O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Terça-feira, 31 de Dezembro de 2013
Finalmente, oiço silêncio, habito o silêncio.

Nenhum carro. Nenhum grito, nenhuma voz.

Um grande encontro com Deus me espera.

Levarei, reconhecido, a lembrança dos que me ungem com a sua amizade.

Para todos, uma luminosa passagem de ano.

Até 2014. Até daqui a pouco!
publicado por Theosfera às 22:14

Vou confessar-me. E, desde já, peço perdão se vou desapontar alguém.

Até reconheço que as pessoas precisam de descomprimir.

O passado foi difícil e o futuro será duro. Mas este clima de euforia que, por horas, está instalado inocula dentro de mim um sentimento de estranheza.

Não me revejo nisto. Não é esta alegria que me alegra. É uma alegria bojuda, exibicionista, gastadora, afogada em álcool.

É tudo tão velho, mesmo no ano novo. Soa-me tudo a artificial, a vazio.

Nada como a simplicidade, a serenidade, a paz. Mas que cada um viva cada momento como se sentir melhor. E que seja feliz.

O meu respeito é total. As opções são sagradas!

publicado por Theosfera às 13:08

No último dia do ano, penso em todos os que estão alegres. Mas uno-me, espcialmente, a quantos são visitados pela tristeza.

Pressinto que muitos não querem festejar. Querem sobretudo esquecer.

Não deixemos que a esperança adormeça!
publicado por Theosfera às 13:02

Estamos mais novos no Ano Velho. Estaremos mais velhos no Ano Novo.

No início do novo ano, estaremos mais perto do fim, do nosso fim.

O ambiente é de euforia. Que seja de alegria. De esperança. De paz. De convívio. Mas também de recolhimento.

Não se esqueça de quem nunca Se esquece de si.

Procure passar o ano (também) na companhia de Deus!
publicado por Theosfera às 13:00

1. Eis um momento em que nos sentimos habitados pela incerteza e, ao mesmo tempo, tatuados pela esperança.

Receamos que o futuro seja sombrio, mas, lá no fundo, acalentamos o sonho de que o amanhã possa ser mais sorridente.



2. Paul Valéry achava que «o problema com o tempo é que o futuro já não é o que costumava ser». Mas também se fosse o que costumava ser, seria futuro?

Nós é que, afinal, estávamos mais seguros com o passado, apesar das suas agruras, do que com o futuro, não obstante as suas promessas.



3. A esta hora, palpita-nos que o próximo ano será difícil. Mas nem assim deixamos de desejar que ele possa ser melhor.

Uma coisa é certa: será diferente. Nenhum momento é igual a outro. Cada instante é único, irrepetível.



4. O tempo dá. O tempo tira. O tempo retira o que antes tinha dado. O tempo volta a dar o que antes tinha tirado.

A coisa mais estável é a instabilidade. O mais imutável parece ser a mudança. O que não muda é a sensação de que tudo muda, de que tudo está a mudar.



5. A esta hora, o verbo que mais vem à superfície da lembrança é «passar».

Passar de ano tem aquele sortilégio a que quase ninguém escapa. Mas não basta «passar». É necessário também «mudar». E, acima de tudo, é urgente «melhorar».

Passar não chega. Mudar não basta. Só mudando para melhor é que vale a pena estar na vida.



6. O mundo é feito de mudança. A vida, portanto, é tecida de «mundança».

Não é gralha. De facto, é de «mundança» que precisamos. De mudança no mundo. E esta tem de começar por dentro, por nós!



7. Gandhi dizia: «O que importa é o fim para o qual eu sou chamado». Neste fim de ano, parece haver uma dificuldade em perceber qual é a finalidade dos nossos passos.

Nem o fim é totalmente fim. O fim abre as portas a um novo começo. O fim de um ano desagua sempre num novo ano. E nem sequer o fim da vida impede o desabrochamento do início da plenitude da vida. Afinal, «a vida não acaba, apenas se transforma»!



8. Os finais e os inícios de ano são convenções que nos deveriam despertar para algo importante: o mistério do tempo e a importância de cada momento.

O dia mais importante é hoje. O momento mais decisivo é este. Quando chegar a meia-noite de 1 de Janeiro, esse será o instante mais importante. Mas, um minuto depois, já será passado. E esse minuto passará a ser o mais importante.



9. 2014 até poderá ser o melhor ano das nossas vidas. Nunca terá havido tantas dificuldades. Nunca haverá, por isso, tão grandes possibilidades. Eberhard Jungel asseverou: «Quanto maiores são as dificuldades, tanto maiores são as possibilidades».

A felicidade não vem da facilidade. O que vale custa. O que custa vale. Os problemas serão grandes. A vontade de os vencer será maior.



10. Este não é o momento para ser original. Mas, não sendo original, gostaria de desejar com a máxima sinceridade: um ano novo repleto de paz, inundado de esperança.

Que a vida seja renovada no ano novo. Que Deus habite todos os corações. Que o Seu amor nos guie nesta peregrinação da esperança pelo tempo!



11. O novo ano pode não ser o melhor, mas nós podemos ser melhores no ano novo.

Por isso, que não seja só novo o ano. Que seja nova a vida. Sobretudo a vida.

publicado por Theosfera às 12:40

Hoje há reivindicação e cobrança a mais e gratidão a menos.

Agradecemos pouco e agradecemos a poucos.

Agradecemos pouco a quem muito nos dá, a quem muito nos faz ser.

Até na oração nos esquecemos de agradecer.

Aliás, já o Mestre Eckhart tinha reparado: «Se a tua única oração na vida for "obrigado", isso bastará»!

publicado por Theosfera às 11:18

1. A nossa época não é (seguramente) a primeira nem será (provavelmente) a última da História. Pelo menos, não é a primeira que pensou ser a última.

