O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012

Na sociedade começa a instalar-se uma sensação dominante: fadiga.

As pessoas estão saturadas desta política. Já não acreditam em quem exerce o poder.

A Carta Aberta, ontem divulgada, é um documento ecóico. Trata-se de um eco do que palpita na população.

Tudo se resume a isto: «Mudem ou mudem-se».

Só que tudo isto é atravessado pelo cruzamento entre uma certeza e uma dúvida.

As pessoas não querem que a situação continue como está. Mas as mesmas pessoas têm dúvidas de que haja condições (e vontade) de fazer diferente.

Já tantos prometeram mudanças e tudo vai continuando na mesma.

Errado. Tudo vai piorando.

Serão os políticos meros gestores da decadência?

Acredito que não o queiram ser. Mas (infelizmente) é o que parecem ser!

publicado por Theosfera às 16:14

A visão, indispensável à lucidez e à liderança, não exclui a leitura. Ver também inclui ler.

Hoje em dia, os líderes vêem mal porque (também) lêem pouco.

Há livros que são como óculos. Ajudam-nos a ver melhor.

Keynes, por exemplo, mostrou, há décadas, que não há apenas uma resposta para os problemas económicos. Insistir na solução única é contribuir para tornar os problemas múltiplos.

O mesmo autor também anota que as soluções tendem a decorrer de uma articulação entre os interesses e os poderes.

Dir-se-á que é inevitável. Mas será o mais correcto?

As soluções deveriam provir, acima de tudo, das necessidades, das aspirações, dos sonhos.

Só os interesses não interessam!

publicado por Theosfera às 10:12

O segredo do êxito de uma liderança não está na força. Está, antes de mais, na visão.

Montesquieu recorre a uma comparação iluminadora: «Os leões têm uma grande força, mas esta ser-lhes-ia inútil se a natureza lhes não tivesse dado olhos».

O líder tem algo que o distingue do cidadão comum. E o que é que o distinguirá? Só pode ser a visão.

O bom líder é o que vê antes e, nessa medida, decide a tempo.

Por aqui se vê como estamos carenciados de lideranças!

publicado por Theosfera às 09:57

A felicidade não pode ser egocentrada.

Shakespeare apercebeu-se: «Nada me deixa tão feliz quanto ter um coração que não se esquece dos seus amigos».

Esquecer os amigos é uma impiedade.

O esquecimento equivale a uma não existência. Se o amigo não existe para nós, poderemos dizer-nos amigos dele?

Se quiser ter amigos, seja amigo. Preocupe-se com ele. Mas não o sufoque. Deixe-o ser ele mesmo.

É como ele é que ele se torna seu amigo.

O amigo não tem de ser igual a nós. O amigo, diferente de nós, é que não falha, quando todos faltam!

publicado por Theosfera às 09:50

A confiança em si mesmo é o segredo da confiança nos outros.

Horácio afiançava, já na antiguidade: «Quem tem confiança em si próprio comanda os outros».

É claro que esta autoconfiança tem de ser mesclada com grandes doses de humildade e respeito.

Os outros não são uma projecção de nós mesmos.

Eles têm de ser respeitados na sua radical e irredutível alteridade!

publicado por Theosfera às 09:40

Hoje, 30 de Novembro, é dia de Sto. André e S. José Marchand. Refira-se que Sto. André é irmão de S. Pedro e é chamado «protokletós», o primeiro a ser chamado. É o padroeiro dos pescadores, dos vendedores de peixes e das mulheres que desejam ser mães.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:02

Quinta-feira, 29 de Novembro de 2012

 

1. Ainda nos seus começos, o Ano da Fé presenteia-nos, desde já, com duas certezas.

A primeira é que a Fé não há-de ser apenas para este ano. E a segunda é que este ano não pode ser apenas de fé.

 

2. A fé é para toda a vida e não somente para um ano na vida. E este ano, para revitalizar a fé, tem de nos ajudar a perceber que a fé nunca pode ficar só pela fé. A fé nunca é fé só na fé. A fé só é fé pelo amor. A fé será sempre fé no amor.

 

3. A fé não nos remete unicamente para a existência de Deus. A fé remete-nos sobretudo para o ser de Deus. E o ser de Deus é amor. Só amor. Nada mais que amor.

Para falar de Deus, Sto. Agostinho nunca saiu deste registo. Para ele (e para muitos com ele), o Pai é o amante, o Filho é o amado e o Espírito Santo é o amor.

