O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Segunda-feira, 30 de Abril de 2012

1. A «era do vazio» (aquela em que, segundo Lipovetsky, nos encontramos) não nos atira inevitavelmente para o nada. Pode conduzir-nos também para tudo.

O vazio torna-nos permeáveis a qualquer coisa. O vazio não significa necessariamente ausência. Pode significar, acima de tudo, falta de critérios.

O nosso tempo continua a ter valores. O problema é que os valores dominantes não são os valores do espírito, mas os valores do dinheiro. Este impõe-se até quando falha.

Nesta época (dita de crise), a preocupação é mais salvar os bancos do que ajudar as pessoas. A economia condiciona mais a política do que a política a economia. A moral e a espritualidade são postas à margem.

É por isso que a sociedade massificada e o homem tecnificado desvaloriza a verdade, a beleza, a sabedoria e a justiça. 

O pensamento é cada vez mais acrítico. O que nos chega de novo é visto como melhor só por ser novo. 

A novidade não é avaliada. O antigo não é integrado. Resultado? Perde-se o que se tinha e não se ganha o que se quer ter.

 

2. De tudo isto (e muito mais) nos fala Rob Riemen, que esteve recentemente em Portugal e que, nas suas obras, tem denunciado o logro civilizacional em que nos arrastamos.

Neste sentido, entende ser obrigação dos intelectuais devolver algumas palavras ao seu real significado.

Por exemplo, é fundamental explicar que «não é em torno do dinheiro que a vida se joga». Quem quiser viver com dignidade «tem de cultivar a nobreza de espírito».

Para isso, é fundamental promover o acesso à arte, à cultura, aos livros. É por aqui que teremos sensibilidade aos valores que nos precedem e nos transcendem: a verdade, a bondade, a beleza, a justiça.

Os próprios valores políticos e económicos devem assentar em valores espirituais. Sem estes valores, corremos o risco de vegetar numa mera democracia de massas. Sem valores espirituais, facilmente derivamos para o populismo, o imediatismo.

 

3. Tudo isto faz relevar, de novo, a centralidade da educação. 

Sucede que, como alerta Rob Riemen, «criámos um sistema de educação que não está interessado em dar a toda a gente a oportunidade de desenvolver os seus talentos. Porque deixámos de nos interessar pela humanidades e pela filosofia».

O actual sistema de educação só se preocupa com a economia, com o Estado, com o emprego. Não se preocupa, a montante e a jusante disso, com a pessoa, com a sua criatividade.

Não raramente, o sistema educativo formata as pessoas, nivela-as a partir de ideias preconcebidas. Não as prepara para as surpresas, para as adversidades, para o imprevisto.

Não basta, pois, dizer que o Estado assegura o acesso de todos ao ensino. É preciso ver o que se faz com esse sistema de ensino. 

As pessoas pensam melhor, mais profundemente, mais criativamente? As pessoas têm uma conduta mais decente, mais activa, mais cidadã, mais solidária?

Há que proporcionar, antes de mais, uma forma diferente de pensar. É nessa base que perceberemos que a nossa crise não é financeira; é de civilização.

Muitos nos disseram que não é por causa da economia estar bem que tudo corre bem. Por baixo dessa aparência, alerta Rob Riemen, «pode acontecer qualquer coisa que tem que ver com os valores morais».

E, no entanto, quais são as nossas referências, quais são os nossos heróis? Desde há décadas que as referências e os heróis deixaram de ser os poetas, os artistas e os pensadores. Passaram a ser os ricos, os famosos, os homens e as mulheres do espectáculo!

 

4. É preciso reaprender que a pessoa, cada pessoa, não vale pelo que tem.

Não é a roupa, o relógio, os sapatos que definem a pessoa. Também não é a presença nas redes sociais que sinaliza o seu valor.

O nosso sistema educativo oferece muitas e boas técnicas. O seu objectivo é conseguir uma profissão. Mas não é pensar.

É preciso que a sociedade volte a apostar nas pessoas como pessoas e não como meros activos. Urge investir de novo no perene, na amizade e na permanência na amizade.

O ruído e a pressa são os sintomas do vazio que nos inunda. Como não temos nada, andamos afanosamente à procura de qualquer coisa para nos preencher.

Só que aquilo que momentaneamente nos prenche dificilmente nos enche.

O ser humano precisa de mais. A humanidade merece melhor!   

publicado por Theosfera às 12:30


A imaturidade não é uma questão etária, não é uma questão de idade.

A imaturidade dos mais novos começa, muitas vezes, nos mais adultos.

Quem não cresceu poderá ajudar a crescer?