 

Não se justificam, por isso, os alarmismos que costumam pontuar as passagens de ano e que ecoaram com particular incidência na recente transição de milénio.

 

As teses de Francis Fukuyama sobre o fim da História e o último Homem pecam por precipitadas e, aliás, o próprio autor já procedeu à respectiva correcção.

Mas um voltar de página na contagem do tempo também não é um acidente, um registo cronológico totalmente inócuo. Costuma ser tingido de alegria e vir carregado de esperança.

 

É essa alegria que importa prolongar e é essa esperança que nos cabe esticar e estender ao longo do ano.

 

 

2. A humanidade sempre foi marcada pela «nostalgia do futuro» de que fala Raymond Ruyer.

 

A História do Mundo também pode ser descrita como sendo a História do Fim. As perguntas acerca do para onde? e do para quê? ocuparam mentes e encheram páginas no decurso dos séculos.

 

O ser humano sempre teve o seu olhar dirigido para a frente, para o futuro, para o fim. É natural que, na proximidade do fim do ano, esse olhar se intensifique, embora nem sempre venha emoldurado com o desejado entusiasmo.

 

Usando duas conhecidas expressões de Jacques Séguy, dá a impressão de que os «paraísos encontrados» pelo coração facilmente se transformam em «paraísos perdidos» na realidade quotidiana.

 

É por isso que o pensamento do fim assusta um pouco o comum das pessoas. O terreno em que aparece o amanhã surge demasiado movediço. O fim desponta mais como destruição do que como plenitude.

 

Como sintetiza Jean Delumeau, há um contraste entre «dois sentimentos que se opõem. Por um lado, assistimos aos progressos contínuos da ciência e da técnica e apreciamos o conforto que nos trazem. Por outro, constatamos com melancolia que a ciência e a técnica não deram os resultados com que muitos dos nossos antepassados contavam. A verdade é que a felicidade continua a fugir diante de nós e de nada parece servir corrermos cada vez mais velozmente atrás dela».

 

 

3. Dir-se-ia que ao encanto da utopia sucedeu o impacto da contra-utopia.

 

A «invasão do pessimismo», a que alude Jean Delumeau, teve em Karl Krauss uma das mais arrepiantes formulações: «A cultura já não tem qualquer possibilidade de respirar. Há uma humanidade morta deitada ao lado das suas obras, que lhe custaram tanto espírito a inventar que já não lhe resta nenhum para se servir delas. Fomos complicados quanto baste para construirmos a máquina e somos demasiado primitivos para a pormos ao nosso serviço».

 

Também Oswald Spengler considera que «os mundos científicos são mundos superficiais, práticos, sem alma, meramente extensivos». Jacques Bouveresse entende que este é o preço que temos de pagar pelo progresso: «O que perdemos em sonho ganhámos em realidade; a nossa época é uma época de realizações e as realizações são sempre decepções»!

 

Nem sempre, responderemos. Mas é um facto que a decepção é o sentimento dominante em muitos espíritos.

 

2013 não fugiu à regra. Houve instabilidade, manteve-se a incerteza, prosperou a insegurança. O país não está bem. O resto do mundo não se sente melhor.

 

A justiça está longe. A paz permanece distante. As perspectivas não são muito animadoras.

 

 

4. É nestas alturas que temos de convocar as energias da esperança.

 

Não podemos descrer nem capitular. Os problemas existem não para nos vencerem mas para serem vencidos por nós.

 

Há que empreender na busca da nossa verdadeira vocação: enquanto pessoas e enquanto humanidade. «A humanidade inteira — escreve Jean Delumeau — tem

uma vocação e cada um de nós é chamado a um destino que deve levá-lo até Deus».

 

No fundo, trata-se, na linha do que defendia Teilhard de Chardin, de «pancristianizar o universo». É esta, como recomenda John Eccles, a nossa autêntica natureza: «Procurar a esperança na busca do amor, da verdade e da beleza».

 

Feliz ano novo!

publicado por Theosfera às 10:33

A novidade seduz, mas também assusta.

Por isso existe sempre alguma resistência à mudança.

Montaigne confessou: «Qualquer que seja a aparência da novidade, eu não mudo facilmente, com medo de perder com a troca».

No fundo, é assim!

publicado por Theosfera às 09:01

Estamos à espera do ano novo com coisas que, afinal, não são novas.

A receita é a de sempre: foguetes, folguedo, música, dança. Talvez mais euforia do que alegria.

É claro que as pessoas precisam de aliviar a pressão de cada dia. Mas confesso que me entedia a falta de espiritualidade destes momentos.

Uma maior simplicidade adornaria uma noite como esta com mais encanto. E, quanto ao futuro, não cedamos ao pessimismo.

Mesmo que todos nos abandonem, contamos com Deus. E, como nos diz Bento XVI, «Deus não nos deixa tactear na escuridão. Ele mostrou-Se como homem. Ele é tão grande que pode até tornar-Se pequeníssimo».

Deixemos as grandezas nas arcas de arrumações do ano velho. A maior grandeza do ano novo estará na simplicidade!

publicado por Theosfera às 00:35

Santa Missa a começar em 2013 e a terminar em 2014.

Assim vai ser a minha passagem de ano.

Rezarei por quantos me têm distinguido com o incomensurável dom da sua amizade.

Um novo ano com duas mil e quatorze razões para sorrir e ser feliz.