 

4. Crer em Deus é muito mais do que acreditar que Deus existe.

Crer em Deus é acreditar que Deus ama, que Deus existe porque ama, que Deus existe para amar. Crer em Deus é acreditar que Deus é amor (cf. 1Jo 4, 8.16).

No fundo, crer em Deus é crer no amor. Consequentemente, crer é amar e amar é crer. Quem não crê raramente ama e quem não ama dificilmente crê.

Entende-se, assim, que a profissão de fé do povo eleito não seja introduzida pelo verbo crer, mas pelo verbo amar. «Amarás o Senhor, Teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Deut 6, 4-9).

 

5. A fé reclama a totalidade do ser. Exige a razão, mas requer muito mais que a razão. Nem sempre a razão tem amor. Mas o amor acaba sempre por ter razão. O amor consegue ver mais do que a razão.

Pertinente foi Óscar Wilde quando escreveu que «o amor é mais sábio que a sabedoria».

 

 

6. S. Paulo reconhece — e proclama — que o lugar da fé é o amor (cf. Gál 5, 6). É por isso que, como lembrava Hans Urs von Balthasar, «só o amor é digno de fé». É o amor que torna credível a fé.

 

7. Enzo Bianchi avisa: «O crente não deveria levantar apenas o problema dos motivos do seu crer, mas também o problema dos seus frutos». E o maior fruto da fé é o amor.

Daí que este Ano da Fé tenha de ser também (e intensamente) o Ano do Amor. Como refere Pedro Laín Entralgo, a fé desagua necessariamente no amor: num amor constante e num amor instante.

É o amor que nos faz ver que cada homem está rodeado de «outros como ele» e não apenas de «outros para além dele».

 

8. Passa por aqui o maior legado daquele que Bartomeu Benassar denominou «o Deus humaníssimo de Jesus».

E o certo é que o amor fez mais pela difusão do Evangelho do que os maiores tratados de Teologia. Tertuliano, um dos escritores cristãos mais antigos, notava que os outros, olhando para os cristãos, diziam: «Vede como eles se amam»! Ou seja, vede como eles vivem o que crêem.

 

9. O amor é o ápice da fé. É pelo amor entre as pessoas que se autentica o amor a Deus. Como recorda Karl Rahner, «o amor para com o próximo é o modo concreto de pormos em prática o amor para com Deus».

 

10. No seu recente livro O triunfo do Cristianismo, o sociólogo da religião Rodney Stark pergunta: «Como foi possível que uma obscura seita judia se tenha tornado na maior religião do mundo?» E a resposta é inequívoca. O sucesso do Cristianismo deveu-se sobretudo à vivência do amor.

Daí que Juliano, ao abandonar a Igreja, tenha declarado que da religião cristã só queria conservar uma coisa: o amor!

E deste modo não estaria, afinal, a manter a fé?

publicado por Theosfera às 18:53

É triste, mas é um facto. Nem sempre queremos aprender com a experiência.

Nem sequer mostramos vontade de aprender com os erros. Nota-se, por vezes, uma estranha atracção pelo abismo.

Quanto menos uma coisa resulta, maior é a tendência para a repetir. Instintivamente é assim.

Quando uma reunião é improdutiva, marca-se outra reunião.

Quando uma greve não alcança os objectivos, agenda-se outra greve.

Não admira, pois (embora nos entristeça), o que está à nossa vista.

A austeridade já provou que não resolve.

Consequência?

Anunciam mais austeridade, cada vez mais austeridade!

publicado por Theosfera às 09:47

No que concerne ao dinheiro, há um desencontro insanável entre poder e dever.

A vida, com a sua sapiência irrebatível, diz que quem pode não deve e quem deve não pode.

Quem tem possibilidades não tem dívidas. Quem tem dívidas raramente tem possibilidades.

Os líderes deviam perceber isto com muita nitidez e actuar em conformidade.

O enfoque obsessivo na dívida está a ter proporções assustadoras. No limite, está a limitar pessoas e povos, que, deste modo, não conseguem meios sequer para saldar o que devem.

É que, no fundo, são os que menos podem que continuam a ser sobrecarregados.

As dívidas dos povos são da responsabilidade de alguns. Mas o seu pagamento é remetido a muitos: aos que menos podem!

publicado por Theosfera às 09:46

Para os homens do poder, os outros não são importantes.

Charles de Gaulle não hesitou em afirmar: «Os homens não são importantes. O que conta é quem os comanda».

