O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 29 de Fevereiro de 2012
A mudança já não se faz só com alternativas. A mudança requer (reclama) um novo paradigma. Ele já foi intentado ao longo dos tempos.
 
Aristófanes, no século IV a.C, escreveu uma peça chamada «As eclesiazusas» ou «A assembleia das mulheres».
 
A trama resume-se ao seguinte. Atenas seria governada não por homens, mas por mulheres. A nova economia teria na base não a propriedade privada, mas a propriedade comunitária.
 
O comunalismo, inspirado na «República» de Platão, seria a matriz da vida cívica.
 
O objectivo da peça era satirizar. Mas não seria bom sobretudo meditar?
publicado por Theosfera às 11:04

Um dos problemas maiores na oração é falar-se em excesso.
 
Jesus, no Sermão da Montanha, diz-nos que, quando rezarmos, não digamos muitas palavras. A loquacidade não é convincente.
 
A oração é, antes de mais e acima de tudo, um mistério de presença.
 
É sentir Deus em nós. É sentirmo-nos a nós em Deus.
 
É bom que haja propostas. Mas era também importante que deixássemos as pessoas livres para orar do modo que entenderem mais conveniente.
 
Não insistamos muito nas palavras. Procuremos, sobretudo, criar um ambiente. De serenidade. De abertura. De vibração. De paz!
publicado por Theosfera às 11:02

Se alguém vier ao nosso bolso e nos subtrair uma quantidade de dinheiro poderá ser condenado. Mas se esse alguém for o Estado, quem poderá ser condenado somos nós se não abrirmos os bolsos.
 
É claro que este raciocínio é simplista.
 
Há o dever indeclinável de cada um contribuir para o bem de todos. Mas a partir de um certo limite, o contributo pode assumir a forma de violência.
 
E se a violência do cidadão é condenada, porque é que a violência do Estado há-de ser promovida?
 
Será que, como notava Max Weber, o Estado tem o monopólio legal da violência?
 
Às vezes, parece!
publicado por Theosfera às 11:00

Na fé procuramos sobretudo respostas. Mas essa mesma fé, ao responder, devolve-nos as perguntas que lhe fazemos chegar.
 
Ainda criança, Tomás de Aquino perguntava: «O que é Deus?» Muitas foram as tentativas de resposta que articulou. Mas, quase no fim da vida, confessava que, acerca de Deus, é muito mais o que não sabemos do que aquilo que sabemos.
 
Deus é o título de um esforço de resposta que permanece como uma grande pergunta. Já dizia Pessoa: «Deus é nós existirmos e isso não ser tudo»!
publicado por Theosfera às 10:59

Diz-se, e com razão, que, se não fosse a acção de muitos membros da Igreja, a vida dos pobres seria pior.
 
Os cristãos têm feito muito. Mas estarão a fazer tudo o que podiam? Estarão a fazer tudo o que deviam?
 
Alfredo Bruto da Costa e Isabel Allegro de Magalhães reconhecem que os cristãos mostram muito cuidado e muita solicitude. Mas mostram pouca subversão.
 
Dão muito mas questionam pouco. Acontece que só o cuidado não chega. Mitiga a dor, mas mantém o problema.
 
Jesus mandou-nos ser fermento de um mundo novo. Não é para deixar tudo na mesma que Ele nos quer no mundo!
publicado por Theosfera às 10:57

Um homem de bem comete um grande erro: pensa que as pessoas são aquilo que parecem.
 
É muito tarde que a experiência lhe mostra que, regra geral, as pessoas não parecem aquilo que são.
 
É por isso que raramente o êxito visita um espírito sério.
 
Uma pessoa séria não tem uma vida exitosa. Mas tem uma existência limpa. Não será (muito) melhor?
publicado por Theosfera às 10:55

Terça-feira, 28 de Fevereiro de 2012
Dos nossos antepassados lusitanos terão dito que não se governavam nem se deixavam governar.
 
Não será tanto assim. Nem são, seguramente, todos assim. Mas no epicentro da crise monetária, quando estendemos a mão à «ajuda» estrangeira, como é possível que um Governo Regional gaste 503 mil euros...na festa do Carnaval?
 
A retórica articulará bastas respostas. Mas as razões fundas ficarão guardadas no mistério. Geridas pelo «non-sense»?
publicado por Theosfera às 10:54

Mais que um acordo ortográfico, um acordo semântico. É de um acordo semântico que precisamos: com urgência e sem subterfúgios.
 
Usamos, por vezes, as mesmas palavras, mas o significado é diferente, quiçá díspar. Basta pensar, por exemplo, na expressão «ajuda financeira».
 
Salta à vista que de ajuda pouco se trata em tal «ajuda».
 
