O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 31 de Março de 2015

 

  1. Se toda a gente gosta de ganhar, como é que Deus iria gostar de perder?

Não espanta pois que, nas galerias dos vencedores, Deus ocupe um lugar único, um lugar cimeiro, um lugar central.

 

  1. Trata-se, aliás, de um lugar merecido, ainda que nem sempre reconhecido.

É, porém, um facto indesmentível. Deus detesta perder. Deus faz tudo para não perder.

 

  1. Há, entretanto, uma precisão a fazer.

É que enquanto nós não gostamos de perder nada, Deus não gosta de perder ninguém.

 

  1. Enquanto nós trocamos facilmente as pessoas pelas coisas, Deus dispõe-Se a sacrificar todas as coisas — e a sacrificar-Se a Si mesmo — para não perder nenhuma pessoa.

O que move Deus não é essa coisa que se chama dinheiro. Nem essa coisa que se chama poder.

 

  1. O que (co)move Deus são as pessoas, somos nós.

Por muito desprimoroso que possa parecer dizer isto, para Deus há certos fins que justificam todos os meios.

 

  1. É neste sentido que, como nota Miroslav Volf, «Deus abdica de Si mesmo para não perder a humanidade».

Deus sujeita-Se a perder tudo para não perder ninguém.

 

  1. Foi por isso que Deus veio até nós (cf. Jo 1, 14). Foi por isso que Deus nos enviou o melhor que tem: o Seu Filho (cf. Jo 3, 16)

Este, o Filho de Deus, deixou bem claro que não quer perder ninguém (cf. Jo 6, 39). Ele oferece a Sua morte pela nossa vida (cf. Jo, 10, 10).

 

  1. Enfim, foi por causa de nós que Deus, sendo sumamente rico, Se fez totalmente pobre (cf. 2Cor 8, 9).

Foi por causa de nós que Deus não quis possuir qualquer reino neste mundo (cf. Jo 18, 36). E é por causa de nós que Deus continua a trabalhar, a trabalhar incessantemente (cf. Jo 5, 17).

 

  1. Deus não sabe perder. Deus não sabe o que é perder. Deus vai ao ponto de deixar os que não se perderam para ir ao encontro dos que estão em vias de se perder (cf. Lc 15, 4).

Deus quer a nossa salvação, custe o que custar (cf. 1Cor 9, 22). E a nossa salvação custou o sangue de Seu Filho (cf. Jo 19, 34).

 

  1. Sendo assim, poderá alguém perder-se?

Todos ganhamos quando, em Cristo, nos dispomos a tudo perder!

 

publicado por Theosfera às 10:41

Quando é que Jesus morreu? Quando foi a Última Ceia?

Muitos têm sido os esforços. Enormes têm sido os trabalhos. Desde a exegese até à investigação histórica, não faltam hipóteses.

Uma das datas mais propostas é 7 de Abril do ano 30. 

A Bíblia é omissa quanto a pormenores, sabendo-se que os judeus seguiam um calendário lunar. Como reverter calendário para o calendário solar, que usamos, mas que já teve tantas versões? Não é fácil.

Daí que se saúde a paciente pesquisa de Colin J. Humphreys.

Após sopesar todas as possibilidades, avança uma data no livro «O mistério da Última Ceia». Segundo ele, «a Última Ceia foi na quarta-feira, 1 de Abril de 33 d.C., com a crucificação na sexta-feira, 3 de Abril de 33 d.C.».

Será?

publicado por Theosfera às 10:30

Confunde-se, habitualmente, o simples com o fácil.

Parece fácil ser simples.

Ser simples não é fácil. Mas é belo.

Acreditem. A simplicidade dá trabalho. Mas também dá encanto!

publicado por Theosfera às 10:10

Tudo o que se celebra nesta semana santa está sob o signo do mistério.

 

O omnipotente surge-nos sem poder. Ou, então, revestido do poder maior: o de Se entregar à morte.

 

Jesus está sempre com o Pai, mas confessa-Se abandonado pouco antes de expirar.

 

É por isso que as palavras deveriam estar amassadas em silêncio. As palavras, por vezes, podem apagar mais do que revelar.

 

Jesus aparece-nos descentrado de Si. Tudo n'Ele é amor, é dádiva, é entrega.

 

Importa não aprisionar Jesus em conceitos, até porque tudo em Jesus é libertação, justiça e verdade.

 

É nos caminhos da humanidade sofredora que, hoje, O voltamos a encontrar.

publicado por Theosfera às 09:54

A Páscoa traz muita gente à volta da Igreja. São mobilizados os crentes e envolvidos os não crentes.

 

Sucede que esta afirmação de pujança pode (insisto: pode) denunciar um certificado de debilidade.

 

O que atrai mais pessoas não é a liturgia. São as procissões, as tradições.

 

O problema não está no seu valor, que é grande. Está, cada vez mais, no seu enquadramento, que é problemático.

 

É que já não falta quem venda a Semana Santa como um cartaz turístico. E, de facto, há multidões que se arrastam para as localidades onde se promovem acções nesta altura do ano.

 

E não falta mesmo quem já fale de espectáculo!

 

Aqui é que bate o ponto. Um espectáculo implica não só acção, mas também actores e espectadores.

 

Ora, o que se representa, muitas vezes, é apreciado sobretudo pelo seu efeito cénico. Há uma certa distância entre quem representa e quem assiste.

 

E nota-se também uma cada vez maior ausência de espiritualidade, recolhimento.

 

Como agir?

 

É um novo desafio que temos pela frente: vivenciar o momento central da fé ou apostar numa oferta turística de grande consumo?

 

Viver é optar, como dizia Zubiri.

publicado por Theosfera às 09:53

1. Estamos em plena semana que tem o qualificativo de santa.

É uma semana que nos junta e que nos deve unir. É uma semana que nos faz correr, mas que também nos deve fazer parar. É uma semana que nos envolve no exterior e que nos deve transformar no interior.

 

2. É uma semana em que sentimos próximo o que é mais distante. Na Sexta-Feira Santa assinalamos a morte. Poucas horas depois, festejamos a vida.

Grande lição esta: a morte está aqui; a ressurreição mora já ali. Entre a morte e a vida há uma diferença tão grande e, ao mesmo tempo, uma distância tão pequena!

 

3. Jesus morreu? Jesus morre. Ele está na morte de tantas pessoas, sufocadas no patíbulo desta desumanidade infrene.

É por isso que a Cruz não foi, a Cruz é.

 

4. A fé não é alienante.

Não nos retira da vida. Atira-nos para as profundezas (mais obscuras) do mistério da existência.

 

5. Nesta semana em que somos confrontados com a dor do mundo na dor do Filho de Deus, fique a baloiçar em nós a palavra de Dietrich Bonhoeffer: «O Homem está chamado a sofrer com Deus no sofrimento que o mundo sem Deus inflige a Deus».

Em Cristo, Deus sofre connosco, em nós. Mesmo que não O sintamos.

 

6. Na visita pascal, iremos anunciar a ressurreição transportando o Crucificado.

Parece uma contradição. Mas é a verdade. E faz todo o sentido.