Para os poderosos, o que conta são as suas ideias, os seus desígnios, as suas decisões.

O problema é que tudo não interfere apenas com eles; interfere com os outros.

Mas o problema maior é que somos nós quem, muitas vezes, escolhe quem (não) cuida de nós, quem, no fundo, não quer saber de nós! A não ser, porventura, nas eleições!

É preciso olhar para a pessoa como pessoa. A pessoa é que vale. A pessoa é que conta!

publicado por Theosfera às 09:34

Desta noite sobra, além do sono e talvez do tédio, uma entrevista, não uma esperança.

A austeridade, nas palavras de quem governa, terá vindo para ficar e até para se estender.

A educação, pelos vistos, deixará de ser gratuita. Mas, atenção, ela já não é gratuita. Ela é paga com os impostos. Irá ser paga também com uma taxa?

Imposto atrai imposto.

 Vivemos na redundância. Anelamos por um sopro de novidade.

Quando o frio começa a apertar, não há nenhuma ideia refrescante?

publicado por Theosfera às 06:05

Hoje, 29 de Novembro, é dia de Sto. Avelino Rodriguez, S. Frederico de Ratisbona, S. Dionísio da Natividade e S. Redento da Cruz.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:04

Quarta-feira, 28 de Novembro de 2012

Há uma linha muito ténue, adelgaçante, a separar as nossas promessas e as nossas acções. Mas, por vezes, sente-se um fosso muito grande entre o que prometemos e o que realizamos.

La Rochefoucauld bem o notou: «Prometemos conforme as nossas esperanças e cumprimos segundo os nossos receios».

Expandimo-nos na hora de prometer. Tolhemo-nos no momento de agir.

Eis um problema que afecta as pessoas, as instituições e as sociedades!

publicado por Theosfera às 10:06

As pessoas que mudaram o mundo começaram por se mudar a si próprias.

Por vezes, os problemas das sociedades estribam neste ponto. Advogam-se mudanças e até se prenunciam revoluções. Mas, quando estas nos tocam, é uma tragédia.

Oscar Wilde já se apercebera: «É fácil converter os outros. E é muito difícil converter-se a si mesmo». Acontece que a única mudança que depende de nós é a nossa própria mudança.

O mundo não será totalmente diferente com a mudança de uma só pessoa. Mas não será seguramente o mesmo se uma única pessoa mudar.

Cada pessoa é um pequeno mundo. Toda a mudança tem de começar pelas pessoas!

publicado por Theosfera às 10:00

A ambição é despertadora de energias e pode ser agregadora de vontades. Mas tem de ser condimentada com doses generosas de sensatez.

E isso, às vezes, falta. Emanuel Wertheimer assinalou que «a ambição parece sempre começar onde devia acabar».

A experiência atesta que, não raramente, a ambição anda longe da competência.

Nem sempre os competentes são ambiciosos. Nem sempre os ambiciosos são competentes.

Era importante que cada um tivesse noção das suas capacidades e percepção dos seus limites.

Evitar-se-iam, deste modo, muitos problemas. Mas a falta de visão não afecta só os olhos!

publicado por Theosfera às 09:50

É temerário fazer afirmações apodícticas e formular juízos definitos.

Mas é provável que George Sand tenha alguma razão: «Nenhum século professou o egoísmo de uma forma tão franca e tão crua como o nosso».

E, se calhar, quanto menos nos apercebemos do egoísmo, mais por ele estaremos a ser dominados. Não são as piores doenças aquelas das quais nem sequer damos conta?

publicado por Theosfera às 09:40

A inveja faz do homem um ser aviltante.

Ela alegra-se com as tristezas e entristece-se com as alegrias.

Daí o avisado conselho de Séneca. «Evitamos a inveja se guardarmos as alegrias para nós próprios». Mas nem sempre suscitamos solidariedade se partilhamos os infortúnios.

Por vezes, nem a comiseração surge. É por isso que o mais sensato é nem publicitar as alegrias nem mostrar as tristezas.

Mas, nesse caso, vamos falar de quê?

publicado por Theosfera às 09:33

Hoje, 28 de Novembro, é dia de Sta. Maria Helena, S. Tiago da Marca, S. Grázio de Cáttaro e Sta. Catarina Labouré.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:02

Terça-feira, 27 de Novembro de 2012

Eis o Orçamento que nos vai acompanhar no próximo ano.