Na melhor das hipóteses, é um negócio. E a realidade mostra que não são os «ajudados» que estão a ganhar com a «ajuda»!
publicado por Theosfera às 10:53

Segunda-feira, 27 de Fevereiro de 2012

1. Muitas e sapientes são as palavras que nos servem neste tempo da Quaresma.

 

Tantas e tão variadas são as propostas que, num primeiro olhar, somos tentados a concluir que toda a gente tem muito para dizer. Será que existe a mesma disponibilidade para escutar?

 

A Quaresma tem tudo para ser um tempo de silêncio, um tempo de espera, um tempo de esperança. 

 

É importante haver um tempo em que se possa pensar mais no tempo, no que andamos a fazer no tempo.

 

É necessário agir. É fundamental que haja acção. Mas é vital não reduzir a acção a mera agitação.

 

Parece que quem não se move não vive. Parece que quem não grita não comunica. Parece que quem não corre não caminha.

 

Até na fé corremos o risco de ser hiperactivos. Fazemos, refazemos e, por vezes, desfazemos.

 

 

2. Haja em vista que também Jesus era uma pessoa muito ocupada. Frequentemente, nem tempo tinha para comer nem para descansar. E, no entanto, parecia sentir uma profunda necessidade de silêncio e de solidão.

 

Sempre que podia, Jesus retirava-Se para os montes ou para o próprio deserto. As Suas grandes decisões são antecedidas de longas permanências em locais ermos.

 

Não é possível seguir Jesus sem O acompanhar no Seu silêncio, na Sua solidão. Desde logo, porque só na medida em que O acompanharmos no silêncio, estaremos em condições de assimilarmos a Sua palavra.

 

Não é fácil criar silêncio no mundo barulhento de hoje. Vivemos cercados de toneladas de ruído: de ruído sonoro e de ruído visual.

 

Se o silêncio não nos procura, temos de ser nós a procurar o silêncio. Fazer silêncio é muito mais que estar calado. É criar uma predisposição para a escuta do outro, para o acolhimento da sua presença.

 

O silêncio despoja-nos dos nossos preconceitos acerca das pessoas e das coisas. Faz-nos estar de coração limpo, completamente desarmadilhados.

 

Hoje em dia, há uma pressão enorme para estar sempre em cena, para nunca deixar o palco ou o «prime time».

 

 

3. A vida humana é um equilíbrio entre o relacionamento e a solidão. A solidão não é necessariamente corte. Pode até ajudar a aprofundar os nossos relacionamentos.

 

Anthony Storr assinala que os grandes génios e os maiores sábios nunca abdicaram de longos períodos de solidão.

 

Tal como o trabalho do dia ganha muito com o descanso da noite, também a qualidade da missão beneficia bastante com algum silêncio.

 

Como nota Albert Nolan, «temos de encontrar uma forma de nos desligarmos, de tempos a tempos, do fluxo imparável de palavras, de sons e de imagens que nos bombardeiam a toda a hora». Mais importante ainda, «precisamos de um silêncio interior que desligue a nossa torrente interior de pensamentos, imagens e sentimentos».

 

 

4. Neste espírito, a Quaresma é uma oportunidade preciosa para perceber o que se passa no mundo e na nossa vida.

 

É um tempo para perceber que, antes de ter uma opinião sobre tudo, é necessário alcançar uma visão acerca de cada coisa.

 

Faz falta uma pastoral que escute, que pense nas perguntas e que procure meditar nas interpelações.

 

Precisamos de uma pastoral que não queira ter uma resposta pronta para tudo e para todos. 

 

Precisamos de uma pastoral que estacione nas pessoas e nas situações e que não remeta logo para planos, programas e projectos.

 

A diferença cristã não está tanto nas palavras ditas às pessoas, mas na atenção dedicada às pessoas.

 

Enzo Bianchi alerta que tal diferença cristã «deve expressar-se sobretudo na atenção aos pobres, aos mais humildes».

 

Por muito que nos sintamos em minoria, não nos podemos demitir de escutar a dor e a expectativa de uma imensa maioria que peregrina ao nosso lado.

 

O silêncio do Sábado Santo é uma boa terapia quaresmal. Nele fermentará a alegria da Páscoa como a chegada do futuro ao nosso presente.

 

O silêncio ajuda a suspender o mesmo, o igual. O silêncio surpreende-nos com a beleza do diferente, com a visita do que é novo! 

  

publicado por Theosfera às 12:14

Não sou preconceituoso, mas a experiência inclina-me a aquiescer cada vez mais ao que foi, há séculos, verbalizado por Confúcio: «O homem de palavra fácil e personalidade agradável raras vezes é homem de bem».
publicado por Theosfera às 10:05

Para Karl Jaspers, o conhecimento começa com o espanto.
 
Segundo Ralph Waldo Emerson, é o mesmo que está na origem da ciência: «O homem adora maravilhar-se e isso é a semente da ciência»!
publicado por Theosfera às 10:04

Em horas difíceis da sua história (v.g. Segunda Guerra Mundial), a Europa bateu às portas da América.
 
Nesta altura de soluções únicas e pensamento dominante, não faria mal prestar um pouco de atenção ao debate político nos Estados Unidos.
 
