O acontecimento de Deus nos acontecimentos dos homens. A atmosfera é sempre alimentada por uma surpreendente Theosfera.

Quarta-feira, 31 de Agosto de 2011

A paisagem mediática está tecida de desastres. Os aromas de esperança, que existem, são encaminhados para a margem. O que ressalta na leitura dos jornais é o sangue.

 

Uma idosa assassinada pelo marido no norte. Um marido que mata a esposa, mais a sul.

 

Não deixemos que a maldade nos contamine.

 

O coração é um lugar sagrado.

publicado por Theosfera às 23:14

Hoje não seria possível. Qualquer acto é publicitado como se do maior feito se tratasse. Em tempos de ditadura da banalidade, o silêncio e a discrição devem ser tido como sintomas de qualidade.

 

Parece que Júlio Dinis só escrevia de noite. Nem os que viviam com ele se apercebiam da sua actividade.

 

João de Araújo Correia achava, há quase quarenta anos, que o silêncio e a discrição se perderam para sempre. «É inútil prometer alvíssaras, que ninguém encontra esses objectos».

 

O mundo transformou-se numa aldeia em que nem o mais solitário dos seus habitantes consegue passar despercebido.

 

Dir-se-ia que o próprio solitário será quem mais espevita a curiosidade alheia.

 

Já nem será possível a liberdade de estar só?

publicado por Theosfera às 18:12

Era João de Araújo Correia, além de contista afamado e cronista eminente, um psicólogo atento.

 

Em prosa vertida há quatro décadas, assinalava: «Vai-se tornando difícil, entre confrades, a confraternidade. Para se manter, exige mais hipocrisia que franqueza».

 

Quatro décadas depois, há quem não hesite em deixar a franqueza completamente de lado.

 

Isto será viver?

publicado por Theosfera às 18:07

Confesso. O que mais me preocupa não é que o turismo religioso esteja em queda. É que não seja correctamente percebido.

 

Um templo pode ser, obviamente, para visitar, para fotografar. Mas, antes disso e para lá disso, é um local para meditar.

 

Não perceber isso é o mesmo que não perceber que um restaurante é para comer ou que uma piscina é para nadar.

 

O turismo tem trazido muita vitalidade às imediações dos templos. Mas convenhamos que tem levado também muito ruído para o interior dos templos.

 

E dentro de um templo o que mais se espera é a paz do silêncio orante.

publicado por Theosfera às 15:05

Este dia, há catorze anos, caiu num Domingo.

 

Era um dia de festa em muitas terras, mas ficou marcado por uma tragédia em toda a terra: a morte da princesa Diana.

 

Viveu a correr. E foi a correr que acabou por morrer!

publicado por Theosfera às 12:26

Dostoiévsky parece cruel quando aconselha: «Busca a felicidade no sofrimento».

 

Mas está apenas a ser lúcido.

 

Se o sofrimento está em toda a parte, a  busca da felicidade tem de estar em todo o lado.

 

É possível ser feliz sofrendo? Só sei que ninguém será feliz fugindo à realidade.

publicado por Theosfera às 11:26

«Aquele que sou saúda, tristemente, aquele que eu poderia ser».

Assim escreveu (melancólica e magnificamente) Kierkegaard.

publicado por Theosfera às 11:05

De José Augusto Mourão, que prematuramente nos deixou, deixo dois avisos:

 

1) «A alegria não se decreta como não se decreta o bom tempo».

2) «A maior parte das nossas alegrias são parciais e excessivas. Há alegrias falsas que embrutecem e paralisam o nosso corpo».

publicado por Theosfera às 11:04

O Estado precisa de despedir funcionários.

 

Os cidadãos precisam de encontrar trabalho.

 

Quadratura do círculo? Equação insolúvel?

publicado por Theosfera às 09:17

Terça-feira, 30 de Agosto de 2011

«Entre espaldas de granito, Lamego é uma cidade verde, feita de quietude e de silêncio. Tem milhares de almas. Esse formigueiro porém...nem se vê nem se ouve trabalhar.

 

Dentro de oficinas escusas, os sapateiros batem a sola com marteladas surdas. Dos rossios e das ruas largas, dos becos e calçadas medievais, não sobe um pregão. Sobem torres, ergue-se um castelo que diz: escutai.

 

Então o silêncio desdobra-se na mudez religiosa dos bosques, no fresco mutismo das almuinhas, na discrição dos seres animados (...).

 

Os homens cruzam as sombras uns dos outros como se pisassem tapetes de veludo. Os rebanhos da Beira atravessam Lamego calados.

 

Se um cavalo de cigano tropeia nos lajedos...acorda só ecos lendários. Se um automóvel grasna, é escárnio, é risada de gaio que risca o céu no tempo farto. À noite, Lamego tolera o gemido duma guitarra.

 

Lamego dilui, ioniza os ruídos, convida moradores e forasteiros ao labor recòndito do espírito. Um berro em Lamego é uma blasfémia. O mocinho que vende as folhas não as apregoa. Oferece-as na palma da mão a quem as quiser ler. É distinto de todos os garotos do mundo (...).