Eis o Orçamento que praticamente ninguém quer, mas que todos vamos ter de suportar.

Alguns aprovaram-no desagradados. Muitos outros, os cidadãos, vão ter de o cumprir, contrariados. Dizem que a situação não oferece alternativas. Mas será que alguém as procurou?

Estamos num momento bizarro da nossa vida colectiva. Temos um documento contestado até por aqueles que o aprovaram.

Iremos sair da crise com um Orçamento que tem tudo para nos afundar (ainda mais) na crise?

Fala-se da necessidade de refundar o Estado. Mas o que se vê é mais reafundar do que refundar. Como vamos desatar este nó em que nos amarraram e que ameaça degolar a nossa alma?

O que uns fazem não é suportável. O que outros dizem não parece exequível.

As nuvens tingem de cinzento as tardes já, de si, sombrias.

E lá vem o estribilho: «Temos de aprender a viver com menos». Mas isso já o andámos a fazer deste há muito.

Para alguns, menos que pouco é nada. E com nada nem sobreviver se consegue!

publicado por Theosfera às 19:14

A Alemanha também já esteve muito endividada.

A Alemanha também já se recusou a pagar a dívida.

A Alemanha também já teve a sua dívida reestruturada e até (parcialmente) perdoada.

Foi assim que a Alemanha se tornou aquilo que é hoje.

Era bom que a Alemanha também aprendesse com a sua (própria) história.

É claro que não é agradável aos trabalhadores alemães suportarem despesas de outros povos. Só que estes outros povos já fizeram o mesmo em relação à Alemanha.

Também é certo de que os alemães não têm culpa da má gestão que existe nos outros países. Mas estes outros países também não têm culpa dos desmandos de Adolf Hitler. O qual destruiu não só a Alemanha mas também outros povos.

A sabedoria popular tem uma receita pertinente ainda que (aparentemente) rudimentar: «Temos de ser uns para os outros».

Como se traduzirá em alemão?

publicado por Theosfera às 10:42

As coisas melhores podem surgir nos momentos piores.

Os amigos mais importantes são os que aparecem (ou, pelo menos, os que não desaparecem) nas horas mais difíceis.

Walter Benjamim notou que «o tédio é um tecido cinzento e quente, forrado por dentro com a seda das cores mais variadas e vibrantes. Nele nós nos enrolamos quando sonhamos».

No fundo, é a amargura do presente que nos faz tingir com as melhores cores o futuro.

Coragem, pois. O melhor das nossas vidas é o que está à nossa frente!

publicado por Theosfera às 10:26

A planificação é sempre importante. Mas, no terreno, é sempre necessário um golpe de asa, a capacidade de improviso e a criatividade.

Eisenhower reconheceu que, «antes da batalha, o planeamento é tudo. Assim que começa o tiroteio, os planos são inúteis».

Não diria tanto. O que se aprende tem sempre o seu valor. Mas a intuição no momento certo faz toda a diferença.

Só rigor e geometria não basta. É necessário também a frescura da novidade.

A problemas novos é preciso oferecer respostas inovadoras!

publicado por Theosfera às 10:20

Nos seus muitos séculos de intervenção, o pensamento tem-se debruçado «apenas» sobre dois temas: o mundo e o homem.

Tudo o resto, que é muito e muito bom, são variáveis destes dois eixos estruturantes.

Alexander Pope reconhece que «o estudo interessante para o homem é o próprio homem».

Não se pense que se trata de um estudo fácil ou de um terreno óbvio.

Se Deus é mistério («mysterium stricte dictum», como dizia Matias Scheeben), o homem também está envolvido pelo mistério.

Nietzsche assumia que «o homem é o ser mais distante de si mesmo».

O mistério velado no homem desvela-se no Filho de Deus feito Homem.

E essa revelação tipifica o modelo de uma existência doada, de uma vida em forma de dom.

É como dádiva que Cristo - assim notava Karl Rahner - «é a resposta total à pergunta total».

É como dádiva que, como acentua o Concília Vaticano II, «Cristo revela o homem ao homem»!

publicado por Theosfera às 10:07

A moderação é fundamental para a convivência. Mas reconheço que, para inverter as situações e agilizar a mudança, é preciso ir mais longe.

Não diria tanto como Flaubert: «Não se faz nada de grande sem fanatismo». Todo e qualquer fanatismo é arrepiante.