Deus abençoe a todos!

publicado por Theosfera às 00:05

Hoje, 31 de Dezembro (sétimo dia da Oitava do Natal), é dia de Sta. Comba de Sens, Sta. Melânia, a Nova, S. Piniano, S. Silvestre I e Sto. Alão de Solominihac.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 30 de Dezembro de 2013

O acontecimento do ano? A renúncia de um Papa!
A figura do ano? A eleição deste Papa!

publicado por Theosfera às 10:43

Muitas palavras se gritam. Muitas vozes se soltam. Muitas pessoas se movimentam.

Mas nem sempre todas estas vontades se juntam.

Muitos «eus» formarão um verdadeiro «nós»?

publicado por Theosfera às 10:41

Chamava-se Isaura Sequeira.

 

Sentiu-se mal logo pela manhã. Foi imediatamente atendida. Mas não resistiu. Tinha 74 anos.

 

Era minha Avó, minha querida Avó. A única que conheci.

 

Eu sei que ela gostava muito de mim. Ela sabia que eu gostava muito dela.

 

Morreu neste dia. Há 39 anos!
publicado por Theosfera às 00:24

Hoje, 30 de Dezembro, é dia de Sto. Anísio, Sta. Margarida Colona e S. Sabino.

Um santo e abençoado sexto dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 29 de Dezembro de 2013

Impasse emocional é o que muitos estão a sentir nesta altura.

Quase todos estão com desejos de sair de 2013. Mas quase ninguém tem vontade de entrar em 2014.

O ano novo parece mais sombrio que o ano velho.

Creio, porém, não ser impossível acender um facho de luz nas escuras avenidas do medo.

Entremos em 2014 pela porta da esperança!

publicado por Theosfera às 23:25

Um aviso de Agustina que devia soar em muitos corredores do poder: «Não se fazem nações livres com pessoas infelizes».

Seremos uma nação livre?

publicado por Theosfera às 08:43

Natal é a noite, mas é também o dia.

 

Natal é o frio, mas é também o calor.

 

Natal é Jesus, Natal é a família,

Natal é a humanidade e Natal também és tu.

 

Não fiques à espera do Natal,

sê tu mesmo o melhor Natal para os outros.

  

O Natal não terminou no dia 25.

Constrói, por isso, um Natal para todo o ano,

para toda a vida.

 

Tu és o Natal

que Deus desenhou e soube construir.

 

É por ti que Deus hoje continua a vir ao mundo.

É em ti que Ele também renasce.

 

Sê, pois, um Natal de esperança,

de sorriso e de abraços,

de aconchego e doação.

 

Também podes ser um Natal com algumas lágrimas.

São elas que, tantas vezes, selam o reencontro e sinalizam a amizade.

 

Eu vejo o Natal no teu olhar, no teu rosto, no teu coração,

na tua alma, em toda a tua vida.

 

Há tanta coisa de bom e de belo em ti.

Tanta coisa que Deus semeou no teu ser.

 

Descobre essa riqueza, celebra tanta surpresa,

partilha com os outros o bem que está no fundo de ti.

 

Diz aos teus familiares que os amas,

aos teus amigos que gostas deles,

aos que te ajudam como lhes estás agradecido.

 

Não recuses ser Natal junto de ninguém. Procura fazer alguém feliz.

 

Não apagues a luz que Deus acendeu em ti.

Deixa brilhar em ti a estrela da bondade e deixa atrás de ti um rasto de paz.

 

Que continues a ter um bom Natal.

A partir de agora. Desde já. E para sempre! 

publicado por Theosfera às 08:33

Para que serve a lei?

Para muita coisa, certamente. Até para ser desobedecida.

Chesterton propôs uma provocadora definição de lei: «algo que pode ser transgredido».

Não sei se é bem. Não sei se é mal.

Sei que é frequente!

publicado por Theosfera às 08:33

Nestes dias, vejo euforia. Mas continuo a não ver alegria.

A euforia bem tenta catapultar a alegria. Mas eclipsa-se.

A tristeza vai ondulando mesmo no meio dos vendavais de alto teor etílico.

Não sei por que razão a alegria tem de estar associada ao álcool.

Há figuras tristes, mesmo (sobretudo?) por parte de quem pretende ser alegre.

A alegria é sã, é chã. É sóbria. É calma. É simples. É natural.

Não é regada com álcool. É alimentada na paz!

publicado por Theosfera às 08:21

Balzac dizia que «um marido, como um governo, nunca deve confessar os seus erros».

Percebe-se o conselho.

Confessar é expor, expor-se. E expor-se é partilhar alguma fragilidade.

Mas, ainda que não se exponham os erros, é fundamental reconhecê-los, assumi-los.

Só assim poderão ser corrigidos!

publicado por Theosfera às 08:09

Hoje é o dia da Sagrada Família.
José, Maria e Jesus formaram uma família humilde.
O ambiente era de paz. Não se falava muito. Escutava-se bastante.
Havia uma sabedoria feita de subtileza e adornada pela simplicidade.
Uma oração por todas as famílias. Para que o mundo seja uma grande família. E para que cada família se capacite de que é um pequeno mundo. ...
Qual o segredo? Que cada um se assuma como é. Que todos sejam amados como são.
Que haja autenticidade e nunca traição. O brilho dos olhos de uma criança será sempre o melhor certificado do amor de seus pais!

Para a família, não há soluções prévias nem receitas impostas. Há caminhos.
Às vezes, falar é decisivo. Outras vezes, calar é fundamental.
Viver em família é uma arte, uma permanente descoberta.
Cada dia é uma novidade. É preciso saber admirar o outro. E é necessário também aprender a suportar o outro.
Não há escola para viver em família. A família é a melhor escola para si mesma.
O dia mais importante é hoje. Cada momento é uma etapa, sem a qual o caminho fica inconcluído e a obra interminada.
Um abraço de admiração a todas as famílias!
publicado por Theosfera às 07:02

Hoje, 29 de Dezembro (Domingo da Sagrada Família), é dia de S. Tomás Becket e S. Gerardo de Waindvrille.