 

Lamego! Este nome soa a remoto, sabe a pergaminho e a doce de convento. Cheira a pecado. Diz-se e fica a boca ruda e deliciosa.

 

Lamego é uma cidade verde. É o verde cerrado das matas, o verde buliçoso e translúcido dos álamos, o verde encandeado dos soitos, o verde fosco dos cálices das rosas.

 

Lamego é a cidade em que a terra se casa com a pedra harmoniosamente. Um festão de pâmpanos abraça o cunhal duma morada.

 

Um velho espreita da janela os víridos renovos...

 

Lamego ergue edifícios e cultiva flores com mãos de anéis. Em Maio, os terços de rezar transforma-os em grinaldas. Cingem as árvores cordões mordidos de corolas. É uma cidade em que o Rústico se afidalgou sem repúdio do Primitivo. E como na terra tudo é lento, desde o laborar das leivas ao ascender das seivas, o medir da fita ao balcão lamecense é sossegado como o comer e o benzer do lavrador.

 

Lamego! Terra escura. A sua luminosidade é toda interior. As braseiras do lar nunca se apagam. Brilham os rases no Museu, cintilam os olhos das mulheres na fonte.

 

Dizem que Lamego é avara. Será. O beirão sopesa o valor do graeiro que sementa. Embora. Lamego é gentil com os hóspedes, é carinhosa com os seus doentes. Trata-os num hospital airoso como um ninho, enternecedor com um berço embalado por uma avó.

 

Onde há burgo liberal que faça o mesmo?»

 

 

publicado por Theosfera às 22:03

Não era de Lamego, mas creio pertencer a João de Araújo Correia a melhor descrição da urbe: «Cidade verde, cheia de quietude e de silêncio».

publicado por Theosfera às 18:56

Cada vez mais longe do que muitos consideram central.

 

Cada vez mais perto do que muitos consideram marginal.

publicado por Theosfera às 18:54

O sofrimento da alma não é menor que o restante sofrimento. Mas vai merecendo cada vez menos atenção e solidariedade.

 

A tendência é para não analisar sequer os meandros do sofrimento e a intensidade da dor.

 

Muitos são os que optam ficar com quem provoca o sofrimento em vez de ficar ao lado de quem sofre.

 

Para muitos, o pequeno só tem uma alternativa: submeter-se, anular-se.

 

Ao menos Jesus identificou-Se com eles, com os pequenos.

publicado por Theosfera às 18:47

As imagens que chegam da Líbia têm pouco sabor a liberdade.

 

Para já, são puro eco de violência. Cruel.

publicado por Theosfera às 17:30

João de Araújo Correia não se cria crente.

 

Mas, no fundo da sua alma, comportava-se como um crente e, na arte de bem fazer, ia mais longe que muitos crentes.

 

Aos pobres não levava dinheiro pelas consultas e ainda lhes pagava a conta na famárcia. Deus estará longe de alguém assim?

 

(Nota pessoal: minha Mãe foi salva por este clínico quando, aos seis anos, estava com escarlatina, uma doença muito perigosa e que matou muita gente).

publicado por Theosfera às 13:56

Hoje termina o Ramadão, mês de jejum, que assinala a revelação do Corão a Maomé.

 

Amanhã, assinala-se o Id-al-Fitr, uma das festas mais importantes do calendário islâmico.

 

Eis, pois, mais uma oportunidade para aprofundarmos o diálogo inter-religioso.

 

No fundo, quem pertence a uma religião não deixa de fazer parte de toda e qualquer religião.

 

A abertura tem de ser a regra e a coexistência a prática normal.

 

Uma religião não pode ser uma fortaleza. Tem de ser, cada vez mais, uma janela.

publicado por Theosfera às 13:31

Na Líbia, já não haverá ditadura. Mas é seguro que já haja democracia?

publicado por Theosfera às 10:36

«O valor de um ser humano reside na capacidade de ir além de si próprio, de sair de dentro de si mesmo, de existir dentro de si e para as outras pessoas».

Assim escreveu (notável e magnificamente) Milan Kundera.

publicado por Theosfera às 10:30

Se até o mudar mudou, como é que o tempo não havia de mudar?

publicado por Theosfera às 10:25

Não se pense que é só «lá fora» que é difícil viver a mensagem de Jesus. «Cá dentro» também não é muito fácil.

 

Apesar de Maria, no seu hino, louvar o Deus que «exalta os humildes», muitas são as vezes em ainda nos submetemos aos poderosos.

 

E até praticamos a acepção de pessoas, denunciada na Bíblia. Os preferidos de Jesus, os pequenos e os pobres, continuam a ser os preteridos de muitos que falam em nome de Jesus.

 

Há um caminho muito grande pela frente. O Sermão da Montanha foi pregado há vinte séculos. Mas já terá encontrado guarida em todos os corações?