Mas, muitas vezes, é preciso condimentar a moderação com doses acrescidas de energia!

publicado por Theosfera às 09:54

Hoje, 27 de Novembro, é dia de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e de S. Facundo, S. Primitivo, S. Máximo de Riez e S. Francisco Fasini.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 09:53

Domingo, 25 de Novembro de 2012

Tu és rei, Senhor, e o Teu trono é a Cruz.

 

Tu és rei, Senhor, e Teu reino é o coração de cada Homem.

 

Tu és rei, Senhor, e estás presente no mais pequeno.

 

Tu és rei, Senhor, e estás à nossa espera no pobre.

 

Tu és rei, Senhor, e queres mais o amor que o poder.

 

Tu és rei, Senhor, e moras em tantos corações.

 

Tu és rei, Senhor, e primas pela mansidão e pela humildade.

 

Tu és rei, Senhor, e não tens exército nem armas.

 

Tu és rei, Senhor, e não agrides nem oprimes.

 

Tu és rei, Senhor, e não ostentas vaidade nem orgulho.

 

Tu és rei, Senhor, e a tua política é a humildade, a esperança e a paz.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser ignorado e esquecido.

 

Tu és rei, Senhor, e continuas a ser silenciado.

 

Tu és rei, Senhor, e vejo-Te na rua, em tanto sorriso e em tanta lágrima.

 

Tu és rei, Senhor, e vais ao encontro de todo o ser humano.

 

Tu és rei, Senhor, e és Tu que vens ter connosco.

 

Hoje, Senhor, vou procurar-Te especialmente nos simples, nos humildes, nos que parecem estar longe.

 

Hoje, Senhor, vou procurar estar atento às Tuas incontáveis surpresas.

 

Obrigado, Senhor, por seres tão diferente.

 

Obrigado, Senhor, por seres Tu!

publicado por Theosfera às 10:36

Sábado, 24 de Novembro de 2012

Não sei porque é que quase não se fala deste livro.

«Quem paga o Estado Social em Portugal?» é uma pergunta, mas traz também muitas respostas e desmonta muitos preconceitos.

Afinal, o que as pessoas produzem dá para as despesas básicas. O Estado Social é não só viável, mas até dá lucro.

Foi assim que aconteceu até 2002. O que aconteceu depois?

As contas desequilibraram-se porque muitas despesas classificadas como gastos sociais não o são de facto.

É o caso de custos de PPP incluídas com gastos de saúde. Ou programas de apoio a empresas qualificados como incentivos ao emprego.

Ambos são necessários, mas não são a mesma coisa.

Tudo é, portanto, uma questão de verdade e de prioridade.

Num país que tem verba para investir cerca de um milhão por dia na televisão, como é que admite cortar na saúde e na educação?

Não me chamem demagogo, mas, se me perguntassem, eu sugeria que, quanto à televisão pública, ficassem apenas com a RTP-Memória.

No fundo, o melhor no presente ainda é o que nos vem do passado!

publicado por Theosfera às 23:01

Há quem, de boa fé, confesse não dizer a verdade para não prejudicar os outros.

Estranha confissão. Estranho mundo.

No nosso imaginário, a verdade prejudica e a mentira beneficia.

Não estará tudo trocado?

 

Não embarque na onda.

A verdade pode doer um instante. Mas a mentira massacra a vida inteira.

Não ceda à pressão. Opte sempre pela verdade. Só ela, a verdade, liberta!

 

publicado por Theosfera às 19:06

Toda a gente, nesta hora, olha para a Alemanha. E quase toda a gente, nesta mesma hora, não olha para a Inglaterra.

A atenção dedicada à Alemanha é justificada. Mas a falta de atenção votada à Inglaterra é perturbadora.

Se repararmos, a história mostra que a Inglaterra tem travado muitas iniciativas hegemónicas no continente.

A França, a Rússia e a própria Alemanha já tentaram dominar. Acabaram por soçobrar, por capitular.

É por isso que, no momento que passa, não é a Europa que morre. É, talvez, uma outra Europa que (re)nasce!

publicado por Theosfera às 12:10

Groucho Marx achava que «o homem não controla o seu próprio destino». Contudo, Emerson defendia ser obrigação do intelectual «anular o destino».

É muito difícil. Mas não é impossível.

A história não é palco apenas para o determinismo. Ela também é chão de muitas surpresas.

Como recorda Eduardo Lourenço, «quem escreve a história faz a história».

No fundo, quem vive a história refaz toda a história.