Não é que seja tudo para importar. Mas há muito para aprender.
 
O país também está em crise. Mas o que se equaciona não é a subida de impostos. O que se pondera é a sua descida!
publicado por Theosfera às 10:03

Não há dúvida de que a reforma de uma sociedade passa pela educação. É ela a alavanca e o alicerce do futuro, a vértebra da realização de todos os sonhos.
 
Mas para oferecer mudança, a educação tem de constituir alternativa. É por isso confrangedor que um dirigente estudantil venha propugnar um ensino centrado no aluno.
 
Ora, por muito estranho que pareça, tal centramento não ajuda o aluno.
 
O ensino tem de estar centrado não naquilo que o aluno é, mas naquilo que o aluno pode vir a ser. Tem de ser saudavelmente exigente e, nessa medida, poderosamente estimulante.
 
Os alunos têm muito para dar. Não devem resignar-se ao que são no presente. O seu «habitat» é o futuro!
publicado por Theosfera às 10:01

A chuva virá.
 
Enquanto não chove, façamos nós chover esperança, luz e paz para este mundo!
publicado por Theosfera às 10:00

Quando os anos se vão somando e a vida se vai sumindo, damos conta de que a paisagem da cidade que nos acolhe mudou (quase) completamente de fisionomia.
 
Todos os dias, as montras estão pejadas de prospectos anunciando o passamento de pessoas. Trata-se de pessoas que nos habituáramos a ver, a cumprimentar.
 
Já cá não moram. Sobrevivem na nossa recordação.
 
Continuam connosco. Continuamos com eles. Mas a cidade não é a mesma!
publicado por Theosfera às 09:59

O cenário está a ser preparado. Corre por aí que as receitas fiscais estão aquém do esperado.
 
Nada que nos espante. Com o desemprego a subir, a disponibilidade para contribuir decai. Isto para não falar da endémica fuga.
 
A consequência é elementar: daqui a uns tempos (não muitos), alguém virá dizer que, infelizmente, os impostos vão voltar a subir!
publicado por Theosfera às 09:58

Não fiques mudo. Mas faz silêncio.
 
É diferente o mutismo e o silêncio.
 
Estar mudo é recusar comunicar. Estar em silêncio é alimentar a comunicação. Pela escuta!
publicado por Theosfera às 09:57

O paradoxo habita-nos. Nem a política fica de lado.
 
A Itália estuda, afanosamente, o que se passa com o seu Governo.
 
Mário Monti é popular por se mostrar capaz de tomar medidas impopulares.
 
Mas eu penso que não é só isso. Tratar-se-á também da capacidade de marcar um corte com a linha que vinha a ser seguida. E, acima de tudo, da mensagem que está a passar.
 
Há um rumo que é apontado. Falta a prova dos factos!
publicado por Theosfera às 09:56

Deus ofereceu-lhe uma consciência. Deixe que ela se inspire por Ele. Mas não permita que (mais) ninguém se aproprie dela.
 
Não consinta que alguém seja dono da sua consciência.
 
Entre em si. Decida por si. E, a partir de si, abra-se aos outros, à vida, ao sol, à esperança!
publicado por Theosfera às 09:55

Um ministro fecha escolas. Outro encerra serviços de saúde. Outro acaba com tribunais. Outro quer terminar com juntas de freguesia.
 
O interior tem cada vez menos gente. Com estes «estímulos», como pretender que volte a ter mais população?
publicado por Theosfera às 09:54

Não faltam propostas para bem viver a Quaresma. Livros, textos, mensagens, iniciativas. Tudo aparece com o selo da urgência e de alguma pressão.
 
Era bom que este tempo fosse marcado por uma certa sobriedade no discurso.
 
Que cada um se sinta livre para entrar no santuário da sua consciência e para se abrir ao seu semelhante. Há um grande livro inscrito na vida que não podemos desperdiçar.
 
Já agora, se quiser, aproveite as caminhadas nocturnas para ir fazendo a Via-Sacra.
 
Toda a vida é uma via. Que seja sacra!
publicado por Theosfera às 09:52

Se tudo não for bastante, recomece de novo.
 
A vida é uma sucessão de começos. E onde parece que existe um fim, eis que acaba por surgir um novo início!
publicado por Theosfera às 09:52

Domingo, 26 de Fevereiro de 2012

Eis-nos chegados, uma vez mais,

ao tempo da conversão,

ao tempo da mudança,

ao tempo da transformação.

 

Quaresma é tempo de penitência,

mas não é tempo de tristeza.

 

É oportunidade de sermos diferentes,

de nos abrirmos a Deus

e de pensarmos mais nos outros.

 

É convite a vencermos o egoísmo

e a partilharmos o que somos e o que temos

com os que mais sofrem.

 

É sermos o sorriso de Deus na penumbra triste do mundo.

É sermos o ombro onde repousam as mágoas de tantos corações.

É sermos o rosto onde desagua o pranto de tantas vidas.