Quem não amadureceu poderá ajudar a amadurecer?

publicado por Theosfera às 10:07


Concordo inteiramente com o Padre António Vieira: «A maior capacidade que criou a natureza foi a do coração humano»!

publicado por Theosfera às 10:00


O que é a expectativa?

Muitas vezes, é só o desejo de ter mais tempo. Muitas vezes, ela é invocada quando não se sabe que fazer.

Expectativa foi definida por Ambrose Bierce como «estado mental que é precedido pela esperança e seguido pelo desespero».

Nem sempre. Mas muitas vezes!

publicado por Theosfera às 09:59


O normal até pode ser a maldade. Mas, tal como José Mattoso, continuo a ter esperança na bondade humana.

Também não acredito muito nas ideologias. Acredito mais nos ideais.

Mesmo que estes nunca sejam totalmente atingidos, inserem-nos num horizonte motivador: «o ideal da pureza, da beleza, da abnegação».

Ainda que não cheguemos lá, pele menos podemos tentar. Continuamente!

publicado por Theosfera às 09:58


O tempo muda. O tempo corre. O tempo voa.

A resposta à mudança não pode ser insistir no que está gasto. A resposta tem de passar pelo perene.

Neste campo, a estratégia da Igreja, refere José Mattoso, «deve ser a vivência do Evangelho, na sua autenticidade».

Não se trata, defende o historiador, de apostar tanto no pietismo e na ritualidade, mas numa atitude «vivencial e esclarecida»!

publicado por Theosfera às 09:57

«Pratique a simplicidade e a humildade e não se preocupe com as críticas deste mundo».
Assim falou (espantosa e magnificamente) S.Pio de Pietrelcina.
publicado por Theosfera às 09:56


Se, ontem, ouviu buzinas destemperadas, não foi o que está a pensar.

Não se tratava de condutores desesperados, mas de adeptos eufóricos.

O Porto jogara no sábado, mas o empate do Benfica no domingo depositou mais um título de campeão no seu currículo.

Parabéns. Esta noite não foi escura. Esta noite foi azul!

publicado por Theosfera às 09:54


Dizem que ontem foi o Dia Mundial do Sorriso.

Para muitos, só um dia mundial serve de pretexto para sorrir.

Mas ainda que esteja triste, não deixe de sorrir.

O sorriso pode não apagar a dor. Mas é importante sentir que nem a dor é capaz de apagar o sorriso!

publicado por Theosfera às 09:51


Por muito que achem o contrário, é verdade o que disse Goethe: «Escrever é um ócio muito trabalhoso».

publicado por Theosfera às 09:50


O que leva os defensores da austeridade a insistirem no mesmo? O que os leva a não ouvirem outras vozes? O que os leva a não tentarem outros caminhos?

Talvez duas coisas: não querem se habituaram a conviver com a diferença e, pessoalmente, nada sofrem com a crise.

Se os problemas são sentidos «em baixo», como é que as soluções hão-de vir «de cima»?

publicado por Theosfera às 09:49

São mais de vinte séculos de influência judaica. O mundo está muito marcado pelo que veio da Judeia. Não apenas ontem. Mas ainda hoje.

Da Judeia não veio só o Judaísmo. Veio também o Cristianismo. E veio igualmente o Marxismo.

George Steiner analisa, abundantemente, este percurso.

Moisés, Jesus e Marx eram judeus. Mas Freud, o fundador da Psicologia Analítica, também era. Albert Einstein igualmente.

Houve, no passado distante e no passado próximo, quem quisesse destruir este povo.

Mas o que conseguiram foi que ele se espalhasse por todos os povos!

publicado por Theosfera às 09:48

1. Que dizer de um sistema familiar onde os filhos não só não obedecem aos pais como dão ordens aos pais?

E que dizer de uma escola onde os alunos raramente fazem o que devem e frequentemente (só) fazem o que lhes apetece?

 

2. O drama da educação nota-se mais nas escolas, mas é nas famílias que ele germina.

O que não se obtém em casa dificilmente se alcança na escola. Se não há educação em casa, o ambiente para o ensino fica bloqueado na escola.

Há pais com receio. Há professores com medo. Na hora que passa, está mais à vontade um filho ou um aluno para prevaricar do que um pai ou um professor para corrigir.

 

3. A escola integra mas não diferencia. O mérito não é correctamente valorizado e o esforço não é devidamente estimulado.

Tanto progride quem trabalha como quem se esquiva. A avaliação é mais indicativa que selectiva.

No limite, é mais fácil que os medíocres contagiem os melhores do que os melhores contagiem os medíocres.