E a história está cheia de caminhos que apontavam numa direcção e que, contra todas as expectativas, rumaram noutro sentido.

Não é a história o ventre da mudança?

publicado por Theosfera às 12:01

Muito perigoso é o ódio. Perigoso porque não tem freio e tem muitos (imensos) tentáculos.

O ódio pode conduzir a tudo o que há de mais nefasto. O ódio avança e leva tudo na frente.

Mas, no seu descontrolo, o ódio acaba por ser um reconhecimento, quiçá uma homenagem.

Nietzsche observou: «Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós».

É por isso que o alvo do ódio não responde com ódio. Por isso mesmo: porque é superior!

publicado por Theosfera às 11:53

Ninguém tem a certeza da vitória, pela simples e elementar razão de que ninguém (a não ser Deus) tem a certeza do futuro.

Mas quem tem medo de perder pode ter a certeza de que a derrota está perto.

Napoleão sabia do que falava quando disse: «Quem teme ser vencido tem a certeza da derrota».

Aliás, a vitória nem sequer é de quem ganha. É de quem ousa, de quem arrisca.

No fundo, só quem está disposto a perder é que merece ganhar!

publicado por Theosfera às 11:46

Hoje, 24 de Novembro, é dia de Sto. André Dunc-Lac e seus Companheiros, Sta. Flora, Sta. Maria, Sta. Eanfleda, Sta. Ana Maria Sala, S. Clemente Delgado, S. Vicente Lién e S. Domingos Khan.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:07

Sexta-feira, 23 de Novembro de 2012

A grandeza de uma pessoa não se afere pelas honrarias, mas pela incompreensão.

Dizia Oscar Wilde: «Ser grande é ser incompreendido».

É que a grandeza radica na verdade, na autenticidade, na coragem, no arrojo. E isso (diria: fatalmente) gera incompreensão.

O referido escritor também notava: «As nossas caras são verdadeiras máscaras que nos foram dadas para ocultarem os pensamentos».

O rosto deve ser um espelho. Não um muro!

publicado por Theosfera às 09:53

Há muita gente pronta a dar conselhos. Mas há pouca gente disponível para os receber.

Nem todos os conselhos são bons. É importante fazer a triagem.

John Collins dá um conselho: «Aproveitar um bom conselho requer mais sabedoria do que dá-lo».

publicado por Theosfera às 09:43

Hoje, 23 de Novembro, é dia de S. Clemente, S. Columbano e S. Miguel Agostinho Pro.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:03

Quinta-feira, 22 de Novembro de 2012

O fracasso poder acontecer muitas vezes. A desistência é que não pode acontecer nunca.

Marco Aurélio aconselhava: «Nada de desgosto, nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça». De facto, a vida pode ser uma sequência de fracassos. Mas tem de ser também uma sucessão de começos.

Por isso, nunca comece a desistir. E nunca desista de (re)começar!

publicado por Theosfera às 10:00

O conhecimento do mundo gera pouca vontade de adaptação e muita vontade de superação.

Jean-Jacques Rousseau confessava: «Quanto mais do mundo vi, menos pude moldar-me à sua maneira».

Este é o momento de darmos tudo pela mudança, até porque o mundo é composto de mudança.

Só que a mudança não se faz por inércia. Tem de ser pelo nosso esforço!

publicado por Theosfera às 09:55

Estranhos somos nós para nós. Na relação com as coisas mantemos uma atitude desconcertante. Shakespeare achava que «sofremos muito com o pouco que nos falta e gozamos pouco o muito que temos».

Afinal, temos Deus, temos a família, ainda vamos tendo amigos.

Não será oportuno fruir da sua presença, da sua companhia?

publicado por Theosfera às 09:51

Nietzsche percebeu que «nenhum vencedor acredita no acaso».

O acaso é um expediente para justificar fracassos.

O vencedor é o que acredita, o que espera, o que se empenha.

O vencedor vence mesmo quando não ganha.

A sua vitória não depende (só) dos resultados.

A vitória do verdadeiro vencedor depende sobretudo da dedicação, do esforço, da persistência!

publicado por Theosfera às 09:42

Hoje é dia de Sta. Cecília, padroeira dos músicos e dos fabricantes de instrumentos musicais.

 

Foi presa por ser cristã e condenada à morte. Como era muito popular em Roma, por causa da sua ajuda aos pobres, foi decidido que seria morta em sua casa, para evitar protestos.