Um santo e abençoado quinto dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 07:00

Sábado, 28 de Dezembro de 2013

Viver sem Deus é viver?

Se Deus é a vida, a resposta está dada.

Aliás, Julian Barnes notou: «Quando matamos ou exilamos Deus, matamo-nos a nós próprios».

É que, «se não existe Deus, não existe vida depois da vida, e então não existimos nós»!

publicado por Theosfera às 13:10

E se lhe disser que o bem, afinal, está a aumentar e a violência a diminuir?

Talvez se espante como eu me espantei.

Mas é um estudo que chega de Harvard. O seu autor é Steven Pinker.

Segundo ele, a sociedade está a tornar-se mais saudável e menos violenta.

O bem está a ganhar. O bem está a avançar de tal modo que os violentos se tornam mais visíveis.

Porque são menos, destoam mais!

publicado por Theosfera às 12:25

A aristocracia não deveria ser um exclusivo dos aristocratas.

Aliás, há pessoas simples que oferecem uma enrme aristocracia no porte.

Mas, de uma maneira geral, hoje há um défice de boas maneiras.

O excesso de informalidade pode chegar a roçar a boçalidade.

Não aprecio o excesso de etiqueta, que chega a ser sufocante. Mas o aprumo, a delicadeza e a urbanidade são ingredientes que têm sempre lugar numa boa convivência.

Como sinto a falta deles!

publicado por Theosfera às 12:19

A convicção é essencial. Mas há que ter lucidez para não confundir convicção com mera teimosia.

Paul Valéry já nos colocou de sobreaviso: «Convicção, palavra que permite pôr, com a consciência tranquila, o tom da força ao serviço da incerteza».

A verdade é sempre, e simultaneamente, forte e suave.

Quanto mais suave mais forte. A força da verdade dispensa bem a suposta verdade da força!

publicado por Theosfera às 12:09

Às vezes, a liberdade é o maior adversário da liberdade.

Quando se pensa apenas na liberdade do eu e se esquece a liberdade do outro, é o outro que fica em causa e é também a liberdade que fica em risco.

Muito se invoca a liberdade de expressão para insinuar, para magoar, para ofender. E, quase sempre nestes casos, para mentir.

O que se tem feito ultimamente nas catedrais é revelador. E desolador!

publicado por Theosfera às 12:06

A inocência, hoje em dia, não goza de boa reputação.

Até será apreciada e um pouco aplaudida. Mas acabará por ser olhada de viés, com um pouco de comiseração.

O inocente é considerado honesto, íntegro e autêntico, mas também ingénuo.

O inocente, para muitos, é um pouco cego. Não vê a maldade. Não pratica a maldade e, por isso, não prospera.

Parece haver um antagonismo entre inocência e êxito.

Continuo, porém, a crer no que sempre acreditei: antes a inocência sem êxito do que o êxito sem a inocência!

publicado por Theosfera às 11:58

Deus defende os inocentes e não condena os culpados.

Porquê? Porque é justo. E porque, sendo justo, não deixa de ser misericordioso.

A justiça só não congraça com a misericórdia quando, no lugar do coração, se tem uma pedra.

A misericórdia é o ápice da justiça!

publicado por Theosfera às 11:51

A inteligência é sinal de fortaleza, mas também de debilidade.

Ela revela muito, mas também encobre bastante.

Clarice Lispector anotou com especial agudeza: «Talvez esse tenha sido o meu maior esforço de vida: para compreender a minha não-inteligência, o meu sentimento, fui obrigada a me tornar inteligente. (Usa-se a inteligência para entender a não-inteligência. Só que depois o intelecto, por vício de jogo, continua a ser usado e não podemos colher as coisas de mãos limpas, directamente na fonte)»!

publicado por Theosfera às 07:36

Escrevemos para os outros, mas acabamos por falar para nós.

Fernando Pessoa percebeu: «Quando escrevo, visito-me solenemente»!

publicado por Theosfera às 07:33

Os erros não são para repetir, mas serão sempre para recordar.

Eles acabam por abrir muitas portas.

Já dizia James Joyce: «Os erros são os portais da descoberta»!

publicado por Theosfera às 07:31

Hoje, 28 de Dezembro, é dia dos Santos Inocentes, padroeiros dos meninos de coro e das crianças abandonadas.

Um santo e abençoado quarto dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 07:05

Sexta-feira, 27 de Dezembro de 2013

Quantas pessoas há, afinal, numa pessoa?

Há quem seja tão elástico. Há quem se mostre tão diferente conforme os locais, as conveniências.

Por alguma razão pessoa vem de «prosopon», que significa «máscara».

Talvez por isso Shakespeare denunciava: «Deus deu-vos uma cara e vós fazeis outra».

Só a autenticidade nos liberta e nos reconcilia. Com os outros. E connosco!

publicado por Theosfera às 10:29

Será o autoritarismo a alternativa à desordem?

Há quem se aproveite da desordem para propor (impor?) soluções autoritárias.

Sucede que o autoritarismo não elimina a desordem. Apenas a controla. Pelo contrário, mantém uma vontade indómita de a despoletar.

Os extremos, afinal, alimentam-se mutuamente.

Já dizia Ambrose Bierce que «ditador é o chefe de uma nação que prefere a peste do despotismo à praga da anarquia».

O que será melhor?

A anarquia não é saudável, mas ainda se caminha, embora não se saiba bem para onde. Mas na ditadura caminham apenas alguns. Que impedem os outros de caminhar!

publicado por Theosfera às 10:23

Quando nos apercebemos da verdade?

Não é quando a possuímos, porque a verdade não é possuível.