 

4. Todos aceitam que a educação é o maior investimento para o futuro. Mas ninguém ignora que ela é também o grande problema no presente.

Retiram-lhe condições, subtraem-lhe espaço e sobrecarregam os seus agentes.

 

5. O pior não é o orçamento para a educação ser reduzido. O mais grave é não perceber que a educação não é um exclusivo da escola.

O problema da educação não começa quando se entra na escola. O problema nota-se, desde logo, quando se sai de casa!

Quem não se habitua a respeitar a autoridade dos pais, como é que se habituará a respeitar a autoridade dos professores?

Enquanto intervenientes no processo educativo, os pais deveriam ser os grandes aliados dos professores. Não raramente, porém, posicionam-se como os seus maiores adversários.

 

6. Compreende-se que seja difícil definir a educação. Mas se não é fácil dar-lhe uma definição, não é impossível assinalar-lhe uma identidade.

A educação não se reduz à escolarização. Ela inclui os conhecimentos, mas não pode excluir os comportamentos.

É por isso que a educação começa quando se nasce e só termina quando se morre.

 

7. Há crianças que não suportam uma sugestão, que não atendem um conselho nem, muito menos, admitem uma ordem. Falam quando lhes apetece, brincam quando lhes apraz, trabalham quando lhes ocorre.

Acontece que esta é a via para o desastre. A educação não é um passatempo; é uma transformação.

Só há crescimento quando existe mudança. Só se chega à excelência pelo caminho da exigência.

 

8. A educação é, sem dúvida, um direito. Mas ela também comporta deveres.

É fundamental que haja igualdade de oportunidades. Mas isso não implica que haja igualdade de resultados.

Igualizar o que é diferente é não só uma afronta à verdade, mas também um atentado contra a justiça!

 

9. O Estado podia estimular uma alteração deste quadro desolador. Mas o Estado só quer que a escola aplique as suas normas.

Sucede que a função primacial da escola devia ser não a aplicação, mas a transformação.

Sendo a escola o berço do pensamento por antonomásia, causa arrrepios sentir como ela está quase impedida de pensar: de pensar a realidade e de se pensar a si mesma.

 

10. É fundamental libertar a escola, deixá-la actuar em todo o campo: na transmissão de conhecimentos e na vivência dos valores.

É urgente que o Estado deixe respirar a escola. E é decisivo recuperar o liame com a família. A escola começa na família!

publicado por Theosfera às 00:50

Domingo, 29 de Abril de 2012

Bom Pastor és Tu, Jesus,

que dás a vida pela ovelhas,

por cada um de nós.

 

Como é possível que, sendo Pastor,

não dês ordens, mas dês a vida?

Tu, Jesus, és diferente,

incomparável, único.

 

Tu conheces as ovelhas,

conheces cada ser humano,

tens um olhar singular para cada pessoa.

 

E pensas não só nas ovelhas que já estão no rebanho,

mas também em todas que estão dispersas.

Tu, Jesus, não dizes só para vir,

Tu és o primeiro a ir,

a ir ao encontro de todos.

 

Por isso, Jesus, és bom Pastor,

bom e belo Pastor,

porque nada há mais belo do que dar a vida.

 

Dá-nos, Jesus, pastores assim,

pastores como Tu,

capazes de dar a vida,

próximos das pessoas,

sensíveis aos problemas e ás dificuldades.

 

O amor que nos mostras,

o amor do Pai,

é admirável.

Por esse amor somos filhos do mesmo Pai.

 

Que todos escutem a Tua voz.

Que todos façam a Tua vontade.

Que todos sigam o Teu exemplo.

 

Que haja um só rebanho.

Que haja um só Pastor.

Que aumente a unidade

e cresça a comunhão

em ti, JESUS!

publicado por Theosfera às 10:25

Sábado, 28 de Abril de 2012

«Como é Deus?», pergunta Pawel, órfão de mãe e educado numa fé laica na ciência.

A tia fica em silêncio. Não diz nada.

Depois aproxima-se, abraça Pawel, aperta-o no peito e pergunta-lhe: «Como te sentes agora?».

«Bem», responde a criança.

Mais um momento de silêncio e, de novo, a tia: «Estás a ver? Deus é assim».

E, facto, Deus é assim: um abraço que o abraço revela.

As palavras, dizendo muito, dizem muito menos que estes gestos.

(Do filme «O Decálogo», de Kieslowski).

publicado por Theosfera às 11:53


«Tob» é um adjectivo da língua hebraica que aparece na Bíblia (no Antigo Testamento, surge por 741 vezes) para descrever a realidade do mundo.

É uma palavra que combina a beleza e o bem.