 

7. Antes de mais, é muito difícil figurar um corpo ressuscitado. Nem os discípulos reconheceram Jesus: era o mesmo mas com uma configuração diferente.

Depois, porque o que ressuscita é o mesmo que morre; o que volta à vida é o mesmo que dá a vida. Se não morresse, não ressuscitaria.

 

8. Não é, pois, em vão que Jürgen Moltmann usa expressões como «ressurreição do Crucificado» e «cruz do Ressuscitado».

O mistério de Cristo é sempre global, não se pode segmentar ou clivar. Jesus integra a glória no sofrimento e eleva o sofrimento à glória.

 

9. Eis, por conseguinte, a maior fonte de esperança para quem sofre: Ele sofre connosco, nós sofremos com Ele.

E n’Ele podemos vencer o sofrimento e a própria morte.

 

10. A Páscoa vai chegar ao tempo. Que ela chegue à vida.

À vida de cada um. À vida da humanidade inteira!

publicado por Theosfera às 09:14

Hoje, 31 de Março, é dia de Sto. Acácio de Antioquia, Sta. Balbina, S. Benjamim e S. Daniel.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 30 de Março de 2015

O amor próprio não requer o ódio pelo alheio. Pelo contrário, quanto melhor estamos com os outros, tanto melhor estamos connosco.

Abundam, porém, as identidades de exclusão. O caso mais gritante é o dos nacionalismos que combatem e agridem os outros.

Já dizia Charles de Gaulle que patriotismo é o amor pelo próprio povo e nacionalismo é o ódio pelos outros povos.

Talvez haja um certo exagero. Mas é preciso que aprendamos a conviver.

Gostemos do que é nosso, mas não desgostemos do que é dos outros.

No fundo, tudo nos pertence e nós acabamos por pertencer a todos.

Não somos, afinal, cidadãos de um único (e mesmo) mundo?

publicado por Theosfera às 09:33

O perigo desperta. Tanto nos expõe ao fracasso como nos habilita ao triunfo.

Aliás, um triunfo sem perigo nem sequer é recordado.

Pierre Corneille assinalou: «Ao vencermos sem perigo, triunfamos sem glória». Não recuemos diante dos perigos.

Os perigos existem. Não para nos vencerem. Mas para serem vencidos!

publicado por Theosfera às 09:25

Todos são importantes.

Para Schiller, o próprio inimigo pode ser proveitoso: «O amigo é-me querido, o inimigo é-me necessário. O amigo mostra-me o que posso fazer, o inimigo, o que tenho de fazer».

Idealmente, é que todos nos tornemos (verdadeiramente) amigos!

publicado por Theosfera às 09:22

Nem tudo o que se diz das pessoas corresponde ao que as pessoas são.

A uns, a fama favorece. A outros, desfavorece.

Em ambos os casos, talvez avulte a mesma dose de injustiça.

Há muitos a quem a fama difama.

Schiller confessava: «Sou melhor do que a minha fama».

De facto, há quem seja melhor do que aquilo que se diz. E também há quem não seja tão bom como aquilo que parece.

Urge estar atento à realidade. É fundamental não estacionar nas aparências!

publicado por Theosfera às 09:17

O homem pensa. O homem é um ser pensante.

Mas será que sabe sempre o que pensa?

Francis Jammes avisa: «Eu não sei o que os meus pensamentos pensam».

Muitas vezes, o pensamento voa tão depressa que até nem damos por ele!

publicado por Theosfera às 09:13

É intrigante verificar que o Evangelho, quando fala do acto de Judas, usa não o verbo trair (prodotês), mas entregar (paradidonai).

 

Trata-se do mesmo verbo atribuído a Jesus e ao Pai!

 

Tudo neste homem é obscuro.

 

O seu apelido, Iscariotes, evocará a sua proveniência: provavelmente uma aldeia chamada Kerioth. Não se sabe, porém, onde fica.

 

Talvez Iscariotes tenha que ver com sicarius, que indica um grupo terrorista que, no século I, actuava na Palestina.

 

Não há certezas, contudo. O Evangelho diz que ele se arrependeu e se terá enforcado.
publicado por Theosfera às 04:05

Karl Rahner morreu neste dia há 31 anos: 30 de Março de 1984. 
 Um teólogo enorme merecia uma atenção dilatada.

O Homem é, como ele bem anotou, o ouvinte da Palavra.

Ouçamo-la. Ouçamo-lo.

publicado por Theosfera às 00:17

Hoje, 30 de Março, é dia de S. João Clímaco e Sto. Amadeu de Sabóia.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 29 de Março de 2015

Dos 677 versículos do Evangelho de S. Marcos, 119 foram proclamados na Eucaristia deste Domingo de Ramos.

Impressiona que, num texto tão longo, Jesus fale tão pouco.

Mas o silêncio de Jesus possui uma eloquência assombrosa.

Jesus é o Verbo que fala muito de um modo não-verbal.

O silêncio de Jesus, entrecortado por palavras pertinentes, é bastante sonoro.

É um silêncio que faz falar os gestos, que faz falar a dignidade, que faz falar a paz, que faz falar o sangue.

Poderemos continuar sonolentos?

publicado por Theosfera às 21:10

Enquanto Jesus orava, os Seus amigos dormiam. Enquanto Jesus sofria, muitos dos Seus amigos fugiam.

Acontece que este sono e esta fuga estão longe de ser pretéritos.

Há uma sonolência teimosa e uma fuga persistente, a tentar-nos sempre.

Muitas vezes, andamos sonolentos em relação ao que se passa e a fugir ao que ocorre.

Jesus, hoje, continua a sofrer em tantas pessoas que sofrem. E nós continuamos sonolentos ou, então, a fugir.

O calculismo, os interesses ou a autodefesa justificam muita coisa.

Atenção: a história de Jesus não foi, continua a ser.

O sono e a fuga dos discípulos também não foram, continuam a ser.

Quem está disposto (como Maria, como Madalena, como João e mais alguns) a permanecer até ao fim?

publicado por Theosfera às 20:53

Tu és rei, Senhor, e o Teu trono é a Cruz.

 

Tu és rei, Senhor, e Teu reino é o coração de cada Homem.

 

Tu és rei, Senhor, e estás presente no mais pequeno.

 

Tu és rei, Senhor, e estás à nossa espera no pobre.

 

Tu és rei, Senhor, e queres mais o amor que o poder.

 

Tu és rei, Senhor, e moras em tantos corações.

 

Tu és rei, Senhor, e primas pela mansidão e pela humildade.

 

Tu és rei, Senhor, e não tens exército nem armas.

 

Tu és rei, Senhor, e não agrides nem oprimes.

 

Tu és rei, Senhor, e não ostentas vaidade nem orgulho.

 

Tu és rei, Senhor, e a tua política é a humildade, a esperança e a paz.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser ignorado e esquecido.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser silenciado.

 

Tu és rei, Senhor, e vejo-Te na rua, em tanto sorriso e em tanta lágrima.

 

Tu és rei, Senhor, e vais ao encontro de todo o ser humano.

 

Tu és rei, Senhor, e és Tu que vens ter connosco.