 

Acredito que venha a encontrar um acolhimento cada vez maior num futuro não muito distante.

publicado por Theosfera às 10:18

A enorme multidão que se juntou durante dias não deve fazer esquecer a grande multidão dos que se vão afastando ao longo de anos.

 

Os números não esgotam a realidade, mas servem de sinal.

 

Os milhões de jovens que foram a Madrid não nos podem levar a esquecer as centenas de milhar de jovens que vão deixando as aulas de Religião na Espanha.

 

A inversa, claro, também é verdadeira. Os milhares de jovens que se vão afastando das aulas de Religião não nos devem levar a ignorar o efeito que constitui a multidão de jovens que se congregou em Madrid.

 

Conjungando os dois elementos, verificamos que há uma realidade complexa, mas que não é destituída de horizontes de esperança.

 

Mas a grande aposta tem de incidir sobre o dia-a-dia. Isso é o mais importante. É aí que tudo se decide. 

publicado por Theosfera às 10:12

Para que tudo fique na mesma, nada como mudar alguma coisa.

 

As pessoas sempre ficam com a impressão de que há alguma mudança.

 

O mundo, disse o poeta, é feito de mudança. Mas também, podia acrescentar, é feito de resistência à mudança.

 

E, neste particular, todos somos parecidos. No fundo, por muitas loas que teçamos à mudança, passamos a vida a resistir-lhe.

 

Os partidos são mais semelhantes do que parece e menos diferentes do que mostram.

 

O novo ciclo político não é igual. Mas mantém-se a austeridade que vinha de trás. Aumentam os impostos que outros já tinham subido. Persiste a mesma incapacidade de reduzir a despesa. E não diminuem substancialmente as nomeações.

 

Apesar de tudo, temos de manter a calma. A tentação é grande: dos que querem permanecer no poder e dos que desejam (re)conquistá-lo. 

publicado por Theosfera às 10:06

Melhor que ontem. Menos bom que amanhã.

Eis o meu desejo para si. Hoje!

publicado por Theosfera às 10:04

Preste atenção ao que Deus diz na Palavra das Escrituras.

 

Mas não deixe de estar atento ao que Deus lhe segreda no íntimo do seu coração.

 

O seu coração também é um lugar sagrado. Uma feliz noite para todos!

publicado por Theosfera às 00:00

Segunda-feira, 29 de Agosto de 2011

No seu delírio assassino, Anders Breivik deixou-nos, ao redigir o seu prolixo memorando, algumas pistas para a reflexão.

 

Para ele, há cristãos crentes, cristãos agnósticos e cristãos ateus. As pessoas espantam-se porque, à partida, não pode haver cristão que não seja crente.

 

O certo é que, com base na experiência e em estudos, há ateus que assumem seguir valores cristãos e há cristãos que mostram ter comportamentos de ateus.

 

Limitam-se a posicionar-se como membros de uma organização, participam na respectiva gestão, mas falta o essencial: a vivência do mistério.

 

E sem vivência do mistério, não há fé. Sem vivência do mistério, ninguém pode dizer-se crente.

 

Por isso é que muitos cristãos (o caso do teólogo Paul Knitter é, porventura, o mais apelativo nos últimos tempos) se têm aproximado do Budismo.

 

O escopo não é passarem a ser budistas, mas tornarem-se melhores cristãos.

 

E o que encontram na tradição budista?

 

Antes de mais, a tal experiência do mistério pela meditação. E, ao mesmo tempo, a vivência da compaixão, também ela frequentemente arredada de muitos sectores da Cristandade.

 

publicado por Theosfera às 23:06

Na Espanha, o futebol assemelha-se a uma partitura e os seus executantes a uma orquestra.

 

O Real e o Barcelona são os expoentes de um jogo que mais parece uma obra de arte.

 

As duas equipas fazem dos jogos um recital. Nem sequer faltam solistas de primoroso virtuosismo: Ronaldo e Messi.

 

Ontem, o Real ganhou por seis. Hoje, o Barcelona venceu por cinco.

 

O espectador agradece estas doses de «generosidade» e pulcritude.

publicado por Theosfera às 21:51

Um dos escritores cristãos mais antigos, chamado Tertuliano, disse que «Cristo veio trazer-nos a verdade; não o costume».

 

Não é impossível que determinado costume seja bom. Mas não é ele o critério.

 

Às vezes, parece que a verdade é que está sujeita ao costume, quando o costume é que deveria estar sujeito à verdade.

 

Nem todo o costume é verdade. A verdade é que deveria ser costume.

 

O que impressiona é que muitos são os costumes que, nada tendo de cristãos, são mantidos (supostamente) em nome de Cristo. Vinte séculos não suficientes para uma triagem?

 

Sempre na serenidade e na paz.

publicado por Theosfera às 21:25

Um novo ano lectivo está quase a começar.

 

A par das esperanças que lhe subjazem, há um desvio que surge e um deslocamento que persiste.

 

Por estranho que pareça, em vez de se falar da avaliação dos alunos, ouve-se falar sobretudo da avaliação dos professores.