Aliás, já Zubiri alertava que o escopo da existência não é possuir a verdade, mas deixar-se possuir pela verdade.

Habitualmente, apercebemo-nos da verdade quando ela se nos escapa. Ou, melhor, quando nós nos escapamos dela.

Francis Bacon tinha razão: «A verdade surge mais facilmente do erro do que da confusão»!

publicado por Theosfera às 10:16

Hoje, 27 de Dezembro, é dia de S. João Evangelista (padroeiro dos teólogos e invocado contra as queimaduras e venenos e ainda para obter a graça de uma boa amizade), Sta. Fabíola, S. Teodoro e S. Teófanes.

Um santo e abençoado tereiro dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 07:00

Quinta-feira, 26 de Dezembro de 2013

A vida é uma escola.

Os acontecimentos são os mestres.

Nós, os humanos, somos os aprendizes. Pouco diligentes e lúcidos, porém.

Umas vezes, porque teimamos em não ver o que acontece. Outras vezes (muitas vezes), porque persistimos em não aprender com o que ocorre.

É por isso que desperdiçamos oportunidades. É por isso que repetimos erros.

Mas ainda estamos a tempo de mudar. A existência vai-nos acenando (e abanando) com os seus sinais. Com os seus incontáveis sinais!

publicado por Theosfera às 13:25

«Uma criança que nasça hoje não vai saber o que é a privacidade».

Eis o que disse Edward Snowden.

Mas, infelizmente, não é preciso esperar pelas crianças que vão nascer hoje!

publicado por Theosfera às 09:08

Uma vez mais, o Papa Francisco retomou o óbvio.

Ele disse que Deus é paz.

Pena é que esse óbvio belo seja também um óbvio esquecido.

Mas Deus é paz. Só na paz O louvamos!

publicado por Theosfera às 08:58

Dizem que o segredo do êxito estriba na adaptação. A linguagem não foge à regra.

Asseverava Nélson Mandela que «não se pode falar a uma multidão da mesma maneira como se fala a uma audiência de duas dúzias de pessoas».

Em qualquer caso, uma coisa é decisiva: mais importante do que ser loquaz é ser autêntico, verdadeiro, íntegro!

publicado por Theosfera às 08:40

Hoje, 26 de Dezembro (segundo dia da Oitava de Natal), é dia de Sto. Arquelau, Sto. Estevão (protomártir) e Sta. Vivência Lopes.

Um santo e abençoado dia de Natal para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Quarta-feira, 25 de Dezembro de 2013
1. Num tempo em que o real só nos desencanta, é natural que sejamos tentados a reencantarmo-nos com o irreal.

À partida, nenhuma época parece tão exposta ao irreal como o Natal.

 

2. Este é, de facto, o tempo em que todos dão ares de ricos. Em que até os que menos têm gastam como se muito tivessem. Em que os presentes se multiplicam por muitas mãos e as presenças se dividem por muitos lares.

Este é o tempo em que as palavras ácidas se escondem e as palavras belas ressurgem.

 

3. Em suma, este é o tempo em que tudo é diferente.

Pena é que seja por umas horas. Quando muito, por uns dias.

 

4. O que mais encanta, nesta altura, é a ilusão de uma bondade perdida e, de repente, reencontrada. Por umas horas. Quando muito, por uns dias.

Os sorrisos acendem-se e os rostos até parecem felizes. Por umas horas. Quando muito, por uns dias.

 

5. E é assim que o Natal nos visita como um enclave de fantasia no meio da tempestade de dores que tinge o quotidiano.

Só que, depois de uns frisos de ilusão, lá sobrevém de novo a desilusão, sempre persistente e ainda mais amarga.

 

6. Não é este o Natal com que Deus sonhou. Não é este o Natal que Deus quer.

Dizem que o Natal é quando um homem quiser. Eu diria que o problema é os homens raramente quererem o Natal.

 

7. Este é um tempo de lembranças, mas também de esquecimentos. Há sempre quem fique esquecido.

À força de tanto insistirmos nos nossos Natais, nem damos conta da fonte donde jorra o Natal: o Natal d’Ele, o Natal de Jesus. É por isso que há muitos Natais sem Natal. É por isso que há muitos Natais longe do Natal.

 

8. Há Natais que parecem um aniversário sem aniversariante. Há muitos Natais acanhados. Há muitos Natais frios, ainda que aquecidos à lareira.

Só haverá Natal na realidade quando mergulharmos na realidade do Natal. E a realidade do Natal passa não somente pelo aconchego do lar, mas também (e sobretudo) pelo desassossego do mundo.

 

9. O «Glória» até pode ser entoado nas alturas. Mas o Natal mostra-nos que o lugar de Deus também é a terra, o homem e particularmente o homem pobre e humilde.

Foi Jesus que dissipou todas as dúvidas: «Tudo o que fizerdes ao mais pequeno dos Meus irmãos é a Mim que o fazeis» (Mt 25, 40).

 

10. É isso o que mais evocamos no Natal. É isso o que temos de fazer e não apenas no Natal.

Para que aconteça Natal para lá do Natal!
publicado por Theosfera às 20:09


Mulheres atarefadas



Tratam do bacalhau,



Do peru, das rabanadas.






-- Não esqueças o colorau,



O azeite e o bolo-rei!






- Está bem, eu sei!






- E as garrafas de vinho?






- Já vão a caminho!






- Oh mãe, estou pr'a ver



Que prendas vou ter.



Que prendas terei?






- Não sei, não sei...






Num qualquer lado,



Esquecido, abandonado,



O Deus-Menino



Murmura baixinho:






- Então e Eu,



Toda a gente Me esqueceu?






Senta-se a família



À volta da mesa.