 

Hoje, Senhor, vou procurar-Te especialmente nos simples, nos humildes, nos que parecem estar longe.

 

Hoje, Senhor, vou procurar estar atento às Tuas incontáveis surpresas.

 

Obrigado, Senhor, por seres tão diferente.

 

Obrigado por seres Tu:

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:28

A necessidade conduz-nos ao desconforto do risco, mas também nos transporta à possibilidade da vitória.

Francois Villon reparou: «A necessidade leva as pessoas ao engano e a fome os lobos a sair do arvoredo».

Arriscamos porque necessitamos. E podemos vencer porque arriscamos.

Afinal, nem tudo é sombrio nas sombras!

publicado por Theosfera às 08:57

Será que a facilidade rima sempre com a felicidade?

Engana-se quem pensa que a facilidade é um arrimo na vida.

Clarice Lispector notou: «Como é bom o instante de precisar que antecede o instante de se ter. Mas ter facilmente, não. Porque essa aparente facilidade cansa».

A facilidade banaliza, vulgariza e, quase sempre, esvazia.

Lutar por alguma coisa valoriza (e de que maneira!) essa coisa.

Eberhard Jungel tinha razão: : «Quanto maiores são as dificuldades, tanto maiores são as possibilidades».

Ousar o impossível é o maior desafio que nos podem fazer.

Podemos perder. Mas não ficamos perdidos enquanto não desistimos!

publicado por Theosfera às 08:51

Estas são palavras vindas do século XIX: «Sejam quais forem os fenómenos inesperados que o futuro nos reserva, Jesus não será ultrapassado. O seu culto rejuvenescer-se-á constantemente; o seu sofrimento enternecerá os corações mais bondosos; todos os séculos proclamarão que entre os filhos dos homens nunca nasceu um maior do que Jesus».

Ernest Renan estava certo.

Jesus é cada vez mais actual. E está cada vez mais activo!

publicado por Theosfera às 08:30

Quem abdica do bom por causa do óptimo arrisca-se a ficar sem o bom e sem o óptimo.

Já Mathurin Régnier alertava que «quem muito quer escolher fica com o pior».

É que quem muito quer escolher, às vezes, não escolhe nada.

Fundamental é, em cada momento, decidir em consciência.

E quando pensamos no melhor para os outros acabamos por não ser prejudicados.

O melhor para os outros nunca é o pior para nós!

publicado por Theosfera às 07:57

Será que já nos apercebemos de que, como lembra subtilmente Timothy Radcliffe, o primeiro cristão a ir para o céu foi um ladrão?

 

É claro que, desde o princípio, não foi fácil aceitar isto. Segundo um poema siríaco muito antigo, houve um anjo que tentou impedir que o bom ladrão entrasse no céu!

 

Só que Aquele que veio chamar os pecadores (cf. Mc 2, 17) não iria deixar ninguém de lado, muito menos «aqueles cujas vidas são um caos».

 

A virtude não é a ausência de falhas nem a isenção de erros. Ela assenta num esforço de autocrítica. E configura uma permanente tentativa de superação.

 

A virtude não exclui a falha. Inclui, sim, o recomeço após todas as falhas.
publicado por Theosfera às 03:03

Era bom que se meditasse no processo de Jesus.

 

Foi entregue por inveja (cf. Mt 27, 18).

 

Pilatos fez tudo para O poupar. Só que as pressões do poder religioso, as ameaças de denúncia em Roma e a pressão de uma multidão ligada aos funcionários do Templo ditaram o veredicto.

 

Pilatos nada tinha contra Jesus, mas entre a defesa de um inocente e a preservação do seu lugar, a opção foi óbvia.

 

A desordem pública não seria bem vista em Roma. No entanto, seis anos mais tarde, viria a perder o lugar, como nos diz Flávio Josefo.

 

Já a «oclocracia» é a coisa mais volátil que existe. As multidões dão para tudo e para o seu contrário. Variam tão rapidamente como o vento!
publicado por Theosfera às 02:00

Esta é uma semana que reclama, sobretudo, interioridade, recolhimento.

 

Há uma densidade muito grande e um apelo muito fundo que nenhuma palavra conseguirá descrever.

 

O que nos é oferecido não pertence ao enigma, mas pertence ao mistério.

 

Isto significa que o quadro que nos surge não é inatingível, mas também não é manipulável.

 

Esta é, porém, a tentação, o peirasmós de sempre.

 

O Cristianismo deve ser a única religião em que o Fundador é um mártir e morre como um abandonado.

 

A Sua proximidade com Deus não impede que experimente toda a amargura do drama humano.

 

Divino, a partir de Cristo, não é, pois, a distância ontologicamente intransponível entre Deus e o Homem. Divino não é tanto o poder infinito, a imortalidade ou a imutabilidade.

 

Divina é esta humanidade sem freio, é esta franqueza sem constrangimentos, é este amor sem vacilação, é esta entrega sem limites.

 

Não é quando nos distanciamos do humano que nos aproximamos de Deus. É quando aterramos na sua maior profundidade que tocamos o divino.

 

Para Deus sobe-se descendo. Foi das profundidades da terra que Jesus irrompeu para Deus.

 

Há atitudes que se atribuem a Deus que são demasiado humanas. Não passam de projecções. O castigo, a vingança e uma justiça sem misericórdia não honram a transcendência. São excessivamente imanentes.

 

Já o humano tão puramente humano (tão inteiramente humano!) de Jesus é uma respiração divina, um enclave da eternidade pelas inclementes estradas do tempo.

 

O desfecho de toda esta meditação não pode ser apenas o anúncio. A Páscoa não é só para proclamar. É, acima de tudo, uma oportunidade para melhor viver.

 

Há um convite que fica. O caminho de Jesus não é tanto para ser explicado. É, sem dúvida, para ser conhecido. E é tão fascinante conhecer Jesus. O mais aliciante, contudo, é procurar viver.

 

Jesus é uma lição sem fim. Lição que não vem de qualquer cátedra, mas que tem a argamassa de uma vida tão humanamente cheia.

 

Haverá algo mais divino que esta humanidade de Jesus?

publicado por Theosfera às 00:56

Hoje, 29 de Março (Domingo de Ramos na Paixão do Senhor), é dia de Sto. Eustásio, Sta. Paula Gambara, Sto. Agostinho de Spínola, S. Manuel Domingos Sol, Sta. Teresa do Menino Jesus (mártir), Sta. Maria do Pilar e Sta. Maria dos Anjos.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 28 de Março de 2015

O tempo enche-nos. Mas também nos esvazia.

Aprendemos muito no tempo. E vamo-nos desgastando com o tempo.

Estranha é, por isso, a nossa relação com o tempo.

Quanto mais o acumulamos, menos o possuímos. Quanto mais tempo vivemos, tanto menos tempo nos resta para viver.

O mistério do tempo desconcerta-nos. Talvez por isso Jorge Luis Borges decretou que «o tempo não existe, é apenas uma convenção».

Mas o tempo existe. É o tempo que nos faz ter sede da eternidade!

publicado por Theosfera às 12:01

A convivência também tem regras. E nem sequer é preciso que todas estejam escritas.