 

A Quaresma não nos rouba a alegria

e até nos pode acrescentar felicidade.

 

Vamos fazer jejum e abstinência da comida e da bebida,

mas também das palavras agressivas e dos sentimos violentos.

 

Vamo-nos abster da superficialidade e do egoísmo,

dos juízos apressados e dos julgamentos implacáveis.

 

Vamos acompanhar Jesus pelo deserto e pelas ruas de Jerusalém.

Ele acompanha-nos em cada instante da nossa vida.

 

Vamos acolher o dom.

Vamos ser dom.

Vamos ser a ressonância do grande dom, do único dom:

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:22

Sexta-feira, 24 de Fevereiro de 2012
Erasmo publicou, há séculos, um elogio da loucura. Muito tempo antes, já Paulo dizia que a Cruz era vista como loucura.
 
Rubem Fonseca terá dito, ontem mesmo, que «todo o santo é louco». E acrescentou que louco tem de ser também o escritor.
 
Dá para entender. Esta loucura está mais na avaliação dos outros do que na vida do próprio.
 
Para o vulgo, louco é o que rompe, o que sai da mediania, o que não transige com a sensaboria.
 
Diria, pois, que, no tempo que passa, precisamos cada vez mais de «loucos». Para que menos «tolo» seja o mundo!
publicado por Theosfera às 10:03

O estudante de hoje caracteriza-se, entre outros atributos, pela espontaneidade. Mal sai a pergunta, pensa logo na resposta.
 
Sucede que isso não é o mais importante. O mais importante é, antes da resposta, pensar na pergunta.
 
Arthur Clarke estava cônscio de tal prioridade: «Não presumo ter respostas para todas as perguntas. Mas o certo é que vale a pena pensar nas perguntas»!
publicado por Theosfera às 10:02

O que mais avultou em João Carrascalão, recentemente falecido, foi a tolerância.
 
Eis o elogio, em forma de carta póstuma, feito pela sua irmã Ângela: «Soubeste ser tolerante mesmo quando foste maltratado, ainda quando injustamente te espezinharam na tua dignidade. Nesta hora, querido irmão, lembro-me de quantas vezes foste injustiçado, incompreendido, insultado! Não obstante, seguiste em frente defendendo as tuas ideias, as tuas convicções».
 
Pulcro!
publicado por Theosfera às 10:00

Não se pode ser cristão em «part-time».
 
Gandhi tem razão: «Eu seria cristão, sem dúvida, se os cristãos o fossem vinte e quatro horas por dia»!
publicado por Theosfera às 09:59

Ele tem um cão ou, melhor, uma cadela muito simpática e com um nome espantoso: Esperança!
 
O que diz acerca dela torna-se muito inspirador: «A minha Esperança é muito mansa»!; «A Esperança não faz mal a ninguém!»; «A Esperança tem crescido muito»!
publicado por Theosfera às 09:58

«Um pintor pinta as suas imagens sobre uma tela. Um músico pinta as suas sobre o silêncio».
Assim escreveu (notável e magnificamente) Leopold Stokowski.
publicado por Theosfera às 09:57

Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 2012

1. Já estamos na Quaresma, um tempo na vida, uma oportunidade para a vida.

 

Numa primeira (e rápida) leitura, ela é o retrato mais fidedigno da nossa existência. De facto, não é só na Quaresma que muitos fazem penitência. 

 

O quotidiano de muitos assemelha-se a uma grande, a uma interminável, penitência. Há quem faça jejum não apenas na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa, mas todos os dias do ano.

 

Há casas onde o alimento não chega. Há lares onde o alimento não entra.

 

A Quaresma leva-nos a pensar que vivemos num mundo tecido de injustiças e semeado de gritantes desigualdades.

 

Para muitos, a penitência ainda pode ser uma opção. Para muitos outros, porém, é uma imposição, uma condenação.

 

 

2. A Quaresma recorda-nos que alguém (Jesus) tomou partido e assumiu a condição dos mais desfavorecidos.

 

A Quaresma avisa-nos de que Deus não Se conforma com a situação actual do nosso mundo.

 

Deus não aposta na manutenção, mas na transformação. O que é dito a cada um no início deste tempo santo («arrependei-vos») é repetido a todos os membros da humanidade: «mudai de vida, de conduta, de paradigma».

 

Há uma sabedoria muito grande na proposta quaresmal. A mudança no mundo tem de começar pela transformação de cada pessoa que existe no mundo.

 

Porque cada pessoa é, como dizia Gregório de Nissa, um «pequeno mundo», o que se passar em cada homem repercutir-se-á no mundo inteiro. Daí o imperativo de Gandhi: «Sê tu mesmo a mudança que queres para o mundo».

 

Há ideologias que propugnam a revolução a partir das estruturas. E é claro que estas também têm de ser transformadas. Mas só mudando o interior de cada pessoa, é possível alavancar uma mudança mais vasta, no mundo.