Portanto, «tob» refere-se, antes de mais, a Deus.

O equivalente grego de «tob» é «kalós», que significa belo e, nessa medida, bom.

O Evangelho de S. João faz Jesus aplicar «kalós» a Jesus como Pastor.

A tradução optou por apresentar Jesus como «bom Pastor». Mas podia (e devia) descrevê-lo também como «belo Pastor».

A beleza está na bondade. A bondade está na beleza.

publicado por Theosfera às 11:52


A amizade é sempre um risco. Mas nunca deixa de ser uma oportunidade.

E só se sabe que uma amizade é falsa experimentando, ou seja, sendo amigo.

O fim da amizade dói. Mas a certeza de que se apostou tudo na amizade tranquiliza e ameniza a dor.

Jesus chamou-nos amigos e deu a vida por nós (cf. Jo 15, 15).

O amigo não se impõe ao outro. Pelo contrário, dispõe-se a acolher o outro.

Como alerta Ermes Ronchi, «a amizade morre na posse».

A amizade é amar sem possuir!

publicado por Theosfera às 11:50


Renan disse, há muitos anos, algo que se mantém actual: «O essencial na educação não é a doutrina ensinada; é o despertar».

Trata-se da motivação. É esta, pois, a grande carência.

Tem de ser esta a maior urgência.

Causa impressão ver os agentes da educação cansados, desmotivados, asfixiados.

Algo é preciso fazer!

publicado por Theosfera às 11:49


Bernard Shaw achava que sensato é aquele que se adapta ao mundo; insensato é o que faz com que o mundo se adapte a ele.

O primeiro integra-se. O segundo procura transformar.

O sensato é melhor para gerir. Mas o mundo só muda com os insensatos!

publicado por Theosfera às 11:48


A extrema-direita, em França, está a crescer. Certo.

Mas o temor diante dela é tudo o que não deve acontecer.

Trata-se de uma força que tem muito para condicionar, mas não o suficiente para triunfar.

Arrepia, por isso, ver alguém moderado como François Hollande a cortejar o eleitorado de Le Pen, reproduzindo o discurso anti-imigração.

Os fins não justificam os meios.

Será que o Eliseu vale esta cedência?

As pessoas acabam por respeitar quem se mostra mais fiel a si próprio.

A coerência é um trunfo que não se pode desperdiçar!

publicado por Theosfera às 11:46


Todos querem mudar o mundo!

Mas quem se dispõe a mudar-se a si mesmo?

publicado por Theosfera às 11:46

Sexta-feira, 27 de Abril de 2012

O Barcelona atingiu o máximo com jogadores que ele mesmo gerou e com um treinador que ele mesmo formou.

Xavi, Iniesta, Messi e muitos outros nunca jogaram noutro clube. Pep Guardiola nunca treinou outra equipa.

O Real gasta dinheiro a comprar jogadores. O Barcelona investe dinheiro ao não vender jogadores.

O paradigma é para manter. Sai um elemento, mas a filosofia subsiste.

O novo treinador, Tito Vilanova, é também um homem da casa.

A surpresa é geral. Mas quando Guardiola chegou, há quatro anos, o espanto também foi total.

Guardiola revelou-se um esteta. Não jogava apenas para os golos. Jogava também para os olhos.

Havia uma empatia, uma identificação, uma osmose entre a equipa e o técnico.

Fica uma dúvida.

Conseguirá o Barcelona fazer o mesmo sem Guardiola? E conseguirá Guardiola fazer o mesmo sem o Barcelona?

publicado por Theosfera às 13:46

O que é a cultura? Talvez tudo. Talvez nada. Quando é tudo, acaba por ser nada.

Tanto se chama cultura ao livro, ao pensamento e à arte como ao «pimba» e à mera diversão.

Cultura é um «chapéu» que tanto cabe a Bach e a Mozart como a Quim Barreiros e a Tony Carreira.

Outrora, era o pensador que aparecia. Hoje, é o «entretainer», o futebolista e o apresentador televisivo que surgem avassaladoramente.

O que conta não é a qualidade, não é a substância. É o espectáculo.

Vargas Llosa rebela-se: «Seria uma tragédia que a Cultura acabasse em puro entretenimento».

Mas a frivolidade já triunfou. O vazio tem o espaço ocupado.

Por isso, tanto se pode votar Le Pen a 22 de Abril como Hollande a 6 de Maio.

Impensável? Quando não se previnem as causas, arriscamo-nos a lamentar as consequências!

publicado por Theosfera às 10:51


A democracia não está em risco. Mas está em crise.