Não há sinal da cruz,



Nem oração ou reza.



Tilintam copos e talheres.



Crianças, homens e mulheres



Em eufórico ambiente.



Lá fora tão frio,



Cá dentro tão quente!






Algures esquecido,



Ouve-se Jesus dorido:



- Então e Eu,



Toda a gente Me esqueceu?






Rasgam-se embrulhos,



Admiram-se as prendas,



Aumentam os barulhos



Com mais oferendas.



Amontoam-se sacos e papeis



Sem regras nem leis.



E Cristo Menino



A fazer beicinho:



- Então e Eu,



Toda a gente Me esqueceu?






O sono está a chegar.



Tantos restos por mesa e chão!



Cada um vai transportar



Bem-estar no coração.



A noite vai terminar



E o Menino, quase a chorar:



- Então e Eu,



Toda a gente Me esqueceu?



Foi a festa do Meu Natal



E, do princípio ao fim,



Quem se lembrou de Mim?



Não tive tecto nem afecto!






Em tudo, tudo, eu medito



E pergunto no fechar da luz:






- Foi este o Natal de Jesus?!!!









(João Coelho dos Santos



in Lágrima do Mar - 1996)

publicado por Theosfera às 14:22

Preocupante é ser mais difícil ganhar hábitos bons do que hábitos maus.

Mas, como dizia William Maugham, «a desgraça deste mundo reside no facto de ser muito mais fácil abandonar os bons hábitos do que os maus»!

publicado por Theosfera às 14:14

A gratidão nem sempre está em alta.

Francisco Quevedo notou: «Poucas vezes quem ganha o que não merece, agradece o que ganha»!

publicado por Theosfera às 14:11

Parece mais fácil encontrar respostas que remédios.

Mas, como avisa Jean Rostand, «a ciência encontra mais depressa remédios que respostas».

Há remédios que não trazem respostas. Mas há respostas que são autênticos remédios.

Por isso é que são raras!

publicado por Theosfera às 14:05

Deus da paz,
Vem conter a fúria das armas destruidoras.

Deus da justiça,
Vem libertar as vítimas da opressão.

Deus da fraternidade,
Vem fazer que todos os homens se sintam irmãos.

Deus da esperança,
Vem dar alento aos que se encontram abatidos.

Deus da santidade,
Vem transformar as nossas vidas.

Deus do amor,
Vem socorrer o nosso mundo inquieto.

Deus dos pobres,
Vem enriquecer-nos com a tua humildade.

Deus de todos os homens,
Vem nascer no nosso coração.

Vem, Senhor Jesus!
publicado por Theosfera às 11:00

Hoje, 25 de Dezembro (solenidade do Natal do Senhor), é dia de S. Manuel, S, Natal, Sto. Alberto Chiewolski, Sta, Maria dos Apóstolos, Sta. Inês Fila e Sta. Lúcia.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:56

Terça-feira, 24 de Dezembro de 2013

Parabéns a Jesus

nesta data querida,

muitas felicidades,

muito amor sem medida.

 

Hoje é dia de festa,

dentro das nossas almas,

para Vós, Deus Menino,

uma salva de palmas!

publicado por Theosfera às 11:13

O Natal é belo quando é sonhado.

O Natal é lindo quando é cantado.

O Natal é encantador quando é tingido de frio e regado de neve.

O Natal é importante quando não é esquecido.

O Natal é bom quando é celebrado.

Mas o Natal é melhor quando é vivido, partilhado, abraçado, chorado, humanizado, fraternizado, assumido e projectado no mundo inteiro.

O melhor Natal para si!
publicado por Theosfera às 09:25

Deus entra na nossa história não pela via da opulência, mas pela via da humildade.

 

O sinal de Deus não está num palácio. Está numa manjedoura.

 

Eis a lição jamais devidamente apreendida. É tão frequente, nestes dois mil anos, ouvir falar do presépio num ambiente de pompa, com vestes sumptuosas.

 

Divino (eis a permanente interpelação) não é o grande caber no grande. Isso qualquer humano consegue. Divino é o infinitamente grande caber no infinitamente pequeno.

 

Vale a pena recordar, a este propósito, o aforismo de Hölderlin: «Non coerceri maximo, contineri tamen a minimo, divinum est» («Não ser abarcado pelo máximo, mas deixar-se abarcar pelo mínimo, isso é que é divino»).

 

Há, aqui, uma inversão de valores, reconhecida, aliás, por Maria no Magnificat: humilhação dos soberbos e exaltação dos humildes (cf. Lc 1, 52).

 

De facto, Deus inverte o máximo e o mínimo, o maior e o menor, o grande e o pequeno.

 

O máximo é o que parece mínimo. O maior é o que se apresenta como menor. O verdadeiramente grande é o que nos surge como pequeno.

 

Quando aprenderemos a lição da manjedoura?

publicado por Theosfera às 00:17

Nesta véspera de Natal, penso em todos: nos crentes e nos não crentes.

 

Deus veio e continua a vir para todos.

 

Que esta seja uma noite de reconciliação e de bonança, de verdade e de luz, de fé e de festa, de amor e de esperança, de alento e de paz.

 

Que ninguém se sinta só. Que o amor impere.

 

Deixemos que o Menino nasça. Deixemos que o Menino tome conta de nós!

 

Que a Paz de Deus a todos visite e em todos se instale.

 

Que a Paz de Deus não seja afastada de nenhum coração.

 

Que seja Natal esta noite, amanhã, todos os dias.

 

Um abraço muito grande para todos.

 

Mas, nesta noite santa, permite que me dirija particularmente a ti, Irmão.