 

3. A Quaresma permite-nos ver que, afinal, somos uns permamentes nómadas. No fundo, não somos. Tornamo-nos. Estamos sempre em viagem. Estamos sempre em devir.

 

A questão que se coloca é se, nesta viagem, nos tornamos melhores. A experiência não nos traz especiais novidades nem boas notícias.

 

É sabido que, por si mesma, a inércia nada resolve. Tudo tem de radicar na vontade, na opção.

 

A Quaresma é um imperativo de reflexão. É um dado que estamos diferentes. Será que, diferentes, estaremos melhores?

 

Um dia, Leonardo Boff perguntou ao Dalai Lama qual era, para ele, a melhor religião. Quem estivesse à espera de que a resposta fosse «o Budismo» ficou, no mínimo, surpreendido.

 

«A melhor religião - respondeu o mestre tibetano - é aquela que faz de ti uma pessoa melhor».

 

É claro que o problema não pode ser colocado apenas do lado da proposta. Também tem de ser remetido para o lado do receptor. Mas subsiste a pertinência da interpelação.

 

 

4. O ambiente de recolhimento, próprio da Quaresma, não é somente uma ajuda à meditação pessoal. É igualmente (e bastante) uma oferta de sentido.

 

A reflexão ajudar-nos-á a ver como é que tem sido a nossa conduta em relação a Deus e em relação ao próximo. Jesus fala-nos de Deus como Pai e do ser humano como Irmão. 

 

Os dois maiores eixos do tempo quaresmal são a espiritualidade e a solidariedade. Somos convidados a alicerçarmos uma vida descentrada ou, melhor, recentrada em Deus e na Humanidade.

 

É por isso que a Quaresma, sendo uma época que nos lembra muito o tempo presente, também nos ajuda a vislumbrar o que pode (e deve) ser o tempo futuro: um tempo de partilha, um tempo de doação, um tempo de fraternidade, um tempo de luz.

 

A estrutura do tempo quaresmal permite-nos perceber como, por vezes, é preciso bater no fundo para começar a subir.

 

No fundo de nós, acolhamos o melhor que Deus semeou no mundo e nas pessoas. Demos uma oportunidade à vida.

 

Procuremos escovar a poeira do egoísmo que nos infecta. Conjuguemos o verbo dar na forma transitiva, mas sobretudo na forma reflexa. Ou seja, demos algo de nós e aprendamos a darmo-nos a nós!

 

 

Não nos resignemos ao que somos. Tornemo-nos melhores pessoas, mais tolerantes, mais fraternas, mais humanas, mais felizes!

 

 

 

 

publicado por Theosfera às 14:08

José Afonso começou por cantar aquilo que ainda não acontecera. E a acabou a cantar aquilo já não tinha acontecido.
As suas baladas congraçam o encanto da espera e o lamento da frustração.
Era um homem de opção, mas não de facção. Foi para todos sem ser de ninguém. A sua voz calou-se há 25 anos.
O seu inconformismo é, hoje, mais necessário do que nunca!
publicado por Theosfera às 10:21

Francisco Assis acertou em cheio: «As coisas não são exactamente aquilo que parecem ser».
 
Quase nunca são. Das aparências à realidade vai a distância da superficialidade à lucidez!
publicado por Theosfera às 10:10

Mais uma proposta de vitamina C, de vitamina Cristo.
 
Para fazer frente ao egoísmo, importa ouvir estas palavras que Jesus nos dirige na Missa deste dia: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio?».
publicado por Theosfera às 10:09

Eça percebeu o essencial: «A ciência realmente só tem alcançado tornar mais intensa e forte uma certeza: a velha certeza socrática da nossa irreparável ignorância. De cada vez sabemos mais que não sabemos nada»!
publicado por Theosfera às 10:08

Uma proposta concreta para a Quaresma: dar mais oportunidade à palavra acolhida antes de dar substância à palavra proferida.
 
Ou seja, é preciso escutar um pouco mais e (talvez) falar um pouco menos!
publicado por Theosfera às 10:07

O que faz a diferença já não é o «desde». O que faria a diferença seria o «até».
 
Passamos pelas montras e vemos a promoção dos saldos: preços «desde» 10 euros.
 
Este é o ponto de partida. O ponto de chegada pode ser um valor muito mais elevado. O que faria a diferença é se os preços fossem «até» 10 euros!
 
Nesse caso, as filas seriam enormes e os produtos escoariam num ápice!
publicado por Theosfera às 10:06

Dialogar é uma necessidade, um benefício, uma prioridade e uma urgência. Mas pode pode ser também um embuste e uma perda de tempo.
 
O problema é que, neste caso, só se sabe a jusante. A história mostra que há quem aposte no diálogo para abusar da boa-fé do interlocutor e crescer na arte do engano.
 
Antes da segunda guerra mundial, houve acordos entre a Alemanha e a Rússia, entre a Rússia e a Finlândia, entre a Alemanha e a Inglaterra.
 