Enquanto alguém fala, deve ser escutado. Assim recomendava já Ben Sirach: «Não respondas antes de teres escutado».

Hoje em dia, proliferam muitas respostas sem haver a menor noção das perguntas.

O maior défice é a escuta. Habituemo-nos a escutar!

publicado por Theosfera às 11:52

Hoje, 28 de Março, é dia de S. Venturino e S. Sisto III.

Refira-se que este Papa foi caluniado várias vezes. Uma altura foi acusado de um grande delito. Teve de ser o próprio imperador Valentiniano a convocar um concílio não ecuménico para sanar o ambiente e repor a verdade.

O caluniador, chamado Basso, foi excomungado, mas o Papa mostrou-se sempre magnânimo para com ele.

De ontem para hoje, há coisas que não mudam.

Um santo e abençoado dia para todos. Na paz de Jesus manso e humilde!|

publicado por Theosfera às 00:58

Hoje, 28 de Março, é dia de S. Sisto III e S. Venturino.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sexta-feira, 27 de Março de 2015

A. Senhor de todos os passos

 

1. De Betânia para Jerusalém. Da Páscoa antiga para a Páscoa nova. Da casa para a cidade e da cidade para uma outra casa. Da mesa para a rua e da rua para uma outra mesa. Desta outra mesa para o monte. Da refeição para a oração. Do dia para a noite. Da luz para as trevas. Da negação para a traição. Do Getsémani para o tribunal. Da prisão para o julgamento. Da acusação para a agressão. Da ofensa para a sentença. Da multidão para a solidão. Da presença para o abandono. Da tortura para a humilhação. Do pretório para o Gólgota. Da flagelação para a Cruz. Da vida para a morte. Do baixo para o alto. Do alto para baixo. Da Cruz para a sepultura. Do cúmulo para o túmulo. De ontem para hoje.

 

2. Eis os passos que já passaram. Eis os passos que ainda estão a passar. Eis os passos que nunca passam. No fundo, este é o verdadeiro dia de Nosso Senhor dos Passos: de todos os passos, dos Seus passos, dos nossos passos, dos passos que deu há dois mil anos, dos passos que dá connosco hoje. Foi por nós que Jesus subiu à Cruz e desceu ao túmulo. E só no túmulo parou todo aquele cúmulo de amor. Ou, melhor, nem no túmulo parou todo aquele cúmulo de amor.

 

B. A Cruz não ficou em Jerusalém

 

3. Nós é que devemos parar — e reparar — diante da Cruz. Este é o dia de parar na Cruz. Este é o dia de parar para reparar na Cruz. Este é o dia de parar para reparar nos passos que conduziram à Cruz. E este há-de ser o dia para começar a reparar os nossos passos que nem sempre estão em sintonia com o testemunho que nos vem da Cruz. A Cruz não tem só passado. A Cruz também tem presente. A Cruz também subsiste no presente.

 

4. A Ressurreição não constitui a eliminação da Cruz, mas a revelação do significado — e do alcance — da Cruz. O que ressuscitou mantém as marcas da Cruz, como faz questão de mostrar a Tomé (cf. Jo 20, 27). É como se nos estivesse a dizer que só se chega à Ressurreição pelo caminho da Cruz. Só volta à vida quem dá a vida, quem se dá na vida. É por isso que a Cruz não ficou em Jerusalém, a Cruz está espalhada pelo mundo. Jesus continua a carregar a Cruz em tantos que vão carregando a Cruz. A Cruz continua a ser carregada nos hospitais e nas prisões. A Cruz continua a ser carregada em camas abandonadas de tantas casas isoladas. A Cruz continua a ser carregada por tanta gente sem pão, sem trabalho e sem saúde. A Cruz continua a ser carregada por tantos que sofrem as dores da injustiça e da opressão. A Cruz continua a ser carregada por tantos que são esquecidos e maltratados.

 

C. A Cruz está sempre a passar

 

5. Jesus continua a ser crucificado em tantos que crucificamos. O que fazemos a eles é o que fazemos a Ele (cf. Mt 25, 40). O que não fazemos a eles é o que deixamos de fazer a Ele (cf. Mt 25, 45). Nunca esqueçamos que a Cruz tem uma actualização sacramental, na Eucaristia, e uma permanente actualização existencial, na vida de tantas pessoas. A Cruz não passou, a Cruz está sempre a passar. Será lícito votar-Lhe ausência ou indiferença? Se Jesus é diferente, como continuar a ser indiferente?

 

6. A esta semana os antigos chamavam «semana pascal». E, com efeito, esta é uma semana pascal: não só porque é a semana que nos conduz à celebração da Páscoa, mas também porque nos convida a «passar» de uma vida centrada em nós a uma vida centrada em Deus e nos irmãos. A antiga liturgia de Milão dava a esta semana o nome de «semana autêntica» por ser a semana que assinala os verdadeiros «trabalhos de Jesus». E não há dúvida de que, nos «trabalhos» derradeiros como em toda a Sua vida, Jesus recusa tudo o que é falso, mentiroso ou apenas aparente. Jesus vive — e morre — para dar testemunho da verdade (cf. Jo 18, 37). Não admira, portanto, que os cristãos olhassem, desde cedo, para esta semana como uma «semana santa», uma «semana grande» e uma «semana maior». Tudo o que nela acontece é santo, é grande, é maior. Trata-se, por isso, de uma semana que não se esgota em sete dias. A «semana maior» é, pois, uma «semana grande» e há-de tornar-se uma semana sem termo. Nela ocorrem os acontecimentos que mudaram a história e que hão-de mudar a nossa vida. Podemos dizer que esta é também a «semana primeira» que inaugura os tempos últimos, os tempos definitivos em que vivemos.

 

D. Paz, até na violência

 

7. No Domingo de Ramos, não procuramos apenas recordar a entrada solene de Jesus em Jerusalém. Procuramos sobretudo dar testemunho público da nossa fé em Jesus Cristo, morto e ressuscitado. Já agora, refira-se que este Domingo também chegou a ser conhecido como «Capitulavium», que significa «lavagem das cabeças». É que, neste dia, os que iam ser baptizados na Vigília Pascal, no sábado seguinte, lavavam solenemente a cabeça numa cerimónia pública. Em Jerusalém, a Procissão dos Ramos começava pelas 13 horas, no Monte das Oliveiras. Cantavam-se hinos e salmos, e faziam-se leituras da Sagrada Escritura. Pelas 17 horas, era lido o Evangelho que descreve a entrada de Jesus em Jerusalém. Nessa altura, todos, com ramos de oliveira e palmeira, saíam em direcção à cidade, cantando e rezando.

 

8. Nós também chegámos aqui com ramos e vamos sair daqui com a Cruz, procurando plantá-la na nossa vida e implantá-la no nosso mundo. É enorme a lição que vem da Cruz. Tanta dor e tanta paz perante a dor. Jesus recusa sempre responder à violência com violência. Até à violência, até à violência mais injusta, Jesus responde com a mansidão, com a paz. Trata-se, obviamente, de uma paz sentida, de uma paz sofrida, mas, mesmo assim, é paz. O que mais comove, em todo este relato, é a paz que Jesus mantém até ao fim, é a dignidade que Jesus conserva até para lá do próprio fim.