 

Prenderam-na num quarto de banhos quentes, para que morresse asfixiada. Só que, durante três dias e três noites, Cecília entoava cânticos de louvor.

 

Intrigados com tamanha resistência, os algozes tiraram-na de lá para a degolar. Por três vezes a tentativa do algoz falhou e ela foi deixada para morrer agonizando.

 

Cecília perdeu as cordas vocais e levou ainda um tempo a morrer, mas dizem que os seus cânticos puderam ser ouvidos até ao fim.

publicado por Theosfera às 06:24

Hoje, 22 de, é dia de Sta. Cecília, S. Filémon, Sta. Ápia e S. Salvador Lilli e seus Companheiros mártires.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 06:23

Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012

Há uma coisa para a qual nunca estamos devidamente preparados: a ilusão.

Demóstenes dizia: «Nada é mais fácil do que se iludir; pois todo o homem acredita que aquilo que deseja seja também verdadeiro».

E custa muito (mesmo muito) verificar que, afinal, não é.

Importa, por isso, não confundir a ilusão com a esperança.

A ilusão leva à frustração. Só a esperança conduz à realidade, ao possível. E até ao impossível!

publicado por Theosfera às 10:12

«É a mentira e não a verdade que prevalece na terra».

Eis uma verdade...sobre a mentira.

O profeta (Jer 9,2) apercebeu-se há séculos. Quem não se apercebe, hoje em dia?

publicado por Theosfera às 09:47

O segredo da vida está na motivação.

Goethe dizia: «Quando o interesse diminui, com a memória ocorre o mesmo».

Eu diria que ocorre com (quase) tudo.

De facto, quando a motivação é grande, nenhuma adversidade é obstáculo. Já quando a motivação é pequena, nenhum apoio consegue ajudar.

Se repararmos bem, os maiores feitos da humanidade foram cometidos quando ninguém acreditava, quando todos os ventos eram contrários!

publicado por Theosfera às 09:34

Hoje, 21 de Novembro, é dia da Apresentação da Virgem Santa Maria, S. Gelásio I e Sta. Maria de Jesus do Bom Pastor.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 07:03

Terça-feira, 20 de Novembro de 2012

Indira Gandhi legou-nos uma pérola em forma de recomendação: «O meu avô disse-me uma vez que havia dois tipos de pessoas: as que fazem o trabalho e as que ficam com os louvores. Ele disse-me para tentar ficar no primeiro grupo, pois há menos concorrência».

No fundo, no fundo, o trabalho compensa bem mais que os louvores.

Há louvores que passam depressa. E há trabalhos que ficam para sempre!

publicado por Theosfera às 10:27

Em épocas de crise, a solidariedade é uma urgência e o egoísmo é uma tentação.

Há que fomentar a solidariedade e estar precavido ante o egoísmo.

Por um lado, as pessoas pensam mais umas nas outras. Mas, por outro lado, também propendem a pensar mais em si mesmas.

Montesquieu alertava: «Quando o infortúnio se torna geral, o egoísmo pode tornar-se universal». Nem sempre. Mas muitas vezes.

Há, pois, que estar atento.

Quando a situação se torna pior, temos de dar o (nosso) melhor!

publicado por Theosfera às 10:02

O pensamento não imuniza do erro. Mas acautela ante o erro.

Quem pensa também erra. Mas quem não pensa erra mais.

Leonardo da Vinci afirmou: «Quem pensa pouco, erra muito».

Pela dimensão dos erros que são cometidos na vida pública dá para concluir o quão pouco se pensa hoje em dia.

Era bom que se percebesse, de uma vez para sempre, que pensar também é agir.

Sem pensamento, qualquer acção é um logro, um vazio, um perigo, uma poderosa ameaça!

publicado por Theosfera às 09:56

Tudo o que possamos conquistar é nada diante do que nos é oferecido.

Há coisas que não se medem por serem desmedidas.

Saber ganhar é um engenho. Saber esperar é uma arte.

No fundo, ainda estamos muito prisioneiros das vitórias dos pequenos instantes.

Dizemos que cremos na eternidade, mas temos dificuldade em nos abrirmos a ela.

Pierre Nicole observou: «A eternidade rompe qualquer medida e destrói qualquer comparação».

Não desperdicemos energias em lutas. Apostemos tudo no que há-de vir. O que há-de vir é o melhor!

publicado por Theosfera às 09:50

A arte dá muito à vida. Mas a vida dá o que nem a melhor arte pode oferecer.