 

Nesta noite santa, sinto-me particularmente perto de Deus Criança, perto de Deus Pequeno, perto de Deus Pobre, perto de Deus Amor. Ou seja, sinto-me muito perto de ti. Perto de ti porque vejo Deus reluzindo na tua vida, transparecendo nos teus gestos.

 

Penso nas dificuldades da tua vida. Penso nas injustiças que tens recebido. Penso nos contratempos que tens encontrado. Penso nas amarguras que tens coleccionado.

 

Nesta noite santa, estou (ainda mais) contigo. Não tenho palavras para te dizer. Tenho tão-somente uma comunhão para te assegurar.

 

Nesta época, acumulamos muitas lembranças. Mas somamos também bastantes esquecimentos.

 

Não trago soluções. Partilho a esperança que irradia do presépio.

 

Queria dizer-te que, esta noite, vou celebrar a chamada Missa do Galo a pensar especialmente em ti que sofres.

 

Sei que esta noite, para ti, ainda é mais sofrida, mais chorada. Sinto muito. Não leves a mal que pegue num dos pregões do Maio de 68 (evento que não me é especialmente benquisto) e te faça uma proposta: «Sejamos realistas; peçamos o impossível»!

 

Sim, peçamos o impossível. Sei que, nesta hora, não lobrigas luz, Sei que, nesta hora, só te pesam trevas como breu.

 

Mas o dia há-de chegar. E o sol brilhará. Crê-me muito a teu lado. Aliás, é meu estrito dever.

publicado por Theosfera às 00:14

Hoje, 24 de Dezembro, é dia de S. Charbel Makhlouf e S. Delfim.

Um santo, abençoado e já natalino dia para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 23 de Dezembro de 2013

Está quase a chegar o dia dos Meus anos.

 

Eu sei que muitos mal se lembram,

mas o Natal é mesmo o dia em que se assinala o Meu nascimento.

 

Às vezes, parece que o Natal é como um aniversário sem aniversariante.

 

Vejo as pessoas a correr, a comprar e a comer.

Eu até fico contente.

Mas gostava de ver também as pessoas a meditar,

a pensar um pouco no significado deste dia.

 

Toda a gente celebra o seu aniversário.

Amanhã é o dia em que se celebra o Meu.

 

É claro que ninguém sabe ao certo diaem que Eu nasci.

Também não quis que isso ficasse registado.

Porque Eu não nasci apenas naquele dia.

Eu quero renascer em cada dia.

 

Conto convosco para realizar o Meu sonho,

o sonho que trago coMigo há dois mil anos,

mas que quase ninguém Me deixa realizar.

 

Sonho com um mundo onde só haja paz, justiça,

liberdade, amor, fraternidade.

 

Sonho com um mundo onde todos dêem as mãos,

onde todos se ajudem,

onde todos se estimem como irmãos.

 

Sonho com um mundo onde não haja distância entre ricos e pobres,

onde não seja preciso colocar fechaduras à porta de casa

e sobretudo onde ninguém queira colocar fechaduras à porta do seu coração.

 

Sonho com um mundo onde as pessoas sejam tratadas como pessoas

e não de acordo com a sua posição social ou económica.

 

Sonho com um mundo onde todas as pessoas tenham acesso à saúde,

à educação, à habitação, ao trabalho.

 

Sonho com um mundo onde as crianças sejam acarinhadas

e os velhinhos sejam respeitados.

 

Já vos estou a ouvir dizer que é um sonho impossível.

Mas impossível porquê?

 

Eu continuo a acreditar neste sonho

e conto convosco para o realizar.

Quereis ajudar-Me?

 

Sei que, apesar da crise, ides trocar muitas prendas.

Mas queria que soubésseis que o melhor presente

é o presente da presença.

Eu estou presente em vós.

Cada um de vós está presente em Mim.

 

E «onde estás Tu?», já vos oiço perguntar.

Não. Não Me procureis na riqueza, na glória, no poder.

Eu não estou aí.

 

Se quiserdes encontrar-Me, procurai-Me na simplicidade,

na humildade, na pobreza, no despojamento.

Por muito que vos espante, é aí que Me encontro.

 

Se fordes humildes e puros,

se fordes capazes de ver a Minha imagem esculpida nas crianças,

nos doentes, nos marginalizados e nos pobres,

se pensardes nos outros e não apenas em vós,

não tenhais dúvida de que haveis de Me encontrar.

 

Eu disse muita coisa há dois mil anos,

muita coisa que muitos não sabem,

que outros esqueceram

e que muitos, mesmo sabendo e não tendo esquecido, não põem em prática.

 

Não falta quem repita as Minhas palavras

e explique, muito doutamente, os Meus ensinamentos.

 

Mas Eu só quero que guardeis um mandamento:

«Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei».

Basta isto. Apenas isto. Sempre isto.

 

Não quero mais nada. O amor é tudo.

Foi para isso que Eu nasci: para vos amar e para que vós vos ameis.

 

Eu continuo convosco.

Na noite de Natal, vou estar em vossa casa.

E, em cada dia, estarei no vosso coração, na vossa vida.

Cada um de vós é o presépio onde Eu quero estar.

 

Que, em vossa casa, haja amor, alegria, saúde e bondade.

Não desistais nas horas difíceis.

Podeis contar sempre coMigo.

 

Que seja Natal não apenas no dia 25.

Que seja Natal todos os dias.

Que seja Natal agora.

E que tenhais sempre um Feliz Natal!

 

Eternamente vosso

Jesus

 

publicado por Theosfera às 22:52

1. É possível que, a esta hora, o vá encontrar, estimado leitor, em viagem, a caminho de casa ou de algum supermercado. Provavelmente, ter-se-á lembrado de que ainda faltava alguma compra de última hora.