 

E. Vida, até na morte

 

9. Tudo parece escurecer na Cruz. Até Deus parece ocultar-Se como se depreende do grito de Jesus (cf. Mc 15, 34). Até Jesus Se sente abandonado. E, não obstante, tudo brilha na escuridão da Cruz. É esta morte que faz luz sobre esta vida. Até um estranho reconhece que, afinal, Deus está na Cruz (cf. Mc 15, 39). O que — de certo modo — estava velado em vida parece desvelar-se completamente na morte.

 

10. No fundo, é quando parece que tudo acaba que tudo verdadeiramente começa. A morte de Jesus é uma morte «morticida», uma morte que mata a morte. Já não vivemos para morrer; morremos para viver. A morte já não é termo, mas passagem. Já não é fim, mas trânsito. Já não é conclusão, mas viragem. Já não é despedida, mas recomeço. A evidência mostra que a vida conduz à morte, mas a fé assegura que, em Cristo, até a morte nos reconduz à vida. Em Cristo, até a morte está cheia de vida!

 

publicado por Theosfera às 21:07

Os dias mundiais não são apenas para celebrar. São também para lamentar e, infelizmente, para esquecer.

Hoje é a vez do teatro e do sangue.

E, uma vez mais, vemos, ouvimos e lemos que há falta de apoios para o teatro e de dadores de sangue!

publicado por Theosfera às 09:32

A má notícia é, evidentemente, notícia.

Mas por que razão a boa notícia não pode ser notícia?

Dan Brown reconhece que «nada desperta mais o interesse das pessoas do que a tragédia humana».

É um interesse que nasce da solidariedade, do estremecimento, da compaixão, mas também (aqui e ali) de alguma morbidez.

A tragédia humana deveria excitar também interesse no sentido de a evitar e de a superar.

Entretanto, falemos também do bem que vai sulcando a vida humana.

Nem só de trevas são tecidas as noites!

publicado por Theosfera às 09:15

Aos nossos olhos, o caso pode parecer risível, mas ele acaba por certificar como os grandes homens se vêem em pequenos gestos.

 

Em meados do século XVI, Lamego teve um bispo vindo de Angra e que fora reitor da Universidade de Coimbra.

 

Órfão de pai e mãe, passou por tantas necessidades que, para se sustentar, teve de empenhar o próprio Breviário!

 

Ao chegar a Lamego, em 1540, D. Agostinho Ribeiro (era este o nome do prelado) achou que os bens da diocese eram excessivos e as necessidades dos pobres abundantes.

 

Por isso, vendeu a mula que o levara a Coimbra e outra mula que o trouxera de Lisboa. O produto era para os pobres.

 

O rei (D. João III) ofereceu-lhe uma terceira alegando: «Quantas mulas o bispo vender, tantas mulas lhe hei-de mandar; os pobres correm por conta dele e ele por conta do rei»!

 

Deixou Lamego em 1549 e recolheu-se num convento em Lisboa. Ofereceu tudo aos pobres e pediu que os grandes da corte não o visitassem!

 

Faleceu a 27 de Março de 1554. Não deixou grande obra física em Lamego. Também quando veio, já tinha alguma idade. Nem sequer estabeleceu a Inquisição, desobedecendo ao rei.

 

Mas deixou a obra mais bela de todas: o seu amor pelos pobres. Por causa deles até do seu meio de transporte se desfez!
publicado por Theosfera às 00:33

Hoje, 27 de Março, é dia de S. João do Egipto, S. Peregrino, S. Francisco Faá di Bruna e S. José Sebastião Pelczar.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quinta-feira, 26 de Março de 2015

Podemos não O sentir. Mas, mesmo que não O sintamos (ou mesmo que sintamos até mais a Sua ausência do que a Sua presença), Deus está.

Como reza a inscrição ínsita no túmulo de Carl Jung, «invocado ou não, Deus lá está». Sempre!

publicado por Theosfera às 21:16

Prejudica a missão quem subestima a oração.

Hans Urs von Balthasar alerta: «Que não conhece o rosto de Deus na contemplação, também não O reconhece na acção e sobretudo quando Ele irradia da face dos humilhados e enfermos»!

publicado por Theosfera às 21:07

Hoje, 26 de Março, é dia de S. Bráulio, S. Ludgero, S. Quadrado, S. Teodoro, Sto. Emanuel, Sto. Eutíquio e seus Companheiros Mártires.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:19

Quarta-feira, 25 de Março de 2015

Hoje, 25 de Março, é dia da Anunciação do Senhor e de S. Dimas, o Bom Ladrão.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 24 de Março de 2015
  1. Eis que a manhã anoitece, o brilho escurece, a presença ausenta-se e a vida morre. Enfim, «tudo está consumado»(Jo 19, 30).

De repente, Deus oculta-Se. Ou será que (re)aparece no ocultamento?

 

  1. O certo é que, quando as trevas se fecharam (cf. Mc 15, 33), uma clareira se entreabriu.

Foi aquela morte que fez luz sobre aquela vida. Até um estranho reconhece que Deus está na Cruz (cf. Mc 15, 39).

 

  1. O que — de certo modo — estava velado em vida parece desvelar-se completamente na morte.

Será a escuridão mais luminosa que a luz?

 

  1. O profeta já tinha notado que Deus vive escondido (cf. Is 45, 15). E o mais surpreendente é que nem quando Se revela Ele deixa de Se esconder.

Garantem alguns teólogos que Deus quanto mais Se esconde, mais Se revela e quanto mais Se revela, mais Se esconde.

 

  1. A revelação aproxima o mistério, mas não o elimina. No mundo dos homens, Deus não deixa de ser Deus.

Deus é luz (cf. 1Jo 1, 5). Mas alguém pode dizer que Deus está fora das (nossas) trevas?

 

  1. Não é verdade que andamos às voltas com Deus também na noite, também nas trevas?

Não é verdade que sentimos a Sua presença mesmo quando pressentimos a Sua ausência?

 

  1. No fundo, não é só a manhã que anoitece; a noite também amanhece.

Não é só a presença que se ausenta; a ausência também torna presente. Não é só na vida que se morre; na morte também se (re)vive.

 

  1. Tremenda — e jamais prescrita — é, por conseguinte, a lição da Páscoa.

É preciso baixar à terra para subir da terra (cf. Jo 12, 24). É preciso dar a vida para recuperar a vida (cf. Jo 10, 18).

 

  1. A morte de Cristo é uma morte «morticida», uma morte que mata a morte. Já não vivemos para morrer; morremos para viver.

A morte já não é termo, mas passagem. Já não é fim, mas trânsito. Já não é conclusão, mas viragem. Já não é despedida, mas recomeço.

 

  1. A evidência mostra que a vida conduz à morte. Mas a fé assegura que, em Cristo, até a morte nos reconduz à vida.

Afinal, nem a obscuridade é totalmente carente de luz. E a própria morte pode estar cheia de vida!

publicado por Theosfera às 10:39

Não é pelo facto de deixarmos a verdade que a verdade nos deixa.