Na altura, não se imaginava que tudo aquilo era um compasso de espera para ganhar tempo.
 
Às vezes, é preciso lucidez para recusar certos diálogos!
publicado por Theosfera às 10:04

Uma rápida passagem pelo perímetro urbano permite localizar aquilo que se VENDE e aquilo que se COMPRA.
 
O problema é que não parece haver capacidade para comprar a quem quer vender. Nem material para vender a quem pretende comprar!
publicado por Theosfera às 10:03

Quarta-feira, 22 de Fevereiro de 2012
1. Depois da Terça-Feira de Carnaval a Quarta-Feira de Cinzas. Após o Entrudo a Quaresma. (Aliás, chama-se Entrudo por ser precisamente entrada na Quaresma). E, de facto, já estamos na Quaresma.
 
Dir-se-ia que é o tempo litúrgico que mais se assemelha à vida humana. Muito mais que o Carnaval. Poucos, com efeito, encontrarão motivos para folia. Pelo contrário, o que mais nos pedem são sacrifícios.
 
A Quaresma é um tempo de penitência e o que mais se vê, hoje em dia, são pessoas com uma vida inteira de penitência.
 
Temos a penitência da crise. Temos a penitência de ouvir falar da crise e, ainda por cima, a toda a hora. Temos a penitência do desemprego. Temos a penitência da criminalidade. Temos a penitência da injustiça. Temos a penitência da pobreza, da exploração, da fome.
 
Pode parecer, por isso, pouco oportuno (e até desumano) vir apelar a mais penitência. Que maior pode ser a penitência de quem não tem pão para comer ou casa para habitar? Que maior pode ser a penitência de quem perdeu o emprego?
 
Como bem lembrou o Padre Ignacio Ellacuría, a Cruz tem uma permanente actualização histórica. Há pessoas crucificadas nas esquinas da existência. Cristo continua a ser torturado, condenado e morto em tantos deserdados da sorte, em tantos abandonados da vida: Ele está neles.
 
 
2. É fundamental, portanto, que quem faz apelos à penitência apresente também gestos visíveis de despojamento.
 
Isto significa que aquilo de que nos privamos há-de ser oferecido a quem precisa. Veremos então que muitos passam mal porque nós não nos importamos. E notaremos que o nosso supérfluo é essencial para eles.
 
Se somos capazes de jejuar por razões egoístas, porque é que não havemos de jejuar por razões altruístas? Não falta quem reduza ao alimento para perder peso, para ser elegante. Porque não reduzir ao alimento para ajudar quem tem menos, quem tem quase nada?
 
 
3. Urge que nos habituemos a fazer do outro o centro do nosso ser, o centro da nossa preocupação, o centro da nossa vida.
 
Temos, pois, de nos des-centrar para nos re-centrar. O nosso centro só pode ser o centro de Cristo.
 
O centro de Cristo foi sempre Deus e o Homem. O centro dos membros da Igreja de Cristo só poderá ser Deus e o Homem. Daí o grande tripé que alavanca toda a trajectória quaresmal: a oração (relação com Deus) e o jejum e a esmola (partilha com o ser humano).
 
Sabemos, por exemplo, que, no dia 25 de Janeiro, 120 milhões de cristãos de 39 países promoveram uma jornada de oração e de jejum pela justiça no Zimbabwe.
 
Muita coisa poderá ser feita. Porque não, por exemplo, oferecer o peditório de um mês nas paróquias para ajudar os mais carenciados?
 
Uma Igreja pobre será sempre uma Igreja próxima, uma Igreja capaz de interpelar.
 
 
4. Façamos penitência apoiando quem tem de fazer penitência. A penitência por opção é um gesto de comunhão para com quem tem de fazer penitência por imposição.
 
Despojemo-nos da carne e do peixe caro, levando um pouco de pão a quem nada tem para comer.
 
Mas porque não fazer também, de vez em quando, jejum do automóvel desanuviando o ambiente? Porque não fazer jejum do cigarro, contribuindo para a minha saúde e para a saúde do meu semelhante? Porque não fazer jejum de televisão ou na net, dando mais atenção aos outros?
 
Façamos também jejum de imagens e de palavras. E não deixemos de fazer jejum dos juízos precipitados, das acções agressivas e dos sentimentos violentos.
 
Deixemos que a bondade brilhe. Que a paz se instale. Que a justiça floresça. E que o amor vença.
 
Não foi por tudo isto que Ele [Jesus] deu a vida?
publicado por Theosfera às 05:40

Para Charles de Foucauld, é possível imitar Jesus de três formas: pela pregação, pelo deserto e por...Nazaré. Esta última foi a via escolhida pelo Irmão Universal. Em que consiste? Na reprodução da vida de Jesus em Nazaré ao longo dos trinta anos de vida oculta. Trata-se, então, de uma via feita de:

- imitação;

- obediência;

- contemplação (isolamento, recolhimento, oração, prece);

- sacrifício;

- glorificação de Deus.