A azáfama é grande e as despesas já são muitas. Mas, lá no fundo, sente que vale a pena todos os sacrifícios para ter a casa cheia, a mesa farta e a família reunida.


É bonito — muito bonito — ver os mais pequenos felizes e os mais idosos a brincar com eles.


E como é reconfortante ter um intervalo de serenidade no meio do bulício desenfreado em que se transformou a rotina da nossa vida!


Vai correr tudo bem, estou certo disso. A noite de Natal possui, de facto, um encantamento único, intraduzível em palavras.



2. Não tenha problema em assumir que o Natal é a festa de Jesus. É a festa do Seu nascimento, embora não saibamos, ao certo, a data em que Ele nasceu.


Às vezes, o Natal parece um aniversário sem aniversariante. Pensamos em todos e cuidamos de tudo. Parece que só nos esquecemos d’Ele. Logo d’Ele que é a razão última desta festa.


Até foi preciso lançar uma campanha de estandartes com o Menino Jesus para que nos lembremos do verdadeiro sentido do Natal.


Para muitos, com efeito, quando se fala de Natal, a primeira figura que vem à mente já não é o Menino, mas o Pai Natal.


Há quem leve o escrúpulo a tal ponto que, em vez de desejar bom Natal, se limita a escrever o genérico boas festas ou até a optar pelo estranhíssimo felizes festas de Inverno! Porquê?



3. Fixe, por isso, o seu olhar em Jesus. Não arrume o Pai Natal num canto, se o tiver em casa, mas faça um presépio.


Se achar bem, ponha lá a árvore de Natal. Ponha lá os presentes para os seus filhos, mas, já agora, acrescente também qualquer coisa para dar aos mais pobres.


Não deixe, porém, de colocar bem no centro o Menino, o Menino Jesus. E, antes de começar a consoada, convide toda a sua família para contemplar um pouco este quadro,o quadro de um Deus que Se faz Menino e de um Menino que se faz Deus.


Se lhe for possível, vá à Missa do Galo. Porventura, está a pensar ir no dia de Natal. E faz muito bem. Mas, se puder, vá também na noite anterior. Não se arrependerá.


É certo que está frio e sabe bem estar em casa. Mas faça um esforço. Alargue a sua família à família dos outros.


O frio desta noite é um frio saboroso, é um frio que aquece. Quando faz anos alguém que nós estimamos, passamos por sua casa. Pois a igreja é a casa de Jesus.


Eu sei que está bastante desencantado com o que se passa na Igreja. Mas o estimado leitor irá por causa de Jesus. Que, aliás, também não estará totalmente contente com o que na Igreja acontece. E quem sabe se Ele, Jesus, não estará à sua espera para a mudança que Ele deseja?



4. Penso sobretudo em si que está afectado pela pobreza. Pois olhe que Jesus também nasceu pobre.


Penso particularmente em si que se sente diminuído por levar uma vida simples. Lembre-se que Jesus foi sempre simples.


Penso especialmente em si que se vê cercado de injustiças. Não esqueça que Jesus também foi vítima da injustiça.


Ele é a pessoa mais identificada consigo e mais próxima de si. Ele pensa em si, mesmo quando não tem tempo de pensar n’Ele.


O meu coração vai nomeadamente ao encontro de si que foi posto na rua, no desemprego. Olhe que é na rua que Jesus Se encontra.


Ele tornou-Se um de nós. Ele veio para nos reconciliar, para nos aproximar.


O sinal de que estamos com Ele é a bondade, a tolerância, a opção preferencial pelos pobres.


Que a paz de Jesus esteja consigo, estimado leitor. Seja feliz neste Natal. Seja feliz sempre.


O nascimento é de Jesus. O Natal é para si. Por isso, alegre-se. Comova-se. Chore. Sorria. Cumprimente. Abrace. E tente fazer do Natal um dia com 365 dias.


Difícil? Sem dúvida. Mas não impossível. Há muitos escolhos. Mas tem um aliado de peso: o próprio Jesus.


Ele veio também para si. Ele está dentro de si. E tenha a certeza de que Ele conta consigo para mudar o mundo!
publicado por Theosfera às 22:48

Eu sei que, neste tempo ferozmente ruidoso, o silêncio não goza de boa reputação.

Quem não fala é como se não existisse.

Quem não responde a uma provocação é visto como fraco.

Quem não refuta um argumento contrário é tido por ignorante.

Não se defender de uma calúnia equivale a admitir a culpa.

Enfim, uma panóplia de lugares-comuns que os tempos vão impondo.

Nem sequer reparamos nas lições da vida.

Duas das mais importantes figuras da história usaram de extrema parcimónia no manuseio das palavras.

Maria foi alguém que falou muito pouco. E S. José atravessa os Evangelhos sem dizer uma única palavra.

Nem só os lábios falam. Muito se pode dizer sem falar!

publicado por Theosfera às 11:18

O Natal tem figuras. E vai tendo cada vez mais desfiguras, tristes figuras.

Vai tendo cada vez mais consumismo, cada vez mais vaidade, cada vez mais pose, cada vez mais correria, cada vez mais exterioridade.

De facto, tudo muda. E não necessariamente para melhor.

Respeitemos todas as opções. E saudemos a elasticidade celebrativa de muitos em relação ao Natal.

Mas não pratiquemos exclusões. Não excluamos Jesus. Afinal, o que é o Natal?

publicado por Theosfera às 10:43

Há coisas que não devemos fazer nunca, por muito aplausos que suscitam.

Há coisas que temos de fazer sempre, por bastas rejeições que gerem.

Bem dizia Pierre Corneille: «Voltaria a fazê-lo se o tivesse de fazer».

Isto tem o nome de coerência. E o sobrenome de perseverança!

publicado por Theosfera às 10:30

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