Elvis Presley avisa: «A verdade é como o sol. Podes esconder-te dele por algum tempo, mas ele não se vai embora».

A verdade também é assim: persistente!

publicado por Theosfera às 10:12

1. Há vidas que sabem a morte. Há mortes que sabem a vida.

 

Faz hoje, dia 24 de Março, 35 anos que D. Óscar Romero, Arcebispo de S. Salvador, foi assassinado.

 

A morte foi arrebatá-lo no meio da Missa e no auge da missão. A Missa celebra a entrega de Cristo pela humanidade. A missão de Óscar Romero foi uma entrega, em Cristo, para que a humanidade dos mais pobres fosse respeitada.

 

Ninguém o aconselhava a ser assim. Aliás, todos lhe recomendavam que não fosse assim. Era mais normal. Mais cómodo. Mais tranquilo. Provocaria menos ondas e muito menos danos.

 

Ninguém obrigou D. Óscar Romero a fazer o que fez. Ele é que se sentiu obrigado a proceder como procedeu.

 

 

2. Eis o modelo de um cristão (e, a fortiori, de um bispo) cuja actualidade não pára de crescer. A muitos títulos, é um exemplo para todos. Permitia-me destacar apenas três características que avultam da sua trajectória.

 

Foi Óscar Romero, em primeiro lugar, um homem de profunda espiritualidade. A sua acção era o corolário da sua oração. Foi junto de Deus que sentiu o alento, o estímulo e o apoio para anunciar a verdade e denunciar as injustiças.

 

Afirmou-se, em segundo lugar, como alguém estruturalmente independente em relação ao poder. Esta liberdade, que escorre no Evangelho, não o inibia de conviver com os poderosos, mas fazia-o sem subserviências.

 

Como os apóstolos da primeira hora, não calava o que via e ouvia (cf. Act 4, 20). Alinhado foi só com a sua consciência, jamais com interesses.

 

Finalmente, recusou ser neutral, ainda que à custa da própria vida. Foi a voz dos sem voz, o eco dos espezinhados e amordaçados. Envolveu-se. Empenhou-se. Não recuou nem perante as ameaças. Não pensou no que outros podiam pensar. Não andou às curvas, mas em linha recta. Não trazia máscaras. Foi autêntico. Foi firme. Foi ele. Foi Cristo nele.

 

 

3. Óscar Romero conseguiu ver Deus no lugar onde Deus Se encontra: no ser humano, particularmente nos mais desfavorecidos.

 

Profundamente espiritual, votou a sua vida a Deus e devotou o seu sangue pelo próximo. Porque era Homem de Deus, tornou-se um Homem para os homens: um Homo Dei é sempre um Homo homnibus.

 

A sua palavra interpela-nos ainda hoje quando nos diz que «temos cristãos de missas dominicais e de semanas injustas».

 

Não vacila nos princípios:«Jamais pregamos a violência. Só a violência do amor, a que deixou Cristo cravado numa cruz, assume cada um para vencer os seus egoísmos e para que não haja desigualdades tão cruéis entre nós.É a violência do amor, a da fraternidade, que converte as armas em foices para o trabalho».

 

 

 

4. A Igreja e o mundo precisam de pastores assim: cheios de Deus, cheios de amor, cheios de humanidade. Capazes de amar até ao fim. Capazes de perdurar para lá do fim.

 

D. Óscar foi morto por causa da sua verticalidade. Recebeu ameaças sucessivas para que se calasse. Não se calou. Humilde, considerava não ser digno da «graça do martírio».

 

Mas as balas surgiram e irromperam, cruéis, pela Igreja em que oficiava.D. Óscar Romero levou a Eucaristia à vida e à morte.Foi alguém que leu o Evangelho nos livros e o reescreveu na (sua) existência.

 

Morreu com um tiro no coração. Porque era o seu coração que mais incomodava.

Curiosamente é no coração das pessoas que D. Óscar subsiste.E é no coração de Deus que D. Óscar se mantém vivo e vivificante.

 

Vale a pena viver assim. Vale a pena morrer assim. Tanto mais que quem assim morre nunca se ausenta. Permanece para sempre!
publicado por Theosfera às 09:41

Hoje, 24 de Março, é dia de Sta. Catarina da Suécia, Sto. Agapito e S. Diogo José de Cádiz.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 23 de Março de 2015

Deus defende os inocentes. E nem sequer condena os culpados.

Aos primeiros faz valer a inocência. E aos segundos vai dando sucessivas oportunidades.

Não nos apressemos, por isso, a condenar. Cuidado com os falsos testemunhos e com as condenações apressadas.

Quem faz cair acaba também por não ficar de pé!

publicado por Theosfera às 19:19

O relógio é persistente. De dia e de noite, bate. Bate as horas.

O problema é acertar. Umas vezes, anda cinco minutos adiantado. Outras vezes, uns cinco minutos atrasado.

Acertar no tempo é tarefa difícil. Mas há que tentar. Como o relógio!

publicado por Theosfera às 09:46

Uma vitória é saborosa. Mas, por vezes, os caminhos que a ela conduzem tornam-se amargos.

Daí a recomendação de Franz Kafka: «Não se deve prejudicar ninguém, nem mesmo o mundo, para alcançar uma vitória».

Quem prejudica alguém ganhará alguma coisa?

publicado por Theosfera às 09:41

Somos aquilo que dizemos e, ainda mais, aquilo que fazemos.

Agostinho da Silva punha a questão num patamar de denso dramatismo: «É a posse mais terrível de todas, a escravatura mais completa, aquela que uma obra exerce sobre o seu criador».

Os outros estão sempre a olhar para o nosso rasto. Nem sempre haverá justiça.

É o risco que se corre. Mas, no fundo, vale a pena correr!

publicado por Theosfera às 09:36

É importante cumprir a lei. Mas é decisivo fazer o bem.

Em princípio, a conjugação devia ser perfeita. Mas, às vezes, existe uma certa combustão.

Nem sempre a lei persegue o bem. Nessa altura, como proceder?

Henry Thoreau não hesita: «É preferível cultivar o respeito do bem que o respeito pela lei».

Só o bem faz bem!

publicado por Theosfera às 09:31

O desejo é forte e o medo também não é fraco.

La Fontaine reconheceu e assumiu: «Todos acreditamos facilmente naquilo que se teme e se deseja».

É preciso não ficar prisioneiro do medo. E, às vezes, importa ir mais além dos desejos.

O dever é o caminho!

publicado por Theosfera às 09:27

Hoje, 23 de Março, é dia de S. Nícon e seus Companheiros, S. Turíbio de Mongrovejo, S. Vitoriano e Sta. Raquel Ay-Rayés.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 22 de Março de 2015

Uma vez mais, Senhor,

eis-nos na Tua escola

para aprender conTigo,

para beber das lições que nos dás,

com a Tua Palavra e sobretudo com a Tua vida.



Tu não páras de nos surpreender.

Será que alguma vez aprenderemos

a profundidade e o alcance das Tuas lições?



Para Ti, Senhor, só ganha quem perde,

só volta à vida quem dá a vida.