 

E (quer queiramos, quer não) parece que o mais importante no ensino é a procura de emprego e não a procura da verdade.

 

O problema é que nem a preocupação com o emprego consegue assegurar mais a obtenção do emprego.

 

Se a procura da verdade não está no centro do ensino corre o risco de ficar à margem da vida.

 

E sem verdade não vale a pena viver. Mesmo que se tenha o melhor emprego do mundo...

publicado por Theosfera às 15:25

Longe vão os tempos dos pequenos aglomerados e das grandes identidades que neles se formavam.

 

Estamos no tempo das metrópoles. Nelas, a identidade dilui-se. Cada um é absorvido pela corrente dominante.

 

Gabriel Tarde explicou isto há muito tempo.

 

Em 1884, olhando para o fenómeno das multidões, descreveu a sociedade como «uma colecção de seres que se imitam uns aos outros».

 

O social é visto como uma forma de hipnose.

 

As ideias são sugeridas e até impostas, apesar de muitos julgarem que são próprias.

 

A imitação está na origem de muitos comportamentos. Estes tendem, cada vez mais, a ser pautados pela ausência de moderação e de tolerância.

 

Tarde advertiu que as multidões propendem a ser crédulas e, não raramente, atravessadas por alguma dose de loucura.

 

O que vemos por toda a parte confirma o diagnóstico.

 

Parece cruel, mas não será pertinente?

publicado por Theosfera às 13:52

Hoje é dia do martírio de S. João Baptista.

 

Pagou com a vida a sua coragem, a sua coerência, a sua frontalidade.

 

E repare-se em dois aspectos de monta que relevam da sua conduta:

 

1) João Baptista não foi corajoso com os pequenos, foi corajoso com os grandes;

 

2) João Baptista não andou a falar de ninguém na sua ausência; falou pela frente.

 

Isso valeu-lhe a vida, é certo, mas fez dele um homem de excepção.

 

O seu exemplo é imprescritível. Será que o seu testemunho é imitável?

publicado por Theosfera às 10:32

Num tempo em que tão pouco se escuta, quase só se fala de escutas.

 

Porquê?

 

Há quem queira saber o que os outros fazem.

 

E ninguém parece querer acolher o que os outros são.

publicado por Theosfera às 09:45

Domingo, 28 de Agosto de 2011

O capitalismo, dizem alguns, é a exploração do homem pelo homem.

 

E o socialismo, contrapõem outros, é precisamente o contrário.

 

Não haverá mesmo alternativa?

 

O cristianismo tem, aqui, uma grande oportunidade. Mas os cristãos não parecem ter muita vontade.

 

Há muitos a ajudar as vítimas da situação presente. Mas falta quem questione a ordem vigente.

 

O cristianismo ainda permanece bastante integrado. É preciso que se desinstale. E que porfie mais pela defesa da justiça e da solidariedade.

 

As ideologias poderão ter falido. Mas a religião não estará regenerada enquanto não se voltar decididamente para o Homem e para a Humanidade. 

publicado por Theosfera às 21:05

Virá um dia em que os simples serão reconhecidos, os generosos compensados, os humildes valorizados.

 

Esse dia poderá ser hoje.

 

Se o nosso coração for melhor, o mundo já estará a ser diferente.

 

Um feliz resto de Domingo. Muita paz no Senhor!

publicado por Theosfera às 16:29

Os dados são objectivos. Mas as razões que estão na sua base parecem indecifráveis.

 

Alguém pergunta num jornal de hoje: porque é que os nossos gestores públicos auferem, em média, cerca do dobro dos seus congéneres europeus e porque é que os nossos trabalhadores auferem, em média também, cerca de metade dos trabalhadores europeus?

 

Haverá certamente uma miríade de respostas e, porventura, todas elas apelativas.

 

Mas uma dessas respostas não será, seguramente, a justiça.

 

E as perguntas manter-se-ão. Porque é que não há condições para aumentar os salários dos trabalhadores e há condições para manter os vencimentos dos gestores?

 

A conclusão de tudo isto não rende grande homenagem à dignidade.

 

No fundo, continuamos a pensar mais no estatuto do que na pessoa e no trabalho.

 

Não sei para onde iremos assim. Mas tenho a certeza de que não iremos para muito longe. Pelo menos, na justiça.

publicado por Theosfera às 16:00

No passado Domingo, Pedro é elogiado. Neste Domingo, é censurado.

 

O elogio é devido por causa da fé. A censura deve-se ao triunfalismo.

 

Pedro é censurado quando censura Jesus por Ele dizer que ia sofrer.

 

Jesus usa da máxima franqueza para com o Chefe da Sua Igreja. Tanto o aponta como «pedra» como o acusa de ser ocasião de «escândalo» (em grego, significa «pedra de tropeço»).

 

Ninguém está impedido do melhor. Ninguém está isento do pior.

 

Jesus não quer uma Igreja triunfal. Quer uma Igreja humilde, que saiba estar ao lado dos humildes.

 

 

Quem fez uma bela análise desta contraposição entre as duas faces de Pedro foi Joseph Ratzinger num livro de 1969, chamado «O novo povo de Deus».

