas quando os pastores não rezam por elas nem com elas, quando os pastores não lhes apresentam o Evangelho ou, o que é pior, quando os pastores lhes distorcem o Evangelho.

Só que nem a infidelidade dos pastores põe em causa a fidelidade de Deus. Ele promete vir ao encontro das ovelhas para as juntar e (re)unir. E assegura que lhes dará pastores que as hão-de apascentar para que não mais tenham receio ou pavor (cf. Jer 23, 4).

 

E. Não férias da missão, mas férias em missão

 

9. Os pastores não se sentirão donos, mas servidores do rebanho. Afinal, ser pastor não é ser patrão. Porque, no fundo, o pastor aponta, mas é Deus quem conduz. Como cantávamos no Salmo Responsorial, o Senhor é o nosso pastor; é Ele quem nos conduz; é Ele quem nos guia por caminhos seguros; é a Sua bondade e misericórdia que nos acompanham sempre (cf. Sal 23, 1-6).

Percebe-se, então, que Sto. Inácio de Antioquia tenha olhado para o Espírito Santo como o «bispo invisível». É este «pastor invisível» que conduz todos os «pastores visíveis», para que todos sejam fiéis e permaneçam unidos.

 

  1. Peçamos a Deus pelos nossos pastores e para que nos dê a graça de termos sempre pastores à imagem do Bom Pastor. Peçamos a graça de termos pastores que conduzam sempre o rebanho para o Bom Pastor.

A pastoral está sempre em marcha, sempre em acção. A vida pastoral nunca se encerra nem se interrompe. O próprio repouso faz parte da pastoral, ou seja, faz parte da missão do pastor junto das ovelhas. Nunca façamos, pois, férias da missão, mas férias (sempre) em missão. Jesus vai com aqueles que vão. Ele nunca abandona os que plantam em todas as vidas as sementes do Seu amor. Plantemos, então, em todas as vidas as sementes do amor de Jesus!

publicado por Theosfera às 08:15

Uma coisa é não saber, outra coisa é não querer saber.

Mark Twain referia-se à «ignorância arrogante», que só pode ser vencida pela educação. 

Acontece que a educação não dissipa todas as sombras. O mesmo Mark Twain achava que a educação nos lança num mar de «incerteza miserável».

Não acho que seja miserável a incerteza que coexiste com a procura. A luz há-de brilhar em qualquer ponto do incessante caminho da procura!

publicado por Theosfera às 08:07

Hoje, 19 de Julho (16º Domingo do Tempo Comum), é dia de Nossa Senhora da Divina Graça, Sta. Justa. Sta. Rufina, Sto. Arsénio e Sta. Áurea.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:04

Sábado, 18 de Julho de 2015

Achava Shakespeare, há muitos anos, que «a suspeita assombra sempre a mente culpada».

De tal modo que chega a culpar até quem é inocente!

publicado por Theosfera às 08:35

Hoje, 18 de Julho, é dia do Bem-Aventurado D. Frei Bartolomeu dos Mártires e de S. Frederico.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 17 de Julho de 2015

São muitas as diferenças entre a sabedoria e a tolice.

Até o intercâmbio que fazem entre si vinca uma fractura muito grande.

Catão, político da antiguidade romana, notou: «Os sábios aproveitam-se dos tolos mais do que os tolos se aproveitam dos sábios. É que os sábios evitam os erros dos tolos ao passo que os tolos não imitam a prudência dos sábios».

Às vezes, o fulgor de certa sabedoria faz com que se atropele nela própria.

Ser sábio é, essencialmente, ser prudente.

publicado por Theosfera às 11:30

Hoje, 17 de Julho, é dia do Bem-Aventurado Inácio Azevedo e seus companheiros mártires, Sta. Teresa de Sto. Agostinho e suas companheiras mártires e Sto. Aleixo.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 16 de Julho de 2015

A educação tem de investir no conhecimento. Mas não pode continuar a desinvestir no comportamento.

O Dalai Lama notou que «cérebros brilhantes também podem produzir grandes sofrimentos». Daí que seja urgente «educar os corações».

Eis o que falta. Eis o que urge!

publicado por Theosfera às 10:54

A novidade não está só fora. A novidade está sobretudo dentro.

A novidade não está como as coisas são, mas como as vemos.

É por isso que tudo pode ser novo se o nosso olhar for renovado.

Marcel Proust percebeu: «A viagem da descoberta consiste não em achar novas paisagens, mas em ver com novos olhos».

Renovemos, por isso, o nosso olhar!

publicado por Theosfera às 10:47

Hoje, 16 de Julho, é dia de Nossa Senhora do Carmo, S. Sisenando, Sta. Madalena Alberici, S. Cláudio e S. Lázaro.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 15 de Julho de 2015

A força resolve tudo? Eu diria antes que a força adia quase tudo.

Quem a usa quer continuar a usá-la. Quem a sofre quer começar a usá-la.

Muito sabiamente, Edmund Burke avisou: «O uso da força tem um efeito temporário. Pode subjugar por certo tempo, mas não remove a necessidade de subjugar novamente».

E isso é muito perigoso!

publicado por Theosfera às 10:25

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