A Tua hora é a hora da glória

e a a tua glória está na Cruz,

está na oferta total da vida,

na entrega plena do ser.



Que nós sejamos, Senhor, como o grão de tigo.

Que não tenhamos medo de descer à terra.

É do fundo que se sobe.

É de trás que se avança.



Que não tenhamos medo da obscuridade.

Porque a Tua luz, Senhor,

brilha em todo o lado.



Ensina-nos, Senhor,

a não fugir dos problemas

e a não ter receio das dificuldades.



Tu nem da morte fugiste

e, abraçando a morte,

venceste a morte.



Como os Teus contemporâneos,

também nós, hoje, Te queremos ver.

Que todos Te possam ver em nós

e que, através do nosso testemunho,

Te possam encontrar,

JESUS!

publicado por Theosfera às 11:10

A. Viver é (também) aprender a deixar

  1. Nesta vida, andamos todos à procura de ter, de possuir, de ganhar, de conquistar. Até à igreja costumamos vir — legitimamente aliás — com o desejo de, junto de Deus, obter alguma coisa. É um facto que Jesus nos mandou pedir, garantindo que receberíamos o que pedíssemos (cf. Mt 7, 7). O problema é que, não raramente, esquecemos que o segredo da felicidade não está no que se recebe, mas no que se dá.

Um dia, um monge respondeu ao noviço: «Vieste aqui não para adquirir algo, mas para te libertares de muita coisa». A liberdade não está só no que se consegue, começa por estar no que se deixa. Viver também é aprender a deixar. Como bem notou Tomas Halik, muitas vezes, temos de deixar ambições, fantasias, planos e até ideias. A Quaresma é um tempo propício para percebermos que há muita coisa para deixar. Há que deixar o pecado, o egoísmo e a superficialidade.

 

 

  1. Não há dúvida de que é preciso ter muita coragem — e enorme humildade — para deixar o que temos e para largar o que gostaríamos de ter. Mas não percamos de vista que ser discípulo de Jesus começa por um acto de deixar. Ser discípulo implica deixar o trabalho (cf. Mt 4, 20). Ser discípulo pode implicar — coisa nada fácil — deixar a família (cf. Lc 9, 61). Ser discípulo implica deixar a vida que se tem (cf. Mt 10, 37) e — no limite — pode ir ao ponto de oferecer a própria vida (cf. Lc 14, 26).

Tal é, aliás, o exemplo do Mestre e, como Ele mesmo avisou, o discípulo não é superior ao Mestre (cf. Lc 6, 40). Nós somos discípulos do Mestre que dá a vida e vida em abundância (cf. Jo 10, 10). Jesus prefere sempre o verbo «dar» ao verbo «receber». E, na Sua coerência ilimitada, Ele dá inteiramente e dá-Se totalmente. Não espanta, por isso, que, para Jesus, haja maior felicidade em dar do que em receber (cf. Act 20, 35).

 

B. Deixar tudo para não perder ninguém

 

3. Jesus, no pedaço de Evangelho que escutámos, anuncia que está próxima a hora de ser glorificado (cf. Jo 12, 23). A glorificação de Jesus está precisamente no que Ele deixa. A Sua vida é como o «grão de trigo» lançado à terra para morrer (cf. Jo 12, 24). Por muito desconcertante que pareça a linguagem, é mesmo como diz Jesus: «Se o grão de trigo não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto»(Jo 12, 24).

Jesus sujeita-Se a perder tudo para não perder ninguém. Ele oferece a Sua morte pela nossa vida (cf. Jo 10, 10). E nós, discípulos de Jesus, que estamos dispostos a perder, que estamos dispostos a deixar? Para ficar com Jesus ressuscitado, é indispensável estar com Jesus crucificado. Para acompanhar Jesus no Seu regresso da terra, é imperioso acompanhar Jesus na Sua descida à terra. Afinal, quem quiser segui-Lo, tem de pegar na Cruz todos os dias (cf. Mt 16, 24). Na Cruz de Jesus está já a nossa cruz e na nossa cruz está sempre a Cruz de Jesus. Pode ser doloroso sentir que não há Ressurreição sem Cruz, mas é reconfortante saber que também não há Cruz sem Ressurreição.

 

  1. Que fique bem claro: o importante na fé não é o que esperamos conquistar, mas o que estamos dispostos a deixar. A penitência quaresmal é maximamente libertadora porque nos ajuda a deixar. A Quaresma vale não apenas pelo imenso que recebemos, mas também pelo muito que deixamos. Quando deixamos, apercebemo-nos de que, afinal, já estamos a receber. E damos conta de que aquilo que recebemos é muito melhor do que aquilo que deixamos.

Especialmente na Quaresma, somos convidados a deixar tudo quanto, em nós, obscurece a luz que Deus acende na nossa vida desde o Baptismo. Há tanta coisa para deixar. Há tanta coisa que (nos) pesa e que nos impede de acompanhar devidamente Jesus Cristo pelos caminhos do mundo.

 

C. A «dieta» que urge fazer

 

5. É preciso fazer dieta, deixando de lado o peso do egoísmo e da superficialidade. A penitência torna-nos mais leves, mais habilitados a sair de nós e a caminhar com Cristo. Por conseguinte, não pensemos apenas no que vamos receber na Quaresma. Pensemos também — e antes de mais — no que estamos dispostos a deixar a partir da Quaresma.

O que acumulamos nem sempre nos enriquece. Muitas vezes, o que acumulamos cá dentro só nos sobrecarrega, só dificulta os nossos passos. A Quaresma pode ser vista, portanto, como uma dieta que nos liberta de tanta adiposidade acidental e prejudicial, levando-nos a centrar o nosso apetite somente no essencial. E o essencial é Deus, é o amor de Deus, é o amor que vem de Deus para contagiar a humanidade e transformar a nossa vida.

 

  1. Através do Sacramento da Reconciliação, libertemo-nos do que nos traz aprisionados. Ao chegarmos à Casa de Deus, não comecemos logo a pedir. Comecemos, antes de mais, por deixar. Deixemos a nossa vida velha, a nossa vida antiga. Revistamo-nos de uma vida nova, de uma vida renovada. Essa vida nova — e continuamente renovada — tem o nome de Jesus. Ele é a novidade total e constante.

Mas, tal como Abraão deixou a sua terra (cf. Gén 12, 1), também nós temos de deixar a nossa vida antiga, a nossa vida rotineira, a nossa vida acomodada. Não é possível aderir a Jesus e, ao mesmo tempo, manter uma vida contrária ao estilo de Jesus.

 

D. Afinal, que estamos dispostos a deixar?

 

7. Há tanto para mudar em nós! Há tanta coisa para deixar e para largar! É essa (tanta) coisa que ergue muros — e cria obstáculos — à nossa adesão a Jesus e ao Seu Evangelho. É preciso aterrar no Evangelho. Jesus não Se limita a pairar. Em Jesus, Deus aterra na nossa história e enterra-Se completamente na nossa vida.