 

Pedro é o condutor do povo, mas não é a cabeça. A cabeça é Cristo.

 

Não seguimos Pedro. Seguimos Jesus sob a condução de Pedro. Com as virtudes de Pedro e com as falhas de Pedro.

 

Afinal, Jesus quis que, à frente da Sua Igreja, estivesse alguém humano. Como todos nós.

publicado por Theosfera às 08:37

Temos passado o tempo a ouvir os que sempre falam.

 

Não será altura de tentar perceber o que pensam os que calam?

 

Não estará alguma alternativa a emergir nas profundidades do silêncio de muitas vidas?

publicado por Theosfera às 08:37

Sábado, 27 de Agosto de 2011

 «Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera-se a si mesmo sem ficar "superado".

 

 

Quem atribui à crise os seus fracassos e penúrias, violenta o seu próprio talento e respeita mais os problemas do que as soluções. A verdadeira crise é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la».

publicado por Theosfera às 23:01

Admiro as pessoas que pensam antes de falar.

 

Receio as pessoas que falam antes de pensar!

publicado por Theosfera às 21:58

Se te perguntarem qual o dia mais importante da tua vida, não hesites na resposta: é hoje!

 

Se te fizerem a mesma pergunta daqui a cinco, dez ou vinte anos, não tenhas medo de repetir: é hoje!

 

Aposta tudo no futuro. E investe o máximo no presente!

 

É hoje que o futuro nasce.

 

Não basta sonhar com ele. É fundamental construí-lo.

 

Os momentos difíceis podem ser os mais fecundos!

publicado por Theosfera às 21:57

Afinal, o melhor de Portugal não está tão longe do melhor do Mundo.

 

O jogo de ontem não foi só uma partida de futebol.

 

Foi também um retrato das nossas capacidades. E, já agora, uma vacina antidepressão.

 

A vitória pode demorar, mas o sucesso é possível.

 

Ontem, não esteve longe. Amanhã estará mais perto. Um dia, não muito distante, será realidade!

publicado por Theosfera às 13:30

Só quem reconhece não saber poderá vir a saber alguma coisa.

 

O primeiro e fundamental saber é o não saber.

publicado por Theosfera às 11:57

Temos passado o tempo a ouvir os que sempre falam.

 

Não será altura de tentar perceber o que pensam os que calam?

 

Não estará alguma alternativa a emergir nas profundidades do silêncio de muitas vidas?

publicado por Theosfera às 11:56

Sexta-feira, 26 de Agosto de 2011

Os terapeutas da alma (psicólogos, psiquiatras e padres) têm sido presença assídua nos media. Não tanto para propor alternativas, mas para explicar a doença. Não se consegue mais?

 

Parece que, nesta altura do ano, os distúrbios de personalidade, as taras, os recalcamentos e as psicopatias de toda a espécie fazem estragos ainda mais devastadores. Nem a família escapa. Aliás, a família parece um vulcão cada vez mais explosivo.

 

Todos estamos vergados diante da ditadura do real. Ninguém vislumbra um horizonte de esperança?

publicado por Theosfera às 19:00

Uma das personalidades mais marcantes do nosso tempo, Óscar Romero, nasceu em Agosto: a 15 de Agosto de 1917.

 

A sua morte veio cedo. O reconhecimento da sua santidade parece vir tarde.

 

Mas o seu rasto permanece imperecível.

 

Deixo aqui um texto que ele escreveu e que encontrei no Tribo de Jacob:

 

«De vez em quando, dar um passo atrás ajuda-nos
a conseguir ter uma perspectiva melhor
O Reino não só está mais além dos nossos esforços,
mas inclusive mais além da nossa visão.
Durante a nossa vida,
apenas realizamos uma minúscula parte
dessa magnífica empresa que é a obra de Deus.
Nada do que fazemos está acabado,
o que significa que o Reino está sempre ante nós (...)
Isto é o que tentamos fazer:
plantamos sementes que um dia crescerão;
regamos sementes já plantadas,
sabendo que são promessa de futuro.
Assentamos bases que precisarão de um maior
desenvolvimento.
Os efeitos da levedura que proporcionamos
vão mais além das nossas possibilidades.
Não podemos fazer tudo e,
ao dar-nos conta disso, sentimos uma certa liberdade.
Ela capacita-nos a fazer algo, e a fazê-lo muito bem.
Pode ser que seja incompleto, mas é um princípio,
um passo no caminho,
uma ocasião para que entre a graça do Senhor
e faça o resto.
É possível que não vejamos nunca os resultados finais,
mas essa é a diferença entre
o encarregado de obras e o pedreiro.
Somos pedreiros, não encarregados de obra,
ministros, não o Messias.
Somos profetas de um futuro que não é nosso. Ámen».
publicado por Theosfera às 16:04

Toda a gente fala dos deveres da pessoa para com a comunidade. Mas ninguém parece falar dos deveres da comunidade para com a pessoa.