Não está em risco porque o que ela proporcionou é inigualável: a queda da mortalidade infantil para quase zero, o serviço nacional de saúde, a escolarização, o produto interno bruto são dados que não deixam margem para dúvidas.

O país hoje está muito diferente, para melhor. Apesar de não estarmos bem, nunca estivemos tão bem. A democracia alcandorou-nos a um patamar no qual nunca tínhamos estado.

Ao mesmo tempo, porém, nota-se uma crise porque, desde 2008, tem havido um recuo considerável nas conquistas.

Não estamos tão mal como outrora, mas estamos a ficar pior do que há uns anos. Urge aprofundar a democracia nos pilares da justiça!

publicado por Theosfera às 10:05


O Estado quer que a Escola aplique as suas normas.

Sucede que a função primacial da Escola devia ser não a aplicação, mas a transformação.

Sendo a Escola o espaço do pensamento por antonomásia, causa arrrepios verificar como ela está quase impedida de pensar: de pensar a realidade e de se pensar a si mesma.

É fundamental libertar a Escola, deixá-la actuar em todo o campo: na transmissão de conhecimentos e na vivência dos valores.

É urgente que o Estado deixe respirar a Escola.

E é decisivo recuperar o liame com a Família. A Escola começa na Família!

publicado por Theosfera às 10:00


Dizem que nunca houve tanto dinheiro no mundo como hoje.

O problema é que o dinheiro também se deslocaliza. E esta deslocalização não é apenas geográfica.

De facto, o dinheiro deixou de se concentrar no Ocidente para estar cada vez mais na China, na Índia, no Brasil e noutras potências emergentes.

Mas existe outro tipo de deslocalização ou, melhor, de ausência de deslocalização.

O dinheiro continua nas mãos de poucos. Está muito oligopolizado, quase cartelizado.

Poucos o detêm. Muitos ficam à míngua!

publicado por Theosfera às 09:56


Arthur Schopenhauer disse que é por volta dos 30 anos que encontramos a ideia dominante da nossa vida. Depois, passámos o tempo à volta dela.

Foi talvez nesse sentido que Christian Hebbel defendeu que o envelhecimento ocorre entre os 25 e os 30 anos. «O que se obtém até esse momento é o que se conservará para sempre»!

publicado por Theosfera às 09:55

Quinta-feira, 26 de Abril de 2012

Se todos aprendessem a dar algo, ninguém deixaria de ter alguma coisa.

Os direitos de todos têm de ser deveres para cada um.

O egoísmo é a pior doença. Só com a solidariedade a poderemos vencer.

Há 38 anos reconquistamos a liberdade. Ainda falta crescer na partilha e na generosidade!

publicado por Theosfera às 09:58


Kant sabia do que falava: «Nas trevas, a imaginação trabalha mais activamente do que em plena luz».

publicado por Theosfera às 09:54


«Não há nada tão estúpido como a inteligência orgulhosa de si mesma».

Um alerta de Bakunine. Com suma pertinência.

publicado por Theosfera às 09:54


A final da Liga dos Campeões parecia ter dois inquilinos garantidos. Mas vai acabar por ter dois convidados improváveis.

O Real e o Barcelona não deixaram de ser as grandes equipas que são. Mas no futebol, como na vida, nada pode ser dado por adquirido.

O próximo campeão europeu não foi campeão no seu país: nem no ano pretérito, nem no ano presente!

publicado por Theosfera às 09:52

Quarta-feira, 25 de Abril de 2012

Digam o que disserem, o 25 de Abril foi dos dias mais belos que tivemos na nossa história.

Poder ser contemporâneo de um acontecimento destes é um privilégio enorme e uma comoção sublime.

Sentia-se ali um amanhecer viçoso, o brotar de uma esperança.

E até uma certa ingenuidade dos começos lhe dava um encanto arrebatador.

Não desistamos das primaveras que se abriram naquela manhã sem fim!

publicado por Theosfera às 00:00

Terça-feira, 24 de Abril de 2012
«Pode ser que um dia nos afastemos. Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximará».
Assim escreveu (sentida e magnificamente) Albert Einstein.
publicado por Theosfera às 10:15


A ditadura é conhecida por ser o regime do partido único.

Mas, se pensarmos bem, a democracia corre o risco de ser o regime do partido duplo.

Na generalidade dos países, há uma rotação entre dois partidos ou duas áreas ideológicas.

Ora, isto é pouco.

O essencial da democracia não é a rotação entre alguns nem a alternância entre os mesmos.