Como estes gregos, procuremos nós também ver Jesus (cf. Jo, 12, 21). E, como Filipe e André, procuremos também nós deixar ver Jesus (cf. Jo 12, 22). Procuremos ver Jesus no nosso mundo e procuremos deixar ver Jesus na nossa vida. Como Jesus foi a transparência do Pai — «quem Me vê, vê o Pai»(Jo 14, 6) —, que cada um de nós procure ser a transparência de Jesus. Que, pelo menos, nenhum de nós impeça alguém de se aproximar de Jesus.

 

  1. Como há dois mil anos, também hoje é preciso estar atento à «hora» de Jesus. É urgente acertar as nossas horas pela «hora» de Jesus. Jesus diz que «chegou a hora»(Jo 12, 23) e afirma que foi para «esta hora» que veio ao mundo (cf. Jo 12, 27). Conviver com Jesus passa por conviver longamente com a Cruz e com a Ressurreição do que dá a vida na Cruz. A «hora» de que fala Jesus é a «hora» da Cruz, a «hora» da Cruz gloriosa. Tal como Jesus Se preparou para a Sua «hora», também nos prepara para que não desfaleçamos na nossa «hora», na «hora» de dar testemunho de Jesus.

O tema da «hora» foi uma espécie de guião para Jesus. Logo nas bodas de Caná, Ele diz que ainda não tinha chegado a Sua «hora» (cf. Jo 2,4). E, em Jerusalém, na Festa das Tendas, o evangelista regista, por duas vezes, que os judeus queriam prendê-Lo, mas não o fizeram «porque ainda não tinha chegado a Sua hora»(Jo 7,30; 8,20).

 

E. Qual a «temperatura» do nosso amor?

 

9. Nós já estamos na «hora» de Jesus, que é a hora nova do tempo novo. A «hora» de Jesus é a hora do testemunho, a hora da missão, a hora da evangelização. O Pai está em sintonia com esta «hora», como se nota pela voz que se ouve do Céu: «Glorifiquei-O e tornarei a glorificá-Lo»(Jo 12, 28). Esta voz ouve-se por causa de nós. A glorificação de Jesus elevado na Cruz é o maior traço de união.

A Cruz liga-nos a Deus e liga-nos uns aos outros em Deus. Jesus elevado na Cruz atrai (cf. Jo 12, 32). Uma nova humanidade começa através da aliança nova prometida em Jeremias (cf. Jer 31,31-34. Trata-se da aliança nova anunciada para os últimos tempos e concretizada pelo Crucificado que Deus ressus­cita. Nessa aliança, Deus perdoa todos os pecados e vai ao ponto de não recordar mais as nossas faltas (cf. Jer 31,33-34).

 

  1. É uma humanidade totalmente nova, aquela que se inaugura em Jesus. A Carta aos Hebreus assegura que a Sua entrega na Cruz oferece-nos a «salvação eterna»(Heb 5, 9). Jesus não Se poupa a nada para que nós possamos obter tudo, tudo o que verdadeiramente importa: a salvação, a felicidade. Não foi fácil. Foi até tremendamente difícil. De facto, Jesus consumou a Sua entrega na Cruz no meio de «grandes clamores e lágrimas»(Heb 5, 7). Também para Jesus, o que vale custa e o que custa vale. Até Jesus, apesar de Filho de Deus, treme e estremece diante da morte. Mesmo assim, não vacilou. Jesus deixa tudo para nos dar tudo. Esta é a vivência suprema da Lei do Amor, que Ele pregou a todos e testemunhou como ninguém. O amor não se avalia pelo que se consegue obter, mas pelo que somos capazes de dar.

Qual a «temperatura» do nosso amor? Que estamos dispostos a deixar? Talvez ainda estejamos muito presos a muitas coisas. Escutemos, por isso, o imenso «grito» que nos vem da Cruz. Deixemos os ódios, as mentiras e as vaidades. E deixemos também as vinganças, os ressentimentos e as mágoas. Aquilo que iremos receber é infinitamente mais do que aquilo que possamos deixar!

publicado por Theosfera às 08:29

Triste é o nosso hábito de só dar valor às coisas quando elas faltam e de só reconhecer valor às pessoas quando elas se ausentam.

Já Thomas Fuller tinha reparado: «Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor à água».

Quando damos valor às coisas e às pessoas, é provável que já não as encontremos!

publicado por Theosfera às 08:05

Os dias mundiais arriscam-se a ser dias de esquecimento.

Com a proliferação que se está a verificar, cada dia mundial é uma forma de esquecer o dia mundial anterior.

O Dia do Pai foi apenas na quinta-feira. Vejam a quantidade de dias mundiais que já ocorreram desde então.

Hoje é a vez da água. E há um número que deve fazer pensar e não apenas neste dia.

Mais de 400 milhões de litros de água são desperdiçados por dia(!!!) em Portugal.

Usemos a água. Mas não nos habituemos a desperdiçar a água!

publicado por Theosfera às 07:54

Hoje, 22 de Março (Quinto Domingo da Quaresma), é dia de S. Deográcias, Sta. Leia e S. Zacarias.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Sábado, 21 de Março de 2015

Um abuso acaba por ser sempre um entrave ao uso.

Um abuso distorce, desgasta e destrói.

Não falta quem invoque a liberdade para experimentar todas as coisas.

Chega, porém, o momento (geralmente tarde) em que vem à mente o desabafo de Jean-Jacques Rousseau: «Sou escravo pelos meus vícios e livre pelos meus remorsos».

Grande é a liberdade que consegue advertir os erros e experimentar outros caminhos!

publicado por Theosfera às 12:27

Diz a experiência que aquilo que depressa vem, depressa vai.

A internet chegou, foi vista e rapidamente venceu.

Hoje em dia, toda a gente fala e escreve praticamente sem filtros.

Por um lado, há uma sensação de liberdade. Mas, por outro lado, sente-se um clima de desgaste.

As pessoas habituaram-se a falar de si e a falar contra os outros.

As pessoas trazem muitas coisas dentro e têm necessidade de as fazer «explodir» cá para fora.

Michio Kaku notou, como notamos todos, que «a internet está cheia de pessoas a gritar».

Prevê, por conseguinte, que acabem «por ficar cansadas».

Aguardemos o que virá do futuro!

publicado por Theosfera às 12:21

A escola tem de acompanhar os tempos.

Mas era bom que os tempos também acompanhassem a escola.

Crescer é importante e não apenas por fora!

publicado por Theosfera às 12:15

Quando abundam as normas, mingua o exemplo.

Séneca já se apercebera: «Longo é o caminho através de regras e normas; curto e eficaz através do exemplo».

O exemplo, como notou Albert Schweitzer, não é a melhor maneira de educar; é a única.

Quando falta o exemplo, tudo é mais demorado!

publicado por Theosfera às 12:08

Para quê antecipar os infortúnios que até podem nem acontecer?

Muito trabalho dão os infortúnios que vão aparecendo.

La Rochefoucauld recomenda: «É melhor empregarmos o nosso espírito em suportar os infortúnios que nos acontecem do que em prever os que nos podem acontecer».

Às vezes, entre o poder acontecer e o efectivo acontecer corre uma distância muito grande.

A cada dia, o seu problema!

publicado por Theosfera às 12:02

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