 

Uma pessoa que se afaste da comunidade é facilmente apontada como culpada. A comunidade que consente no afastamento de uma pessoa nem sequer é descrita como (eventualmente) responsável.

 

A uma pessoa que tenha de se afastar da comunidade é feita uma pressão no sentido de se reintegrar. A uma comunidade que consente no afastamento de uma pessoa nenhum apelo parece ser feito para melhor acolher.

 

A pessoa que se afasta é, rapidamente, apodada de individualista e, no limite, de sociopata. Mas à comunidade que não acolhe nenhuma falha parece ser identificada.

 

Porque é que a pessoa que se afasta é marginal e não há-de ser marginal a comunidade que não acolhe?

 

Porque é que só a pessoa é pressionada a mudar? A comunidade também não deve ser compelida a transformar-se?

 

Será só determinada pessoa que tem resistências à comunidade? Não poderá também a comunidade ter alergia em relação a algumas pessoas?

 

Não se tratará, em rigor, de alergia à diferença?

 

O debate, para ser equânime, tem de ser polarizado nos dois sentidos. E não deve ser unilateralmente limitado a um dos lados.

 

A vida não pode ser guiada por preconceitos e lugares-comuns. E, a montante de tudo, terá de prevalecer o respeito pelas opções de cada um sem julgamentos sumários.

 

É claro que o número acaba por ditar as suas (implacáveis) regras. Para muitos, a razão rima apenas com multidão.

 

Mas temos de perceber que, se o carácter tem de ser recto, a existência pode ser, muitas vezes, curvilínea.

 

E nem sempre o isolamento é sinónimo de recusa da comunidade. Pode ser uma necessidade de sobrevivência e, quem sabe, uma reacção a uma recusa prévia da comunidade.

 

Ernst Junger alertou para o perigo de a comunidade também poder ser o lugar da desumanidade. Por um efeito de contágio, nem sempre nos aperceberemos dela.

 

Muitas vezes, temos de reconhecer que é difícil encontrar ressonância para as nossas preocupações ou um simples espaço para manter uma conversa em patamares mínimos de decência.

 

Quando não há identificação, penso que não se deve avançar para o confronto. O melhor é apostar numa alternativa.

 

O silêncio nem sempre é a recusa do outro. Pode ser uma forma de tentar captar melhor a sua profundidade, aquilo que nem sempre (ou quase nunca) assoma à superfície.

 

É claro que a pessoa deve adaptar-se à comunidade. Mas não deverá também a comunidade adaptar-se a cada pessoa?

 

Se tal não for possível, respeitemos as opções de cada um. Na paz.

publicado por Theosfera às 15:43

Espantam-se os estudiosos com o conformismo das pessoas diante da situação actual.

 

E, mais, há quem fique perplexo pelo facto de, para lá do conformismo, ainda haver quem alinhe pela euforia, pelo divertimento. Tratar-se-á de evasão? Já que não se pode transformar a realidade, tentamos esquecê-la por instantes?

 

É, realmente, muito estranho o clima que se vive em Portugal.

 

Não creio que se trate do talante pacífico da população. Creio estarmos perante um deslocamento da revolta. Em vez da denúncia cívica, estamos em vias de ter uma vaga de violência social. Os assaltos e outras formas de criminalidade traduzem um clima de guerra social. E isto é muito preocupante.

 

Entretanto, perguntar-se-á: porque é que não existe uma vaga de manifestações como outrora?

 

Penso que a explicação é simples. Outrora, por exemplo nos anos de 1960, havia um horizonte. Lá fora, a situação era alentadora. Lutava-se aqui para termos algo parecido com o que se tinha no estrangeiro.

 

Neste momento, as pessoas sentem não ter grande futuro à sua frente. Como refere Luís Cília, só «parece haver um grande futuro atrás de nós».

 

É bom lidar com a adversidade pela via do diálogo. Mas há situações em que é preciso, sem abandonar a paz, erguer a voz.

 

Confesso que até eu fiquei surpreendido, mas fez-me pensar uma passagem de um livro de Timothy Radcliffe, onde se defende...a cólera!

 

A cólera «dá-nos a força para confrontar o que está errado». Até o Doutor Angélico assumia ser próprio da cólera «precipitar-se sobre o mal e, assim, colaborar directamente com a coragem».

 

E Bede Jarret vai mais longe: «O mundo não corta com o mal, porque não é suficientemente colérico».

 

Santo Agostinho achava que a cólera era uma das «filhas mais belas da esperança».

 

Timothy Radcliffe entende que os líderes eclesiásticos deviam «encorajar os que estão zangados com eles a ousar exprimi-lo, certos de que isso fortalecerá a comunhão da Igreja».

 

A cólera não é uma quebra de solidariedade nem um sinal de deslealdade. Pode ser mesmo um sintoma de amizade.

 

D. Manuel Martins disse que, no final da Missa, se deveria dizer «ide em guerra pela justiça».

 

É preciso um pouco de arrojo para «denunciar sem medo as injustiças contra a dignidade das pessoas».