É a participação de todos. É a mobilização total!

publicado por Theosfera às 10:13


Hoje, 24 de Abril, é dia de S. Fiel de Sigmaringa, S. Gregório de Elvira, Sta. Maria de Sta. Eufrásia Pelletier, S. Bento Menni.

Também se assinala a conversão de Sto. Agostinho porque, como ele diz nas «Confissões», foi baptizado na noite deste dia em 387, com quase 33 anos.

Um santo e abençoado dia pascal para todos!

publicado por Theosfera às 10:09


«Desconfiai daquele que detrai no amigo ausente, e o não defende quando o deprimem».

Horácio apercebeu-se na antiguidade de algo que os tempos confirmam amplamente.

É por isso que «amigo» é uma palavra muito plástica: estica-se a muitos, mas aplica-se a poucos.

Às vezes, amigo é palavra sem plural. Mas o amigo, cada amigo, não é singular?

publicado por Theosfera às 10:07


«A pintura é uma poesia que se vê e não se sente, e a poesia é uma pintura que se sente e não se vê».

Leonardo da Vinci sabia bem do que falava.

É por isso que a pintura e a poesia convergem na sublimidade, no arrebatamento, na arte!

publicado por Theosfera às 10:06


Marine Le Pen, diz a imprensa, deu liberdade de voto a quem votou nela.

Mas isto faz algum sentido? Ela deu liberdade? Mas os votos eram dela?

Na véspera do instauração da democracia em Portugal, isto faz pensar. E penar!

Marine Le Pen é da extrema-direita, mas muitos dos seus eleitores não são.

É por isso que, dizem os estudos de opinião, muitos dos que votaram nela irão votar em Hollande.

Ou seja, a 22 de Abril quiseram protestar. A 6 de Maio, irão escolher!

publicado por Theosfera às 10:04


Há muitos séculos, Ovídio verbalizou algo que, no fundo, todos nós sentimos: «Esforçamo-nos sempre por alcançar o proibido e desejamos o que nos é negado».

Alerta, pois.

A liberdade está a ser bloqueada. E não é por inércia que a reconquistaremos!

publicado por Theosfera às 10:02


Para ler, diz George Steiner, «um dos requisitos fundamentais é o silêncio».

Só que, acrescenta o mesmo autor, «o silêncio passou a ser um luxo».

Mas é importante capitalizar este luxo. É um dos poucos que nos resta!

publicado por Theosfera às 10:01

Segunda-feira, 23 de Abril de 2012

Mais de seis milhões de franceses votaram, ontem mesmo, em Marine Le Pen.

Este é, para mim, o dado mais saliente das eleições presidenciais.

É muita gente a optar por ideias culturalmente primárias e politicamente perigosas.

Irá Sarkozy radicalizar (ainda mais) o seu discurso para captar este eleitorado? E que irá fazer Le Pen?

Embora ninguém seja proprietário dos votos alheios, não estará no fundo à espera de uma vitória de Hollande?

Por um lado, a rejeição de Sarkozy parece um dado adquirido. Por outro lado, com uma política mais moderada e aberta, os ideais extremistas sempre poderão crescer.

Dia 6 de Maio, estará em causa muito mais que a simples escolha de um presidente!

publicado por Theosfera às 10:07


Dizem que o tempo político é curto. E, verdade seja dita, o tempo da nossa vida também não é muito mais longo.

Apesar disso, sempre é possível aprender com aquilo que dimana da experiência.

Olhando para a História e para a nossa existência, verificamos que é difícil haver derrotas eternas e vitórias totais.

A longo prazo (às vezes, a curto prazo), as vitórias dão lugar a derrotas e as derrotas dão lugar a vitórias.

Há derrotados que acabam por triunfar. E há vencedores que acabam por perder.

Simone de Beauvoir apercebeu-se disto: «Se vivermos muito tempo, descobrimos que todas as vitórias, um dia, se transformam em derrotas»!

publicado por Theosfera às 10:05





  • Dia Mundial do Livro. Leia um. Continue a escrever um: o livro da sua vida. Hoje, é mais uma página!




publicado por Theosfera às 06:46


Faz (so)rir, mas é verdade o que disse José Diogo Quintela.

Há 30 anos um casal partilhava o carro, a televisão e o telefone.

Hoje em dia (e apesar da crise, diria eu), cada um tem um carro, uma televisão e um telefone só para si.

E, como se isso mão bastasse, o Estado social também está contaminado pelo individualismo: cada um tem um pensionista só para si.

Em 1982, por cada reformado descontavam quatro contribuintes. «Hoje é só um. A minha geração é tão egoísta que nem um velhinho sabe partilhar»!

publicado por Theosfera às 00:19

Há beira dos quarenta, Abril volta a ser notícia. Não tanto como esperança, mas talvez mais como nostalgia.