É por isso a vida é a mais bela arte. Florbela Espanca não deixou de reparar: «Um retrato é apenas a ideia aproximada de uma pessoa. A graça de um sorriso, o olhar, a expressão e tudo quanto para mim é a beleza, não pode verdadeiramente existir num retrato».

Tudo isto só pode existir na vida. Não a desperdicemos!

publicado por Theosfera às 09:41

A felicidade não está na ausência de dor. Coisa impossível é uma vida sem dor.

A felicidade está na relação que estabelecemos com a dor.

Apagá-la é difícil. Aprofundá-la é perigoso. É doer a dobrar.

Uma vez que temos de lembrar a dor, que a lembremos serenamente.

Já, na antiguidade, Cícero anotava que «a lembrança serena de uma dor passada traz um prazer». Não é masoquismo; é paz.

Se a dor foi por uma grande causa, sentimos (literalmente!) que valeu a pena.

É claro que a dor dói. Mas o motivo da dor amenizará a própria dor.

Nunca perca, pois, a serenidade. Mesmo na dor. Principalmente na dor!

publicado por Theosfera às 09:33

Hoje, 20 de Novembro, Dia da Dedicação da Sé Catedral de Lamego, é também dia de Sto. Edmundo, Sta. Maria Fortunata e S. Félix Valois.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 09:10

Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012

John Donne, famoso pelas suas frases desarmantes, achava que «a idade é uma doença e a juventude uma emboscada».

Com todo o respeito e reconhecendo argúcia e pertinência à observação, prefiro pensar que a vida é uma escola e cada momento da vida é uma oportunidade.

Nunca se sai desta escola. Mau é se desaproveitamos as suas múltiplas oportunidades!

publicado por Theosfera às 11:54

São pouco (ou nada) santos os actos que se praticam na terra santa.

Numa das mais pavorosas ironias da História Contemporânea, Israel e Palestina digladiam-se numa espiral de morte e vingança sem fim.

Cada acto tem uma réplica maior. Cada provocação gera uma retaliação superior.

Afinal, a Lei de Talião continua a ter seguidores.

O problema é poucos pensam na ressalva de Gandhi: «Olho por olho e o mundo acabará cego».

O mundo ainda não acabou. Mas há muito que está cego!

publicado por Theosfera às 09:30

Conselho de Hugo Hofmannsthal: «É preciso fazer um esforço para deixar de sentir o presente, como na música para deixar de ouvir o timbre dos instrumentos».

Como gostaríamos de seguir este conselho. Mas é imperioso ouvir o presente.

Só ouvindo-o, podemos conhecê-lo. E só conhecendo-o seremos capazes de o transformar.

O futuro não salta por cima do presente. O futuro nasce do presente, mesmo que não siga as suas pisadas.

Dar tudo no presente é o melhor presente que se pode dar ao futuro!

publicado por Theosfera às 09:23

Não era preciso invocar Edgar Poe: «A perversidade é um dos impulsos primitivos do coração humano».

Infelizmente, o senso comum depõe em favor desta afirmação.

O problema é que, em plenos tempos da pós-modernidade, continuamos primitivos!

publicado por Theosfera às 09:18

Escrever é uma forma de recordar, mas também é um modo de superar.

Escreve-se para se manter viva a memória. Mas também para se poder orientar o pensamento noutras direcções.

Enquanto não se escreve o pensamento está sempre ocupado sobre o mesmo tema.

Depois de escrever, o pensamento já está livre para outras (pre)ocupações.

É por isso que Goethe tinha razão: «Escrever a história é um modo de nos livrarmos do passado».

Não diria sempre, mas (talvez) quase sempre!

publicado por Theosfera às 09:15

Hoje, 19 de Novembro, é dia de Sta. Matilde, S. Rafael Kalinowski e Sta. Inês de Assis.

Um santo e abençoado dia para todos!

publicado por Theosfera às 05:59

Domingo, 18 de Novembro de 2012

Somos, de facto, uns seres estranhos, os humanos.

Afligimo-nos com o que dizem de nós. Mas preocupamo-nos se nada dizem de nós.

Com a carga irónica do seu génio, Oscar Wilde foi ao ponto de reconhecer: «Só há uma coisa pior que saber que falam de nós: é saber que não falam de nós».

Mas, por vezes, era muito melhor que assim fosse. Que passássemos despercebidos. Que só fluísse o rasto e que este rasto soubesse a bondade!

publicado por Theosfera às 16:32

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