 

Este é o momento de, pacificamente, nos encolerizarmos!

 

 

publicado por Theosfera às 13:29

Os Mestres é o título de um livro de Bento XVI que compendia audiências em que ele deu a conhecer pensadores cristãos do primeiro milénio.

 

Trata-se de mestres que nunca deixaram também de exercer a profecia.

 

Explicaram a fé. E interpelaram as pessoas, a começar pelas mais poderosas.

 

É um livro excelente.

publicado por Theosfera às 11:18

«É, sem dúvida, mais fácil enganar uma multidão do que um só homem».

Assim escreveu (lúcida e magnificamente) Heródoto.

publicado por Theosfera às 10:36

O líder está sempre em risco. Mas não pode deixar de estar em risco. A menos que abdique de liderar.

 

O líder é o que supre o medo do cidadão. Não pode ter medo. Se o líder exibe medo desperdiça o capital de confiança que lhe foi dado.

 

Hoje, como explica Philip Stephens, muitos líderes resignam-se a ser mediadores entre posições contrárias. Adiam, até ao limite do impossível, a tomada de decisões.

 

No caso de Obama, está a ser uma desilusão e pode custar-lhe a reeleição.

 

Gorbachev pertencia a outra estirpe. Hoje, post factum, é fácil dizer que perdeu.

 

Sucede que ousou arriscar. E onde reconhece morar o seu fracasso foi na escolha de determinadas pessoas.

 

Confiou. Houve quem não honrasse a confiança.

 

Aprendizes de Maquiavel e seguidores de Iscariotes sempre proliferaram ao longo da história.

 

Há quem veja a vida como uma escada. Não falta, porém, quem esqueça que ela não permite apenas subir.

 

Muitos daqueles que Gorbachev escolheu tornaram-se nos seus maiores adversários.

 

O ex-líder soviético não oculta a mágoa. Mas não exibe arrependimento.

 

Não foi ele que deixou de fazer o que tinha de ser feito.

publicado por Theosfera às 10:23

A natureza assemelha-se ao espírito de algumas pessoas: dá sinais de agressividade.

 

O mais curioso é o facto de ter sido dado a um furacão o nome de irene.

 

Como é sabido, irene significa paz.

 

E paz é a aspiração que late em nós. Mesmo no meio da intempérie.

publicado por Theosfera às 10:20

Uns são apoiados. Até pelo mal que fazem.

 

Outros são repelidos. Até pelo bem que praticam.

 

A uns tudo é permitido. A outros nada é tolerado.

 

A uns tudo é exigido. A outros nada é pedido.

 

A uns tudo se desculpa. A outros nada se perdoa.

 

Tudo parece decidido à partida e assegurado antes da chegada.

 

A lógica de muitas decisões escapa a qualquer lógica, pelo menos à lógica racional e à lógica da justiça.

 

O que predomina é uma lógica alógica e, não raramente, ilógica.

 

Sigamos o escrutínio da consciência. Respeitemos as decisões. E não esperemos nada. O bem e a verdade compensam por si mesmos. Dispensam prebendas adicionais.

publicado por Theosfera às 10:13

Quinta-feira, 25 de Agosto de 2011

Há palavras que são intemporais. Mantêm pertinência em todos os tempos.

 

Neste dia de S. Luís, rei da França, vale a pena reter o precioso conselho que dá a seu filho e sucessor.

 

De realçar um aspecto. Em casos de dúvida, no apuramento da verdade, o rei deve ficar ao lado do pobre. Já que o rico propende a impor-se pela força, é pelo menos prudente que o pobre tenha o respaldo da autoridade.

 

A justiça também passa por aqui. Só que, como depõem os últimos acontecimentos, o mais pequeno fica sempre sempre a perder. Tão distantes estamos da galhardia de S. Luís.

 

Fiquemos, então, com as suas palavras de pai: «Guarda um coração compassivo para com os pobres, infelizes e aflitos e, quando puderes, auxilia-os e consola-os. Por todos os benefícios que te foram dados por Deus, rende-Lhe graças para te tornares digno. Em relação a teus súbditos, sê justo até ao extremo da justiça sem te desviares para a direita nem para  esquerda: e põe-te sempre de preferência ao lado do pobre mais do que do lado do rico, até estares bem certo da verdade».

 

Preciosa recomendação, esta!  

 

publicado por Theosfera às 19:56

Há muitos mitos que se põem a correr. À força da repetição presumimos que de verdades se trata.

 

Um desses mitos é que somos um povo ordeiro, não violento.

 

É claro que não haverá focos de guerra como noutras latitudes.

 

Mas é preciso olhar para a realidade.

 

Fixemo-nos nas últimas duas centúrias.

 

A revolução liberal, no século XIX, foi marcada por cinco décadas de violência.

 

Violência foi também o que houve na Primeira República.

 

Agora, não teremos uma guerra militar, nem uma guerra civil.

 

Mas há sinais de uma guerra social.

 

O Primeiro-Ministro, aliás, já pediu aos portugueses para que não enveredem pela revolta.