Não faltam louvores a Abril. Abril merece mais Abril. Abril merece sempre Abril.

Os cravos ainda não fizeram florir plenamente a justiça.

Há quem pretenda fazer murchar Abril. E não faltam até doutas autoridades a apoucar Abril. Por via do Acordo Ortográfico, querem reduzir Abril a caixa baixa.

Mas Abril nunca será minúsculo. Abril não pode ser abril.

Ao menos deixem Abril ser sempre Abril!

publicado por Theosfera às 00:15

Mons. Eduardo António Russo foi um homem de dedicação extrema e generosidade ilimitada.

 

Quanto aos problemas, a sua grande preocupação era: evitá-los, enfrentá-los e resolvê-los.

 

Procurou sempre amortecer ânimos mais exaltados.

 

Apesar da idade, nunca regateou esforços, trabalhando até ao último dia e entregando-se até ao derradeiro instante.

 

No trato com os sacerdotes era afável, recto e verdadeiro. Teve como objectivo prioritário ajudá-los na sua acção pastoral e auxiliá-los nas mais diversas questões que lhes surgiam.

 

Devoto de Nossa Senhora dos Remédios, foi d’Ela um fiel servidor. O serviço como Juiz da Irmandade entusiasmava-o e mobilizava-o por dentro e por fora.

 

Morreu há cinco anos.

 

Mantinha um bom relacionamento com toda a gente. Era de Soutelo por nascimento, tornou-se lamecense por adopção.

 

Sentiremos muito a sua falta. Sentiremos sempre a sua intercessão.

publicado por Theosfera às 00:00

Domingo, 22 de Abril de 2012

Obrigado, Senhor,

por, também hoje, Te apresentares no meio de nós,

por, também hoje, nos ajudares a vencer as nossas perturbações.

 

Obrigado, Senhor, pela paz que nos dás,

pela paz que és Tu,

pela paz que chega ao mundo inteiro.

 

A Páscoa está no tempo

para que esteja na vida,

na vida de cada um,

na vida de todos.

 

Como há dois mil anos,

Tu, Senhor, comes connosco.

Tu és o nosso pão,

o alimento da nossa vida.

 

Tu, Senhor, continuas a abrir os nossos corações,

a purificar a nossa existência,

a transformar o nosso caminhar.

 

Tu és, Senhor,

o sol que ilumina,

a chuva que fecunda,

o vento que sopra.

 

Tu és o Deus das novas oportunidades.

Mesmo quando pecamos, Tu és o perdão.

Por isso nos convidas ao arrependimento,

à mudança, à conversão.

 

Continua, Senhor, a transformar a nossa vida.

Que nós nunca Te esqueçamos,

que nunca esqueçamos de Te anunciar,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:15


Também na Igreja somos atingidos pelo excesso e pela banalização da palavra.

Tal excesso e banalização acaba por esvaziá-la.

Até onde é suposto cultivar-se o silêncio, as palavras saltam as barreiras e impõem-se todo o tempo.

Há retiros que não passam de bons convívios, entremeados com alguns momentos de oração. Pertinentes são, pois, as recomendações de Isidoro de Sevilha: «É melhor orar em silêncio, com o coração, do que só com as palavras e sem a atenção da mente; aquilo que o coração ora calado também a voz deve silenciar, para se esconder dos homens»!

publicado por Theosfera às 00:12


D.O.M.

Certamente já encontraram esta inscrição em muitas igrejas.

Ela é a abreviatura de «Deo optimo maximo». Ou seja, para Deus o melhor e o maior.

Assim deve ser de facto.

E o melhor e o maior para Deus não são as pompas. O melhor e o maior para Deus é a humildade, a pureza, a simplicidade!

publicado por Theosfera às 00:11


«Há cada vez mais pessoas, diz José Mattoso, que não estão satisfeitas com o mundo em que vivemos. Raras são, porém, aquelas que fazem alguma coisa para o transformar»!

publicado por Theosfera às 00:10

Ao longo dos séculos, houve muitas tentativas de reconduzir o Cristianismo a Cristo, à sua originalidade.

Isso foi feito através da acção e através da contemplação. Trata-se de movimentos que tinham uma organização mínima.

Só que o poder eclesiástico acabou sempre por intervir. Para aprovar, exercia a sua influência, acentuando o aspecto organizativo e, desse modo, desfigurando a vontade reformadora.

A este propósito, Ignacio Larrañaga imagina um diálogo entre S. Francisisco de Assis e o cardeal Hugolino, que tentava convencê-lo a dar uma organização mais firme à Ordem Fransciscana.