 

Eis uma proposta interessante a seguir neste tempo santo da Quaresma.

publicado por Theosfera às 05:33

Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2012
«Muitas pessoas se prezam de firmes e constantes que não são mais que teimosas e impertinentes».
 
Era bom que se pensasse nesta advertência do Marquês de Maricá.
publicado por Theosfera às 10:44

«Sê alegre apenas depois de dares a volta à vida toda. E regressares então a uma flor, ao sol num muro, a um verme no chão. A profunda alegria não é a do começo mas a do fim».
Assim escreveu (atenta e magnificamente) Vergílio Ferreira.
publicado por Theosfera às 10:43

Ao dirigir-se aos novos cardeais, o Papa disse que o clero católico deve «renunciar ao poder mundano. O poder e o serviço, o egoísmo e o altruísmo, a posse e a dádiva, o lucro e a gratuitidade: estas lógicas profundamente opostas confrontam-se em todas as épocas e todos os lugares. Não há dúvidas sobre qual é a via escolhida por Jesus», afirmou Bento XVI no quarto consistório.
publicado por Theosfera às 10:41

Só pela educação se poderá melhorar a sociedede. Mas a educação não pode ser vista como a mera transmissão de conhecimentos. Ela tem de incorporar também a veiculação de valores e princípios.
 
A liberdade não pode ser confundida com a desordem e a democracia jamais poderá ser vista como anarquia.
 
O abuso de um direito pode levar à sua extinção!
publicado por Theosfera às 10:40

O que se está a passar na Grécia não afecta só a Grécia. Afecta também a Europa.
 
A questão que se coloca é: irá a Europa vencer este problema ou irá este problema vencer a Europa?
publicado por Theosfera às 10:39

«A escola fácil não prepara para a vida difícil».
 
Um grande (e pertinente) alerta de João Lobo Antunes.
publicado por Theosfera às 10:37

Um dia atípico, este.
 
Há pouco movimento, mas existe muita acção.
 
Quem passa pelas ruas, quase não vê carros. Há lojas com a porta fechada, mas sabemos que há muita gente a trabalhar.
 
Este é um dia que se adequa bastante ao nosso talante indefinido.
 
De jure, nunca foi feriado, mas na prática sempre foi como se fosse.
 
Será que já nos apercebemos (mesmo) da situação em que nos encontramos?
 
Há muitos que não podem trabalhar.
 
Estou certo de que não vamos deixar que o país entre em paralisia.
 
Defendamos os nossos direitos, mas não deixemos de cumprir os nossos deveres!
publicado por Theosfera às 10:29

Baudelaire verteu uma grande verdade: «As nações não têm grandes homens senão contra a vontade delas».
 
Só muito tarde, regra geral «post mortem», é que vem o reconhecimento.
 
É bom ter presente que o político mais admirado do século XX no Reino Unido não foi eleito pelo povo para primeiro-ministro.
 
Churchill foi escolhido porque o titular do cargo se demitiu. E nas eleições em que se apresentou foi derrotado!
publicado por Theosfera às 10:25

Era bom que alargássemos o espectro da nossa responsabilidade.
 
Molière percebeu isto muito bem: «Não só somos responsáveis pelo que fazemos, mas também pelo que não fazemos».
 
A inacção não nos compromete menos que a acção!
publicado por Theosfera às 10:24

Os tempos não estão fáceis. E não é sequer a euforia destes dias que apaga as dificuldades desta época.
 
Compreende-se, pois, a amargura. Justifica-se a discordância. Aceita-se até o protesto. Mas não se pode resvalar para a vaia, o insulto.
 
Os últimos dias não têm sido muito animadores para quem acredita numa sociedade madura. E é nas horas difíceis que o carácter se fortalece!
 
publicado por Theosfera às 10:22

Domingo, 19 de Fevereiro de 2012

Só uma palavra.

Só uma palavra para Ti, Senhor.

Só uma palavra para Te agradecer,

para Te louvar.

 

Hoje, Senhor, apareces com uma mensagem de alento,

com uma proposta com sabor a novidade.

 

Tu queres, Senhor, que olhemos para a frente,

que não fiquemos dominados pelo passado.

 

Obrigado, Senhor, por fazeres algo de novo,

por fazeres tudo de novo.

 

Essa novidade já começa a aparecer,

essa novidade és Tu:

a Tua palavra e a Tua presença.

 

Tu, Senhor, és o caminho aberto no deserto,

o rio lançado na terra árida.

 

Tu és aquele que junta multidões,

que faz andar os paralisados.

 

Tu és aquele que perdoa,

que transforma e revigora.

 

Como há dois mil anos,

também hoje nunca vimos nada assim,

nunca vimos nada igual.

 

Tu, Senhor, és incomparável,

Tu, Senhor, és único.

 

Por isso, nós Te dizemos «sim»,

sim com os lábios,

sim com a vida.