 

Só que não podemos olhar apenas para quem a pratica. Temos de olhar igualmente para quem a provoca.

 

O que vem de outros países deve servir-nos de alerta.

publicado por Theosfera às 18:35

Tempos houve, não há tanto tempo assim, em que as pessoas eram sobretudo admiradas pela inteligência e pelo coração.

 

Mais tarde, a admiração começou a dirigir-se para a voz e para os pés.

 

Os ídolos da canção e do futebol estavam no topo da popularidade.

 

Hoje em dia, é a cara que prevalece.

 

Não é preciso mais nada.

 

É sobretudo pela cara que se triunfa no espectáculo, nas revistas, nas canções.

 

São estes os novos tempos, os nossos. Tempos de vazio (quase) total.

 

 

publicado por Theosfera às 17:20

Ele era um ditador e disse que o seu povo o amava.

 

A esta hora, é fácil dizer que estava errado. Mas durante quarenta anos, quem o poderia desmentir?

 

Terá acrescentado que o seu povo morreria para o proteger. Como ainda não foi encontrado, fácil é concluir que alguém do seu povo estará, de facto, a dar-lhe guarida.

 

Tudo isto nos leva a um dos mistérios mais inextricáveis da natureza humana. Como é possível que, sendo a liberdade um impulso tão forte e uma aspiração tão funda, a história da humanidade esteja marcada pela sua ausência?

 

Ainda hoje, há muitas ditaduras. Há cerca de um século, quase não havia democracias.

 

Será tudo isto apenas efeito do poder dos déspotas? Não haverá aqui também vontade e consentimento activo por parte do povo?

 

Muitas vezes parece que quanto mais autoritário é um líder, mais aclamado se torna.

 

Basta olhar para as multidões que vitoriavam Hitler, que idolatravam Estaline e que, ainda hoje, enchem praças para louvar os chefes dos regimes norte-coreanos ou chineses.

 

A doença de Hugo Chávez (a quem desejo, sinceramente, rápidas melhoras) revelou um caso de devoção extrema. Muitos cidadãos raparam o cabelo para imitar o presidente.

 

Só por saturação ou por uma crise profunda é que os regimes autocráticos caem. Porquê?

 

No fundo, o ser humano aprecia quem decide por si, quem o poupa à missão de conduzir o seu destino. No fundo, o ser humano, apesar de amar a liberdade, tem medo de ser livre. Tem medo da sua liberdade e da liberdade dos outros.

 

Um dos escritores que melhor escrutinou a alma humana, Dostoiévski, disse que «não há nem houve jamais nada mais intolerável para o homem e a sociedade do que as pessoas serem livres».

 

Em tempos de incerteza e de insegurança, este é um clima muito propício ao surgimento de ditadores ou de personalidades autocráticas.

 

Muitas vezes, não é só a liberdade a ser retirada. Muitas vezes, é a própria liberdade a ser entregue.

 

 

publicado por Theosfera às 16:22

«Aos jovens, se lhes exigem muito, dão mais; se lhes pedem pouco, não dão nada».

Assim escreveu (subtil e magnificamente) o Padre Morales.

publicado por Theosfera às 15:22

Ter é o verbo que mais conjugamos: uns no passado e no presente, outros, os pobres, apenas no futuro: num futuro que se tornará (é o mais certo) irrealizável.
 
Da Igreja, porém, esperamos que não tenha. E que não se preocupe em ter.
 
Uma Igreja despojada será, apenas ela, uma Igreja necessária. E apelativa.
 
É dessa Igreja que nos fala D. Pedro Casaldáliga, um homem incompreendido, uma voz do amanhã à espera que tenha eco numa manhã. Quando chegará? Alguma vez teremos uma Igreja assim?
 
Eis o perfil de Igreja desenhado (sonhado?) por este grande bispo:
 
Não ter nada.
Não levar nada.
Não poder nada.
Não pedir nada.
E, de passagem,
não matar nada;
não calar nada.
 
Somente o Evangelho, como uma faca afiada.
E o pranto e o riso no olhar.
E a mão estendida e apertada.
E a vida, a cavalo, dada.
 
E este sol e estes rios e esta terra comprada,
como testemunhas da Revolução já estalada.
 
E mais nada!
publicado por Theosfera às 12:08

«A desigualdade dos direitos é a primeira condição para que haja direitos».

Assim escreveu (desconcertamente e magnificamente) Friederich Nietzsche.

publicado por Theosfera às 09:56

A hipótese pode parecer estapafúrdia, mas está a fazer o seu caminho.

 

Parece que o aumento de temperatura das águas no Pacífico duplica a possibilidade de conflitos violentos.

 

O El Niño terá um efeito indutor nas guerras.

 

Será?

publicado por Theosfera às 09:46

Cada vez mais no silêncio.

 

Cada vez mais à escuta.

 

Cada vez mais longe de quase tudo.

 

Cada vez mais próximo do que, realmente, importa: a Verdade e o Bem.

publicado por Theosfera às 09:29

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