Diz Francisco: «Essa é a linguagem dos quartéis. Poder! Conquista! A realidade é esta: ninguém quer ser pequeno nem nos tronos nem na Igreja. Todos somos, por instinto, inimigos da cruz e do presépio, a começar pelos homens da Igreja».

Mas se pensarmos bem, daremos conta de que não foi o poder que cativou as pessoas para a Cristo. Foi o testemunho que muitos deram (e dão) d'Ele, de Jesus.

Na humildade. Na simplicidade. No despojamento!
publicado por Theosfera às 00:09


«A sabedoria, salienta José Mattoso, é resultado da experiência, não do raciocínio».

O raciocínio serve para mostrar, para explicar, para tentar compreender.

Mas, para encontrar a sabedoria, a experiência é que conta. E essa experiência não se faz só pela luz. Também se faz pela escuridão.

Tal experiência não vem à tona apenas pelas palavras. Também assoma à superfície pelo silêncio. Calar e escutar ajudam a saber!

publicado por Theosfera às 00:07

Sábado, 21 de Abril de 2012

La Rochefoucauld deixou o alerta: «A confiança que temos em nós mesmos reflecte-se, em grande parte, na confiança que temos nos outros».

Mas a inversa também será verdadeira: a confiança que temos nos outros faz aumentar a confiança em nós mesmos!

publicado por Theosfera às 12:50


Dizem os estudiosos, e basta olhar para Jesus, que o início de uma religião é o inconformismo. Sucede que, muitas vezes, a sua continuidade tende a assentar no pólo oposto: no conformismo.

E, não raramente, até se censura quem quer retomar o inconformismo dos começos.

Apoia-se quem pára e abandona-se quem quer andar.

Nunca haverá, porventura, a fórmula perfeita.

Importa, contudo, que os caminhos do futuro não fiquem sem viandantes.

Se nós não formos, outros irão!

publicado por Theosfera às 12:48


Isto não está a correr bem.

A execução orçamental está longe de infundir ânimo e de provocar sossego. A despesa do Estado aumentou 84%.

Haverá certamente justificações. Mas as pessoas sentem que não para as apoiar devidamente que a despesa existe!

publicado por Theosfera às 12:47


«Mais vale morrer como um herói do que viver como um cobarde».

Assim dizia a imprensa após o desastre do Titanic.

Acontece que os heróis fazem falta vivos!

publicado por Theosfera às 12:46

É verdade que ninguém é insubstituível. Mas o contrário também não será mentira.

Todo o ser humano é único, irrepetível. Alguém pode ocupar o seu lugar, mas ninguém repete a sua pessoa.

Se Platão e Aristóteles não tivessem existido, como seria, hoje, o nosso pensar?

Será que existiria a noção de pensar tal como a concebemos?

Procuraríamos encontrar conceitos para tudo? O que seria conhecer? O que seria matéria e força, alma e espírito?

Dizia Karl Jaspers que a filosofia fala grego.

E não precisamos de saber grego para sermos dependentes daquilo que os grandes mestres da Grécia nos legaram!

publicado por Theosfera às 00:24

As palavras não são tudo. Nem serão até o mais importante. Mas podem ajudar a entrever muito.Há palavras que perdemos na triagem operada pelos tempos. Pensava, há momentos, na palavra «eutrapelia». Mencionada por Aristóteles, na sua famosa «Ética a Nicómaco», queria mencionar o jogo e o riso, a actividade lúdica como contraponto ao peso e à sisudez do quotidiano. Teólogos medievais como Alberto Magno e Tomás de Aquino não deixaram de exaltar a «eutrapelia» como uma necessidade para o equilíbrio da vida. Procuremos, neste fim-de-semana, exercitar a «eutrapelia». Sadiamente!
publicado por Theosfera às 00:07

Sexta-feira, 20 de Abril de 2012

O princípio aponta para o fim. O fim aponta para um novo começo.

A vida é trânsito.

Importa que seja também meditação.

É preciso avaliar o que se faz. E mobilizar para o que urge fazer.

O futuro não é uma miragem. É uma missão.

Ele está aí. No próximo minuto!

publicado por Theosfera às 10:33


Há quem não olhe a meios para atingir os fins.

Eu diria que há quem só olhe a meios. E, quando alcançam os (seus) fins, alguns não sabem que fazer.

Há quem só saiba estar «contra». Há quem nunca saiba estar «com».

Há quem só consiga ser «anti». O segredo da vida está no «ante».

O mundo precisa de se (re)criar constantemente!

publicado por Theosfera às 10:32

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