 

Recebe o sim do nosso amor,

do amor que vem de Ti,

JESUS!

publicado por Theosfera às 10:34

Sábado, 18 de Fevereiro de 2012
As decisões devem ser pautadas por critérios de racionalidade, de justiça e de transparência.
 
Todos concordam. Mas quem aplica?
 
Por muito que nos doa, a vida está infectada pela irracionalidade, pela injustiça e pela obscuridade.
 
Desde a economia à política passando por todos os outros sectores, vivemos debaixo de coisas que ninguém entende e que parecem escapar à nossa compreensão.
 
Até quando?
publicado por Theosfera às 12:11

Do futuro não chegam notícias de chuva.
 
Só chegam notícias de calor, de seca e de incêndios.
 
Espero que não faltem também notícias de esperança!
publicado por Theosfera às 12:09

Napoleão, que era homem de poucas falas, verteu o seguinte pensamento: «Dez pessoas que falam fazem mais barulho do que dez mil que ficam em silêncio».
 
Mas não seria bom que se ouvisse mais o silêncio de muitos do que a gritaria de poucos?
 
Reparem na subtileza. Napoleão não disse que os que falam dizem mais. Disse apenas que fazem mais barulho.
 
A comunicação é muito mais que ruído!
publicado por Theosfera às 12:07

Por estes dias e apesar do Carnaval, ninguém está contente.
 
Também não há muitos motivos para grandes contentamentos. As notícias do presente são preocupantes. E os próprios ecos do futuro ameaçam ser sufocantes.
 
Mas terá havido alguma época em que os portugueses formassem um povo feliz?
 
Há mais de cem anos, Miguel de Unamuno, que nos conhecia bem, dizia que éramos um «povo triste», um «povo de suicidas» ou até um «povo suicida».
 
De facto, parece que estamos sempre a caminho do abismo. Mas como ainda vamos sobrevivendo, qual Fénix, então é possível que sejamos também um povo «morticida». Isto é, um povo que, à medida que parece afundar-se de vez, vai ressurgindo.
 
O abismo está perto. Mas ainda não nos devorou!
publicado por Theosfera às 12:06

Não sou (nunca fui) marxista, marxiano ou sequer marxófilo.
 
Não me revejo no ideário ou nas propostas de Karl Marx. Aliás, penso nem Karl Marx seria marxista se visse no que deram muitos regimes que se reclamam seus seguidores.
 
Mas não deixo de reconher pertinência a alguns dos seus diagnósticos. Um deles é, de facto, de uma agudeza lapidar: «As ideias dominantes de um tempo são as ideias da classe dominante».
 
E o pior é que a única ideia é a vontade de dominar...
publicado por Theosfera às 12:05

Há mais escolarização. Haverá mais educação?
 
Toda a gente frequenta a escola. Mas será que toda a gente está educada?
 
A educação não se afere apenas na relação com os livros. Testifica-se, sobretudo, na relação com as pessoas.
 
Duvido, por isso, que haja mais educação hoje. Michel Wieviorka, discípulo de Alain Touraine, acha que sim. Mas também tem o cuidado de ressalvar que foi num país com maiores índices de educação que surgiu o nazismo.
 
Há barbárie no ar. Esperemos que não aterre.
publicado por Theosfera às 12:04

As imagens de uma escola no dia de anteontem continuam a baloiçar no meu íntimo.
 
Será que o futuro vai ser um agravamento do presente? Será que só há ordem em regimes autoritários? Não creio. Não quero crer.
 
Os países anglo-saxónicos têm uma grande tradição de liberdade e uma grande tradição de ordem. É possível congraçar a ordem com a liberdade.
 
A aposta tem de radicar na educação. A consciência de cada um tem de ser a instância de avaliação dos comportamentos. É aqui que temos falhado!
publicado por Theosfera às 12:02

Sexta-feira, 17 de Fevereiro de 2012
Como as coisas são! Em 1938, Neville Chamberlain, primeiro-ministro inglês, drapejava um documento que tinha assinado com Hitler.
 
Foi vitoriado por isso ao chegar ao aeroporto e no caminho até Downing Street.
 
Dizia Chamberlain que tinha conseguido «a paz para o nosso tempo»! Menos de um ano depois, sabemos o que aconteceu.
 
Há que reter estas lições! Há quem não respeite nada: nem documentos, nem princípios, nem pessoas!
publicado por Theosfera às 10:03

A actual crise da Europa tem encontrado na liderança dos povos políticos da direita e da esquerda.
 
Mesmo quando há alternância, não se nota grande alternativa.
 
Na oposição, critica-se o que se fazia quando se estava no governo. No governo, acaba por se fazer o que se criticava quando se era oposição.
 
É claro que há vários matizes nesta situação, mas a percepção geral anda por este meridiano.
 
Do que necessitamos, à esquerda e à direita, é de um novo paradigma, de novos protagonistas.
 
É tempo de a sociedade civil acordar para pensar, para reflectir, para inflectir!
publicado por Theosfera às 10:00

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